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Tópico: O Mundo Perdido

  1. #301
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
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    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Olá.

    Enfim, relendo a história, tomará um pouco de tempo(afinal estou na sua e na da Iridium agora).

    Relendo a história, reparo que faz tempo que não leio uma boa história( no sentido de não ser maçante nem nada, a leitura ser fluída e prazerosa) em Terceira pessoa. Eu escrevendo a minha história, as vezes quero reescrever tudo em primeira pessoa... Mas vejo que não faz muito o meu estilo, embora eu ache mais dinâmico escrever em primeira pessoa, no sentido de ser mais "fácil" desenvolver a dinâmica, as personalidades de cada personagem, etc.

    Enfim, só comentando pra falar que você terá mais um leitor
    É uma honra trazer o nobre Botas até a minha história. Fico feliz que ela esteja do agrado e que mesmo os capítulos antigos, que eram tão ruins, estão em condições para se ler. Quando eu terminar a primeira parte desse livro, eu vou começar a reescrevê-los com a minha escrita atual e corrigir algumas coisas no enredo também.

    Eu acho primeira pessoa um bom modo de se escrever, mas na terceira você pode descrever de forma mais livre e aberta, sem se prender ao que o narrador conhece. É um modo mais técnico e objetivo, por assim dizer.

    Espero que continue lendo e que continue a sua história também.

    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações!

    Novamente, desculpa a demora em comentar. O clima pesar foi do início ao fim nesse capítulo; bem dark, bem pesado... muito bem escrito. Alguns pequenos erros de grafia e tensão verbal, mas nada de muito grave.

    Sentirei falta do Lokan, mas sei que a morte dele teve significado e que dará nova perspectiva à trupe do George. Gostei dessas novas edições que foram os Vigias da Noite, o Tariko (escrevi certo?) e o Pierret. Muitas pontas soltas que quero ver como você vai entrelaçar e enriquecer ainda mais esse universo que você criou.

    Aguardo ansiosamente o próximo!


    Abraço,
    Iridium.
    Opa Iri, novamente digo que não precisa se desculpar, afinal, eu não obrigo ninguém a ler. Mas fico feliz que esteja aqui acompanhando.

    Eu não acho que ficou muito sombrio, mas a intenção era ficar um pouco tenso o clima tanto para os Vigias vagando quanto para a morte de Lokan que perturba o pessoal. E ela dará mais motivação ao grupo em cumprir seus objetivos.

    Tariko é um personagem que ainda aparecerá algumas vezes futuramente(E sim, você escreveu certo) assim como o Pierret. Creio que os dois terão participações importantes futuramente, mas não posso dizer quais, obviamente. E essas pontas serão solucionadas com o tempo, logo, aguarde e verá.

    E fique com o próximo!







    Bem pessoal, esse capítulo é menor por motivos de "puta que pariu que capítulo grande do caralho não vou ler esse lixo vai se fuder seu gordo escroto", então eu o dividi em duas partes. A outra ainda vai ser maior do que essa, mas esperem grandes explicações sobre o background dos personagens.

    Espero que gostem!


    No capítulo anterior:
    O agora trio, composto por Jack, Polos e Watson tenta retornar ao Adaga D'água passando pela cidade de Polerion a noite, sem atrair atenção. No entanto, eles tem dificuldades graças aos Vigias da Noite. Quando finalmente chegam no ponto onde queriam, eles são cercados por soldados da nobreza liderados pelo General Tariko, uma das primeiras pessoas que o trio de George conheceu em Sensaton. Entretanto, eles são salvos por Pierret e duas figuras desconhecidas, e uma delas se junta ao trio por pedido do próprio governador. Mas as intenções dele e da dupla não parecem muito boas.



    Capítulo 49 – Sábio pt. I





    O grupo se encontra novamente com os marujos do Adaga D’água, assim como com o Capitão Grito de Águia. Polos é bem recebido, assim como Watson, por serem os melhores combatentes a serviço da rebelião.

    [Grito de Águia] — Ya! Sejam muito bem vindos! Finalmente voltaram. — Disse, abraçando calorosamente Polos.
    [Polos] — Papai tá de volta. — Disse, dando alguns tapas amigáveis nas costas do capitão e soltando-o.
    [Grito de Águia] — Bem, quem são estes? — Indaga, olhando fixamente para Jack, mas também se referindo ao encapuzado.
    [Polos] — Estes são Jack e Agatha, nossos novos campeões por hora.

    Agatha abaixa o capuz, revelando seu rosto. Os marujos param, surpreendidos pela beleza da moça. Ela não parece expressar nada ao ver isso, mas Polos acha engraçado e ri.

    [Grito de Águia] — Abençoada seja Polerion! Sempre nos salvando e dando-nos coisas boas. Primeiro foi o feiticeiro das chamas roxas e agora é esse rapaz de vermelho e preto e esta bela moça. Já estava de saco cheio de conviver com tantas cuecas! — Disse, colocando as mãos na cintura, com um sorriso. — O que me lembra... VOLTEM A TRABALHAR!

    Os marujos rapidamente voltaram as suas atividades, com um pouco de pressa.

    [Grito de Águia] — Sabe, havia um sacerdote com vocês, não?

    Watson fica cabisbaixo, enquanto os outros tomam uma expressão séria.

    [Polos] — A Caverna o pegou.
    [Grito de Águia] — Oh... Vocês tiveram até que passar pela Caverna por essa busca? Caramba...
    [Polos] — É. Mas a morte dele não foi em vão. Conseguimos tudo que precisávamos e vamos voltar para Veneraten.
    [Grito de Águia] — Ótimo! Ótimo. Vamos lá.

    Polos se dirige a cabine, enquanto o Capitão dita ordens para os marujos para despachar e assume o timão. Os outros três companheiros de Polos o seguem. Ali, na sala do capitão, Polos anda até a escadaria logo abaixo, mas lembra-se de algo na mesa e vai até ela. Agatha fica próxima dele o tempo todo, enquanto Jack observa o conteúdo do lugar.

    [Jack] — Tem coisas bem legais aqui. São do capitão, né?
    [Polos] — As armas não.
    [Jack] — Aliás, há pouco você falou sobre uma rebelião. O que seria isso?
    [Polos] — É uma longa história. Sente se quiser ouvir. — Disse, oferecendo-lhe a cadeira frente à mesa. Polos senta-se na de trás, deixando o seu machado ao lado dela, e Agatha fica de pé ao seu lado. O bárbaro a olha com estranheza, mas acaba deixando de lado. — Simplificando e resumindo, somos uma rebelião nascida em Sensalia e que possui o próprio Rei de Fusia como o nosso maior aliado. Queremos derrubar o domínio sensaliano dos mares e liberar as rotas para irmos para o norte. Lá, acreditamos que existe um novo continente, mas Sensalia nos impede de ir até lá, assim como qualquer outro reino. Não sabemos porque, mas talvez estejam planejando ir até lá.

    Jack fica em silêncio por alguns instantes, refletindo sobre. Watson está logo atrás, de braços cruzados, observando. O paladino percebe isso.

    [Jack] — Você já sabia disso, Watson?
    [Watson] — Eu vim com ele. É óbvio que eu perguntaria para ele o quê diabos é essa rebelião.
    [Jack] — Mas você se juntou a ela?
    [Watson] — Óbvio que não. Primeiro porque George é nossa prioridade. Segundo que esse navio aportou no que eu estava usando para ir para Polerion e por pouco o do machado não me mata.
    [Polos] — Ah, pare de drama. Você apanhou tanto daquele sujeito morto-vivo que já cheguei na conclusão que meu machado só faz cócegas em você.
    [Jack] — Ah, tanto faz. Enfim, Polos, achei interessante a proposta da sua rebelião, mas você deve imaginar minha resposta.
    [Polos] — Claro... — Disse, um tanto triste. — Mas pelo menos vocês já nos ajudaram com a nossa missão. Watson, a foice que você porta era a espada que formou Fusia. Você já sabe, não é?

    Watson levantou uma sobrancelha, ficando em dúvida.

    [Polos] — Juntar-se a Ordem da Espada Azulada. Se quiser continuar com a foice, terá que se juntar a nós.
    [Watson] — Tsc. Ridículo.
    [Polos] — Cala a boca. Quem quis a foice foi você. Agora você lide com as consequências, a menos que queira ser um traidor entre nós.

    Watson soca o armário ao seu lado, incinerando-o em chamas roxas. Isso faz Jack se levantar e se afastar. Agatha apenas observa, ainda com a capa cobrindo o seu corpo.

    [Watson] — Acha que pode me dizer essas coisas? Ameaçar-me e me intimidar dessa forma? PONHA-SE NO SEU LUGAR! Eu destruiria toda a sua ordem sozinho se eu quisesse! — Vocifera o feiticeiro, intimidando fortemente Polos, que se levanta da cadeira. Alguns soldados entram na sala, atraídos pela voz alta e forte de Watson, e desembainham suas espadas vendo o armário em chamas.
    [Polos] — E... Esperem! Não o ataque!
    [Jack] — Mas que merda é essa, Watson?

    Agatha revela sua mão, coberta por uma luva com três garras longas. As lâminas eram roxas e a luva negra. Polos percebe isso e tem medo do que pode acontecer.

    [Polos] — Porra, Watson! Eu estava brincando! Você, Jack e George são meus únicos parentes vivos! Eu jamais faria algo assim com vocês, mesmo que os lideres da rebelião quisessem!
    [Jack] — Acalme-se, Watson! Além de Polos ser nosso parente, ele e seu navio são as únicas formas de voltarmos para Veneraten são e salvos e salvar George!

    Watson encara Polos com um olhar cheio de raiva. No entanto, ele se convence e puxa as chamas do armário de volta para o seu corpo. Em seguida, ele desamarra a capa, retira e joga na mesa de Polos. Agatha oculta a garra novamente e Polos suspira, aliviado.

    [Polos] — Podem voltar, rapazes. Foi só um mal entendido.

    Os soldados assentiram e embainharam suas espadas, para em seguida retornarem aos seus postos. O ultimo fecha a porta, deixando todos a sós novamente.

    [Watson] — Não vou precisar mais disso. Obrigado.

    Polos assente com a cabeça e volta a sua cadeira, sentando-se devagar. Jack faz o mesmo.

    [Watson] — Ele te explicou toda a situação, Jack. Agora você se explique a nós. Quem é esse sábio e como conseguiu controlar seus poderes dessa forma?

    O rapaz é pego de surpresa. Ele fita Polos, e depois a janela logo atrás dele, retangular e com um vidro com alguns ornamentos sobre. Ele se lembra pouco a pouco.

    [Jack] — Foi só um dia, mas pareceu uma eternidade...


    ~~**~~



    19 de Maio
    Norte do Acampamento de Sangue, 03:29



    Jack corria como nunca. Uma pessoa normal jamais conseguiria correr naquela velocidade, mas esse não era o caso do paladino. E ele próprio já sabia disso. Conforme ele se aproximava da montanha, sua humanidade o deixava pouco a pouco. Apesar dele ter escapado da personificação da corrupção, ele não podia escapar do fato de ser um Caído, nem do destino de ser um. Sua pele brilhava, algumas partes tinham o que parecia ser fogo por baixo.

    Ele chega à montanha, mas decide escalá-la da sua forma. Ele continua a correr, agora pelas paredes e desfiladeiros da montanha, correndo para cima, fora de si. Sua pele começa a queimar e ser substituída pelo fogo. O fogo dentro dele, pouco a pouco, ia desfazendo sua pele e assumindo forma. Aquilo o envolvia com tamanha força que nem mesmo o seu eu verdadeiro conseguia controlar. Ele havia perdido o combate dentro de si. Com isso, seu corpo era tomado pelas chamas e sua forma humana era substituída por uma humanoide, feita inteiramente por fogo.

    Jack só pensava em salvar George. Ele esqueceu tudo que viveu longe do irmão, esqueceu de seus amigos, esqueceu de Watson e Lokan, de tudo. Ele lembrava-se apenas de George. E apenas dele. Era por isso que sua busca era tão obsessiva; Em sua visão, o irmão era tudo que ele tinha em sua vida, e se o perdesse, não haveria mais sentido em viver.

    Ele chega ao topo da montanha, irradiando chamas. Um pouco ao longe, ele vê uma casa. Seu telhado tinha uma forma redonda, apesar da casa ter um formato quadricular. Ele era marrom, enquanto o restante da casa era branco. Jack corre até ela, completamente fora de si. Naquele momento, a porta da casa se abre, e uma misteriosa figura de estatura pequena com um cajado em uma das mãos surge. Ela bate o cajado no chão, formando uma poderosa luz cheia de poder ao seu redor. Ela bate em Jack, deixando sua forma feita de fogo abalada e a fazendo desaparecer pouco a pouco. Enquanto isso acontece, o homem desmaia.




    Próximo: Capítulo 49 - Sábio pt. II

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  2. #302
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    Saudações!

    Um capítulo mais curtinho, dessa vez... Achei bem interessante, de fato; gostei do cliffhanger, a vontade de ler mais. E esse final ficou um show à parte, viu? Essa tensão toda no ar me dá mais e mais vontade de saber se George será ou não salvo de seu destino cruel. E, caso ele venha a ser... Quando e como retornará?

    Aguardando ansiosamente o próximo, na esperança de demorar muito menos a dar retorno aqui.


    Abraço,
    Iridium.

  3. #303
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    Padrão Capítulo 49 - O Sábio pt. 2

    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações!

    Um capítulo mais curtinho, dessa vez... Achei bem interessante, de fato; gostei do cliffhanger, a vontade de ler mais. E esse final ficou um show à parte, viu? Essa tensão toda no ar me dá mais e mais vontade de saber se George será ou não salvo de seu destino cruel. E, caso ele venha a ser... Quando e como retornará?

    Aguardando ansiosamente o próximo, na esperança de demorar muito menos a dar retorno aqui.


    Abraço,
    Iridium.
    Salve Iri, agradeço os elogios. O final foi meio complicado de escrever, mas fico feliz em saber que foi do agrado - E claro, entendível.

    Posso dizer que em breve ele retornará, e talvez um pouco diferente do comum. Mas o objetivo é deixar os personagens mais carismáticos e interessantes.

    Espero que goste desse.




    Demorou, mas chegou. Quase um mês depois, venho postar a segunda parte do penúltimo capítulo dessa parte do livro. Eu o dividirei em duas partes, e quando eu terminar esta primeira, começarei a reescrever os primeiros e, quem sabe, escrever alguns contos a parte para a seção.

    Espero que gostem deste! Só aviso que não foi revisado, então, qualquer erro, comentem que posso vir a corrigir. Ou não. kek

    Também aviso que ele está longo, no quesito parágrafos. Então prepare-se para ler bastante.





    No capítulo anterior:
    O trio, agora acompanhado da assassina Agatha, volta ao Adaga D'Água, onde se reúnem para discutir algumas coisas. No meio das tensões das conversas, Jack se lembra do que aconteceu antes de reencontrar Watson e companhia e explica ao grupo o que viu e fez.






    Capítulo 49 – Sábio pt. II


    Jack acorda. Sua mente está estranha, como se estivesse completamente embaralhada e estivesse tentando se organizar. Ele está deitado na grama, olhando para um céu incrivelmente azul. Temia que fosse um sonho, mas aquilo parecia real demais pra ser um.

    O paladino senta-se. Não vestia nada além de uma camisa negra e calças vermelhas. Sua armadura havia desaparecido, assim como sua besta, sua peça de perna yalahari* e até mesmo sua besta gigante em forma de cilindro. Desarmado, confuso, sozinho, não sabia onde estava, tampouco o que faria.

    Ele observa o cenário ao seu redor. Não havia nada além de um campo incrivelmente vasto, um gramado que se estendia até onde a vista podia alcançar. O céu era completamente azul, sem uma única nuvem. Pensava estar morto, mas na verdade, aquela era uma reprodução pouco fiel do último cenário bonito que Jack imaginou; O cenário onde estava acompanhado de George, ao norte de Carlin.

    Ele então nota uma aproximação, mas antes que pudesse fazer algo, uma mão leve e fraca toca seu ombro. Ele olha para trás e vê um senhor de idade, mas não exatamente um homem e sim um anão. O ser pequeno usa um cajado de madeira com uma ponta um pouco circular, um manto longo cor de chumbo e um chapéu de aba redonda e bem velho, com uma cor bege desgastada. Seu olhar era sereno, mas cheio de coisas incompreensíveis.

    [Jack] — Quem... É você? — Indaga, com uma voz um pouco desgastada pelos últimos ocorridos.
    [Anão] — Alguém. Alguém que você veio correndo pedir ajuda, mesmo não estando no controle de si mesmo.

    Jack o fita por alguns momentos, não compreendendo direito o que o homem queria dizer.

    [Jack] — Você tem... A cura?
    [Anão] — A cura para o seu irmão?
    [Jack] — Sim! Isso! — Disse, eufórico e esperançoso.
    [Anão] — É possível. Posso dar a você, no entanto, você precisa me ajudar com algo em troca.
    [Jack] — E... O que seria? — Disse, com uma voz um pouco cansada.
    [Anão] — Quero que me ajude a lembrar.

    Jack fica calado, sem entender novamente o que o anão queria.

    [Anão] — É bem simples, rapazinho. — Disse, dando alguns passos para frente e sentando-se a frente de Jack e repousando seu cajado ao seu lado. — Conte-me tudo que você sabe sobre a sua vida. Desde o início. Tudo que você lembra sobre você e seu irmão. Dessa forma, serei capaz de lembrar das minhas memórias também. E também poderei dizer onde está a cura.

    O rapaz fica calado por alguns instantes. Ele tenta, a todo custo, revirar sua mente e suas memórias e tentar lembrar-se de tudo que já viveu com George. Felizmente – Ou infelizmente – ele conseguia se lembrar apenas do que viveu com seu irmão. Aquilo era estranho, mas era o ideal para a situação em que se encontra. Logo, o rapaz começa a se lembrar de tudo.

    [Jack] — George... Ele sempre foi meu irmãozão. Eu nasci quando ele tinha quatro anos, e desde pequeno ele se importava com meu bem estar. Tínhamos uma vida complicada com nossa mãe, nosso pai morreu pouco antes de eu nascer, e ela se virava sozinha para nos sustentar. Não tínhamos tios, avôs ou parentes próximos, o que só piorava tudo. — Disse, de forma relativamente serena. O cenário ao seu redor começava a projetar as memórias de Jack no céu, e o anão observava tudo.
    [Anão] — E como conviviam?
    [Jack] — Bem... George era apaixonado por cavaleiros, espadas e coisas assim. Sempre que o exército aparecia na cidade, ele me chamava todo feliz pra ver com ele. Eu tinha só uns quatro anos, mas ele, com seus oito, sabia bastante sobre. Contava que mal esperava pelo dia em que ele poderia ir pra Rookgaard e treinar para se tornar um. Já eu tinha um gosto particular por projeteis e coisas assim, tanto que adorava pegar pedras e atirar em árvores quando ninguém estava olhando, e meu alcance e precisão eram grandes com apenas cinco anos.

    No céu, projetava-se a cena onde Jack via ao lado de George o exército thaiano passando para o quartel, no sul de Thais. E também os dias onde Jack jogava pedras contra as árvores e fazia pássaros voarem de seus ninhos e até frutas caírem.

    [Jack] — Um dia, a minha mãe me viu acertando algumas pedras que enfileirei numa cerca com outras menores, e as derrubando em sequência, sem esforço. Eu tinha seis anos. Quando eu a vi, achei que ela ficaria muito irritada e me daria uma surra, como fazia com o George algumas vezes com suas travessuras; No entanto, ela ficou feliz e abriu um sorriso, e me elogiou. Disse para continuar treinando e com o auxilio de George.

    A cena se projeta. A mãe deles era ruiva, de cor escura, tinha um rosto relativamente largo e seus olhos eram estranhamente negros, com uma boca e lábios finos e poucos detalhes chamativos no rosto. Ela era magra, um pouco esguia, e era possível notar que seu rosto era um pouco cansado e deprimido.

    [Jack] — Eu fiquei muito feliz. Alegrar a minha mãe era algo que George sempre tentava, mas não conseguia com certa frequência. E ela parecia estar satisfeita com o meu desempenho também, então, continuei treinando. Entretanto, tudo mudou quando eu tinha sete anos. Nos mudamos para Carlin, mas no meio do caminho, fomos atacados por larápios de floresta. George e um amigo da minha mãe lutaram contra eles, enquanto eu consegui roubar o arco e algumas flechas de um deles e atirei com precisão, apesar de nunca ter usado. Nossas habilidades eram notáveis, o que surpreendeu aquele cara e a nossa mãe.

    A cena mostra o rapaz, que era um pouco gordo, com cabelos grandes, negros e um pouco espetados, pele morena, olhos negros, rosto grande. Ele usava uma espada espinhenta e brilhante, e atacava de uma forma um pouco bruta. George era mais gracioso e atacava com precisão usando uma espada comum. Jack usava o arco com eficiência, apesar de um pouco descuidado.

    [Jack] — Algum tempo após nos estabelecemos lá, nossa mãe pediu para irmos com um homem misterioso até a casa onde ele vivia, em Northport. De inicio eu não gostei da ideia, mas George achou interessante, pois o mesmo era um tutor, experiente, sério e disciplinado. Ele também aceitou para darmos mais espaço para a nossa mãe. E assim, partimos, para o nordeste, onde passamos a viver em uma casa mediana em frente para o oceano. E atrás dela, treinávamos todos os dias, usando armaduras pesadas e tomando golpes todos os dias. Segundo o cara, era para aumentar nossa resistência. Ele se chamava Acrios e eu odiava-o.

    Agora a cena era dos irmãos se despedindo de sua mãe e partindo com um homem peculiar. Ele tinha um cabelo grande, de cor castanho, preso num rabo de cavalo, era alto, com um corpo forte e olhos verdes. Trajava um longo manto vermelho com contornos dourados, e sua túnica e calças tinham cor de metal, bem escuro. Logo, era mostrado George com uma armadura pesada de bronze usando um escudo e espada de mesmo material, e Jack usando uma armadura de couro e jogando lanças e atirando com um arco de madeira clara.

    [Jack] — Ficamos anos treinando e vivendo com ele. Eu não gostava da convivência, mas George facilitava as coisas e fazia tudo ficar melhor com suas brincadeiras e travessuras que sempre me faziam rir. É claro, ele recebia severas punições de Acrios, mas ele dizia que valia a pena. E então, quando ele fez quinze anos, foi enviado para Rookgaard, e eu fiquei para trás. Ele não saiu de lá por três anos, até eu ser enviado por Acrios. Ele não me disse nada sobre o paradeiro de George, nem como minha mãe estava. Sei é que quando cheguei ao centro da ilha, acabei reencontrando meu irmão, usando uma espada comum, rara ali, uma armadura de correntes, uma calça cravejada, botas de couro e um capacete estranho de chifres, além de usar uma katana de duas mãos, seu maior destaque. Ele me ajudou muito lá; Me deu um monte de lanças, uma armadura de couro, um elmo de bronze, um escudo de bronze e me mostrou incontáveis locais de lá.

    Na cena, Jack aparecia cobrando explicações de Acrios, que o fitava em silencio sem lhe dizer uma palavra sequer. Depois, aparece ele, olhando para Carlin, olhando apoiado na mureta a cidade, sem saber onde sua mãe estava e se ela estava bem. E depois, suas primeiras missões em Rookgaard e a recepção calorosa de seu irmão, que também mostrava-o bons locais para caçar monstros e conseguir experiência de combate.

    [Jack] — Um dia, eu, ele e mais cinco pessoas fomos para o famoso labirinto dos lobos. Ficamos muito tempo lá até acharmos seu limite, um buraco com uma escada para descer. Lá embaixo, encontramos orcs, trolls e um minotauro. Foi um dos momentos mais tensos da minha vida. Mesmo George à frente, me protegendo, com seus habilidosos golpes com a katana, não me parecia o suficiente. O lugar era cheio de estalagmites, partes pegando fogo aqui e ali e objetos destruídos. Eu cheguei a matar um lobo que quase pegou um de nós. E logo notei o cenário em que eu me encontrava.

    Agora, Jack aparecia um pouco atrás de George. Ao seu lado havia outra pessoa, um rapaz loiro, de penteado curto e faces cobertas por terra por ter caído sucessivas vezes para golpes de orcs. Ele usava um arco e algumas flechas. Quatro pessoas, junto de George, lutavam contra os vários inimigos aparecendo. George usava a katana com as duas mãos, sem dispor de um escudo, mas defendia bem os golpes de porretes, machados e espadas dos orcs e trolls.

    [Jack] — Foi então que descemos uma escada branca e demos de cara com o próprio inferno. Uns sete minotauros apareceram, eram criaturas humanoides com a cabeça de um touro, e tinham uma cor rubra. Avançaram com machados e maças em mãos, desarmando dois de nós e os derrubando. George lutou com muito afinco naquele dia, sem dar intervalo aos seus golpes uma única vez. Ele sozinho conseguiu matar três dos minotauros, e decepar um chifre de outro. Eu matei dois, e ajudei a matar os outros. Naquele dia, George mostrou um poder estranho... Ele parecia que estava brilhando numa cor azulada, e aquilo era muito estranho. Mas quando tudo terminou, coletamos nossas recompensas e partimos para nunca mais voltar. Os quatro guerreiros da frente estavam machucados demais, enquanto George estava até bem.

    A cena agora era de George lutando com muita rapidez contra três minotauros ao mesmo tempo. Ele atacava e ao mesmo tempo defendia, girava, pulava e chutava. Os outros guerreiros tentavam resistir aos golpes dos minotauros sem muito sucesso, usando de seus escudos. O arqueiro ao lado de Jack atirava bem, assim como o próprio. Isso foi crucial para vencer os monstros. No fim, eles conseguiram uma espada carlinídea, flechas comuns e envenenadas e uma vara de pescar. A espada ficou para o guerreiro mais valente antes de George, este chamado de Nordemun, e partiram sem muitos questionamentos até a saída da caverna, levando também muito ouro conseguido das criaturas, assim como armas.

    [Jack] — E, bem, após aquela missão, George estava aprovado para sair de Rookgaard e deveria ir o quanto antes. Mas ele preferiu me levar até uma caverna incendiada para conseguir algo interessante. Havia ursos nela, que ele venceu sem esforço, e depois seguimos para a direita, onde, atrás de uma pequena lagoa, descobrimos um buraco e abrimos. Lá embaixo, passamos por campos de fogo, que queimavam os nossos pés, mas no final, conseguimos achar o corpo do dragão morto que algumas lendas de lá contavam, e consegui um capacete de legião e um escudo de cobre. Após isso, eu e ele podemos partir de Rookgaard, e fomos até uma pequena ilha, onde conseguimos equipamentos novos, nossas respectivas vocações – cavaleiro para George e paladino para mim – e fomos para Carlin, onde Acrios nos aguardava. Teria sido um dia maravilhoso se ele não tivesse nos dito que nossa mãe morreu de uma doença que ela contraiu em Venore.

    Agora é mostrado George e Jack entrando na caverna, vencendo os ursos, desenterrando a caverna e passando por pisos cercados de fogo até alcançar o corpo do dragão e abri-lo, conseguindo um saco contendo os equipamentos. Após isso, são mostradas várias cenas no céu ao mesmo tempo dos feitos dos irmãos na Ilha do Destino até saírem de lá, equipados para seu futuro como tibianos e aventureiros. E então, é mostrado os dois em Carlin, sentados num sofá, completamente arrasados pela notícia que receberam.

    Jack para de falar por algum tempo, fazendo o céu voltar a ficar azul. O anão reflete sobre tudo o que ouviu e viu, percebendo a forte relação que os dois tinham desde o inicio de suas vidas.

    [Anão] — São muitas coisas que vocês viveram em tão poucos anos de vida. Mas vocês permaneceram juntos, de qualquer maneira, como bons irmãos.
    [Jack] — Sim, mas não pra sempre. Houve uma época — Enquanto Jack falava, o céu começa a tomar a forma da memória. — Alguns meses após voltarmos de Rookgaard, onde treinamos muito com Acrios e não fomos liberados. Mas algo pior ainda ocorreu, quando eu fui mandado para a tutela de outra pessoa, a irmã de Acrios, Ari. George ficou muito revoltado com isso, pois não queria se separar de mim, mas foi necessário, pois o nosso tutor não conhecia tudo sobre os paladinos e estava tendo trabalho com nós dois no nível em que estávamos, que era mais alto do que o normal.

    O céu mostra Ari, a irmã de Acrios. Ela era uma mulher jovem, possuindo vinte e três anos, mas muito habilidosa na arte do combate a distância, do qual ela dedicou toda a sua vida. Ela também possuía cabelos castanhos, algumas poucas sardas no rosto, olhos verdes, lábios carnudos, nariz fino e uma peculiar cicatriz no lado direito da boca, além de um buraco na orelha esquerda. Seu corpo era magro e esguio, além da mesma ser uma usuária de bestas. Ela levando Jack embora deixou George abismado e muito irritado, mas este foi contido por seu tutor.

    [Jack] — Eu fiquei dos quinze até os vinte e quatro anos com ela, com George me visitando de vez em quando. Ele me empurrava até ela, tentando fazer que eu me relacionasse com ela, mas eu não queria. Ela era minha tutora, e eu não a via nada mais do que como minha mestra. Além disso, ela possuía um olhar distante e maduro, como se ela soubesse de mais coisas do que aparentava, e como se conhecesse a vida mais do que qualquer um. Fiquei triste ao deixá-la, mas fiquei feliz por voltar a andar com George, principalmente porque viajaríamos pelo mundo em seguida.

    Agora o céu mostrava Jack passando por um treinamento intensivo com Ari, fazendo vários testes complicados, como ficar dias isolado numa ilha ou numa floresta , acertar alvos em alta velocidade, resistência colocada a prova com testes com fogo, entre outros. Ainda mostrava Jack envergonhado por causa de George e suas tentativas de juntar os dois. E por fim, sua despedida e inicio de suas aventuras pelo mundo.

    [Jack] — George tinha começado a explorar o mundo com vinte e três anos, cinco anos antes de eu estar pronto. Ele lidou com o céu e o inferno, conheceu inúmeras terras novas, matou criaturas fortes, conseguiu armaduras e armas valiosas das quais ele passou a usar, entre muitas outras coisas. Ele até tinha conseguido uma namorada, mas ela morreu dois anos antes de eu estar livre por causa de uma invasão de orcs a Ab’Dendriel. Ele ficou tão furioso que foi sozinho a Rocha de Ulderek, o forte dos orcs de Tibia, e matou quase todos os orcs que estavam lá. Mas seus atos estranhos não param por ai: Um ano após o inicio de nossas viagens, Morgaroth apareceu em Goroma e nós fomos com um exército derrotá-lo.

    O céu mostrava a maioria dos feitos de George, além da armadura que usava, a Armadura Dourada, em todos os feitos. Também mostra o homem lamentando a morte de sua amada e seu genocídio sob os orcs, e por fim, a incursão ao lar de Morgaroth.

    [Jack] — Foi nosso ultimo grande feito. Lutamos lado a lado contra aquele arquidemônio, mesmo eu estando com medo. Mas a cada golpe bem sucedido de George e a cada demônio servo de Morgaroth caindo, minha motivação só aumentava. Foi a maior luta da minha vida, e não creio que terei algo parecido algum dia. Não posso descrever com exatidão tudo que aconteceu, pois é daí que minhas memórias começam a ficar emboladas e confusas. Mas sei que apenas quatro de nós sobreviveram, sendo eu, George e dois poderosos homens que eram nossos amigos, mas desapareceram anos depois. Ele ganhou a armadura do próprio Morgaroth e eu A Operária de Ferro** que passei a usar pelos anos seguintes. E é tudo que eu me lembro com clareza.

    O céu mostra a voraz luta contra Morgaroth, onde George e outros guerreiros lutaram na linha de frente com o grandioso arquidemônio, usando sua armadura de cor vermelho-escuro e sua arma, o Martelo do Trovão, além das explosões negras. Após muitas cenas, aparece a criatura tombando pela espada de George, a Vingadora. A criatura desaparece em cinzas e um baú estranho e marrom surge, com a recompensa pela morte do mesmo, partilhada entre os quatro. E por fim, o céu cessa, ficando azul e com várias nuvens.

    O anão fita Jack, olhando fundo nos seus olhos. Após algum tempo, ele abre um sorriso, e dá uma gargalhada. O paladino se incomoda um pouco com isso.

    [Jack] — Por que você está rindo? Não acredita em mim?
    [Anão] — Me desculpe, me desculpe. É que você, mesmo não se lembrando de tudo, conseguiu contar uma verdadeira história para mim. Uma história de vida. Irmãos lutando lado a lado até o fim. Agora sim eu entendo você, Jack Alarstake, e sua busca pela cura pro irmão. Eu me lembro de minha vida agora, e agradeço a você por isso.
    [Jack] — Então... Dê-me ela!

    O anão toma uma expressão séria.

    [Anão] — Não posso.
    [Jack] — Como não? — Berra o paladino, levantando-se e encarando-o com raiva e dúvida. Quando isso acontece, o céu se fecha e fica nublado. O anão fica ligeiramente preocupado.
    [Anão] — Não posso pois não a tenho. Mas sei onde você pode achá-la. Inclusive, já o preparei para a sua busca enquanto estávamos aqui.

    Jack fica com uma extrema dúvida do ocorrido, mas o anão apenas sorri.

    ~~**~~

    [Jack] — ...E foi isso. O anão me prendeu dentro de uma dimensão paralela e enquanto seu eu espiritual me ouvia, ele me preparava, dando-me a roupa que estou usando, diminuindo meus poderes, aplicando inúmeros selos no meu corpo e arrumando minha nova bagagem.

    A cabine fica em silêncio. Polos, mesmo com uma face estranha, é o primeiro a quebrar o momento.

    [Polos] — Você contou boa parte da sua vida pra um anão que você nem conhecia?
    [Jack] — Não exatamente. Eu o chamo de sábio, pois parecia que eu o conhecia há muitos, muitos anos. Além disso, ele selou meus poderes, que eram poderosos demais, além de ter me ensinado a controlá-los da forma que vocês viram e aquela magia estranha que eu usei pra salvar Watson. Eu sei outras, e todas elas vem dos selos que tenho no meu corpo. Ele me mostrou onde eu poderia achar o Cajado do Primeiro Pecador, as flores de Poméria e me explicou que a criatura da caverna era um grifo. Também me passou aquele pó que virou a espada que eu uso, e ainda possuo outro saquinho contendo o mesmo pó pra caso ela se quebre, e me ensinou a controlar meus poderes. Ele me preparou de verdade.

    O silêncio veio novamente. Tudo parecia muito estranho e difícil de acreditar, mas Polos parecia entender. O silêncio fora quebrado novamente.

    [Agatha] — Eu acredito em você. Há muitos relatos sobre este sábio e seu conhecimento sobre Tibia. De alguma forma, seu espírito correu até ele simplesmente por ele ser um sábio e que, nesse caso, ele poderia lhe ajudar. É o suficiente para mim.

    Eles foram surpreendidos pela fala inesperada da moça, cuja voz era madura e forte. Polos olhava-a com os olhos um pouco arregalados, mas logo volta a pose, fitando Jack.

    [Polos] — Bem... Se ela acredita, eu acredito. Esse sábio da montanha conhece muito sobre Tibia, de fato, e por isso ele não estranhou sua história. Está explicado para mim, Jack.
    [Watson] — Para mim, não o bastante.

    Jack levanta-se apenas para olhar para o primo.

    [Jack] — Adoraria saber o porquê.
    [Watson] — Não sei dizer. Acho que preciso conhecê-lo pessoalmente. Mas tudo bem, Jack, se foi o que aconteceu, então, tudo certo.

    Jack assente e sorri, pondo a mão no ombro de Watson. Ele segue para fora da cabine, sem que os outros o questionassem. No entanto, o mago vai junto, e os dois vão até o capitão do navio, subindo uma escada logo ao lado da entrada para a cabine. Dali, eles fitam o mar escuro, em silêncio, aguardando pela chegada em Veneraten, para curar George e descobrir o que os Sete Implacáveis*** planejam e os parar.




    Próximo: Capítulo 50 - Levante-se, morto




    *: Tradução livre para Yalahari Leg Piece.
    **: Tradução livre para The Ironworker.
    ***: Tradução livre para Ruthless Seven.


    Obs: Gostaria de saber de vocês: Na próxima parte do livro, vocês gostariam das palavras em inglês traduzidas ou em inglês mesmo? Comentem aí, é importante.



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  4. #304
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    Vixi 49 capitulos bem que eu gostaria de ler tudo la de tras mas cade a disposicao? kia kia kia

  5. #305
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    Saudações!

    Aos poucos, retorno à Seção e ao fórum... Como já havia comentado contigo via Facebook, eu lamento pela mancada homérica de ficar tanto tempo sem comentar. Achei o capítulo lindo; poucos erros eu vi, mas nenhum deles tirou o brilho dos meus olhos enquanto li essa narrativa. Você às vezes tem muita dificuldade em ser profundo quando o assunto é emocional e psicológico dos personagens, sem envolver um confronto físico direito. Nesse capítulo, no entanto, devo dizer que você fez algo muito bonito e muito honesto; consegui, novamente, rever o amor de irmãos entre Jack e George, e isso faz com que toda a jornada e todos os perrengues por eles passados se tornem ainda mais emocionantes e épicos de se acompanhar.

    A forma como você fez para criar a parte visual das descrições ficou primorosa e mágica em muitos bons sentidos; apesar de você ser um coreógrafo de lutas muito mais exímio, você tem conseguido cada vez mais se soltar em termos de emoções individuais. Seus personagens parecem cada vez mais humanos em face de suas proporções heroicas. Você, com um único capítulo, reacendeu as motivações de todos os personagens restantes para perseguir os Ruthless Seven e pará-los de vez. Eu considero que esse é mais um arco em sua história que se inicie e espero que você continue nesse bom caminho. Dessa quase meia década para cá, você evoluiu demais, Carlos. Eu te saúdo e espero ansiosamente pelo próximo Capítulo. Acho que, para nós dois, 49 deve ser uma espécie de número da sorte.


    Abraço,
    Iridium.




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  6. #306
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    Padrão Capítulo 50 - Levante-se, morto

    Citação Postado originalmente por Skirt Underdome Ver Post
    Vixi 49 capitulos bem que eu gostaria de ler tudo la de tras mas cade a disposicao? kia kia kia
    Poxa rapaz, garanto que muita gente já conseguiu ler tudo até aqui. Então, você deveria tentar também. Vamos lá, você consegue.

    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações!

    Aos poucos, retorno à Seção e ao fórum... Como já havia comentado contigo via Facebook, eu lamento pela mancada homérica de ficar tanto tempo sem comentar. Achei o capítulo lindo; poucos erros eu vi, mas nenhum deles tirou o brilho dos meus olhos enquanto li essa narrativa. Você às vezes tem muita dificuldade em ser profundo quando o assunto é emocional e psicológico dos personagens, sem envolver um confronto físico direito. Nesse capítulo, no entanto, devo dizer que você fez algo muito bonito e muito honesto; consegui, novamente, rever o amor de irmãos entre Jack e George, e isso faz com que toda a jornada e todos os perrengues por eles passados se tornem ainda mais emocionantes e épicos de se acompanhar.

    A forma como você fez para criar a parte visual das descrições ficou primorosa e mágica em muitos bons sentidos; apesar de você ser um coreógrafo de lutas muito mais exímio, você tem conseguido cada vez mais se soltar em termos de emoções individuais. Seus personagens parecem cada vez mais humanos em face de suas proporções heroicas. Você, com um único capítulo, reacendeu as motivações de todos os personagens restantes para perseguir os Ruthless Seven e pará-los de vez. Eu considero que esse é mais um arco em sua história que se inicie e espero que você continue nesse bom caminho. Dessa quase meia década para cá, você evoluiu demais, Carlos. Eu te saúdo e espero ansiosamente pelo próximo Capítulo. Acho que, para nós dois, 49 deve ser uma espécie de número da sorte.


    Abraço,
    Iridium.
    Belo comentário, Iri. Obrigado por tudo, e por todos os elogios. Fico realmente feliz em ler tudo isso e que meu trabalho neste capítulo tenha atingido as expectativas. Eu realmente queria tentar melhorar as relações dentre os dois, e mostrar que esses irmãos fariam tudo que pudessem um pelo outro. No homo.

    Eu espero que futuramente eu consiga fazer a história ficar mais humana e menos mecânica como antes, e tornar os personagens mais interessantes, assim como o enredo. Se eu conseguir bater esse objetivo, creio que estarei pronto para começar a escrever meu livro pra valer. Espero que acompanhe esse progresso Iri, assim como tem acompanhado minha evolução nesses quatro anos como escritor.

    Fique com o novo capítulo!




    Bem pessoal, este, por enquanto, é o fim da linha. É o último capítulo da primeira parte deste livro, e fecha também o arco da busca pela cura de George para começar um novo. Quando eu iniciarei a segunda parte, aí eu já não sei dizer. Mas creio que seja ainda nesse ano.

    Espero que gostem deste capítulo.






    No capítulo anterior:
    Jack explica o que passou com o anão sábio, onde ele falou para o próprio sobre sua história com George. Tendo explicado tudo para o grupo, eles estão preparados para chegar a Veneraten e curar George.


    Capítulo 50 – Levante-se, morto




    O branco preenche completamente o cenário. Flores totalmente brancas cobrem o chão, e o céu parece inexplicavelmente inexistente. Sentado numa cadeira de madeira e ornamentada, Jack olha para sua frente, sem saber o que faz ali. Tenta e tenta se lembrar, mas não consegue. Em seu momento de perdição, uma mão toca o seu ombro.

    [???] — Eu espero que não tenha esquecido.

    Jack abaixa a cabeça. O que ele queria dizer? O que todos desejam dizer para ele do qual ele nunca se lembra?

    A figura misteriosa aproxima-se mais e consequentemente aumenta o peso de sua mão em seu ombro.

    [???] — Eu espero que você não tenha esquecido... Do demônio que você é.

    Jack instantaneamente se levanta da cadeira e olha para trás, mas nada vê. Olha para os lados, procurando aquele ser, mas tudo que consegue é um calafrio subindo a sua espinha.

    [???] — Você pode escapar, negar, espernear sua existência, mas não conseguirá. — Disse. Jack olha para trás, e vê ele mesmo, mas com o cabelo em cor escarlate e dezenas de veias grossas e vermelhas pelo seu rosto. Seu casaco vermelho está podre e despedaçado, mas ainda podia ser usado, e sua armadura está quebrada em vários locais. — Não importe o quanto tente, nunca deixará de ser... Um caído.
    [Jack] —O quê...? O que está dizendo? Quem é você?

    O ser avança contra Jack e coloca seus braços sobre seus ombros, o levando até a cadeira ornamentada. Com um sorriso psicótico no rosto e olhos arregalados, o suposto Jack fita profundamente os olhos do verdadeiro, o assustando e o marcando. Enquanto isso, as flores ao seu redor começavam a ficar vermelhas, assim como o céu.

    [???] — Jack! Jack ALARSTAKE! Salvará seu irmão, o seu mundo e este mundo, mas conseguirá salvar a si mesmo? Conseguirá se salvar do caminho da perdição? Não! Pois nenhum demônio escapa de sua existência e do que ele realmente é! Lembre-se, Jack! Lembre-se do caído que você é!

    Um soco atinge o seu rosto. Tudo fica escuro.

    ~*~

    Jack salta da cadeira em que estava sentado e por pouco não cai no chão. Está no Adaga D’Água, sentado numa cadeira do escritório do capitão. Aparentemente, estava muito ansioso para chegar a Veneraten, mas acabou caindo no sono. Olhando para os lados enquanto coçava os olhos, encontra Polos em sua cadeira, logo atrás da mesa do escritório.

    [Polos] — Ei... Tudo bem contigo?
    [Jack] — Sim. Chegamos?
    [Polos] — Praticamente já. O porto tá perto, então decidi sentar aqui e te chamar na hora certa. Mas você parecia estar tendo um sono ruim...
    [Jack] — Não se preocupe. Não é nada. Vamos lá.

    Jack levanta-se da cadeira, vai até a porta e a abre. Ele vê os vários marujos trabalhando para o navio chegar ao porto, aos gritos do capitão. Ele encontra Watson na mureta da esquerda, e decide ir até ele. Polos vem logo atrás, acompanhado de Agatha. Nenhum dos dois sabia de onde ela surgiu. Aos postos e em silêncio, eles observam o navio tomando a trajetória correta para aportar no porto.

    Pelo menos dez minutos se passam até o navio finalmente chegar. Jack e Watson estavam a ponto de matar alguém de tanta ansiedade, e ao lançar da âncora e ao destravamento da portinhola da mureta por Polos, sendo a mesma lançada contra o piso de madeira clara, a dupla já anda rapidamente para fora do navio, sem nem mesmo se despedir do capitão ou dos marujos. Polos percebe a pressa e apenas se despede ao longe, acenando, e rapidamente os segue.

    Eles param só fora do porto. Olhando para os lados, Watson parece tentar lembrar-se do caminho.

    [Watson] — Certo. A casa do druida é por aqui. — Disse, determinado. Jack se apressa e lança uma magia de velocidade para segui-lo, assim como o mago. O bárbaro e a assassina também, mas o método de Agatha era diferente; Ela precisava se ferir para conseguir usar a magia que queria, logo, ela pega uma faca e faz uma ferida no dedo, e começa a correr em alta velocidade.

    Finalmente, eles chegam até a casa do druida, ao sul da cidade. Jack bate na porta, mas Watson parecia não querer esperar e tenta abrir, surpreendentemente com sucesso. O grupo entra, e o mago começa a chamá-lo, mas não recebe resposta. Todos procuram pela casa por sinais do druida, mas descobrem que ele não está lá, tampouco George. Watson chega no quarto e encontra as três camas vazias e arrumadas.

    [Watson] — Merda... Merda! — Disse, socando a parede acima da cama onde George deveria estar — Pra onde ele o levou?! E por quê?
    [Jack] — Não era para ele estar aqui?
    [Watson] — Lógico que era! Mas... Não está! Não acredito...


    O grupo agora está na sala, sentado num dos sofás, exceto Agatha, que está de pé ao lado de Polos, cujo se encontra na extremidade direita.

    [Polos] — O que faremos? — Indaga, desanimado.
    [Jack] — Temos que procurar por informações desse druida. De alguém que o conheça. Senão...
    [Watson] — Essa cidade deve ser cheia de druidas. E aquele nem parecia ser o nome verdadeiro dele.
    [Polos] — É, amigo... Estamos fudidos.

    Neste momento, alguém começa a tentar abrir a porta com uma chave. Os três se levantam e se posicionam para combate: Jack puxa sua espada ebúrnea*, Polos pega seu grande machado duplo do seu lado do sofá e Watson pega sua foice encostada no sofá e rodeia-se de chamas roxas. Agatha fica atrás, apenas observando. A pessoa nota que a porta já está aberta e trancou sem querer, então a destranca e finalmente abre. Quando vai para dentro, dá de cara com os três quase correndo como animais a sua direção, mas eles hesitam ao ver quem era: Uma criança com aproximadamente seis ou sete anos, usando um vestido branco de alças. A mesma solta um grito um pouco abafado de susto e cai no chão.

    As expressões do trio se divergem. Polos mostra um rosto surpreendido, como se tivesse feito algo sem querer e se dado conta do que fez; Jack esboça surpresa, enquanto Watson esboça estranheza.

    [Watson] — Uma criança?
    [Polos] — O druida é... Uma criança?
    [Jack] — Não, eu conheço ela! — Disse, guardando sua espada e saindo da posição — Abaixem as armas!

    Polos desfaz a posição e coloca o machado nas costas, enquanto as chamas de Watson se extinguem e ele volta a uma posição normal, deixando sua foice em guarda. Jack aproxima-se devagar da menina, como se não quisesse assustá-la.

    [Jack] — Ei, Luna! Lembra de mim? Sou eu, Jack!

    Luna fica hesitante por alguns instantes, mas então ela lembra do mesmo: O desafiante da Torre Negra que venceu e destruiu ela, libertando a menina. Ela abre um grande sorriso ao reconhecê-lo e se levanta.

    [Luna] — Jack! — Grita, avançando até o rapaz e o abraçando. Ela solta-se alguns momentos depois — Eu vim até aqui para deixar uma mensagem para vocês, caso chegassem e não achassem o tio Gor!
    [Jack] — Tio Gor?
    [Luna] — Sim, é como eu o chamo, pois seu nome é difícil de falar! Mas já que estão todos aqui, venham comigo!

    Luna começa a correr, e o grupo segue-a. Em sua corrida, eles desviam de várias pessoas, quase esbarram em outras e tomam os caminhos mais fáceis. Estavam tão apressados em salvar George que não se importavam com nada ao seu redor; Nem mesmo notaram alguns assaltos ocorrendo nos cantos e becos da cidade.

    Eles chegam no templo. O edifício possui três blocos largos de concreto, um em cima do outro, sendo o da base o maior, e os de cima os menores. No topo, estava uma estátua que representava Lezario, vestido de um grande casaco cobrindo seu corpo, com uma máscara curiosa no rosto e uma esfera flutuando em sua mão; Provavelmente era Sensaton. Ela era feita de mármore, enquanto os blocos eram completamente cobertos por vegetação, vinhas e cipós. No bloco base, havia um portão aberto dando acesso ao templo, do qual eles entraram apressadamente.

    Dentro de lá, os pisos eram em xadrez, sendo pretos e brancos. Havia uma estátua grande de mármore no centro, dentro dela havia uma abertura do tamanho de uma porta, dando a uma escadaria para o andar inferior. Eles não pararam para reparar em mais nada lá dentro, apenas seguiram andando rapidamente para baixo. Uma vez lá, notam uma porta a cada quatro direções, como uma encruzilhada. Luna segue para a do norte, e eles a seguem. Abrindo-a, eles notam uma conversa descontraída entre várias pessoas, inclusive o próprio druida contava algo totalmente despreocupado. Eles vão entrando e ouvindo.

    [Druida] — ...E o animal saiu pulando, que nem um retardado. Mas aí é que pergunto pra vocês: O cara era um animal pelo que ele fez ou só um retardado? Pra mim é os dois, pois esse mundo é insano, sério. — Disse humorado, enquanto os vários sacerdotes dentro da sala, sentados em dois sofás, cada um de um lado, encontram-se rindo com a fala dele.

    Watson toma a frente do grupo e encara a todos, com cara de poucos amigos. Os sacerdotes se calam, dando noção da situação para o druida, que olha para trás e vê o grupo. Surpreso, ele se levanta e vai até o mago cumprimentá-lo.

    [Druida] — Watson! Voltou são e salvo, e, ao que parece, com tudo que precisamos! — Disse, estendendo a mão para cumprimentá-lo, mas Watson continuou imóvel e o encarando. Percebendo o caso, ele afasta a mão.
    [Watson] — Por que saiu da casa? E levando George, sem nem mesmo me comunicar?
    [Druida] — Mas eu tentei me comunicar com vocês ontem! Usando o orbe que dei ao Lokan! Falando nisso, onde ele está?

    A firmeza do olhar mal encarado de Watson cai levemente, mas ele se mantém em silêncio, assim como o grupo. Jack decide se aproximar e explicar no lugar.

    [Jack] — Ele foi para um lugar melhor.

    O druida o olhou com estranheza. Não só por não o conhecer, mas também por sentir algo estranho nele. Mas, no fundo, seu verdadeiro eu, Banor, reconhece o rapaz. Era seu filho caído que ganhou uma segunda chance. ”Então ele sobreviveu a manifestação e a personificação da corrupção e está aqui, de pé, sob controle de seu próprio poder.” Pensa Banor, enquanto fita o seu filho. ”Os dois são verdadeiros prodígios. Preciso me manter aqui e ajudá-los, só assim pararei Urgith.”

    [Druida] — Ora, que pena... Deve estar bem nos Jardins de Lezario. Bem, quem seria você?
    [Jack] — Meu nome é Jack. Jack Alarstake, irmão de George.

    O sobrenome descoberta a curiosidade de alguns sacerdotes, inclusive do líder. Ele se levanta e se aproxima do grupo a passos lentos, analisando-os melhor.

    [Druida] — Bem, sou Gormelegne. Lembrei do meu nome, viu, Watson? Não é ótimo? — Disse, olhando para Watson, mas ele não responde.
    [Líder] — Peço meu sincero perdão pelo inconveniente. A ideia foi minha, pois assim como eu senti algo muito ruim dentro da casa de Gormelegne, também senti outras coisas ruins rondando a cidade e provavelmente buscando o rapaz, por isso pedi para que George fosse trazido para o templo. Meu nome é Danielle, líder dos sacerdotes e guardiã do templo, prazer em conhecê-los. — Disse a mulher de cabelos morenos, aparecendo ao lado de Gormelegne e cumprimentando Jack com um aperto de mãos, assim como Watson, que não recusou, e a dupla logo atrás.
    [Jack] — Ficamos agradecidos.
    [Danielle] — George precisa ser curado logo. Sinto que ele está lutando com unhas e dentes para voltar a ficar consciente, mas está começando a perder. Do jeito que está este mundo, é prioridade curá-lo para enfrentar o inimigo. Vocês possuem tudo?

    Jack mostra o grande amuleto da bruxa no seu pescoço, enquanto Watson pega a foice nas costas e mostra o saco cheio de pomérias.

    [Danielle] — Ótimo. Então, sigam-me, George está naquele quarto.
    [Gormelegne] — Momento! Você trouxe uma foice, Watson, e não um cajado. Pensei ter sido claro no pedido.
    [Watson] — Wadzar combinou a Espada de Fusia com o cajado e gerou essa foice.

    Danielle arregala os olhos, enquanto os sacerdotes olham, inquietos.

    [Danielle] — Então você tem uma arma de Lezario em suas mãos... Assim como George tem a Espada de Lezario. As chances do ritual dar certo agora são noventa e nove por cento! Vamos!

    O grupo segue para dentro da porta na parede a frente deles, e ao abri-la, veem George deitado imóvel numa cama, com os olhos abertos e vazios, vestido de uma calça vermelha e uma camisa branca, enquanto a janela do quarto está semiaberta, deixando pouca luz entrar no quarto. O grupo chega primeiro, enquanto os sacerdotes vão para os cantos e trazem os objetos necessários para conduzir o ritual.

    [Gormelegne] — Vamos, senhores! Baldes, água, bacia, vamos! É pra ontem!

    Os sacerdotes, que trajavam mantos que cobriam seus corpos, cujos tinham tons de madeira com verde, apressam-se para fazer os preparativos. Eles trazem dois baldes cheios de água e colocam o conteúdo na bacia, deixam num balcão próximo e recolhem o saco com pomérias de Watson, colocando num pilão, jogando um pouco de água quente e esmagando-as. Elas se misturam com a água e deixam-na com uma tonalidade branca, parecida com leite. Os sacerdotes fazem isso com várias flores, levando-as a bacia, que não era tão grande, e tornando sua água cada vez mais branca.

    Quando elas acabam, notam que a água não está perfeita ainda. Aquilo preocupa a todos.

    [Jack] — E agora?

    Danielle repara no amuleto em seu pescoço, e pede para ele. Ao pegá-lo, nota um pequeno feitiço o selando.

    [Danielle] — A bruxa era poderosa, principalmente com maldições e selos, mas bloquear objetos assim não parecia ser a especialidade dela.

    A líder apenas emite um brilho com suas mãos e destranca o amuleto, revelando bastante do líquido das pomérias. Admirados com a habilidade dela, dão caminho para ela espalhar todo o líquido na bacia, cuja água agora estava perfeitamente branca. Ela dá o objeto para um sacerdote próximo, que o guarda. Ela se levanta e fita Watson com seus olhos esverdeados, como se exigisse algo. Ele dá a ela a foice, e ela afunda a lâmina da arma na água da bacia.

    [Danielle] — Esperemos um minuto. Enquanto isso, levantem George e segurem-no sentado.

    George é levantado pelos sacerdotes, inclusive por Gorlemegne, enquanto a foice recebia a essência da poméria. Watson é chamado para perto da bacia, logo atrás de George.

    [Danielle] — O portador da foice deve fazer este processo. Pegue a foice quando lhe for pedido.

    Watson assentiu e aguarda o momento certo. A sala é tomada pela ansiedade, mas ninguém imagina que é Gorlemegne, ou Banor, o mais ansioso dali. A sala parece ter tremido levemente quando Danielle disse para retirar a foice da água, e lentamente Watson o fez.

    [Danielle] — Levantem a camisa de George por trás. — Disse, e assim os sacerdotes o fizeram. — Agora, Watson, pegue a foice e leve a de encontro nessa região — Disse, colocando a mão na região dita, que parecia ser a direção do coração dele — E dessa forma, perfure-a.

    A ideia perturba um pouco Watson, mas ele confia nela, assim como Jack também. Assim, Watson coloca a ponta da foice na região, entre os dedos de Danielle, e ela os retira devagar. De forma surpreendente, a foice perfura a carne de George e vai mais e mais fundo, mas quando eles percebem, não havia nenhum buraco ali, tampouco uma gota de sangue. É como se a foice fosse falsa, mas ela entrava perfeitamente lá. Danielle diz para diminuir o ritmo, e em alguns segundos, ela pede para parar.

    [Danielle] — É a hora. Toque o coração dele, Watson, e você tocará e destruirá a maldição.

    A sala fica em um silêncio mortal. Watson assente e mexe com a maior cautela possível a foice para frente, sentindo algo o parando lá dentro. Então, eles ouvem um altíssimo som semelhante a uma gota tocando a água, e subitamente, George começa a gritar. O grito é poderoso, como se fosse uma espécie de berro de dor de alguma criatura maligna. O som é ensurdecedor, fazendo alguns dos presentes ali taparem os ouvidos.

    [Danielle] — Watson! — Grita, para o mago, chamando-lhe a atenção — Puxe a foice para fora! Rápido!

    Watson não questiona e rapidamente puxa a foice, mas com dificuldade. É como se algo pesado estivesse ali dentro, lutando para não sair. É tanta a dificuldade que Watson se incendeia em chamas roxas para ter a força suficiente, conseguindo finalmente puxar o espírito ali dentro, algo etéreo e sem corpo físico, negro e estranho. Era como se bastante fumaça de um incenso tivesse se juntado e formado um corpo negro.

    Watson ergue-o para cima, enquanto George para de gritar e seus olhos se fecham. O espírito agora está ali, urrando de dor e desespero e lutando para sair.

    [Danielle] — DESTRUAM A MALDIÇÃO!

    Gorlemegne deita George, liberando os sacerdotes que o carregavam, para que assim todos ficassem reunidos. E, em uníssono, uma esfera dourada é disparada da mão de cada um dos dez sacerdotes ali, atingindo o espírito e fazendo-o desaparecer. Watson coloca a foice em guarda. Está acabado.


    24 de Maio de 1400, 13:10

    Um dia se passou. George ainda está desacordado, e Danielle e Jack ficaram no quarto este tempo inteiro, vendo se ele finalmente desperta de seu devaneio sombrio.

    [Jack] — Ele... Acordará?

    Danielle fita o rosto de George, que já não estava mais pálido e parece mais saudável. Ela se levanta, olhando rapidamente para Jack, e então, voltando o olhar para o guerreiro, de forma sombria. Passando a mão pelo rosto do rapaz, ela parece convencida de que tudo dará certo e afasta a mão.

    [Danielle] — Levante-se, morto.

    George abre os olhos.









    Próximo: A Nova Era - Parte II.


    E aqui marco o fim da primeira parte do livro I de O Mundo Perdido. Depois de quatro anos, finalmente cheguei neste ponto. Não sei quanto tempo mais demorará para terminar definitivamente este livro, mas espero que não demore muito mais.

    Até logo, pessoal.
    Última edição por CarlosLendario; 31-07-2016 às 18:31.



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  7. #307
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    Saudações!

    Cumprindo minha promessa de comentar o quanto antes, aqui estou!

    Rapaz... Que capítulo! Tinha tudo para dar errado para a turminha, mas deu certo! Seria muita sacanagem fazer a galera brincar de "pega pra capar" só para achar o George de novo, rs.

    A narrativa ficou excelente; suas descrições estão cada vez melhores e mais fluida, sem sinais de pressa. No entanto, aquele errinho de sempre (das tensões verbais em infinitivo onde deveriam permanecer em pretérito perfeito ou imperfeito) continua a aparecer. Foram alguns punhadinhos de verbos, mas nada que uma revisão não resolva. Uma dica de ouro em narrativa é se atentar à tensão verbal da maioria: se você utilizar a grande maioria de verbos e expressões no pretérito, o que você vier a adicionar de verbos também deverão estar no pretérito, salvo as falas dos personagens. O mesmo seria válido se você optasse por uma narrativa focada no presente, onde as tensões do discurso indireto deveriam estar no infinitivo também.

    No mais, gostei da (re)aparição do Gormelegne (fazia muuuuuito tempo que eu não via esse sujeito hahaha) e da introdução do capítulo, que ficou de arrepiar. Quero MUITO saber quem foi que falou com Jack. Como sempre, ansiosa pelo próximo capítulo, e pode apostar que estarei te acompanhando aqui e em quaisquer outros cantos que você optar por mostrar seu trabalho!


    Abraço,
    Iridium.

  8. #308
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    E aí, Carlos!

    Passando aqui só pra dizer que comecei a ler essa história. Quando eu avançar mais na leitura, edito esse comentário com minhas impressões (já adianto que gostei do primeiro capítulo).
    Son of a submariner!



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