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Tópico: O Mundo Perdido

  1. #261

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    Cara, tá de parabéns! Ótimo enredo e realmente conseguiu me prender na leitura.
    Confesso que não li tudo, mas se continuar desse jeito, pode vir a ter sucesso.
    Criei meu perfil só pra comentar aqui mesmo kkk

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  2. #262
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    Padrão Capítulo 35 - Outra Jornada

    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações!

    Minha nossa, olha a treta! Rapaz, a coisa ficou tensa. Jack está livre mas não está livre, George está entre a vida e a morte e Watson não sabe mais o que vai fazer dessa vida! E essas tropas gaiatas chegando, então?

    Carlos, continue, que está muito interessante. Você está com um ritmo de escrita um pouco mais ágil; tente aproveitar essa onda para descarregar tudo o que estiver na sua mente =)

    Eu não sei se estou torcendo para que dê tudo certo no final ou para que o mundo se exploda - só sei que quero ver o que mais está ainda por vir. Quanto à escrita, deu uma melhorada também; esse capítulo me pareceu mais revisado, apesar de ter uns pequeninos erros na escrita de uma sentença ou outra. A melhora só vem com a prática, e isso você já vem fazendo. Continua nesse caminho que você já já desenferruja. Estou aqui caso precise de alguma ajuda.

    Abraço,
    Iridium.
    Ficou bem complicado mesmo, mas logo todos estarão de volta lutando contra os males do mundo

    Obrigado pelos elogios, se está tão interessada, então, eu fico feliz, já que meu objetivo era criar um clímax forte, e acabei conseguindo. Vou continuar tentando desenferrujar, e espero que a história esteja boa pra se ler daqui pra frente.

    Continue acompanhando

    Citação Postado originalmente por Danboy Ver Post
    Parabéns, a escrita melhorou muito! E tiveram poucos erros também!!!

    Deu muito mais gosto de ler!

    E gostei do enredo também, aquela conversa sobre os deus foi muito legal!

    Parabéns! Continue assim!
    Ae dantio, valeu por tudo. Vai ficar mais interessante ainda daqui pra frente - Pelo menos eu espero.

    Citação Postado originalmente por gustavoparanhos01 Ver Post
    Cara, tá de parabéns! Ótimo enredo e realmente conseguiu me prender na leitura.
    Confesso que não li tudo, mas se continuar desse jeito, pode vir a ter sucesso.
    Criei meu perfil só pra comentar aqui mesmo kkk
    Bem vindo, novo leitor. Achava que essa história não tinha mais esperança de ter novos leitores.

    Obrigado por tudo, e fico realmente feliz por você ter criado um perfil só pra comentar aqui. Me inspira bastante.




    Fiquem com o próximo capítulo. Novamente, se acharem algo que poderia ter sido corrigido, me falem.



    No capítulo anterior:
    Jack acabou se tornando um guerreiro dos céus caído ao achar que George estava morto. Seu espírito é arrastado pros Portões de Devovorga, a entrada para o Purgatório, e ele acaba descobrindo que todos os guerreiros dos céus caídos são receptáculos para uma criatura que pode ser até mais poderosa do que Zathroth. Buscando boas memórias, ele consegue escapar no último momento, quando percebe que havia algo iluminado dentro dele. No entanto, ele não volta completo, pois o único que reconhece é George, e só tem em sua mente que precisa da cura para seu irmão. Watson e Lokan também tentarão ir atrás da cura, ao mesmo tempo que buscam por informações sobre Jack.



    Capítulo 35 – Outra Jornada



    Tibia
    Salões de Fardos




    O Céu tibiano era brilhante, lindo, de pura paz e inocência. As boas criaturas que morriam iam para lá, com a garantia de terem seu próprio céu projetado de suas memórias. Acima dos mortais, onde está os seres mais poderosos de Tibia, e onde encontra-se os deuses, hoje era palco de diversas discussões entre os deuses, que em sua forma original, tinham um tamanho próximo ao de um continente, e todos encontravam-se sentados em tronos customizados por eles.

    Um ser humano iluminado, aparentemente o maior daquele salão, com um tom amarelado, encontrava-se no fundo do primeiro andar dos salões, sentado num largo trono de ouro e ornamentado com rubis. Tinha uma grande gaiola em seu colo, onde se encontrava um ser adormecido. Os salões grandiosos possuíam altíssimas colunas brancas, o chão, muito branco, continha várias pinturas de momentos importantes de Tibia, como o nascimento dos deuses, a criação de Tibia, a queda dos demônios, a queda de várias criaturas do mal da Genesis Tibiana, entre muitos outros. Os salões encontravam-se acima de uma grandiosa nuvem bem formada e clara.

    Uma discussão devagar no local é interrompida quando uma luz menor, porém, poderosa, surge no centro do salão. Esta, com um formato de um humano com asas, e em sua forma de grande poder, trazendo uma iluminação branca e um pouco azul ao seu redor, ajoelhou-se perante o criador de Tibia, Uman, sentado no trono de ouro.

    Apenas contornos um pouco escuros fazem o rosto das figuras, principalmente desta no centro. Os mesmos contornos formavam suas asas com iluminação azulada. Era Banor. Uman pareceu visivelmente incomodado com a aparição do semideus.

    [Uman] — Veio aos sagrados salões de Fardos apenas para apresentar a aura de vergonha que paira sobre você? — A voz dele era poderosa, lembrava vidro sendo esmagado.
    [Banor] — Eu sinto muito, meu criador. Eu achei que algo tinha que ser feito com urgência.
    [Uman] — A última vez que você foi resolver um assunto com urgência, você criou a maior ameaça existente da história do nosso universo. Poupe-me de desculpas sobre suas decisões precipitadas e seu heroísmo.

    Banor virou o rosto para o lado, resignado.

    [Uman] — Você criou confusão aqui, Banor. Ainda bem que você é apenas um semideus, pois imagine a confusão que ocorreria aqui se um deus fosse tão longe?
    [Banor] — Meu criador, eu gostaria que entendesse que a ameaça que está por vir...
    [Uman] — Não me interrompa! Você foi longe demais. Quase matou um Ruthless, se ele tivesse sido morto, de fato uma guerra irromperia e Tibia deixaria de existir! Nós limpamos sua sujeira com dificuldade e estamos muito decepcionados.

    O semideus abaixou a cabeça. Aos poucos, ele ficava visivelmente irritado.

    [Banor] — Nunca duvidei de sua capacidade e inteligência em resolver muitas questões, meu criador. Mas agora você está abrindo espaço para uma ameaça muito perigosa. Antigos inimigos ameaçam nosso mundo e só podemos depositar nossa fé em três poderosos guerreiros.
    [Uman] — Desnecessário. Urgith é um cão que late, mas não morde. Ao invés disso, ele manda suas pulgas para tentar nos atrapalhar. Sabe disso.
    [Banor] — Não! — Levantou sua cabeça, já irritado — Os Ruthless não nos atrapalham, eles estão apenas tentando destruir nossos últimos recursos para começar seu plano. Eles incendiarão Sensaton, e enfim virão para nosso mundo; Milhões morrerão, nosso mundo começará a morrer e nossos divinos guerreiros e deuses irão cair! Uman, mais do que nunca, você precisa agir!

    A sala ficou em silencio por alguns momentos. Banor ia ficando mais impaciente a cada segundo. Demorou para Uman voltar a responder, e este afundou seu rosto em sua mão.

    [Uman] — O que quer que eu faça?

    O primeiro humano abriu um sorriso.

    [Banor] — Preciso que eu volte para Sensaton, com apenas uma pequena porcentagem de meus poderes, assumindo uma forma da qual eles não me reconheçam. Preciso guiá-los para duas armas de Lezatio restantes para que eles possam enfrentar Urgith assim que ele vier para aquele mundo.
    [Uman] — Não posso deixar que você volte para aquele mundo de novo!

    Então, um deus cuja luz a cercar seu corpo tinha um tom esverdeado, que seria Crunor, pede permissão de Uman para falar, e ele a concede, assim fazendo com que o que seria seu rosto começasse a ganhar o formato de uma boca, olhos, nariz e ganhou expressões. Banor virou-se para ele, ainda ajoelhado, esperando algum dialogo.

    [Crunor] — Uman, tenho uma grande ideia. Este homem sabe o que diz, por ser tão puro quanto antes fora em sua fase como o primeiro humano. Permita que eu o dê a forma de um druida não muito velho, mas experiente, do qual algum dos conhecidos de George confie. Ele deve ter apenas os poderes de um druida ancião e nada mais, a menos que ele enfrente uma ameaça que possa prejudicar a ordem da missão e que acabe o matando, e ai ele poderá usar seus poderes reais. Isso basta para que ele possa ajudar o trio a salvar Sensaton de Urgith. — Disse, calmo e sereno. Sua voz lembrava um rio descendo, e algumas vezes se percebia assovios de passarinhos sobre galhos.

    Uman cruzou os braços e novamente alguns momentos de silencio se seguiram. Banor parecia satisfeito com a ideia, o ajudaria muito a guiar George para as armas de Lezario. Ele virou-se para Uman e aguardou uma resposta.

    [Uman] — Bom, não posso negar que é uma boa e bem pensada ideia. Ainda mais que George não se lembrará do rosto de Banor, e este já terá uma primeira missão.
    [Banor] — O que quer dizer, meu criador?
    [Uman] — Quer fazer as honras, Nornur? — Direcionou a pergunta para a forma no trono de nuvens, que tinha um tom acinzentado, cujo estava próximo dele. Este assentiu e seu rosto se formou para que ele pudesse falar.
    [Nornur] — Banor... — O semideus voltou sua visão para ele — Enquanto você estava voltando para cá, George ganhou a forma final de guerreiro dos céus graças a uma guardiã de Sensaton. Ele matou Taffariel e derrotou Pumin, mas este último o amaldiçoou com um selo mágico criado por Urgith, e agora ele está completamente paralisado e sem ter como se comunicar. Ele está caindo em direção a morte, mas é um buraco que nunca acaba. Ninguém neste salão possui o poder de tirar aquilo, mas a cura está naquele mundo. Você poderá ajudar apenas o primo de George, Watson, e seu novo amigo, Lokan, a chegar na cura. As informações serão deixadas com você.

    Banor estava abismado. Sentia que todo o distúrbio que causou ali foi completamente inútil. Sentia que sua missão falhou e que era justo toda a raiva em cima dele.

    [Uman] — Não é hora para arrependimentos, Banor. Se bem que eu lhe daria uma ótima punição para este tipo de desacato a nós, mas como você próprio disse, é uma situação de urgência. Então, você parte agora. Sem dúvidas, sem raiva reprimida, apenas duas missões para cumprir. No final, você vai voltar. E se falhar e isso causar a libertação disso — Apontou para a gaiola em seu colo, cujo estava ninguém mais ninguém menos que Zathroth — Você sofrerá uma punição pior do que sofrer dentro do inferno, acredite. Boa sorte.

    Sua mão esquerda se levantou e uma poderosa luz projetada dela. Banor só teve tempo de se ver indo para Sensaton, e sua forma de druida sendo projetada em seu corpo.



    ~~*~~



    Sensaton
    Veneraten, 20 de maio, 11:02



    Era uma manhã ensolarada, o céu apresentava poucas nuvens e tudo parecia feliz e vivo. Após aquela noite sombria, parecia que aquele mundo estava muito satisfeito pelas ameaças demoníacas terem o deixado naquela noite sombria.

    Watson e Lokan encontravam-se na frente da casa de Wadzar. Após terem tido uma boa noite de sono numa estalagem próxima de Veneraten após todos os eventos da noite anterior, pareciam mais calmos, apesar de George quebrar o clima de felicidade que a cidade tentava empurrar para dentro de suas almas.

    Watson estava sentado ao lado da porta da casa, enquanto Lokan examinava George, tentando concluir suas suspeitas. Ele estava em cima de uma de suas montarias mágicas: Um bisão com dois chifres muito longos na testa, que tinha uma pelagem de cor um pouco azulada. George estava preso por cordas no lombo do animal, logo atrás da sela, com um cobertor ocultando seu rosto e deixando apenas os pés a mostra. Suas armas estavam do lado direito do animal, bem presas por fortes cordas.

    [Watson] — Alguma coisa?
    [Lokan] — Bom, tudo que sei é que é um selo petrificador. Ele é muito forte, e não sei como ele poderia ser curado ou pelo quê. Precisamos da ajuda de alguém bem mais experiente, quem sabe os sacerdotes de Darksand nos ajudem. — Cobriu o rosto do guerreiro, decepcionado.

    E por mágica ou coisa do destino, virando uma esquina ao norte da porta da casa, vindo em direção deles, vinha um homem encapuzado montado num cavalo marrom. Seu manto era marrom, com alguns bordados verdes. Ele chegou perto da dupla e desmontou de seu cavalo. Como mágica, um cajado esverdeado com um globo verde no topo surgiu em sua mão direita, do qual o usava para ter melhor equilíbrio para andar, apesar de não aparentar ser velho.

    [Druida] — Parecem precisar de ajuda... — Disse ele, com uma voz calma e madura.
    [Watson] — Obrigado, mas estamos aguardando o morador desta casa. Ele nos ajudará.
    [Druida] — HÁ! Vocês estão buscando ajuda de um dos maiores trapaceiros desse mundo?
    [Lokan e Watson] — O quê?
    [Druida] — É isso ai! Wadzar é um grande de um desgraçado. Este homem veio de Tibia ao mesmo tempo que os famosos Alarstake e Amerake, graças a ele, as famílias foram se quebrando e muitos morreram. Graças a ele que poucos sobreviveram e ele continua agindo. Ele é uma víbora, não se pode confiar nela nem virar as costas para ele que ele dará o bote.

    Os dois se olharam. Watson direcionou um olhar de inocência frente ao fato e Lokan de desaprovação.

    [Lokan] — Como pode nos ajudar, senhor?
    [Druida] — Posso ajudar com o jovem companheiro coberto ali no bisão azulado. Poderia vê-lo?

    Lokan assentiu com a cabeça e permitiu que o druida se aproximasse, e ele o fez. Deu a volta pelo bisão e desceu um pouco o cobertor. Os olhos abertos e petrificados o assustaram e o encheram de pena. Passou sua mão pelos cabelos ruivos de George, como se ele fosse seu filho e ele fosse um pai triste e sem esperanças. Com a mão direita em sua cabeça, colocou a esquerda em seu peito, e uma pequena luz branca surgiu de sua mão. Quando ela se desfez, ele recolocou o cobertor.

    [Druida] — A situação dele é péssima. Realmente péssima. Ele está morto, mas ao mesmo tempo não está. É uma roda infinita onde seu espírito tenta sair dela e achar a morte. Posso ajudar vocês, mas precisam acreditar no que eu disser.

    Assentiram. Mas Watson ainda parecia em dúvida sobre o homem.

    [Watson] — E qual é seu nome?

    Os olhos verdes do homem não expressavam o crescente desespero dentro de si. Como não sabia o dar um nome, tentou enganá-lo e sair desse problema.

    [Druida] — Me chamam apenas de ancião, eu não me recordo do meu verdadeiro nome. Bem, acompanhem-me.

    Watson, ainda desconfiado, se levantou e seguiu o homem, assim como Lokan, que montou em seu bisão, e o druida em seu cavalo. Enquanto andavam, o druida abriu um sorriso. Banor conseguiu um pouco da confiança deles.







    Próximo: Capítulo 36 - O Druida de Marrom.



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  3. #263
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    Gostei do Banor ter se tornado esse druida ancião! Bem clássico isso!

    A escrita segue boa, parabéns.
    Gosta de Roleplay?
    Então pegue uma xicará de chá, sente-se e leia a história de Dan da Cidade de Carlin.

    (Última Atualização: Livro V: Capítulo 5 - A Guera de Reconquista (Parte 2/2), postado no dia 06.03.2017)

  4. #264
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    Padrão Capítulo 36 - O Druida de Marrom

    Citação Postado originalmente por Danboy Ver Post
    Gostei do Banor ter se tornado esse druida ancião! Bem clássico isso!

    A escrita segue boa, parabéns.

    Obrigado, dantio. Realmente clássico, é um elemento que achei legal colocar na história, levando em conta que Banor era um sábio também.







    Quase um mês depois, eu lhes apareço para postar um capítulo. Bom, é um tanto quanto difícil fazer quando acontece certas coisas e sua cabeça fica cheia, então fui me arrastando nesse capítulo aos poucos, por ser um tanto quanto monótono. Mas enfim, cá está ele.

    Espero que gostem.



    No capítulo anterior:
    Banor é enviado para Sensaton como um druida ancião. O objetivo é ajudar Watson e Lokan a achar uma cura para George, e se possível, procurar Jack, tudo para ir atrás das três Armas de Lezatio. Ele surge próximo da dupla e ganha um pouco de sua confiança.




    Capítulo 36 – O Druida de Marrom



    A dupla se encontrava na casa do druida. A casa era bem iluminada, o teto era feito de madeira e as paredes eram as tradicionais paredes de pedra que aparentemente davam forma a todas as casas da cidade.

    A casa era estranhamente arrumada, já que um druida geralmente tem várias ervas, plantas e flores penduradas por todos os cantos da casa, com pequenos animais andando aqui e ali, com mesinhas contendo frascos com substâncias estranhas ou materiais para poções. Mas aquele druida era diferente: Tudo era guardado em diversos armários nos fundos da casa, enquanto a sala era um pouco vazia, contendo apenas um tapete feito de folhas e dois sofás comuns nos cantos da sala. Ele tinha um cachorro cuja pelagem era cor de avelã, e que se encontrava dormindo sobre o tapete. E era, aparentemente, o único animal ali. Tudo que deveria pertencer ao druida para o que quer que ele faça estava guardado.

    Havia uma porta aberta dando para um pequeno corredor, tendo um quarto a esquerda e dois quartos a direita. O druida ajudou a dupla a levar George para o primeiro quarto.

    Ali havia dois armários trancados, feitos de madeira bem conservada, e um menor e igual aberto, que possuía incensos acesos e pequenas plantas desconhecidas ao redor dos mesmos. Três camas estavam lá, estando uma ocupada e as outras duas livres. George foi colocado na cama que estava próxima da porta.

    [Watson] — E então, ancião? Pode nos dizer o que fará com o guerreiro? — Disse, tentando evitar dizer o nome de George.
    [Druida] — Não seja precipitado... Preciso ver melhor do que se trata, pode levar algum tempo.
    [Watson] — Você disse que sabia do que se tratava! Está nos enrolando?
    [Druida] — Sim, eu realmente disse, mas não tenho certeza. Recomendo aguardarem eu estudar melhor sobre este selo.

    Watson estava irritado e esperando algo vindo do druida que se encaixasse com o que acreditava. Nada veio, senão a tranquilidade do homem enquanto caminhava até o outro quarto.

    [Lokan] — Paciência, Watson, paciência. Estou vendo que resolver isso não será fácil.

    Watson grunhiu e mexeu os braços de raiva. Andava um pouco pelo quarto, passando a mão pelos cabelos acinzentados, tentando se acalmar. Se tinha algo que ele não queria fazer ali era explodir a casa do pobre druida, que não era tão velho quanto parecia. Enquanto o druida se dirigia para o outro quarto, ele ficou a frente da outra cama ocupada, e viu que uma criança estava ali. Era uma garotinha, tinha entre seis a oito anos, cabelos loiros e bem claros e trajava um vestido branco. O cobertor marrom, cheio de fios soltos, que cobria todo o seu corpo, parecia ser a única coisa que ela tinha.

    Lokan se aproximou e observou a criança.

    [Lokan] — Ela é linda, não parece doente. Será que é a filha dele?
    [Watson] — Não, esse quarto mais parece o mini-hospital dele. Pode ter perdido os pais ou algo assim.
    [Lokan] — Vestida assim, eu duvido muito. — Aproximou sua mão do rosto da criança, parecia estar lendo a cabeça dela. — Ela parece não acordar a muitos anos... Será que é outro caso parecido com o do seu amigo?
    [Druida] — Você faz sempre tantas perguntas? — A voz do druida veio da porta do quarto, onde ele se encontrava, tendo nas mãos um livro grosso aberto.

    A dupla se assustou com o aparecimento súbito do druida. Este, calmo como sempre parecia ser, dirigiu-se a George, e começou a examiná-lo. Enquanto os dois se aproximavam, o ancião via suas mãos, examinava o peito mesmo protegido pela armadura de lava, e checava os olhos sempre. Ele terminou concluindo que algo estava dentro dele, o fazendo adormecer dessa forma.

    [Druida] — O que temos aqui é um caso raro. — Ao ouvir isso, Watson suspirou pesadamente de impaciência, e Lokan cruzou os braços, ambos estavam cansados dos curtos e óbvios detalhes do druida — Seu amigo está com o coração e as circulações e veias negras, e seja lá o que esse selo fez, eu sei, ou melhor, tenho certeza, que ele paralisou completamente seu corpo, mas sua alma ainda está viva, ele pode até estar observando a nós agora.

    Watson olhou para os olhos praticamente sem vida de George e ficou chocado. O dava profunda agonia sentir seu corpo inteiro paralisado, podendo apenas olhar, e não poder pedir ajuda.

    [Lokan] — Pode confirmar o que tem dentro dele?
    [Druida] — Claro. O corpo dele travou, pois um espírito entrou dentro dele, e ele ainda não o tomou, pois a alma do seu amigo está lutando com unhas e dentes contra ele. Há um conflito dentro da mente dele, algo que não pode ser entendido no momento.
    [Watson] — Há uma forma de tirar esse espírito dentro dele?
    [Druida] — Sim. Mas preciso pesquisar mais, então, se me derem licença... — Ele fechou o livro e dirigiu-se até o outro quarto. Watson bufou, permanecendo a olhar para George.

    Passaram-se várias horas. Os dois estavam sentados na cama livre, e sentiam apenas muita ansiedade. Watson já estava em angustia, e suas mãos estavam quase irradiando suas chamas roxas. Lokan tentou acalmá-lo, colocando sua mão em seu ombro.

    [Lokan] — Não é necessário tudo isso. Pelo menos uma cura está sendo buscada.
    [Watson] — Cada hora que se passa, mais difícil fica o conflito dentro de George. Estamos perdendo tempo.
    [Druida] — Se perder tempo para você significa usar todo o tempo preciso para aprender algo crucial, acho melhor você rever seus conceitos. — Novamente o druida aparece na porta, com outro livro grosso em mãos. E novamente a dupla leva um susto.

    O druida vai em direção a George, e os dois o seguem. O homem vira-se para eles, sério e calmo, pronto para dar a resposta que queriam.

    [Druida] — Existe uma cura. Eu preciso que vocês partam em busca do Cajado do Primeiro Pecador, juntamente de uma planta rara, da qual pouco se sabe. Talvez vocês descubram mais com uma criatura que vive em Polerion.

    Apesar de tudo parecer bem confuso e nada fazer sentido para eles, Watson queria tentar seguir o ritmo do druida.

    [Watson] — O que seria essa criatura? Pra que ela servirá?
    [Druida] — Ela dará as informações sobre essa planta e como conseguir o cajado. Como parecem impacientes, creio que já desejam partir...
    [Watson] — Quanto antes, melhor! Lokan? — Virou-se para o sacerdote, um tanto animado e aliviado. Lokan temia pro que ia acontecer depois de dar sua resposta, e não reagiu.
    [Druida] — ...Mas vocês não podem. Não agora, neste momento.
    [Watson] — O que quer dizer?
    [Druida] — Desculpe-me, Watson, mas você é um tibiano, eu consegui notar isso pelo seu modo de andar e falar, e também pelo seu cabelo e roupa um tanto incomuns aqui. Antes de partir para Polerion, precisa conhecer algumas coisas sobre a ilha.
    [Watson] — Já sei o suficiente.

    O druida suspirou e olhou para o sacerdote, que mandou de volta o mesmo olhar e pensamento. Alguém que pensava que sabia de tudo, quando não sabia de nada.

    O druida levou Watson e Lokan para a sala de sua casa, mas o cachorro que estava lá antes já não se encontrava ali. O homem ensinou várias coisas sobre Sensaton para Watson, sobre os reinos e tribos existentes, um pouco sobre a história deles e os perigos de Polerion. Ainda chegou a ressaltar sobre Wadzar, e seu envolvimento com um espírito branco desconhecido. O feiticeiro tibiano acabou virando o foco da conversa sem querer.

    [Watson] — Wadzar pareceu confiável desde o começo. Ele nos explicou algumas coisas sobre este mundo, nos deu abrigo e comida e ia nos ajudar com uma... Missão nossa. Missão essa que culminou no estado atual de George.
    [Druida] — Mas que missão! Selo petrificante... Tem certeza que não foi atrás de uma das armas do Deus Lezario deixadas neste mundo? — Riu em seguida, tentando reforçar a ironia da sua frase, mas a dupla não gostou muito. — Bem. Wadzar é esperto, e conseguiu enganar vocês direitinho. Se ele os deixou as custas de um dos servos do Lendário Troll do Pântano apenas pra os parar, imagina o que ele faria pra matar vocês...
    [Watson] — Pensei que aquele era o monstro.
    [Druida] — Pensou. Apenas pensou. Vocês devem ter enfrentado apenas um dos servos, pois o original é um gigante. Muita sorte terem dado de cara com um fraco.

    A sala ficou em silêncio por um tempo. O Druida decidiu quebrá-lo, após alguns momentos.

    [Druida] — Devo ressaltar que Wadzar possui alguns artefatos deste mundo. O Cajado está desaparecido há muito tempo, e eu não duvidaria caso me dissessem que aquele desgraçado anda e dorme com ele.
    [Lokan] — Deveríamos ir atrás de Wadzar, então?
    [Druida] — Não, não. Atrás da criatura, como eu disse.
    [Lokan] — Poderia pelo menos nos dizer que criatura se trata?

    O Druida pensou por um momento, pois parecia não se lembrar do nome da criatura, apesar de saber o que era. Seus olhos ficaram mais abertos quando ele se lembrou do que se tratava.

    [Druida] — Trata-se de um grifo. O tipo, bom, ai eu já não sei.

    Lokan abriu um sorriso e pareceu entusiasmado com a busca ao saber que criatura era. Já Watson estava completamente perdido, pois não fazia ideia do que seria um grifo. Após alguns momentos de conversa, o Druida se levantou. Já era a metade da tarde, e o Druida os convidou para comer alguma coisa.

    Ao sentarem-se a mesa de jantar do druida, pensaram que ele iria os trazer muitos frutos, plantas comestíveis, quem sabe repolho ou vários tipos de alface. O que veio para eles foi um belo pedaço de pernil, e uma panela com os grãos brancos de Sensaton que Watson, obviamente, não conhecia. Ainda assim, era muito estranho um druida ter tamanha quantidade de carne em casa. Ele percebeu a desconfiança, e permitiu-se a esclarecer a dúvida.

    [Druida] — Acalmem-se. Certos druidas quebram essa tradição e se alimentam do que a natureza oferece, ou o que ela deixa pegar.

    Apesar de ainda parecer estranho, eles comeram bastante e conversaram mais pelo resto da tarde. Cada um compartilhando seus conhecimentos e experiência. E também montando um plano para ir atrás do grifo.

    Era fim de tarde. De mochilas prontas, munidos de um artefato esférico de comunicação e dinheiro, porém, com poucas informações, eles estavam a frente da porta da casa do druida, que estava explicando as últimas coisas que precisavam saber.

    [Druida] — Polerion é perigosa fora dos muros da cidade. É possível que vocês encontrem até mesmo Beemontes, Ciclopes, Centauros, Dragões de Pedra, Golems... É perigoso demais.
    [Lokan] — Não se preocupe. Com Watson, será fácil passar por essas coisas.
    [Druida] — Percebi. O poder que você tem dentro de si é muito poderoso, Sr. Watson. Não deixe de usá-lo.

    Watson assentiu, e eles se despediram para ir em direção do navio de Veneraten. Mas antes que começassem a andar em direção ao porto, ele os chamou para dizer algo mais. Watson já se encontrava incomodado pelo homem não os deixar partir.
    [Druida] — A última coisa que queria que vocês soubessem é que eu me lembrei do meu nome. É Curumin. Agora, vão, jovens. George estará a salvo aqui, dou minha palavra.
    [Watson] — Eu espero que sim.

    Se despediram pela última vez, caminhando em direção ao porto, ao leste da cidade, com Curumin acenando de sua casa, como se partissem para outra aventura. Mesmo sem saber onde estava Jack, ou como exatamente curariam George, eles estavam um pouco livres da pressão, mas ainda cheios de dúvidas, principalmente Watson.

    O Druida fechou a porta de sua casa e caminhava lentamente em direção ao quarto das vítimas que ele cuidava. Enquanto andava, seu corpo brilhava em tonalidade azulada e dava lugar a uma figura divina, de armadura esmeralda, cabelos brancos e duas espadas nos dois lados de sua cintura.

    [Banor] — Finalmente um tempo com meu filho.




    Próximo: Capítulo 37 - Tormenta.



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  5. #265
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    Bom capítulo! Explorou bem as conversas e o Druida (Curumim? Que nome é esse? hahahaha)

    Parabéns!

    No aguardo do começo dessa missão do Lokan e do Watson!




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    Então pegue uma xicará de chá, sente-se e leia a história de Dan da Cidade de Carlin.

    (Última Atualização: Livro V: Capítulo 5 - A Guera de Reconquista (Parte 2/2), postado no dia 06.03.2017)

  6. #266
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    Padrão Capítulo 37 - Tormenta pt. 1

    Citação Postado originalmente por Danboy Ver Post
    Bom capítulo! Explorou bem as conversas e o Druida (Curumim? Que nome é esse? hahahaha)

    Parabéns!

    No aguardo do começo dessa missão do Lokan e do Watson!

    ATÉ QUE ENFIM CARALHO
    Opa dantio. Obrigado por tudo, mesmo.

    Curumin é baseado num dos nomes do Gandalf na Terra-Média. Se bem que agora eu não lembro do nome, hehe.

    Espero que curta este capítulo





    Presumo que até o capítulo 40 é que durará essa missão. Ou talvez não e dure mais uns. Veremos.

    Espero que gostem deste capítulo. Novamente, qualquer erro, avisem.




    No capítulo anterior:
    O Druida Ancião, ou Curumin, revelou que George está com a consciência para o mundo real bloqueada por um selo, e que um tipo de espírito maligno está lutando com George em seu mundo psicológico numa batalha mental. Para tirar George disso e evitar que ele perca e morra, dando lugar para esse espírito, o Druida envia Jack e Lokan atrás de um lendário grifo em Polerion.



    Capítulo 37 – Tormenta, parte 1



    O porto de Veneraten parecia maior do que Watson imaginava. Havia pelo menos outros cinco navios ali, e sete saídas, contando sete barcos no porto. Elas estavam distribuídas pelo norte e pelo sul, e seu único problema eram as casas próximas dos pontos de desembarque, podendo atrapalhar a saída. Por isso o ponto do centro era o mais usado, apesar da estalagem logo abaixo dele estar destruída devido a invasão de orcs há dois dias. Entretanto, o Jachess não estava mais lá.

    Guiado por Lokan, a dupla andou pelo porto procurando algum capitão que os levasse para Polerion. Depois de falar com quatro e receber negações, o último, um capitão mais descontraído, parecia ser a última opção deles. Ele conversava com seu contramestre, aparentemente discutindo planos de viagem. Os dois entraram e perceberam que alguns soldados e guerreiros estavam no navio. Sem se preocupar, aproximaram-se do capitão o bastante para que este os percebesse.

    O capitão vestia um gibão negro com remendas de couro na altura do ombro, perto do pescoço, na cintura e nos cotovelos, calças vermelhas e botas de couro negras e um pouco gastas. Seus cabelos eram curtos e negros, e a pele bem bronzeada, certamente um homem do mar. Seu contramestre era negro, usava dreads nos cabelos e tinha uma barba grossa, contando com uma cicatriz na boca. Usava uma túnica verde, bermudas azuis e botas marrons. Ambos munidos de uma cimitarra.

    [Lokan] — Boa tarde. Seu navio está livre agora?
    [Capitão] — Difícil. Aqueles caras ali são do exército sensatano, estão partindo em busca de um trio causando confusão por ai. — Sua voz era um pouco fraca, fina, mas com tom sério.
    [Lokan] — Estranho, estou a tanto tempo em Veneraten e não ouvi nada sobre eles.
    [Capitão] — Passou os últimos dias numa caverna? Está todo mundo atrás — Aproximou-se do sacerdote, falando baixo — de uns tibianos cheios de poder. Eles chegaram aqui quando a cidade foi invadida por aqueles verdões podres, e dizem que foram esses tibianos que atraíram um demônio colossal pro centro da cidade e foram eles que o mataram. Hoje o templo da cidade não está mais com sua proteção e com nada para ajudar as pessoas, ele está em ruínas, cheio de atração demoníaca. Estamos pensando em sair daqui o mais rápido possível.

    Watson ficou tenso, principalmente por se lembrar de Bloodherg. Já para Lokan, aquilo era completamente novidade, desde a invasão até o demônio. Não pode deixar de mostrar grande surpresa ao ouvir aquilo.

    [Watson] — Então esse é o seu dia de sorte. Estamos querendo partir para Polerion.

    O capitão pareceu não gostar muito da ideia.

    [Capitão] — Os soldados sensatanos tomaram este navio para partir numa missão nesta noite. Zarparão para Polerion, pois descobriram que uma parte do céu explodiu na noite passada e acham que tem algo a ver com os tibianos.
    [Watson] — Se for esse o caso, nós iremos os ajudar também.
    [Contramestre] — É missão da coroa. Não se enfia o dedo nessas coisas. — Sua voz era grossa e baixa, mas nítida. Dava o ar de saber o que estava falando.
    [Watson] — Veremos... — Virou-se e foi de encontro aos soldados, conversando em grupo. Um maior estava entre eles, com uma armadura vermelha mais completa, e usava um capuz ao invés de um capacete, que possuía uma linha amarela reta que ia até a ponta dele, além de ter uma boa grossura.

    Quando Watson estava se aproximando, o maior foi avisado sobre ele e virou-se para ver o feiticeiro chegando. Pela faixa no braço direito dele e o símbolo do S com espadas de ouro cruzadas, ele poderia ser um capitão ou comandante. Ele cruzou os braços, esboçando um semblante de superioridade frente ao feiticeiro, que era mais baixo que ele.

    [Comandante] — Alguém envelheceu muito, mas o rosto teve a sorte de não sofrer com isso... Por ser horrível. — Gargalhou junto de seus homens. Sua voz era grossa, fazendo jus a seu corpo forte e musculoso. Ele estava ridicularizando os cabelos brancos do feiticeiro.
    [Watson] — Não quero brincar. Quero caçar os tibianos que causaram discórdia nessa cidade.
    [Comandante] — Interessante... — Seu comportamento mudou um pouco, devido ao interesse do homem de querer se envolver numa missão tão perigosa. — Qual sua classe?
    [Watson] — Sou um feiticeiro.
    [Comandante] — Feiticeiro? Urgh. Feiticeiros gostam apenas de ficar lendo livros por horas, fabricar poções e se vangloriar de sua inteligência. Não precisamos de sua escória.
    [Watson] — Pelo menos eles tem inteligência o bastante para saber que sua tropa precisa de força mágica para uma missão como essa.

    Os guerreiros ficaram receosos, não imaginavam alguém com coragem o bastante para inferiorizar algo daquele homem de forma tão imponente. Já ele começou a ficar seriamente nervoso.

    [Hiagaram] — Sabe quem sou eu, verme? Sou Hiagaram, comandante sensatano, Guerreiro Arcano de alta classe, um dos maiores e melhores comandantes desse continente! Meça bem suas palavras antes de falar qualquer coisa comigo!
    [Watson] — Se você é um comandante, deve saber que ir atrás de tibianos de força desconhecida exige mais homens e principalmente feiticeiros e druidas na sua tropa. Eu estou me oferecendo para ajudá-lo e talvez evitar que você perca homens a toa.
    [Hiagaram] — Não me venha com essa! Não sou tão burro a ponto de usar tão poucas tropas. E também não sou tão estúpido para contar qualquer coisa sobre planos secretos da coroa. Agora, saia!
    [Watson] — É claro que você é burro, pois você não quer contar com magos na sua tropa, e é claro que você é estúpido, pois você acaba de revelar que vai atrás do incidente com grande quantidade de tropas. Você matou um comandante e roubou sua faixa e sua armadura para se tornar um?

    Os guerreiros se afastaram ao verem as mãos de Hiagaram se fecharem. O que veio em seguida foi um poderoso soco de sua mão direita, que mesmo tendo sido lançado rapidamente, Watson conseguiu segurá-lo. O comandante ficou vermelho de raiva e deu um chute fortíssimo do qual o homem de cabelos brancos não conseguiu desviar. Foi lançado ao chão até próximo da outra mureta, ao lado de Lokan e os dois homens.

    [Contramestre] — Falei.

    Lokan se levantou e se preparou para incendiar seu corpo com suas chamas púrpuras, mas lembrou-se de que já tinham visto as chamas púrpuras antes. Ele, então, decidiu usar o poder para fazer magias mais poderosas. Carregando eletricidade em suas mãos, ele levou o braço direito para o alto e o esquerdo para baixo, e fez grandes esferas de energia. Conectou uma a outra, juntou suas mãos e lançou uma onda elétrica em direção de Hiagaram, o derrubando.

    Ele se levantou e jogou sua mão direita para o lado. Do fogo, fez-se um berdiche*, cuja lâmina era cheia de ornamentos representando o fogo, e o cabo tinha um degradê de laranja para o vermelho.

    Deu um salto com a arma levantada e a desceu. Watson desviou, deixando a arma cravar o chão. Encheu sua mão direita de fogo comum e desferiu um poderoso soco no rosto do homem, fazendo-o largar a arma e cambalear para o lado. Gerou grandes quantidades de chamas na mão e lançou contra ele, enquanto ainda cambaleava, o derrubando. O feiticeiro correu até ele, deu um salto e gerou um martelo de fogo das próprias mãos, e desceu-o. E do fogo, surgiu uma espada da mão de Hiagaram, defendendo o forte golpe, que explodiu na sua espada, lançando Watson para trás.

    Uma vez de pé, Watson preparou uma nova magia, dessa vez um globo de fogo que fez em frente de Hiagaram. Ela cresceu tanto que explodiu, causando grande dano ao guerreiro, e o lançando para longe. E não parou por ai: De sua mão esquerda, surgiu uma corrente flamejante que se lançou até o comandante, o envolveu ainda no ar e o prendeu, permitindo que o feiticeiro o puxasse até sua direção. Quando o alcançou, ele desferiu-o um soco flamejante, deu-lhe uma joelhada na região abaixo da barriga que estava exposta, o afastou e lançou-o para longe com uma onda de chamas.

    Hiagaram girou no ar e cravou sua espada no chão de madeira. Watson simplesmente surgiu na sua frente, dando-lhe um poderoso golpe do mesmo martelo flamejante de antes em suas costas, o colocando definitivamente no chão.

    O homem de cabelos brancos era fitado por todos no navio, que estavam completamente pasmos, tirando Lokan, que compreendia a alta força mágica de Watson. Este foi até o berdiche de Hiagaram, tirou ele do chão, e foi até sua direção, puxando o capuz um pouco chamuscado do comandante e ameaçando sua garganta com a arma.

    [Watson] — E então, posso me juntar a sua tropa?
    [Hiagaram] — B-Bem vindo. — Disse, com medo de apanhar mais ainda do feiticeiro. Apesar de não ter sido realmente derrotado, sabia que não tinha chance e poderia morrer.

    Watson o ajudou a se levantar e lhe entregou sua arma. Hiagaram fez a espada e o berdiche desaparecem em fogo, aparentemente ele guardava suas armas de outra forma. Ele foi até a direção do capitão, seguido por Watson.

    [Hiagaram] — Desculpe por qualquer coisa... Só venho lhe informar que os dois magos estão na minha tropa.

    O contramestre engoliu o riso e o capitão sorriu. Ele assentiu com a cabeça e o comandante, envergonhado, voltou até suas tropas na outra mureta, ameaçando-lhes caso houvesse algum comentário, sequer um riso disfarçado. Agora, bastava apenas a dupla a aguardar o navio partir.

    ~~*~~



    Era noite, uma lua minguante encontrava-se no céu escuro e cheio de estrelas. Novos soldados haviam se unido a comitiva de Hiagaram, e o grupo parecia completo. Os marujos do capitão também retornaram ao navio, que trataram de cuidar de qualquer dano causado pela incrível luta ocorrida ali.

    Dadas 20 horas, o navio içou velas e zarpou silenciosamente. Watson e Lokan se sentaram nas muretas da direita do navio, ao lado de outros soldados. A maioria dos marujos foi para o convés, restando apenas alguns nas velas. A viagem seguiu calma e silenciosa, sem nenhum incomodo. Os soldados conversavam pouco, pois ainda sentiam que Hiagaram os socaria e jogaria no oceano caso falassem qualquer coisa relacionada ao que aconteceu.

    Horas se passavam e muitos soldados se encontravam dormindo. Hiagaram foi para a cabine, já que havia uma cama ali para ele. Outros soldados foram para o convés para dormir. Watson e Lokan continuavam acordados e atentos. Vendo que ninguém os ouviria, Lokan se pôs a falar.

    [Lokan] — Você não usou suas chamas verdadeiras. Como?
    [Watson] — Tenho controle sobre elas. Além disso, era completamente desnecessário fazer aquilo, fora que descobririam que sou um dos tibianos.
    [Lokan] — Tem razão.

    Uma nevoa começou a tomar o navio. A noite já estava avançada, era uma madrugada quieta e misteriosa. Lokan não via nada para passar o tempo senão conversar um pouco.

    [Lokan] — Aquelas magias... Nunca vi algo parecido.
    [Watson] — Nem eu. Veio na minha mente, usei os poderes demoníacos para gerá-las.
    [Lokan] — Notei. A cor dos seus olhos ficou roxa naquela hora.
    [Watson] — Ainda bem que ninguém percebeu.

    O capitão viu os dois lá embaixo e foi até a direção deles, enquanto falava.

    [Capitão] — Super magos, o que fazem ai ainda? Vão repor suas energias no convés. A viagem será longa, mas o navio está na rota certa. Rumun ficará lá para cuidar do navio e manter a rota enquanto todos dormem, junto de dois marujos.
    [Lokan] — Não se preocupe conosco. Podemos ajudar a cuidar do navio.
    [Capitão] — Vocês são meus passageiros, devem ter uma boa estadia.
    [Watson] — Escute, não pagaremos nada?
    [Capitão] — Para quê? Vocês são problema do comandante. Aliás, que surra que você deu nele! Aquele retardado já vem causando poucas e boas há bastante tempo por ai. Você cortou as asinhas dele, pelo menos por um tempo.
    [Watson] — É, mas não dou importância pra isso. Ele simplesmente me agrediu, e eu revidei.
    [Capitão] — Me diga, aonde aprendeu tudo aquilo?
    [Watson] — Gatinan. Ótimo local para aprender magias agressivas. — Lokan pareceu avoado ao ouvir aquilo, já que a um dia atrás, Watson não sabia nem aonde comprar peixes em Fusia e já conhecia um local pouco conhecido.
    [Capitão] — Realmente. Bom, se quiserem, fiquem ai. Se ficarem com sono, há camas e palheiros no convés. Nada de grande qualidade, mas dá pro gasto. Até amanhã! — Despediu-se e se dirigiu a cabine do navio.

    O Capitão estava puxando a porta da cabine quando o contramestre gritou.

    [Contramestre] — Capitão! Venha rápido!

    O capitão bufou e foi até ele. Ele parecia falar que a névoa parecia anormal e que algo estava errado ali, e que o vento não estava trazendo apenas o cheiro do mar, havia algo a mais ali.

    Um som de ferro colidindo com ferro quebrou o silencio do mar. Em seguida, o navio balançou violentamente, aparentemente algo se chocou com ele. Watson e Lokan se levantaram e olharam para os lados, até começarem a ver tochas sendo acesas a esquerda do navio.

    [Capitão] — REBELDES! A BOMBORDO! — Berrou com toda a força que tinha, fazendo os marujos saírem do convés junto dos soldados.

    O navio inimigo já estava do lado do outro, e seus tripulantes já se encontravam colocando tábuas longas ligando uma mureta a outra e lançando ganchos presos a cordas em todos os cantos. Vários guerreiros bárbaros com machados começaram a entrar no navio, além de alguns guerreiros com armaduras leves com extensões escamosas e espadas longas. A dupla se afastou e começou a atacar os bárbaros, mas eram muitos e rapidamente eles estavam cercados. Um bárbaro de ombreiras, caneleiras e botas um pouco azuladas, com um cabelo loiro preso num rabo de cavalo e um grande machado de duas mãos ameaçador, estava frente a eles. Watson acabou reconhecendo o sujeito.

    Era Polos Alarstake.



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  7. #267
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    Saudações Carlos!

    Desculpe minha demora e sumiço -- esses últimos tempos andaram mais complicados e precisei ficar um pouco mais imersa no Tibia para poder voltar a ter ânimo de escrever e ler as histórias da Seção. De qualquer forma, eu li os últimos 3 capítulos postados por você, e devo dizer que gostei muito deles.

    Como o Dan já pontuou, gostei de você ter tornado Banor um Druida. Além do fato de Banor ser um personagem importantíssimo na história de Tibia, é bom ver alguém o explorando dessa forma. Espero continuar vendo mais dele. Estou gostando muito do andamento da missão também e quero ver o desenrolar de tudo isso.

    Ah, "Curumin", se n me falha a memória, é um termo em tupi ou em guarani que significa "jovem, garoto ou criança". Não sabia da relação com Gandalf, contudo. Vivendo e aprendendo, rs. Em termos de ortografia, nada me saltou aos olhos -- o texto está bem revisado e formatado. Continue assim =)

    De qualquer forma, estou acompanhando. Aguardo o próximo capítulo.

    Abraço,
    Iridium

    P.S.: Ao menos vc está tendo muita força de vontade e determinação para terminar a sua história... Eu precisava retomar a minha xD

  8. #268
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    Citação Postado originalmente por Iridium Ver Post
    Saudações Carlos!

    Desculpe minha demora e sumiço -- esses últimos tempos andaram mais complicados e precisei ficar um pouco mais imersa no Tibia para poder voltar a ter ânimo de escrever e ler as histórias da Seção. De qualquer forma, eu li os últimos 3 capítulos postados por você, e devo dizer que gostei muito deles.

    Como o Dan já pontuou, gostei de você ter tornado Banor um Druida. Além do fato de Banor ser um personagem importantíssimo na história de Tibia, é bom ver alguém o explorando dessa forma. Espero continuar vendo mais dele. Estou gostando muito do andamento da missão também e quero ver o desenrolar de tudo isso.

    Ah, "Curumin", se n me falha a memória, é um termo em tupi ou em guarani que significa "jovem, garoto ou criança". Não sabia da relação com Gandalf, contudo. Vivendo e aprendendo, rs. Em termos de ortografia, nada me saltou aos olhos -- o texto está bem revisado e formatado. Continue assim =)

    De qualquer forma, estou acompanhando. Aguardo o próximo capítulo.

    Abraço,
    Iridium

    P.S.: Ao menos vc está tendo muita força de vontade e determinação para terminar a sua história... Eu precisava retomar a minha xD
    Opa, Iri. Salvou essa história de cair num poço de novo.


    Você já explicou bem a cerca da demora, e tá bem explicado, não se preocupe. E espero que estes últimos capítulos tenham te ajudado a devolver sua inspiração

    Banor irá ter mais utilidade futuramente, não nesse livro, mas futuramente. Espero que isso seja convincente, já que acho ele um ótimo personagem e que pode combinar com a história.

    E eu não sabia desse lance do significado do Curumin Oo ele nunca teve nada a ver com o Gandalf. Eu baseei Curumin no nome "Ólorin", nome do Gandalf quando este era um Maiar. Bem, devo dizer que Banor ainda está procurando um nome que combine com ele, então Curumin pode deixar de ser o nome dele. Na verdade isso é uma desculpa pra eu achar um nome maneiro pra ele, ainda bem que tenho um pouco de criatividade pra criar nomes HUUAHUA

    E obrigado por tudo, Iridium. Tem ajudado essa história pra caralho.







    Bem pessoal, essa é a continuação da luta no navio do capitão, que também conta com uma pequena conexão com um acontecimento dessa história atual. Espero que gostem!




    No capítulo anterior:
    Watson e Lokan encontram um navio para partir pra Polerion, mas este está sob controle de uma tropa de Sensalia. Watson desafia o líder dessa tropa para provar seu poder, tem uma luta dura com ele, e vence, com isso entra para a tropa junto de Lokan. No meio da viagem, numa madrugada escura e pouco visível, um navio de rebeldes encosta e invade o navio do capitão, e um dos lideres é alguém inesperado: Polos Alarstake, um primo de George.



    Capítulo 37 – Tormenta pt. II




    O navio se encontrava furiosamente agitado. Os soldados sensalianos combatiam com força de vontade e habilidade os rebeldes, enquanto o inimigo invadia e combatia com experiência, estratégia e fúria. Os soldados de armaduras grandes e escamosas combatiam os principais soldados sensalianos, fazendo certa desvantagem sobre os mais fracos, e os bárbaros bagunçavam as posições dos soldados com sua fúria e força. Hiagaram, como esperado, estava praticamente chutando vários do navio com sua força e sua grande espada incendiada.

    Lokan estava apenas curando seus aliados e atacando qualquer inimigo que chegasse perto dele com ataques divinos, já que seu bastão mágico e habilidades divinas eram inúteis com humanos. Já Watson estava perdido e imerso em dúvidas.

    Por que Polos estava ali?

    Quem eram os rebeldes?

    Por que estava escapando de ataques de alguém de uma família tão próxima dos Amerake?

    Watson enfim parou um golpe e usou força psíquica para que o machado fosse para o chão e ficasse gravado ali. Em seguida, ele usou a mesma força para afastar Polos do machado, e em seguida ele pulou até o cabo do machado, e manteve um pé em cima do cabo, e o outro na lâmina. Voltou sua atenção para Polos, que planejava avançar.

    [Watson] — Por que está me atacando? Você me conhece, somos amigos!
    [Polos] — Não sou amigo de nenhuma escória servidora de Sensalia!

    Polos tentou chutar Watson para derrubá-lo e matá-lo, mas o mago foi mais rápido e o afastou alguns passos para trás com força psíquica, que foi um pouco forte demais, fazendo o bárbaro cambalear para trás.

    Ele entrou em fúria. Correu até Watson, saltou e conseguiu acertar-lhe em seu rosto um soco forte, e conseguiu tirá-lo de cima do machado, mas não o derrubou. Em seguida, ele tratou de ser rápido para pegar o machado, mas recebeu uma bola de fogo em seu rosto quando começou a puxá-lo. Em seguida, alguns raios finos de energia tocaram seu corpo, o eletrocutando. Mas o bárbaro era resistente, não se deixou abalar pelo golpe e continuou puxando o machado.

    Quando ele enfim conseguiu tirá-lo do chão, Watson surge com uma grande marreta incendiada, avançando para um golpe fatal. Ele pulou para seu lado assim que a arma veio, e em seguida correu em direção do mago com o machado levantado. Sem rodeios, o Amerake lançou uma bola de energia nele, que explodiu no pescoço de Polos, lançando-o no chão.

    [Watson] — Não estou do lado deles, Polos! Preciso chegar até Polerion, me unir a eles foi a única opção que eu tive!
    [Polos] — Não acredito em você! Por que esconde o motivo de ir até aquele lugar desgraçado? — Urrou para Watson, e ainda em efeito de fúria, chutou o tornozelo de Watson, fazendo-o tropeçar — Você só pode estar buscando algo de interesse deles, por isso Tariko estava com vocês em Fusia!

    Watson não teve nem tempo de responder. Polos rapidamente se levantou e socou seu peito, levou sua cabeça de encontro ao seu joelho levantado, e deu um poderoso soco em seu queixo, levando-o ao chão. O mago ia tentar se levantar, mas o bárbaro rapidamente ressurgiu com o seu machado e desferindo um golpe violento com ele. Watson defendeu rapidamente com um escudo de fogo, que lançou uma onda de choque ocorrida devido ao golpe, afastando um pouco Polos. Mas ele não desistiu e continuou desferindo sucessivos golpes até quebrar o escudo de fogo do mago. Neste momento, Watson chutou com os dois pés a barriga do homem, se levantou rapidamente e criou uma explosão púrpura, jogando Polos pra dentro da cabine e matando alguns rebeldes e três soldados sensalianos.

    Watson ficou preocupado. Ele correu até a cabine para ver se Polos havia aguentado a força da explosão, e o viu encostado na mesa de trabalho do capitão. Ele correu até o homem e percebeu que ele ainda estava acordado, apesar do golpe e das queimaduras pelo corpo.

    [Watson] — Pode finalmente me ouvir?

    Polos não o respondeu, apenas continuou olhando para ele de forma séria.

    [Watson] — Eu e o sacerdote lutando ali, nós estamos indo para Polerion em busca da cura para George. Ele recebeu um selo em seu corpo, e é só questão de tempo até ele acabar morrendo por causa do selo. Nós nos juntamos aos sensalianos pra chegarmos à ilha, pois este era o único navio zarpando para lá. Mas estamos apenas os usando.
    [Polos] — Não estão defendendo os sensalianos?
    [Watson] — Apenas fingindo. Por favor, acredite em mim!

    Polos ficou olhando para ele e ficou pensativo por um bom tempo. Quando Watson estava próximo de falar alguma coisa, eis que o bárbaro finalmente fala o que ele esperava.

    [Polos] — Certo. Me ajude a tomar este navio, e iremos para Polerion para salvar George juntos.
    [Watson] — Isso!

    Watson pegou a mão de Polos e o ajudou a se levantar. Dois soldados bárbaros entraram na sala, prontos para enfrentar Watson, mas Polos os parou.

    [Polos] — Ele é um aliado!

    Os soldados assentiram e voltaram para a batalha que estava ocorrendo no centro do navio. Antes que eles fossem também, Polos parou o mago ficando em sua frente.

    [Polos] — Vi que você é um feiticeiro. O que mais é capaz de fazer?
    [Watson] — Eu sou mais que isso... — Disse, e em seguida encheu seu corpo de suas chamas púrpuras, pronto para a batalha. Polos ficou bastante impressionado, mas sorriu; Aquilo seria de extrema utilidade ali.

    Eles voltaram para o campo de batalha, com o bárbaro decepando um soldado sensaliano e o mago lançando outro soldado para longe com uma bola de fogo. Polos correu batalha adentro e Watson ia segui-lo, se não fosse pelo poderoso golpe de uma espada em suas costas, tão forte que o jogou no chão como um boneco atirado com força. O golpe era tão poderoso poderia ter decepado seu busto inteiro se não fosse as chamas púrpuras, um estágio mais forte do seu poder. O responsável era, obviamente, Hiagaram.

    [Hiagaram] — Eu imaginava que você era muita coisa. Mas não que era o tibiano, e ainda mais um espião dos rebeldes.

    Watson tentou se levantar, mas foi chutado, levado até a mureta próxima a ele.

    [Hiagaram] — Farei seu poder desaparecer, e assim que isso acontecer, o matarei lento e dolorosamente.

    Watson sentou-se na mureta e suas chamas ficaram mais claras, agora, roxas. Ele viu seu oponente rindo e se vangloriando de uma provável vitória, uma vingança. Mas ele conhecia a si mesmo — E ele sabe que jamais perderia uma luta assim.

    [Watson]Exura Gran! Exevo Gran Mas Vis!

    Grandes nuvens de um cinza escuro sombrio se formaram ao redor do navio. Em dois segundos, dezenas de raios começaram a atingir os seus inimigos sensalianos, e principalmente Hiagaram, que recebeu mais raios. Quando as nuvens passaram, Hiagaram estava de joelhos, sua espada longa, grossa e incendiada estava no chão, e várias partes de sua armadura estavam abertas e chamuscadas, e seu capuz não existia mais, pois estava completamente chamuscado, revelando seu cabelo negro com um corte militar, e vários machucados sérios nela, além de sangue escorrendo para seu rosto e pingando.

    Watson se levantou e percebeu que o corte profundo e enorme em suas costas não existia mais. Ele pegou o pescoço de Hiagaram e o levantou como se fosse um graveto.

    [Watson] — Desculpa. Mas seu nível de poder jamais conseguiria fazer alguns arranhões no meu. E por isso, vou te dar o que precisa: Uma morte rápida. Agradeça essa minha piedade quando estiver ardendo no inferno do seu mundo.

    O mago se encheu em chamas púrpuras, e em seguida, sem pena e com toda a crueldade que ele nunca achou que existia nele, ele explodiu a cabeça de Hiagaram, espalhando sangue por todos os lados e enchendo sua roupa e rosto do sangue do inimigo. O que quer que houvesse dentro da cabeça do cavaleiro, seja seu cérebro, seu crânio, seus olhos, tudo explodiu junto de sua cabeça e não deixou rastros.

    Ao verem isso, os soldados sensalianos se renderam juntamente do capitão do navio, mas não do seu contramestre, pois este já jazia morto. Os rebeldes explodiram em alegria, soltando gritos e berros fortíssimos de comemoração, levando suas armas ao céu e enchendo o recinto da euforia dos vencedores.

    Já Watson se encontrava em choque. Não acreditava no que tinha acabado de fazer, e se sentia um monstro. Ele desfez suas chamas e se sentou na mureta, observando a poça de sangue do pescoço quase inexistente de Hiagaram. Olhou o sangue em suas mãos, e descobriu uma desvantagem fatal em seu poder, algo que não fazia parte de sua personalidade bondosa. Era seu lado demoníaco, que havia despertado e agido. Lokan viu Watson perto do corpo do comandante e foi até ele, imaginando algo ruim acontecendo com o amigo.

    [Lokan] — Você está bem?
    [Watson] — S-Sim... Só estou...

    Ele não continuou. Seu silencio perturbava Lokan, que sentia que algo estava errado.

    [Lokan] — É sobre o que você acabou de fazer?

    Ele continuou em silencio. Enquanto isso, Polos, ao longe, chamava Lokan para ajudar os soldados feridos enquanto ele botava o capitão para trabalhar, para que assim pudessem ir para Polerion. Enquanto isso, outros soldados não feridos e um sargento voltam para o outro navio para pegar suprimentos e logo ajudar a tirar os corpos do navio. Watson continuou no mesmo canto, por bastante tempo, em silencio, sem se mexer.

    Mais do que nunca, ele agora temia seu lado demoníaco, de se tornar o que seu irmão se tornou. Ele não queria virar um demônio.



    Próximo: Capítulo 38 - Terra da Névoa.



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  9. #269
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    Saudações! Não me esqueci da sua história!

    Rapaz... Depois quando eu falo que Sorcerer é tudo corrompido nego fica chateado SHUASHAUHUS

    Brincadeira, brincadeira...

    Gostei bastante desse capítulo, parabéns. Fiquei com um gosto de quero mais; é incrível ver como tudo está interligado na sua história. Vejo algumas coisas se repetindo, certos surtos de poder e dispustas internas de bem contra o mal acontecendo de novo com personagens diferentes (eu só não vou citar nomes pra não dar spoiler) e isso é muito interessante -- mostra que há um grande motivo para tudo isso ocorrer e que não é só um evento esporádico.

    A narrativa está bem fluida e muito bem escrita; o clima foi de tenso a agressivo e voltou para a tensão de novo de uma forma bem-encaminhada, sendo súbita quando precisou ser. Está muito bom, continue assim! Acho que você retomou o seu estilo de narrativa, e só tende a melhorar!

    Continue assim, estarei sempre por aqui.

    Abraço,
    Iridium

  10. #270
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    Acabei deixando um capítulo sem comentário...

    Gostei muito da luta contra o comandante e da invasão dos piratas rebeldes! Acabou sendo um meio dos heróis voltarem a lutar pelo "lado certo"!

    Acompanhando e aguardando o próximo capítulo!

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    (Última Atualização: Livro V: Capítulo 5 - A Guera de Reconquista (Parte 2/2), postado no dia 06.03.2017)



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