Página 1 de 4 123 ... ÚltimoÚltimo
Resultados 1 a 10 de 39

Tópico: O Exército Esmeralda

  1. #1
    Avatar de Neal Caffrey
    Registro
    27-06-2006
    Idade
    33
    Posts
    3.043
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão O Exército Esmeralda

    Bom dia, senhores. Retornando, depois de um longo inverno. Espero que tenham sentido a minha falta <retire-se daqui, pieguice!>

    Estou aqui, agora, para tentar dar seguimento a um novo roleplay. Acho que, ao longo dos últimos meses, minha escrita se desenvolveu um pouco mais, e espero poder agradá-los da melhor forma que for possível.

    Neste primeiro post, vou listar o prólogo e o primeiro capítulo, visto que o prólogo deixa tão poucas informações que seria injusto postá-lo sozinho. Enfim, espero que gostem e, sobretudo, façam comentários, criticando ou elogiando - as críticas são muito bem vindas, elas direcionam a história e me posicionam, fazendo com que ela seja mais bem desenvolvida.

    Peço perdão pela extensão do capítulo, busco fazê-los todos em quatro páginas do Word. Lembrando que não me utilizo das correções automáticas do Word, portanto, qualquer correção gramatical, também, será muito bem vinda. Do mesmo modo, qualquer formatação na escrita, aqui no fórum, que dificulte a leitura - sinalizem também, por favor, para que eu possa fazer a devida adequação.

    Well, senhores, just enjoy.

    Obrigado!

    Citação Postado originalmente por Últimas atualizações
    28/07/2012 - Postado Capítulo 10
    PRÓLOGO

    Não se imaginou que o curso de ação seria tão ruim, enfim.

    O que se considera, entretanto, é o tamanho da ousadia dos resistentes.

    À distância, um uivo rompeu a batalha. Ela se estagnou.

    Era chegada a hora.
    -----------------------------------------------------------------------

    CAPÍTULO 1 – Domada Jarrah

    Cada rosto aparentava incredulidade. Mais do que a incredulidade, cada um dos corpos relevava a tensão.

    O centro da cidade nua, fria e cinzenta, ao crepúsculo daquela quinta-feira, parecia cuspir pessoas do chão. Não havia espaço para mais ninguém. E a promessa era de que o problema aparentava ficar ainda pior, se assim se permitisse.

    Os habitantes de Jarrah não sabiam como se expressar. A cidade, que já deixara de ser um mero vilarejo há muito tempo, não conseguia crer que poderia ser, enfim, dominada.

    Banhada pelo oceano na porção sul e com três portões de entrada, um para cada ponto cardeal, a cidade, agora, aguardava. Somente aguardava. Nada mais.

    Eis que, então, soldados fardados de cores vermelhas e de espadas muito afiadas embainhadas em suas cinturas, lacraram as entradas norte e leste. E, da entrada oeste, ouviu-se o trotar, primeiro muito suave, depois, razoável e, em menos de cinco minutos, Jarrah inteira tremia pela caminhada do soldado da Red Sky.

    À frente, um homem de armadura completa, capacete sobre a cabeça de meia-viseira aberta, cavalo de guerra robusto, negro como a noite, de olhos vazios como os da morte, conduzia o grupo. A névoa recaiu sobre a cidade, cujos cidadãos ocupavam toda sua avenida principal e as vielas anexas.

    O homem tirou o capacete. Era moreno e não tinha cabelos – a cabeça era lisa, raspada. Uma barba espessa enchia-lhe o queixo, e o sorriso aparentava a falta de alguns dentes.

    Ele desmontou d’O Mensageiro da Morte, como chamava seu cavalo, e andou, amparado pelo exército completo que se avultava atrás dele. Inúmeros homens, inúmeros cavalos e inúmeras armas.

    - Boa tarde – disse o comandante, seus olhos, vazios e sem vida, acompanhando o sorriso dos outros. Sua voz era suave, baixa, mas a frieza e a forma como aparentava rasgar o ar eram intimidadoras. – Espero que tenham passado bem de ontem para hoje, senhores.

    Um segundo cavalo, se possível, ainda mais negro que o primeiro, ganhou forma no meio da multidão de cavalos baios, aproximando-se. O comandante deu as costas para a multidão e aplicou uma reverência desajeitada quando um homem de pele extremamente branca, como o papiro, de aparência frágil e de olhos negros, cujas sombras das íris eram vermelhas, desceu. Seu manto, vermelho e preto, era muito longo e lhe escondia quase todo o corpo, exceto as mãos e, eventualmente, quando caminhava, os pés. Tinha longos cabelos brancos, até sedosos, caindo, lisos, até o meio das costas, transpassando o capuz negro que fazia parte de sua vestimenta.

    O comandante se levantou ao sinal do homem branco, que fitava a multidão, o rosto inexpressivo.

    - Dê o sinal, Travers – disse o homem, cuja voz não passou de um sussurro.

    O comandante, de nome Travers, assentiu.

    - Senhores – bradou -, a partir de hoje, seu rei foi destituído. Vocês obedecerão única e exclusivamente às ordens d’O Arrebatador, o senhor dos senhores, dos homens, dos deuses e da morte, Dreader.
    - E por que deveríamos fazer isso? – desafiou um jovem, alto, forte e vigoroso, o primeiro da multidão. Os cidadãos de Jarrah se entreolharam, sem acreditar naquilo. – Vocês invadiram nossa cidade, desapropriaram nosso território e estupraram nossas mulheres, retirando toda a valoração dos nossos homens! Por que devemos obediência a vocês?

    Travers meramente sorriu, nem sequer remotamente abalado pela expressão repentina do rapaz.

    - Como é seu nome, meu jovem?
    - Oliver Neville – disse, sem pestanejar. – Cidadão leal a esta cidade, ainda que ninguém mais seja!
    - Senhor Neville – avaliou Travers, olhando para Dreader, na sequência. Seu senhor nada expressou além de um eventual tédio. – Teríamos prazer de tê-lo em nosso exército, certamente, se...

    Neville cuspiu no chão aos pés de Travers, olhando-o com ódio.

    - Vou me juntar a vocês, porcos imundos, assim que o inferno congelar!

    Travers deixou de sorrir. Desembainhou a espada e, com um único golpe, cravou-a no centro do estômago do jovem, que cuspiu sangue. A multidão berrou e recuou, aterrorizada. O comandante retirou a espada suja de sangue e aproximou-se do jovem, que arquejava, à beira da morte, de borco no chão.

    - Nada sábia atitude, meu rapaz – disse, a voz mordaz. Limpou a espada nas roupas puídas dele, cortando-a em vários pontos devido ao seu fio. Levantou-se, dirigindo-se à multidão mais uma vez. – Alguém mais, aqui, ousa desafiar-me como fez este esterco humano?

    A multidão silenciou, exceto por uma senhora e um rapaz na segunda fileira, que soluçavam profusamente.

    - Que fique de sobreaviso – disse Travers. – Abram espaço! Saiam! Sua majestade Dreader vai passar!

    A multidão espremeu-se nas paredes para permitir a passagem do exército da Red Sky. Dreader aproximou-se de Neville, que não tinha mais do que alguns segundos de vida, e sussurrou-lhe ao ouvido:

    - Sangre até a morte, insolente.

    O exército gargalhou enquanto passava pela cena, pisoteando o rapaz, agora morto, dirigindo-se ao castelo, ao norte.

    Dali, em meio à multidão, um rapaz magro, mas forte, de pele morena e olhos vivos, castanhos, e cabelo moicano, como os demais povos bárbaros, recuou, alcançou as sombras e desapareceu, rancoroso, ignorando o cortejo ao exército invasor.

    Tarde demais, pensou. Jarrah foi tomada. Preciso fazer alguma coisa.

    * * *

    Às onze da noite, naquele mesmo dia, uma trombeta soou, avolumando-se enquanto seu dono caminhava pela cidade. Era o toque de recolher, coisa que, antigamente, não havia em Jarrah. Há muitas horas os comerciantes já haviam recolhido seus pertences, sem querer se arriscar com a arbitrariedade do governo vermelho. Quatro ou cinco soldados, da Red Sky, patrulhavam a cidade, conversavam entre si, enchiam-se de rum e gargalhavam alto, tocando a trombeta a cada esquina que chegavam.

    De dentro de uma dessas casas, construídas de paralelepípedos irregulares de pedra aderidos um ao outro por argila, o rapaz observava, chateado. Sua cidade havia sido tomada pelos bárbaros exteriores e, agora, nem se sabia o paradeiro do Rei Tommy. A Rainha Elizabeth também havia desaparecido, e suspeitava-se, assim como se acreditava com relação ao marido, que ela havia sido degolada. Entretanto, havia uma réstia de esperança no que tangia à Princesa Nicole, cujo paradeiro não se havia nem mesmo uma ideia.

    O rapaz moreno, de olhos castanhos e cabelo moicano, afastou-se da janela, rancoroso. Não sabia o que fazer.

    Sua casa, como as demais, era composta por dois andares bem construídos, telhado tingido de verde e duas janelas por andar. Não havia cômodos, exceto no segundo andar, onde havia separação em três pequenos quartos, com mobília desproporcional e díspar.

    Ele ajoelhou-se ao pé da cama, fechando os olhos.

    - Zeus – orou, com sua voz limpa e bonita -, precisamos de salvação. Como poderemos proceder? O Exército Esmeralda desapareceu, foi dizimado, fomos invadidos. Precisamos de uma orientação.

    Levantando-se, fez um pequeno cortejo à imagem de Zeus e saiu do quarto, descendo as escadas.

    Lá embaixo, um caldeirão fervia no fogão à lenha, e um homem e duas mulheres estavam sentados à mesa, como se estivessem num funeral. Seus olhos nada expressavam, exceto o cansaço e a desesperança.

    - Boa noite, filho – disse o homem mais velho, de aparência frágil e olhos castanhos como os do garoto. – Espero que esteja mais tranquilo.
    - Tranquilo – disse ele, de forma desdenhosa. – Perdemos nossa cidade e nossa honra. Eles assassinaram Moriggi, não nos restou nada!
    - Nos resta muito mais do que o nada, irmão – disse a garota, mais jovem, de corpo esguio e cabelos ondulados, exceto pela franja, que era lisa. – Temos nossas vidas.
    - E de que elas valem? – disse ele, rebelde.
    - Filho – disse a mãe, baixa, larga e de pele morena como a dele, além dos cabelos lisos e curtos -, não se deixe levar. Por favor. Sua vida é muito importante para nós, assim como a nossa deve ser para você.
    - Há algum tempo, lutávamos por uma vida melhor – disse o pai. – Agora, lutamos pela nossa vida. Precisamos ser mais assertivos, filho, agora que o governo da Red Sky se apossou de Jarrah.
    - Eu não tenho mais nada pelo que lutar – argumentou o rapaz, infeliz. – Nem mesmo o exército, que era minha válvula de escape, se constitui mais. Minha infelicidade não poderia ser mais extrema.

    Ninguém disse mais nada sobre o assunto.

    - Olhe a sopa, querida – disse o pai, os olhos fixos nos desenhos da madeira da mesa.
    - Ei, Jacob – disse a irmã, sentando-se ao seu lado e envolvendo seus ombros. – Precisamos resistir, certo? Seremos desapropriados, isso se não assassinados, caso não tenhamos nossos escrúpulos bem alinhados. Basta que continuemos vivendo.
    - Lassale está certa – disse o pai. – Somos comerciantes.
    - Mas tenho o vigor físico de um guerreiro! Como posso aceitar ser dominado?

    O pai respirou fundo, sem dizer mais nada.

    - Talvez ele esteja certo, Claude – disse a mãe, colocando quatro pratos de porcelana à mesa, junto de colheres de madeira. – Não exatamente certo, mas compreendo seu rancor.
    - Se você diz, Mary.

    A família jantou, ainda em tom sepulcral.

    * * *

    O castelo de Jarrah havia sido edificado em quatro grandes torres, cada uma obedecendo a um dos pontos cardeais da Rosa-dos-Ventos, e era um labirinto de câmaras, quartos e instalações militares. Composto de quase dez andares, com diversas plataformas externas, como sacadas, era considerado uma das edificações mais belas do mundo das quais se tinha notícia, na época.

    O Rei Tommy e a Rainha Elizabeth descendiam de uma linhagem muito valorosa. Seus antepassados foram os fundadores do antes vilarejo de Jarrah e, durante a jurisdição de Tommy, o dito vilarejo atingiu proporções de potência continental.

    Foi, então, o que atraiu a atenção do povo bárbaro da Baviera.

    À época, considerava-se que, quem detinha a magia, guardadas as suas devidas proporções, detinha o mundo. O exército, entretanto, sempre fora o curso forte de ação; ninguém jamais abria mão dele.

    E, agora, na torre norte, no quarto de suntuosos de móveis de mogno e cortinas verdes decoradas, além do piso de madeira, Dreader assumia o trono. Seus olhos vazios varreram o aposento de forma crítica, e ele não gostou do que viu.

    - Travers – disse -, quero este local redecorado

    Publicidade:


    Jogue Tibia sem mensalidades!
    Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
    https://taleon.online
    Última edição por Neal Caffrey; 28-07-2012 às 09:45. Razão: Atualizado Capítulo 10
    Jason Walker e o Retorno do Príncipe
    Sexta história da série de Jason Walker e contando. Quem sabe não serão dez?

    Este fórum exige que você aguarde 120 segundos entre posts consecutivos. Por favor, tente novamente em 1 segundos.

  2. #2
    Avatar de Death Killer
    Registro
    08-05-2012
    Posts
    602
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão

    '-'. a historia até q ta legal, porem tem umas partes meio confusas , mais de qualquer jeito ta mt boa. Vc tem duas historias?
    As circunstâncias do nascimento de alguém são irrelevantes; é o que você faz com o dom da vida que determina quem você é. (Pokémon - O Filme).

  3. #3
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
    Registro
    23-03-2012
    Localização
    São Paulo
    Posts
    2.376
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão

    A historia está ótima, porem não vi muito de Tibia ai não...além de algumas partes serem confusas.
    Mas fora isso está boa, acompanharei.



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  4. #4
    Avatar de Sombra de Izan
    Registro
    09-01-2011
    Localização
    Santa Catarina
    Idade
    40
    Posts
    3.405
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão Exército

    Nossa a leitura caminha em paralelo ao tibia, está esplendida em detalhes, descrição minuciosa de fatos que passam desapercebidos na maioria dos autores, bom gostei do texto, me lembra em certas partes uma história que quero narrar um dia, a Legião Vermelha.

  5. #5
    Avatar de Lacerdinha
    Registro
    18-11-2010
    Posts
    1.093
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão

    Bem-vindo de volta, cara.

    Você escreve muito bem, mas muito mesmo. Mesmo escrevendo algo que não remete à Tibia, mas lembra Tibia, você mandou muito bem. Começando, imaginei Jarrah como Ankrahmun; banhada pelo mar ao sul, e com portões ao leste, oeste e norte. (Nossa querida cidade tibiana só tem ao norte, mas que seja) E quando você mencionou o rapaz como moreno, reforçou ainda mais minhas especulações, pois em Darama há muito sol.

    Quando você descreveu a Rainha como Elizabeth, lembrei-me da Rainha da Inglaterra. Quando você fez menção à Baviera, lembrei-me da Alemanha. Isso pode ser bom e mal, ao mesmo tempo, para a história. Porém não desmerece em nada a sua ótima escrita.

    E pessoal, relembrando, a história pode não se passar em Tibia, mas os conceitos são os mesmos, imagino eu.

    Espero pelo próximo capítulo!

    Até mais.




    Publicidade:


    Jogue Tibia sem mensalidades!
    Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
    https://taleon.online

  6. #6
    Avatar de Neal Caffrey
    Registro
    27-06-2006
    Idade
    33
    Posts
    3.043
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão

    @Death Killer

    Tenho O Incubo, que já terminei há muito tempo, e A Academia de Midfallow não foi pra frente.

    Obrigado pela presença!

    @CarlosLendario

    Então, brother... na realidade, eu tento não me apregoar muito ao jogo, embora, depois, eu tenha percebido que Red Sky, na verdade, é o nome de uma guild real que já existiu, muito powerabuser, por sinal. Entretanto, sempre tento criar um certo "paralelismo" (com o perdão do neologismo), pra não aferroar muito a coisa ao jogo.

    Obrigado pela presença, também!

    @Sombra de Izan

    Obrigado pelos elogios, brother! Traz sua história ao fórum que eu vou estar lá presente, com certeza!

    @Lacerdinha

    Valeu pelas boas vindas, irmão. Na realidade, criei a cidade aos moldes da cidade de Carlin, excepcionalmente fundindo-se - e dou-lhe assertividade, você acertou - com alguns conceitos de Ankrahmun, como a própria forma do povo. Com relação à inclusão do conceito de Baviera, é porque existiu um povo no sudeste alemão, mais de mil anos antes de chamarmos a localidade de "Alemanha", que tinha, no sangue, a mesma força dominadora e expansionista do exército romano. Achei que o exército invasor se enquadraria bem na descrição e na analogia.

    E, realmente, em muitas descrições de localidades você vai perceber que são semelhantes às do jogo.

    Obrigado pela contribuição.

    []'s
    Jason Walker e o Retorno do Príncipe
    Sexta história da série de Jason Walker e contando. Quem sabe não serão dez?

    Este fórum exige que você aguarde 120 segundos entre posts consecutivos. Por favor, tente novamente em 1 segundos.

  7. #7
    Avatar de Sombra de Izan
    Registro
    09-01-2011
    Localização
    Santa Catarina
    Idade
    40
    Posts
    3.405
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão História

    Pois já atualizei ela, faz uma semana por ai, to escrevendo mais devagar, mas ela ta viva ainda:


  8. #8
    Avatar de Neal Caffrey
    Registro
    27-06-2006
    Idade
    33
    Posts
    3.043
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão Capítulo 2

    Pessoal, vamos de Capítulo 2, então! Apreciem. Aguardo comentários!

    CAPÍTULO 2 – A convocação


    A manhã de sexta-feira foi ainda mais cinzenta do que o fim de tarde do dia anterior, se é que isso era possível. Artesãos não colocaram a cara para fora de suas portas, preferindo o – por enquanto – sossego de seus lares, e comerciantes – os que tiveram coragem – armaram suas poucas barracas ao longo da avenida principal da cidade, que a cortava de leste a oeste.

    A situação deprimiu ainda mais – se é que era possível – o jovem Jacob. O rapaz de dezessete anos estava acostumado a, às seis da manhã, ouvir a marcha dos soldados de verde-esmeralda do lado de fora, os gritos dos comerciantes, a balbúrdia causada pela presença de mais pessoas do que o local poderia suportar. Hoje, às oito, a cidade parecia um cemitério. Nem mesmo o sol deu o ar de sua graça; nuvens negras pairavam sobre a cidade e, às nove, uma chuva torrencial começou, sendo substituída pelo chapinhar suave do chuvisco meia hora depois.

    Claude, o pai de Jacob, havia criado coragem e ido trabalhar na agência de correios, onde mantinha emprego há mais de quinze anos. Lassale compunha suas canções na flauta de madeira suave, como fazia em todas as manhãs, e Mary cuidava da casa. Jacob, entretanto, a quem era comum, todos os dias, levantar-se às cinco, aquecer-se e apresentar-se ao exército às sete e meia, vivia o dia mais infeliz de sua vida.

    Apenas com as roupas de seda e fio de algodão do corpo, despediu-se da mãe e da irmã e abriu a porta para sair, tentar buscar alguma inspiração. Quando girou a maçaneta, entretanto, viu o próprio diabo parado à sua frente – ou o seu enviado, das profundas do inferno: Travers, o comandante do exército da Red Sky, braço direito de Dreader, estava parado a porta, seu cheiro fétido de suor e colônia nojenta pairando no ar sobre o sorriso desdentado.

    - Senhor Kniss – disse ele, sorrindo de forma suave. Seu hálito era pior do que qualquer coisa que Jacob já houvesse sentido na vida. – Bom encontrá-lo.

    Jacob assentiu uma vez, sério, evitando os olhos sem vida de seu interlocutor.

    - Tome – ele remexeu na bolsa e retirou um pergaminho enrolado, lacrado com cera vermelha e um sinete no centro, cujo símbolo o rapaz nem se deu o trabalho de averiguar; já sabia que pertencia à Red Sky. – Não falte. Caso isso aconteça, garantirei pessoalmente que meus homens venham buscá-lo. Bom dia.

    Travers virou-se e caminhou, vencendo o jardim com a horta da família com facilidade e abatendo uma das lebres com uma espadada desnecessária e maldosa.

    Curioso, Jacob fechou a porta enquanto sua irmã e sua mãe o observavam. O rapaz sentou-se à mesa e abriu o pergaminho, espatifando a cera da Red Sky da forma mais impiedosa que pode.

    Em letras rebuscadas, havia um aviso grande, e o pergaminho trazia, no fundo das letras, o sinete da Red Sky estampado em tinta negra – uma serpente naja, de duas cabeças e apenas um corpo, erguendo-se, pronta para o bote, no centro de um círculo tosco e prateado.

    Jacob Kniss,

    Chegou ao conhecimento do Ministério Essencial da Red Sky, hoje, que o senhor era componente do Exército Esmeralda da cidade de Jarrah. Vale lembrar que, no presente momento, somos proprietários da cidade e seremos eternamente, ou até que assim ordene a consciência de nosso Imperador, O Arrebatador.

    Julgamos que, sobretudo, o senhor deve se recolher à sua insignificância, sem, contudo, deixar de achar-se valoroso. Significa: nada de rebeliões, seu pescoço é o preço.

    Nossa convocação, portanto, é para que o senhor se apresente ao Exército Vermelho da Red Sky às três da tarde de hoje e faça seu alistamento. Caso o Imperador ache por bem, sua obrigação é de compôr o exército da forma que lhe for solicitada, sem titubear, obedecendo às ordens de seu(s) superior(es).

    Não se atrase. Não falte.

    Qualquer descumprimento às ordens presentes neste pergaminho será considerado como traição ao Império e, por consequência, sua pena será a decapitação.

    Fazemos votos para que esteja bem.

    Ministério Essencial da Red Sky
    Relator: Jansen Klingenfus
    Ministério de Defesa do Exército Vermelho
    Jarrah


    Jacob releu o pergaminho, várias vezes, até apreender o conteúdo daquilo. Imediatamente, um ódio incontrolável começou a crescer dentro de si, atingindo proporções que mesmo ele não acreditava.

    - Quer dizer, então, que os filhos do demônio vão invadir a cidade e eu serei obrigado a servir seu exército?

    Mary e Lassale nada disseram, apenas observaram, os rostos aparentando muita preocupação.

    - Vou sair – disse ele, atirando o pergaminho ao longo do tampão da mesa de madeira e saindo da casa, pisando duro, com muito ódio.

    * * *

    Jacob chegou a uma residência pequena, de dois andares, como todas as demais da cidade, e bateu à porta. Uma portinhola se abriu um pouco acima de seu centro, revelando um olho vivamente verde. Ela se fechou e a porta se abriu na sequência, revelando um rapaz jovem, de olhos muito verdes e cabelos compridos até os ombros, muito louros. Um rosto muito bonito de todo, um rapaz muito vigoroso fisicamente, como Jacob.

    - Entre, rápido – disse, a voz gutural, empurrando Jacob para dentro e olhando para todos os lados enquanto fechava a porta.
    - Você recebeu? – perguntou Jacob, indignado, olhando para o pergaminho sobre a mesa.

    O rapaz fez que sim, e os dois se encaminharam para um aposento nos fundos, empurrando a porta.

    - É muito difícil resistir à dominação, não?
    - Muito mais do que imaginamos, Jack. O que faremos?
    - O de sempre.

    Jack abaixou-se e empurrou um criado-mudo para o lado, revelando um alçapão no chão. Puxou-o pela argola e saltou para dentro, seguido pelo amigo, que fechou o tampão por argola interna.

    O aposento era semelhante a uma adega, exceto pelo fato de que as caixilhas eram preenchidas por garrafas de rum. O pé-direito tinha uma altura de algo em torno de dois metros, dois metros e meio, e tinha um pequeno bar instalado ao canto leste, duas mesas circulares de madeira gasta, com quatro cadeiras díspares em torno de cada uma. Havia, ainda, um terceiro homem no aposento – cabelos curtos e ralos, sem barba, olhos cinzentos e queixo firme. Negro. Mesmo vigor físico dos outros dois. Jovem, como ambos.

    - Josh – cumprimentou-o Jacob, vigorosamente, abraçando-o e sendo bem recebido da mesma forma.
    - Você está fora de forma, Jacob – disse ele, sorrindo e revelando dentes muito brancos por cima da voz firme e marcante.
    - Como você.
    - Sente-se, Jake – disse Jack. – Precisamos saber o que faremos. Josh recebeu, também, a convocação.

    Jack foi até a adega e selecionou uma das garrafas de rum, de fundo quadrado. Serviu três copos e sentou-se junto dos amigos, os olhos focados, determinados.

    - O que você sugere, Jack?
    - O que eu sugiro é a coisa mais simples possível, Jake. Não vamos nos apresentar.
    - Não vamos nos apresentar? – Jacob torceu o nariz, virando todo o copo de rum e servindo-se de mais. – Como você acha que podemos fazer isso? Vão revirar nossa casa e nos degolar!

    Josh riu, o som saiu anasalado, debochado.

    - Muito limitado – observou.

    Jacob olhou para ele, carrancudo.

    - Supondo que possamos fugir – calculou Jake. – Há uma dúzia de soldados da Red Sky postados em cada uma das três saídas, e outros vinte no cais, ao sul, como vi quando saí de casa.
    - A fuga é interessante, mas temos várias boas opções – observou Jack. – O que não podemos é aquiescer. Se nos alistarmos à Red Sky, precisaremos, de certeza, oprimir, também, o povo de Jarrah. Não tenho qualquer intenção de fazê-lo.
    - Eu também não – observou Josh.

    Jacob assentiu, sentindo uma determinação que era toda sua crescendo dentro de si. Seus olhos encontraram os de Jack e ele sentiu firmeza no olhar do melhor amigo, e sua determinação cresceu ainda mais.

    - O que você supõe, Jack?

    Jack bebeu seu rum, olhando para o amigo. Pousou o copo sobre a mesa e cruzou os braços, apoiando os cotovelos na mesa.

    - Josh tem muito a perder – argumentou. – Seus pais fazem parte da organização do castelo, mantêm o ambiente limpo e organizado. Meu pai, Jake, é comerciante, e o seu trabalha na agência dos correios. É muito mais fácil para nós dois escondermos nossa família, e muito difícil, proporcionalmente, para Jones, proteger a família dele.

    Jake assentiu, enchendo, mais uma vez, seu copo.

    - Então, Josh precisa se apresentar. Não há outra hipótese para ele. E, por consequência, todos sabem que somos amigos, nós três. Josh vai ser pressionado, vão forçá-lo a falar onde estamos ou o que fizemos e o que estamos fazendo – enfim, tudo sobre nossa fuga.
    - E então?
    - Ele vai entregar. Vai dizer que desertamos e vai supor lugares prováveis para nosso esconderijo, sem, entretanto, nos comprometer. Vamos, nós três, nos corresponder via pombo-correio; é a maneira mais segura, eles não sabem que somente nós três nos utilizamos desse sistema e confiam apenas nos correios.
    - E meus pais? E os seus?
    - Josh entrará como um neutro. Sugeriremos para que seus pais utilizem nossa casa. Por consequência, portanto, teremos esta adega – ele bateu com o pé direito no chão duas vezes, causando estrondo, balançando as mesas e os castiçais presos às paredes – para esconder meus pais e os seus sempre que houver vistoria ou invasão. Assim, protegemos a identidade deles e sua presença vai ser bem escondida. Fugiremos na sequência, disfarçados, se precisar.
    - Mas Josh...
    - Ficarei bem, bebê – disse ele, sorrindo de forma condescendente para Jacob. – Fique tranquilo.

    Atrás do bar, entretanto, os rapazes não perceberam que algo se movia. Jacob esvaziou seu copo novamente, sentindo-se tenso.

    * * *

    Dreader recebeu o estranho encapuzado, que não quis revelar seu rosto, em seus aposentos, sentado ao trono do antigo Rei.

    - O que você quer? – disse, impassível.
    - Desertores – respondeu, a voz estranhamente anasalada. – Serão dois deles. Você perderá dois grandes combatentes, Dreader.
    Última edição por Neal Caffrey; 22-05-2012 às 10:42. Razão: Correção
    Jason Walker e o Retorno do Príncipe
    Sexta história da série de Jason Walker e contando. Quem sabe não serão dez?

    Este fórum exige que você aguarde 120 segundos entre posts consecutivos. Por favor, tente novamente em 1 segundos.

  9. #9
    Cavaleiro do Word Avatar de CarlosLendario
    Registro
    23-03-2012
    Localização
    São Paulo
    Posts
    2.376
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão

    Vish

    ia ser um bom plano, mas fazer o que né... Não dá pra evitar os fofoqueiros...
    esse capitulo está ótimo, mas na fuga deles que tal colocar mais uma pitada de Tibia?
    Tipo eles chega numa montanha e de repente eles acha uma criatura... Um grifo ou um jacaré lançador de raios
    algo diferente de Tibia, mas que nos lembre de tibia



    ◉ ~~ ◉ ~ Extensão ~ ◉ ~ Life Thread ~ ◉ ~ YouTube ~ ◉ ~ Bloodtrip ~ ◉ ~ Bloodoath ~ ◉ ~~ ◉

  10. #10
    Avatar de Lacerdinha
    Registro
    18-11-2010
    Posts
    1.093
    Conquistas / PrêmiosAtividadeCurtidas / Tagging InfoPersonagem - TibiaPersonagem - TibiaME
    Peso da Avaliação
    0

    Padrão

    [ATRASADO] Ótimo capítulo cara, haha!

    Tem sempre um que fica na espreita, tentando pegar algumas pistas, e com esse grupo não era de menos. Aposto que eles vão ser decisivos para a liberdade de Jarrah, se isso for possível. [/ATRASADO]

    Brincadeiras à parte, se aprece para postar o capítulo 3.


    Publicidade:


    Jogue Tibia sem mensalidades!
    Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
    https://taleon.online



Tópicos Similares

  1. You see a Life Thread.
    Por Toxi no fórum Life Threads
    Respostas: 133
    Último Post: 07-12-2012, 22:40
  2. Exercito Movie: Armadillo
    Por Sports no fórum Fora do Tibia - Off Topic
    Respostas: 5
    Último Post: 24-05-2005, 18:47
  3. A Guerra do criador, meu Roleplay
    Por !.:PlAyEr_OnE:.! no fórum Roleplaying
    Respostas: 6
    Último Post: 22-05-2005, 19:26
  4. Jogos de Fórum | Jogo dos Bixos - Alistamento
    Por Master Vilatovisk no fórum Fora do Tibia - Off Topic
    Respostas: 224
    Último Post: 05-03-2005, 21:36

Permissões de Postagem

  • Você não pode iniciar novos tópicos
  • Você não pode enviar respostas
  • Você não pode enviar anexos
  • Você não pode editar suas mensagens
  •