Bom dia, senhores. Retornando, depois de um longo inverno. Espero que tenham sentido a minha falta <retire-se daqui, pieguice!>
Estou aqui, agora, para tentar dar seguimento a um novo roleplay. Acho que, ao longo dos últimos meses, minha escrita se desenvolveu um pouco mais, e espero poder agradá-los da melhor forma que for possível.
Neste primeiro post, vou listar o prólogo e o primeiro capítulo, visto que o prólogo deixa tão poucas informações que seria injusto postá-lo sozinho. Enfim, espero que gostem e, sobretudo, façam comentários, criticando ou elogiando - as críticas são muito bem vindas, elas direcionam a história e me posicionam, fazendo com que ela seja mais bem desenvolvida.
Peço perdão pela extensão do capítulo, busco fazê-los todos em quatro páginas do Word. Lembrando que não me utilizo das correções automáticas do Word, portanto, qualquer correção gramatical, também, será muito bem vinda. Do mesmo modo, qualquer formatação na escrita, aqui no fórum, que dificulte a leitura - sinalizem também, por favor, para que eu possa fazer a devida adequação.
Well, senhores, just enjoy.
Obrigado!
Postado originalmente por Últimas atualizações
PRÓLOGOPostado originalmente por Índice
Não se imaginou que o curso de ação seria tão ruim, enfim.
O que se considera, entretanto, é o tamanho da ousadia dos resistentes.
À distância, um uivo rompeu a batalha. Ela se estagnou.
Era chegada a hora.
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CAPÍTULO 1 – Domada Jarrah
Cada rosto aparentava incredulidade. Mais do que a incredulidade, cada um dos corpos relevava a tensão.
O centro da cidade nua, fria e cinzenta, ao crepúsculo daquela quinta-feira, parecia cuspir pessoas do chão. Não havia espaço para mais ninguém. E a promessa era de que o problema aparentava ficar ainda pior, se assim se permitisse.
Os habitantes de Jarrah não sabiam como se expressar. A cidade, que já deixara de ser um mero vilarejo há muito tempo, não conseguia crer que poderia ser, enfim, dominada.
Banhada pelo oceano na porção sul e com três portões de entrada, um para cada ponto cardeal, a cidade, agora, aguardava. Somente aguardava. Nada mais.
Eis que, então, soldados fardados de cores vermelhas e de espadas muito afiadas embainhadas em suas cinturas, lacraram as entradas norte e leste. E, da entrada oeste, ouviu-se o trotar, primeiro muito suave, depois, razoável e, em menos de cinco minutos, Jarrah inteira tremia pela caminhada do soldado da Red Sky.
À frente, um homem de armadura completa, capacete sobre a cabeça de meia-viseira aberta, cavalo de guerra robusto, negro como a noite, de olhos vazios como os da morte, conduzia o grupo. A névoa recaiu sobre a cidade, cujos cidadãos ocupavam toda sua avenida principal e as vielas anexas.
O homem tirou o capacete. Era moreno e não tinha cabelos – a cabeça era lisa, raspada. Uma barba espessa enchia-lhe o queixo, e o sorriso aparentava a falta de alguns dentes.
Ele desmontou d’O Mensageiro da Morte, como chamava seu cavalo, e andou, amparado pelo exército completo que se avultava atrás dele. Inúmeros homens, inúmeros cavalos e inúmeras armas.
- Boa tarde – disse o comandante, seus olhos, vazios e sem vida, acompanhando o sorriso dos outros. Sua voz era suave, baixa, mas a frieza e a forma como aparentava rasgar o ar eram intimidadoras. – Espero que tenham passado bem de ontem para hoje, senhores.
Um segundo cavalo, se possível, ainda mais negro que o primeiro, ganhou forma no meio da multidão de cavalos baios, aproximando-se. O comandante deu as costas para a multidão e aplicou uma reverência desajeitada quando um homem de pele extremamente branca, como o papiro, de aparência frágil e de olhos negros, cujas sombras das íris eram vermelhas, desceu. Seu manto, vermelho e preto, era muito longo e lhe escondia quase todo o corpo, exceto as mãos e, eventualmente, quando caminhava, os pés. Tinha longos cabelos brancos, até sedosos, caindo, lisos, até o meio das costas, transpassando o capuz negro que fazia parte de sua vestimenta.
O comandante se levantou ao sinal do homem branco, que fitava a multidão, o rosto inexpressivo.
- Dê o sinal, Travers – disse o homem, cuja voz não passou de um sussurro.
O comandante, de nome Travers, assentiu.
- Senhores – bradou -, a partir de hoje, seu rei foi destituído. Vocês obedecerão única e exclusivamente às ordens d’O Arrebatador, o senhor dos senhores, dos homens, dos deuses e da morte, Dreader.
- E por que deveríamos fazer isso? – desafiou um jovem, alto, forte e vigoroso, o primeiro da multidão. Os cidadãos de Jarrah se entreolharam, sem acreditar naquilo. – Vocês invadiram nossa cidade, desapropriaram nosso território e estupraram nossas mulheres, retirando toda a valoração dos nossos homens! Por que devemos obediência a vocês?
Travers meramente sorriu, nem sequer remotamente abalado pela expressão repentina do rapaz.
- Como é seu nome, meu jovem?
- Oliver Neville – disse, sem pestanejar. – Cidadão leal a esta cidade, ainda que ninguém mais seja!
- Senhor Neville – avaliou Travers, olhando para Dreader, na sequência. Seu senhor nada expressou além de um eventual tédio. – Teríamos prazer de tê-lo em nosso exército, certamente, se...
Neville cuspiu no chão aos pés de Travers, olhando-o com ódio.
- Vou me juntar a vocês, porcos imundos, assim que o inferno congelar!
Travers deixou de sorrir. Desembainhou a espada e, com um único golpe, cravou-a no centro do estômago do jovem, que cuspiu sangue. A multidão berrou e recuou, aterrorizada. O comandante retirou a espada suja de sangue e aproximou-se do jovem, que arquejava, à beira da morte, de borco no chão.
- Nada sábia atitude, meu rapaz – disse, a voz mordaz. Limpou a espada nas roupas puídas dele, cortando-a em vários pontos devido ao seu fio. Levantou-se, dirigindo-se à multidão mais uma vez. – Alguém mais, aqui, ousa desafiar-me como fez este esterco humano?
A multidão silenciou, exceto por uma senhora e um rapaz na segunda fileira, que soluçavam profusamente.
- Que fique de sobreaviso – disse Travers. – Abram espaço! Saiam! Sua majestade Dreader vai passar!
A multidão espremeu-se nas paredes para permitir a passagem do exército da Red Sky. Dreader aproximou-se de Neville, que não tinha mais do que alguns segundos de vida, e sussurrou-lhe ao ouvido:
- Sangre até a morte, insolente.
O exército gargalhou enquanto passava pela cena, pisoteando o rapaz, agora morto, dirigindo-se ao castelo, ao norte.
Dali, em meio à multidão, um rapaz magro, mas forte, de pele morena e olhos vivos, castanhos, e cabelo moicano, como os demais povos bárbaros, recuou, alcançou as sombras e desapareceu, rancoroso, ignorando o cortejo ao exército invasor.
Tarde demais, pensou. Jarrah foi tomada. Preciso fazer alguma coisa.
* * *
Às onze da noite, naquele mesmo dia, uma trombeta soou, avolumando-se enquanto seu dono caminhava pela cidade. Era o toque de recolher, coisa que, antigamente, não havia em Jarrah. Há muitas horas os comerciantes já haviam recolhido seus pertences, sem querer se arriscar com a arbitrariedade do governo vermelho. Quatro ou cinco soldados, da Red Sky, patrulhavam a cidade, conversavam entre si, enchiam-se de rum e gargalhavam alto, tocando a trombeta a cada esquina que chegavam.
De dentro de uma dessas casas, construídas de paralelepípedos irregulares de pedra aderidos um ao outro por argila, o rapaz observava, chateado. Sua cidade havia sido tomada pelos bárbaros exteriores e, agora, nem se sabia o paradeiro do Rei Tommy. A Rainha Elizabeth também havia desaparecido, e suspeitava-se, assim como se acreditava com relação ao marido, que ela havia sido degolada. Entretanto, havia uma réstia de esperança no que tangia à Princesa Nicole, cujo paradeiro não se havia nem mesmo uma ideia.
O rapaz moreno, de olhos castanhos e cabelo moicano, afastou-se da janela, rancoroso. Não sabia o que fazer.
Sua casa, como as demais, era composta por dois andares bem construídos, telhado tingido de verde e duas janelas por andar. Não havia cômodos, exceto no segundo andar, onde havia separação em três pequenos quartos, com mobília desproporcional e díspar.
Ele ajoelhou-se ao pé da cama, fechando os olhos.
- Zeus – orou, com sua voz limpa e bonita -, precisamos de salvação. Como poderemos proceder? O Exército Esmeralda desapareceu, foi dizimado, fomos invadidos. Precisamos de uma orientação.
Levantando-se, fez um pequeno cortejo à imagem de Zeus e saiu do quarto, descendo as escadas.
Lá embaixo, um caldeirão fervia no fogão à lenha, e um homem e duas mulheres estavam sentados à mesa, como se estivessem num funeral. Seus olhos nada expressavam, exceto o cansaço e a desesperança.
- Boa noite, filho – disse o homem mais velho, de aparência frágil e olhos castanhos como os do garoto. – Espero que esteja mais tranquilo.
- Tranquilo – disse ele, de forma desdenhosa. – Perdemos nossa cidade e nossa honra. Eles assassinaram Moriggi, não nos restou nada!
- Nos resta muito mais do que o nada, irmão – disse a garota, mais jovem, de corpo esguio e cabelos ondulados, exceto pela franja, que era lisa. – Temos nossas vidas.
- E de que elas valem? – disse ele, rebelde.
- Filho – disse a mãe, baixa, larga e de pele morena como a dele, além dos cabelos lisos e curtos -, não se deixe levar. Por favor. Sua vida é muito importante para nós, assim como a nossa deve ser para você.
- Há algum tempo, lutávamos por uma vida melhor – disse o pai. – Agora, lutamos pela nossa vida. Precisamos ser mais assertivos, filho, agora que o governo da Red Sky se apossou de Jarrah.
- Eu não tenho mais nada pelo que lutar – argumentou o rapaz, infeliz. – Nem mesmo o exército, que era minha válvula de escape, se constitui mais. Minha infelicidade não poderia ser mais extrema.
Ninguém disse mais nada sobre o assunto.
- Olhe a sopa, querida – disse o pai, os olhos fixos nos desenhos da madeira da mesa.
- Ei, Jacob – disse a irmã, sentando-se ao seu lado e envolvendo seus ombros. – Precisamos resistir, certo? Seremos desapropriados, isso se não assassinados, caso não tenhamos nossos escrúpulos bem alinhados. Basta que continuemos vivendo.
- Lassale está certa – disse o pai. – Somos comerciantes.
- Mas tenho o vigor físico de um guerreiro! Como posso aceitar ser dominado?
O pai respirou fundo, sem dizer mais nada.
- Talvez ele esteja certo, Claude – disse a mãe, colocando quatro pratos de porcelana à mesa, junto de colheres de madeira. – Não exatamente certo, mas compreendo seu rancor.
- Se você diz, Mary.
A família jantou, ainda em tom sepulcral.
* * *
O castelo de Jarrah havia sido edificado em quatro grandes torres, cada uma obedecendo a um dos pontos cardeais da Rosa-dos-Ventos, e era um labirinto de câmaras, quartos e instalações militares. Composto de quase dez andares, com diversas plataformas externas, como sacadas, era considerado uma das edificações mais belas do mundo das quais se tinha notícia, na época.
O Rei Tommy e a Rainha Elizabeth descendiam de uma linhagem muito valorosa. Seus antepassados foram os fundadores do antes vilarejo de Jarrah e, durante a jurisdição de Tommy, o dito vilarejo atingiu proporções de potência continental.
Foi, então, o que atraiu a atenção do povo bárbaro da Baviera.
À época, considerava-se que, quem detinha a magia, guardadas as suas devidas proporções, detinha o mundo. O exército, entretanto, sempre fora o curso forte de ação; ninguém jamais abria mão dele.
E, agora, na torre norte, no quarto de suntuosos de móveis de mogno e cortinas verdes decoradas, além do piso de madeira, Dreader assumia o trono. Seus olhos vazios varreram o aposento de forma crítica, e ele não gostou do que viu.
- Travers – disse -, quero este local redecorado
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Responder com Citação
, mais de qualquer jeito ta mt boa. Vc tem duas historias?






