Amigos,
Infelizmente, o nosso amigo Leonwi (Silvenfear, para o pessoal de Honera) teve problemas com o PC e não conseguiu mandar o seu texto...
Esperei o quanto pude, mas para não prejudicar o torneio, o Senhor das Botas será considerado o vencedor, por W.O.
Como ele fez e enviou o seu texto, eu vou postá-lo aqui para que todos que quiserem possam ler!
O Tema dessa disputa foi os Goblins!
Spoiler: Texto do Senhor das Botas
Relatos de um Governante
Olá, me apresento como Zack, e sou um humanoide como vocês chamam, mais especificamente um goblin, e aqui contarei minha história.
Antes de tudo, falarei sobre minha raça. Antigamente, segundo meus avós contavam, nossos antepassados viviam na superfície, espalhados em vários continente e locais. Porém erámos muito fracos, e logo várias raças começaram a nos ameaçar... Até aí era-se esperada a extinção do meu povo, porém falarei um pouco de mim.
Ah sim, tive uma vida difícil desde a infância. Meu povo, os Edena Ruh, foram escravizados por aqueles malditos magos do subterrâneo, também chamado de Warlocks. Como se era esperado, vivi uma vida inteira de escravidão, sofrendo alguns mal tratos por aquelas malditas criaturas covardes(grande parte das vezes, elfos, anões e orcs), porém segui em frente...
Embora seja fraco, sou um dos mais ágeis no meu povo, e desde então venho furtando coisas, conhecendo aquele maldito labirinto sem fim que meu povo e o outro(trolls) ajudamos a construir. Logo aos 40 anos de idade(minha adolescêndia) eu já conhecia todos os atalhos, esconderijos e tudo mais do labirinto.
Certo dia, andando pelo labirinto, testemunhei um grupo de humanos(cerca de 5), todos vestidos de preto, empunhando katanas e alguns com enormes mochilas. Eu como sabia bem me esconder, fui atrás deles sem ser percebido e logo vi que estavam perdidos, e estavam indo em direção ao esconderijo dos dragões...
Não falei nada, simplesmente os segui e vi o massacre. Só que não foi só da parte dos humanos, foi da parte dos dragões também. Um dos humanos deu um grande salto no ar e caiu com a katana dele em punho, cortando a cabeça do dragão num único golpe. Porém mal chegou ao chão, um dragão mordeu ele e simplesmente fez um churrasco vivo, devorando-o logo em seguida.
Eu já vi muitas coisas na vida, mas aquilo foi assustador demais até para mim. Só que eu vi aquilo como oportunidade... Quando todos os guerreiros estavam mortos, simplesmente arrastei um dos corpos, saqueei tudo(equipamento corporal por exemplo, se adequou muito comigo), um mapa(que mais tarde usei para sair daquele labirinto) e outras coisas na mochila.
Nos outros 5 anos, segui minha vida no labirinto, desta vez treinando(Observei principalmente os orcs) e me tornei forte, ágil e bem nutrido(furtei bastante comida). Embora seja uma bença para um escravo como eu, foi uma maldição também...
Eu, com 45 anos, fui notado por um orc que me achou mais forte e nutrido do que o normal. Ele tentou me matar, porém tomei o machado dele e o matei. Maldito seja aquele orc! Ele me causou tantos problemas que não vou citá-los na ordem...
Meus pais foram mortos, meu estoque foi descoberto, quase fui morto pessoalmente por um Warlock(sorte que aquele servo de pedra dele foi morto por um raio do próprio suserano), e tive de abandonar meus amigos...
Numa das minhas perseguições dentro do labirinto, decidi seguir aquele mapa que guardei do humano até hoje, e bendito seja! Num dos vários pontos vermelhos que segui, acabei achando uma luz no fim do túnel...
Quando saí, senti um calor insoportável(nunca tinha passado muito tempo perto das luzes, ou do calor das tochas). E desmaiei...
Quando acordei, me vi deitado numa cama, e que confortável! Olhei em volta e me deparei com uma humana, das lindas eu confesso, com o corpo esguio, cabelos marrons e olhos azuis:
-Olá. -Ela disse, e na minha língua! Como ela sabia??
-Er... Olá.
-Me chamo Marlene, quem é você e porque resolveu sair da sua montanha? E onde conseguiu aqueles equipamentos?-Ela perguntou, tentando parecer corajosa, mas captei um leve tremor na voz.
Resolvi contar tudo, desde minha vida difícil, só deixando de lado a parte dos humanos mortos. Ela ouviu tudo atentamente, com aqueles olhos meigos, inocentes, de quem nunca viu sofrimento ou dor na vida, ou sentiu.
-Certamente você quer vingança, não?-Ela perguntou, fazendo parecer uma espécie de teste.
-Sim...-Respondi, com cuidado.
-Eu sei quem pode te ajudar.
E bendito seja aquele dia! Ela me mostrou minhas armas(provavelmente mais um teste) e me deu permissão, então logo em seguida me guiou para uma vilinha... E que vila!
Vi casas enormes, humanos com armaduras douradas(alguns afirmavam que vendiam desde corações de demônios à dedos de gigantes, conforme Marlene ia traduzindo para minha língua). Enfim, foi um grande choque para mim, que já me considerava um ser forte...
Marlene me levou para uma casinha simples, mandou eu esperar do lado de fora, e lá fiquei. 10 minutos depois, ela me levou para dentro...:
E caramba, nunca me surpreendi tanto! Vi troféus de cabeças de dragões vermelhos(um deles já era o suficiente para exterminar meu povo inteiro em menos de 1 minutos...), além de outras coisas. Atrás dum balcão, veio um humano bem vestido, que se apresentava como Mortimer.
Enfim, passei pelo mesmo precesso que tive com Marlene, contei toda história, ele parou e pegou um ou dois livros que só identifiquei a palavra da minha espécie(goblin´s), e assim passei a tarde...
No final da tarde, quando já estava cansado, Mortimer começou a falar comigo(e na minha língua!!):
-Então, senhor... Zack. Imagino que sofreu muito... Nós humanos odiamos esses magos, e eles cometeram vários crimes aqui na superfície. Gostaria de guiar um grupo nosso? E também de mapear o “labirinto”?
-Sim...-Respondi com toda cautela.
-Ótimo, depois lhe concederemos a libertação do seu povo.
Confesso que fiquei empolgado, mas não perdi o bom senso. Até mesmos humanos sabem persuadir e enganar, então fiquei atento, para captar os furos, porém não percebi nenhum... Ao menos, não tinha muitas informações na época.
Depois de 1 semana vivendo uma vida muito confortável(ao menos para meus padrões), chegou o tão esperado grupo humano. Era composto por cinco integrantes(todas mulheres, que se identificavam como amazonas) e vestiam grandes armaduras, carregavam várias facas(só numa bolsa meio aberta contei umas 50!) e tinha umas 2 lanças perfeitas para perfurar até rochas.
Essa foi uma das épocas mais fáceis da minha vida, eu diria. Conhecia aquele labirinto tão bem que poderia andar de olhos fechados lá dentro. Mostrei cada caminho, cada canto, cada esconderijo, cada atalho e aproveitei para me vingar de alguns inimigos(meus pais estavam mortos, e na cabeça daqueles seres, nós goblins não fazíamos amigos ou tínhamos cultura). Enfim, foi um desempenho e tanto.
O problema foi que na segunda semana, alguns dragões começaram a aparecer... As humanas davam conta deles muito bem, mas quando vinha um grande grupo, a coisa complicava um pouco...
Só que depois disso, as humanas resolveram voltar. Segundo elas, já tinham informação para fazer um pequeno cerco ao labirinto. Só que a volta foi maldita.
Quando estávamos indo para a saída, aconteceu. 5 daqueles mago preparados paralisaram as guerreiras, e miraram seus cajados em mim. Não sei porque, mas naquele dia tudo mudou, senti ódio, medo, feliz, contente, raiva, tudo isso...
Não sentia, simplesmente lutava. Por mais que eles lançassem magia e convocassem servos de pedra ou chamassem outras criaturas, simplesmente me esquivava e as matava(Eu aperfeiçoei vários truques e técnicas para tal coisa, embora não sei como tinha tido energia para tal feito) e em questão de uma hora, todos os magos já estavam mortos...
Depois de mortos, as guerreiras foram libertadas do feitiço maligno. Me olharam com um pouco de medo(acho que foi um dos momentos em que mais me senti imponente, ainda mais na adolescência...), e passamos o resto do dia voltando à superfície no mais profundo silêncio.
Fiquei alguns dias na superfície desfrutando do conforto humano, e a notícia da minha batalha espalhou-se como vento, como diriam os humanos. Recebi vários presentes, riquezas(moedinhas brilhantes, que não sabia para que serviam na época), e no final da semana, tive uma grande surpresa!
Estava eu saindo de minha cama quando ouvi vários murmurinhos de conversas. Saí da casa do humano que me adotara, Mortimer, e testemunhei uma das coisas mais surpreendentes...
Meu povo inteiro, os Edena Ruh, TODOS reunidos na praia(uma enorme massa verde!). Confesso que umas lágrimas pularam de meus olhos... Mas logo as sequei e segui em frente... E poxa, um deus olhou para mim naquele dia.
Recebi várias vaias, vivas e até mesmo lamentos de pessoas queridas minhas. Então o Mortimer surgiu por trás de mim e disse bem alto e claro para que todos ouvissem(e num globinês perfeito, eu diria):
-Senhoras e senhores, hoje vocês estão livres! Seu libertador, Zack, agradeçam-no!-E todos aplaudiram e jogaram até um peixe para mim!- Agora, sobre seu futuro, eu não o que fazer... A Rainha Eloise IV decidiu doar as Colinas Femur e as planícies de Femur e Kazordoon para vocês. Auxiliaremos vocês.
-E QUEM VAI NOS GOVERNAR?-Perguntou um goblin.
Eu não sei se xingo ou agradeço por aquela pergunta, mas sem enrolações...
-Zack!-Gritou um.
Nem preciso contar o alvoroço né? Na época, achei até emocionante, ser um governante, cuidar de todos, ter servos... Só que me enganei.
Depois do episódio do labirinto, meu povo ficou a cerca de um mês na vila(Eu até me surpreendo com a paciência desses humanos, alimentar cerca de 10 mil goblins não é fácil), além de nós aprender-mos alguns truques de sobrevivência.
Depois disso, eu parti com 10 goblinóides atrás de mim. Foi emocianante e assustador ao mesmo tempo...
Eu meio que me decepcionei com o lugar que os humanos nos deram. As montanhas pareciam bem perigosas e assustadoras, sendo que ouvi vários murmurinhos atrás de mim... Mas fazer o que, tinha uma grande responsabilidade nas costas.
Montamos acampamento. No primeiro dia, vieram algumas minhocas e uns malditos humanos(marginais, como eles próprios se designavam) e tentaram nos roubar, mas acabamos surpreendendo eles...
Depois disso, vi que a necessidade de aprender a lutar era grande. Comecei a ensinar os mais aptos meu estilo de luta(que eu chamava de Kung-Fu). Na primeira semana, ensinei o básico(e confesso, meus alunos, muito talentosos, aprenderam bem rápido, me superando). Logo na segunda semana, alguns já desenvolviam estilos próprios e iam aprimorando(Garça, Grilo, Tigre, cada nome estranho, cada posição estranha, mas que dava certo!)...
Depois disso, nunca mais tivemos problemas com ladrões e começamos a explorar a montanha. Descobrimos um lago enorme que aproveitamos(Até hoje ele dá bastante peixe), e começamos a fazer pequenos esconderijos ao longo da montanha(Porque orcs costumavam ir lá de tempos em tempos, contavam os humanos).
Bom, a primeira grande batalha que tivemos foi 20 anos depois, foi quando os orcs que os humanos citaram resolveram nos atacar(afinal, nossa fama de ótimos lutadores tinha se espalhado). Não sei o que esses orcs tem na cabeça...
Entraram as cegas na nossa montanha. Simplesmente matávamos eles aos poucos sem que percebessem guiando-os para algumas cavernas com armadilhas, ou mandávamos alguns nossos para acabar com um grupo perdido. Eu mesmo estava em 2...
Num dos grupos que eu fui, estava eu, um aluno muito famoso meu(Chin-Powan era seu nome, muito famoso por inventar o fortíssimo estilo de luta que ele mesmo chamara de “Dragão”), Luck(Ótimo lutador) e os Gêmeos(dois irmões que se recusavam a dizer o nome). Resolvemos ir na frente deles...
Não é atoa que em menos de um dia foram todos mortos. Eles lutavam desleixadamente, nós conseguíamos desviar facilmente das machadadas deles(os vestidos de vermelho principalmente). Eram cerca de 50, mas acabamos com eles facilmente. Caíram em velhos truques como “Boca do Dragão”, “Garça Voadora” e “Tigre Desajeitado”. Matei pouquíssimos, meus alunos usavam golpes fatais que derrubavam 2 ou 3...
Depois daquele dia, nossa fama se espalhou ainda mais. Vários humanos quiseram negociar conosco em troca de segredos da arte deles(magia poderosa, como diziam), porém resolvemos guardar esse segredo para nós, ao menos por enquanto...
Ah, esqueci de contar o que aconteceu nesses 20 anos. Construímos uma fortaleza subterrânea(todos nós ajudamos com oque pudemos, e deu tão certo que em 5 anos ela estava pronta). Compramos novas armas(que se adequaram à nós), e inclusive fomos convidados por humanos para ir conhecer um povo distante parecido com nós que também se denominavam goblins, numa região que eles chamavam de “Edron”, porém recusamos.
Bom, tivemos alguns problemas com dragões também, porém nada que um bom aluno da faixa marrom(penúltima do nosso estilo de luta, o Kung Fu) não dê conta. Também adotamos alguns gigantes jogados por aí(não sei quem foi o ser sem coração que fez isso) e até hoje eles fazem armas para gente, além de alguns servirem de “cobaias” para nossas aulinhas de luta.
A única grande ameaça mesmo foi um Deus da Morte, Shinigami como ele se chamava, ou Sombra do Lorde Izan, que veio invocado dalgum macumbeiro qualquer, porém tínhamos um pouco de prata guardada para casos extremos.
E hoje aqui estou, com 64 anos(Idade Adulta), sentado no meu quartinho da fortaleza subterrânea. Muitas coisas deixei de fora, mas fui ao principal. Vários goblins nossos foram ao mundo em busca de “patrocínio” para nossa montanha. Estamos vivendo confortavelmente, embora algumas vezes encontramos espiões tentando ver nossas aulas e nosso treinamento(na grande maioria, humanos e elfos, argh!). Aqui encerro meus relatos, espero que eu tenha sido claro e objetivo.
PS: Pensou que iria ter uma descrição de algum golpe só nosso, não é, Sr. Espião?
PS²: Se for tentar nos espionar, quebrarei seu pulso pessoalmente...
Então, o Senhor das Botas avançou para as quartas de final e agora irá enfrentar o Azeth Lawk (que eliminou o Sombra de Izan)!
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 





...



