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Tópico: :Monheim:

  1. #1
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    Padrão :Monheim:

    Bom, hoje dou início a um projeto curto, baseado basicamente no disco Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven da banda Godspeed You! Black Emperor. Já tenho quase tudo concluído, faltando somente o capítulo final que devo demorar um pouco mais para escrever, de qualquer forma não deixarei isso abandonado mais que uma semana.

    Minha idéia principal era fazer dessa história um antecedente ao tema do disco. Para isso eu reuni algumas invenções minhas, somadas a partículas do álbum. Ou seja, pegar o mundo apocalíptico e supor um porquê. Entretanto esse porquê se tornou um como. O porquê está nas entrelinhas, afinal é bem claro.

    Vou deixar bem claro que minha adaptação é fictícia, apenas peguei elementos interessantes e despejei da forma que minha cabeça quis. Não há certo ou errado aqui. Essa primeira parte pode soar confusa, mas garanto que no fim tudo será entendido.

    Bem vindos ao mundo de Monheim.

    :Monheim:


    >>> COMPLETO <<<

    Índice

    Parte I (Redenção)

    #1
    #2
    #3
    Ela sonhou que estava sozinha num campo vazio
    #5: Salmo do Apocalipse
    #4: Coney Island

    Parte II (E se falou de morte e vida; para sempre)

    Capítulo 1 - Tempestade
    Capítulo 2 - Estática


    Parte III (Vá com Deus)

    Capítulo 1 - Adormece
    Capítulo 2 - Antenas para o Paraíso


    Parte I
    Redenção

    #1

    O que faremos?
    Baby-o, babelulaidei!
    Baby-o, babelulaidei!
    Homem bom foi para o céu
    Homem mal foi para o céu
    Baby-o, babelupilaidei!
    Homem bom foi para o inferno
    Homem mal foi para o inferno
    Baby-o, babelupilaidei!
    Monheim é o nome do lugar
    Baby-o, Baby-o
    Terra não existe mais
    Faça por ti, faça por nós
    Devolve essa maçã para sua copa
    Baby-o, faça por nós
    Levante seus magros punhos
    Como antenas para o paraíso


    #2


    A chuva lá fora é dura
    É triste, é clara
    Preso nessa torre de câncer, sufoco a tempestade
    E dou as boas vindas a nosso novo mundo
    Enquanto chove, migalhas, luzes
    Sem parar, para todo sempre


    #3


    Rádio pega
    Cadê suas antenas?
    Só há estática, na lojinha costeira
    O velho senhor sentado na loja das lembranças,
    bebendo vinho francês,
    comendo pão espanhol
    numa praia dos Estados Unidos
    “Eles não dormem mais aqui, na praia” diz
    “Não dormem mais em Coney Island”


    Ela sonhou que estava sozinha num campo vazio


    Pobre menina, sonhou que sozinha
    Num campo vazio
    Salvara o mundo que antes conhecia


    #5: Salmo do Apocalipse


    ... na inocência foi preparado para conhecer o nosso rei da glória.
    Então, nós temos isso.
    Você o tem em suas janelas secretas.
    Você está entendendo a entender isso para trazê-lo para trás.
    Isso necessita de pequenos minutos.
    Isso necessita de uma sagrada vida.
    Isso necessita de emoções.
    Isso necessita de dedicação, isso necessita dedicação!
    Isso necessita de uma morte.
    E somente, somente;
    Deus pode permitir isso


    #4: Coney Island


    “Não havia lugar como aquele, quando eu era criança
    Nenhum lugar como aquele, no mundo todo
    Era fantástico!
    Quando me lembro como as coisas eram, me sinto mal

    Pessoas de todos os cantos do mundo vinham conhecer
    Eles chamavam de parque de diversões do mundo
    Eu me perdi uma vez em Coney Island, quando era pequeno
    Mas eles me acharam... na praia

    Agente costumava dormir na praia, dormir a noite
    Eles não fazem mais isso
    As coisas mudaram, como pode ver
    Eles não dormem mais na praia”

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    Última edição por Drasty; 22-04-2010 às 18:24.

  2. #2

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    Apesar deu não gostar muito do álbum Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven da banda Godspeed You! Black Emperor, gostei do seu projeto, conseguiu captar a essência.

  3. #3
    Avatar de Drasty
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    Obrigado, Giralho.

    Parte II

    E se falou de morte e vida; para sempre

    Capítulo 1 – Tempestade


    – Hei Mahoney, dá uma olhada nisso aqui.

    Os dois operários olharam o sinal vermelho dispersando-se em ondas na tela do computador. Aguardaram alguns minutos esperando o sistema tentar estabilizar o erro. Ambos com copos de café frio e seus capacetes amarelos. O rádio posicionando em cima de uma prateleira torta, ligado em uma AM qualquer. Ruidoso, mal se conseguia ouvir alguma coisa, mas ninguém tivera paciência para arrumar sua antena. Duvidavam da sua integridade, ficou muitos anos ali servindo de passatempo aos funcionários. Teve seus grandes momentos entre quedas e derramamentos de café.

    O sinal não dava descanso. O pobre Mahoney olhou pela janela a tempestade que ensopava os aviões. Los Angeles era um lugar propício para chover assim e quando começava desse jeito era certo que não acabaria bem. Trovões e relâmpagos cortavam as nuvens negras que pairavam sobre o Aeroporto Internacional, parecia que uma lâmina amarela cairia como um tridente e despedaçaria todo aquele prédio. Afinal, a torre de comando era o ponto mais alto.

    Mahoney passava a mão calejada sobre a testa grudenta. Depois dava umas goladas no café. Em seguida, sentou-se ao lado de seu companheiro numa cadeira de escritório bem vagabunda. Ele colocou os finos punhos sobre o ombro do outro homem e tossiu forte.

    – Mike, tenta entrar pelo software A.R.C.O, senão eu vou ter que consertar essa porra na mão.

    Mike abaixou os óculos fundos e afastou a franja negra da cara, abrindo uma janela para os olhos. Teclava veloz e pouco passava a mão no mouse. Abrira alguns programas que jaziam na tela principal. Várias letras e números se misturaram a símbolos e outros códigos, como se o computador tentasse desvendar um segredo. A chuva apertava lá fora e as viagens começavam a ser canceladas nos alto-falantes.

    Ele se esforçava bastante para eliminar a falha, mas não tinha solução pelos comandos. Mike botou os dois cotovelos sobre o painel a sua frente e apertou o cenho. Os óculos remendados agora estavam sobre o teclado, quieto como os dois homens. Já sabiam o que devia ser feito. Entretanto, a tempestade lá fora fazia desse procedimento algo perigoso. Mesmo havendo pára-raios em diversos pontos do aeroporto, a torre ficava a uma boa distancia da última estação. E por motivos técnicos, não podiam haver pára-raios sobre seus telhados.

    O clima pesava sobre os ombros dos dois. As viagens estavam canceladas, porém havia outros aviões nos céus. E caso o sistema caísse estes se perderiam no radar e a culpa seria dos dois técnicos. Seria arriscado acreditar na sorte para ambas situações, mas seriam incompetentes se ficassem esperando Deus tomar uma decisão.

    – Agente vai fazer o seguinte: eu vou até o galpão, você desliga tudo por um minuto, conserto o defeito e volto para cá. Certo, Mike?

    – Parece perfeito. Mas tente não se molhar tanto pode te atrapalhar na hora de puxar os mecanismos para fora. Porque mesmo desligados ainda há corrente passando. Então, cuidado.

    Mahoney pegou uma lanterna e um balde de plástico onde guardava algumas ferramentas. Colocou uma capa de plástico sobre o balde e prendeu o com fita preta. Bebeu o último gole do café e saltou dentro das botinas. Ouviu-se um estalo alto como se tudo tivesse estourado. Barulhos de metal colidindo com metal no andares superiores começaram a ficar intermináveis. A tempestade ficava ainda mais violenta.

    Quando ele estava pronto para sair, o homem de óculos lhe trouxe um guarda-chuva. E, assim ele partiu. Fora da torre um vento do leste batia contra seu corpo e dificultava o manejo dos objetos em suas mãos. A chuva acompanhava o vento e se chocava contra ele. Por hora, os relâmpagos tinham cessado. Apenas via-se luzes em nuvens distantes. Quase dois quilômetros a frente estava o Aeroporto Internacional. Um pouco mais longe seis boings se arrumavam nas garagens. Homens vestidos em macacões laranja dirigiam seus carrinhos entre as rodas das aeronaves.

    Mahoney deu a volta na torre e caminhou pela passagem repleta de barras de ferro. Ele passou os olhos rapidamente pelo céu escuro como se a noite já se aproximasse. Tentou olhar o relógio, mas mal conseguia parar sua mão. Finalmente chegou a um cercado oval onde no meio havia uma escotilha cor de prata. Rodando sua maçaneta ela se abriu para cima e dentro veio um cheiro de mofo terrível. O homem sacou a lanterna e a coloco entre os dentes. Em seguida, saltou para dentro segurando-se na escada construída na lateral do galpão. Fechou a escotilha e a chuva do exterior foi sufocada.

    Com muito cuidado para não escorregar as botas molhadas na finíssima escada, ele desceu. Ao chegar ao fim estava numa sala igualmente oval. Havia oito corredores se projetando ao redor dele. Cada um com um número marcado em vermelho. O seu era o corredor número quatro. Sentou-se no chão e pode enfim fechar de vez o guarda-chuva. Deixou exatamente abaixo da escada e partiu andando veloz pelo corredor. A lanterna na mão direta começava a dar sinais de fraqueza, as pilhas deviam estar acabando. Isso fez Mahoney apertar o passo. Em poucos segundos, chegara numa saleta apertada onde duas enormes máquinas repletas de botões vermelhos, verdes e amarelos estavam. Colocou o balde de ferramentas no assoalho de metal e rasgou o plástico que o selara, depois pegou o nextel preso a cintura, apertando o botão lateral. O barulho do aparelho apitando ecoou pelas diversas câmaras do galpão.

    – Mike pode desligar – disse.

    Fez-se cinco minutos de pura solidão. Só ele e aquelas máquinas com seus botões coloridos. Mal se dava para ouvir a chuva ou o som dos aviões. Havia uma paz sombria naquela câmara. Estava tão sossegado que por pouco ele não fechou os olhos. A luz falhou por vezes até finalmente se desligar. Rapidamente Mahoney pegou a lanterna e apontou para um pequeno quadrado de prata. Tomou na mão uma chave de fendas e desparafusou-o. Quando ele o puxou para fora viu os fios de todas as cores dançando dentro da máquina. Enfiou a mão pelo buraco e esforçou-se para empurrar o mecanismo solto. Pronto, estava feito. Fechou tudo direitinho e levantou-se para ir embora. A luz voltou num flash e os corredores se iluminaram.

    De volta a sala oval, Mahoney improvisou uma proteção nova para o balde. Pegou o guarda-chuva e começou a subir a escada. De novo, com muito cuidado chegou a superfície. Empurrou a escotilha e ela se abriu. Colocou o guarda-chuva para fora e o abriu. Ainda olhou para baixo conferindo se os pés estavam prontos para sair. Após isso, não houve mais nada. Um clarão esverdeado irradiou do céu e um estrondou altíssimo foi ouvido por todo o aeroporto. As luzes foram embora de vez e a chuva de raios cessou. Ainda chovia muito e um cheiro de fumaça exalava por toda extensão.

  4. #4
    Avatar de zack746
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    O texto foi bom, gosto das coisas simples. Sim, é estranho falar simples quando se diz sobre GY!BE, mas os textos forma sinceros para com a música.

    Aconselho a ouvirem a música enquanto lêem.

    Na verdade, esperava tudo isso. Mas foi bom...

  5. #5
    Avatar de Meltoh
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    Bom... Vou comentar sobre essa segunda parte.

    Começou bem. Gostei muito do jeito que escreveu. Entendi perfeitamente tudo que estava escrito e também as ações foram bem realistas

    Outra coisa que merece destaque é o seu amplo vocabulário que embelezou bastante ao texto.

    Sobre a história... Foi curioso como ela encaminhou-se para um desfecho já previsível, mas que mesmo assim ainda plantava dúvidas na cabeça do leitor sobre o que aconteceria no texto.




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  6. #6
    Avatar de Drasty
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    Citação Postado originalmente por zack746 Ver Post
    O texto foi bom, gosto das coisas simples. Sim, é estranho falar simples quando se diz sobre GY!BE, mas os textos forma sinceros para com a música.

    Aconselho a ouvirem a música enquanto lêem.

    Na verdade, esperava tudo isso. Mas foi bom...
    Obrigado Isaac, também aconselho a ouvir a música junto, ajuda a aumentar o clima.

    Citação Postado originalmente por Meltoh
    Bom... Vou comentar sobre essa segunda parte.

    Começou bem. Gostei muito do jeito que escreveu. Entendi perfeitamente tudo que estava escrito e também as ações foram bem realistas

    Outra coisa que merece destaque é o seu amplo vocabulário que embelezou bastante ao texto.

    Sobre a história... Foi curioso como ela encaminhou-se para um desfecho já previsível, mas que mesmo assim ainda plantava dúvidas na cabeça do leitor sobre o que aconteceria no texto.
    Obrigado, Meltoh. O final desse capítulo já era esperado, mas não vão achando que tudo acaba assim tão drasticamente. Dúvidas vão aparecer mais e mais, principalmente se vocês relacionarem os monólogos com a parte narrativa.

  7. #7
    Avatar de Emanoel
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    Creio que o primeiro post chega a ser irritante para quem não compreende as referências e excertos do álbum. Baby-o, torre de câncer, estática, campo vazio, rei da glória, Coney Island... o quê? Citando Thom Yorke, parece que você está spitting nonsense, talking in tongues, assim como uma drunkk machine. E é incrível como o monólogo de Murray Ostril perde a maior parte do seu significado quando escrito.

    Pulando para o Capítulo I da Parte II: ainda não sei se será uma constante, mas você levou o título a sério (ignorou aquele início triunfante e tornou literal o miolo caótico). Parece filme de suspense, você nem conhece aquelas pessoas e acompanha um momento tenso de suas vidas, daqueles em que alguns tentam aconselhar os personagens enquanto outros esperam a primeira burrice que os levará a morte. Por sinal, um final impactante foi tão esperado que ter deixado a questão em aberto parece ter sido boa escolha.

    Admito que tive dificuldade para imaginar o ambiente como um todo, mas aí lembrei que sou caipira demais para estar familiarizado com aeroportos.

    Enfim, ágætis byrjun, mas deixou esperando por mais, muito mais...


    Eu não consigo parar de citar músicas e artistas.


    Blaise Bailey Finnegan III, meu "personagem" preferido, não aparece nesse álbum. Pena.
    Última edição por Emanoel; 25-03-2010 às 06:56.

  8. #8
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    Citação Postado originalmente por Emanoel Ver Post
    Creio que o primeiro post chega a ser irritante para quem não compreende as referências e excertos do álbum. Baby-o, torre de câncer, estática, campo vazio, rei da glória, Coney Island... o quê? Citando Thom Yorke, parece que você está spitting nonsense, talking in tongues, assim como uma drunkk machine. E é incrível como o monólogo de Murray Ostril perde a maior parte do seu significado quando escrito.

    Pulando para o Capítulo I da Parte II: ainda não sei se será uma constante, mas você levou o título a sério (ignorou aquele início triunfante e tornou literal o miolo caótico). Parece filme de suspense, você nem conhece aquelas pessoas e acompanha um momento tenso de suas vidas, daqueles em que alguns tentam aconselhar os personagens enquanto outros esperam a primeira burrice que os levará a morte. Por sinal, um final impactante foi tão esperado que ter deixado a questão em aberto parece ter sido boa escolha.

    Admito que tive dificuldade para imaginar o ambiente como um todo, mas aí lembrei que sou caipira demais para estar familiarizado com aeroportos.

    Enfim, ágætis byrjun, mas deixou esperando por mais, muito mais...


    Eu não consigo parar de citar músicas e artistas.


    Blaise Bailey Finnegan III, meu "personagem" preferido, não aparece nesse álbum. Pena.
    É também acho que o monólogo perdeu sua força quando escrito, mas o que eu podia fazer (risos). :rolleyes:

    Ok, acho até que você está certo nessa sua análise do capítulo, mas peço calma nas avaliações. Eu não levei tudo ao pé da letra, pelo menos quase tudo. O próximo capítulo deve dar uma outra impressão, mas enquanto isso, pelo menos pra quem não ouviu o disco, tentem prestar atenção aos monólogos. Vai ter muita coisa que deve ficar nas "entrelinhas", não vou explicar a história toda.

  9. #9
    Avatar de Wu Cheng
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    Acho que o seu projeto merecia ilustrações do Dave McKean.


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  10. #10
    Avatar de Drasty
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    Verdade Wu Cheng, cairiam como uma luva, das bem cabeludas e assustadoras.

    Capítulo 2 - Estática


    – Trudy, pega cereal na outra seção, por favor.

    A mulher de vestido púrpura com flores de todas as cores bordadas pegou o carrinho de supermercado e deu a volta na estante de laticínios. Do outro lado, um balcão de madeira ostentava uma série de opções. Cereais de mel, chocolate, aveia e outros sabores estranhos. Ela parou e pensou qual escolher durante um instante. Foi o suficiente para ouvir o discurso ruidoso que vinha de um rádio. Ao lado do aparelho estava sentado um velho de cabelos cumpridos e brancos em profundo silêncio. Os cotovelos apoiados sobre os joelhos e as mãos cobrindo as maçãs do rosto. Parecia desesperado.

    – ... na inocência foi preparado para conhecer o nosso rei da glória. Então, nós temos isso. Você o tem em suas janelas secretas. Você está entendendo a entender isso para trazê-lo para trás. Isso necessita pequenos minutos. Isso necessita uma sagrada vida. Isso necessita emoções. Isso necessita dedicação, isso necessita dedicação! – berrava a voz esganiçada enfatizando as frases. – Isso necessita de uma morte. E somente, SOMENTE, Deus pode permitir isso.

    Trudy se aproximou da bancada e colocou a mão sobre o ombro do velho. Ele levantou a cabeça ressabiado e a olhou com seus olhos fundos. Os olhos repletos de sujeira e cansaço. Ela enfiou a outra mão na bolsa e sacou uma nota de cinqüenta dólares. Aquele senhor olhou o dinheiro e como quem foge da cruz levantou-se e correu gritando. Ela, muito assustada, devolveu de antemão a nota para a bolsa. Respirou fundo e colocou o cereal de aveia no carrinho.

    Observou que um pouco distante de onde estava dois seguranças haviam pego o velho pelos braços. O dono do mercado gritava palavras horríveis e apontava o dedo gordo para o inválido que nesse momento já não tinha mais forças para falar. Após uma calmaria, os dois seguranças arrastaram-no para fora. Trudy sentiu-se mais tranqüila, apesar de sentir mal pelo velho.

    O discurso do rádio tinha acabado. Agora, um barulho alto de estática fazia seu ouvido doer. Foi ficando mais alto e mais alto. Chegou há um ponto que Trudy mal conseguia se mover. Permaneceu assim por vários minutos, quando por fim o aparelho escangalhou de vez. Aliviada com o fim repentino daquela tortura, voltou a empurrar o carinho. Finalmente seu marido apareceu de novo com dois engradados de cerveja. Ela sorriu ironicamente e ele beijou seu rosto.

    O carinho foi posicionado atrás de uma fila com outros. Enquanto esperavam sua vez ela contou do incidente com o velho e o rádio e o homem riu como uma criança. Quando o assunto cessou, Trudy apanhou uma revista de fofocas de uma estante de ferro e passou os olhos pelas páginas. O alto-falante do mercado anunciou uma promoção relâmpago de conhaque, o que fez seu marido sair em disparada assim como outros clientes.

    A moça da bancada pediu a ela as horas. Trudy abaixou o queixo e informou que eram três e quinze. Houve uma bufada irritadiça da senhora a sua frente. A novela começava as três. Ela também costumava assistir a esses programas, mas a que estava sendo transmitida no momento não tinha prendido sua atenção.

    – Boa tarde, senhora. É a sua vez – disse a atendente.

    – Ah, me desculpe. Distrai-me lendo a revista – respondeu, embora já tivesse percebido que era sua vez.

    Ela colocou todos os produtos em cima da esteira e um a um foram registrados pela máquina. Começara a se perguntar o porquê da demora de seu marido. Eram quase três e meia e tinham de buscar as crianças no colégio as quatro, antes disso tinha que passar em casa para deixar as compras. Trudy estava irritada e quase berrou o nome dele. Ela então se cansou de esperar e pagou a moça. Decidira ir para o carro e esperar por ele lá mesmo. Voltara a empurrar o carinho pelo mercado. Quando chegava ao portão de saída ouviu um barulho de multidão e correria. Entraram correndo, brandindo revolveres e escondidos em máscaras negras. Mandaram-na voltar. Desesperada, largou o carinho ali mesmo e voltou correndo.

    Como imperadores, os homens que haviam entrado, ordenaram que esvaziassem as caixas registradoras. Um deles, alto e forte passou com um saco enorme por cada atendente. Elas iam colocando todo o dinheiro dentro, moedas e notas. Enfim passaram por todos os balcões. O saco foi amarrado por um pedaço grosso de arame e dois homens o levaram para fora.

    – Agora quero todas as bolsas de todas as mulheres. Meus companheiros vão passar para pegá-las. Se alguma de vocês reagir, eles vão atirar – comunicou o que aparentava ser o líder.

    O processo novamente foi cumprido com perfeição. Aqueles assaltantes tinham se preparado muito bem para aquele assalto em particular. Embora não estivesse altamente armados, cada um deles tinha uma pistola.

    Na vez de Trudy, pediu ao homem se podia pegar as fotos que havia na sua carteira. Seguindo o padrão mandado, ele a negou. Cheia de lágrimas nos olhos, ela pediu mais uma vez. O bandido, com a pistola em punho tremeu um pouco e olhou a nos olhos. Era uma mulher linda, daquelas que se vêem poucas na rua. Cabelos loiros, olhos lindíssimos e lábios vermelhos como sangue. Sua consciência pesou ao pensar no que faria com ela. Quando, na realidade, gostaria de estar fazendo outra totalmente diferente. No entanto, ele puxou o gatilho e a pólvora exalou por todo mercado. Ouviu-se um grito e depois falação.

    Trudy caiu de costas. As luzes do mercado ofuscavam sua visão, ela queria que tudo ficasse escuro. E aos poucos isso aconteceu. Falharam as luzes do estabelecimento. Os homens se assustaram. Houve mais uma falha. Então, todas as luzes se apagaram. Poucos segundos de silêncio para o início de uma gritaria. Disparos e desespero.

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