O Homem Eterno
>>>HISTÓRIA COMPLETA<<<
Índice
Prólogo
Capítulo I - Um novo pilar
Capítulo II - As botas Chanel
Capítulo III - Heras do meu jardim
Capítulo IV - Frágil
Capítulo V - O único momento em que estivemos a sós
Capítulo VI - O Homem Eterno
Epílogo
Prólogo
Carlos despertou como em todas as manhãs. Sua esposa dormia ao seu lado. Ele não podia mais ficar perdendo tempo, tinha que trabalhar. Levantou-se da cama, que era enorme como quase tudo naquele cômodo. Observou o quarto ainda escuro, vasculhando suas sombras. Sobre uma mesa de mármore branco dormia de olhos bem abertos o fiel relógio. Ao seu lado, jazia um copo de uísque vazio, ainda exalando o cheiro forte de álcool da noite anterior. Sua carga horária nos últimos anos tinha aumentado. Toda noite estava batendo cartão.
Aquele homem caminhou desajeitado até uma mesinha próxima à outra antes descrita. Colocou sua mão atrás do abajur roxo – de gosto questionável – e, depois de alguns instantes, pegou um objeto bem pequeno escondido ali. Ele o inseriu na gaveta logo abaixo, com todo cuidado para não fazer algum barulho que pudesse acordar sua mulher. De lá, retirou um celular bem velho todo quebradiço. Havia uma ligação não atendida. Já sabia de quem era. Sempre a mesma pessoa, só ela tinha aquele número. Com o aparelho em mãos ele fez uma cara de desprezo, em seguida o guardou, trancou a gaveta e escondeu a chave novamente.
Seguiu seu rumo para o banheiro. Tomou uma rápida chuveirada e fez a barba displicentemente. Em poucos minutos estava vestido em um terno preto muito bonito, no entanto, era claro que havia sido comprado alguns tamanhos menores. Sua pança quase saltava por ele.
Carlos era um homem saudável. Porém seu peso o incriminava: adorava comer. Comia quando estava feliz, triste, raivoso, até mesmo quando não tinha fome. Não havia nada de que não gostasse. Vivia se empanturrando de sorvetes, geléias, omeletes, doces, tudo que pudesse ser comido.
Tão rápido quanto tomara seu banho, ele tinha chegado ao andar inferior. Uma bela copa ostentava logo a sua frente. O chão todo quadriculado, salpicado de preto e branco. Ele pensou em fazer ovos mexidos e comê-los com uma xícara de café quente. Foi exatamente o que fez.
Enquanto comia, olhava a penca de eletrodomésticos. Todos projetados e confeccionados por sua empresa. Era como um artista que admirava suas obras primas. Orgulhoso e fraternal. Às vezes perguntava a si mesmo se amava mais suas criações do que seus próprios filhos.
Terminado o desjejum, foi até a porta da frente. Limpou a garganta e por duas vezes bateu palmas. Em seguida disse “Baptista P3TU”, também duas vezes. Um som esganiçado cortou o ar, como se algo houvesse sido ligado.
– Chame um táxi e lig... – antes que pudesse terminar sua frase uma voz estridente disse:
– Carlinhos, hoje é Domingo. Volte para a cama.
Ele soltou um grunhido seco. Não havia outra coisa a fazer, tinha que voltar para lá. “Mas antes, porque não um sanduíche de presunto?” pensou. Aquele gorducho gostava mesmo de comer.
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