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Tópico: Dan da Cidade de Carlin

  1. #1151
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    comecei a ler a historia muito legal parece um manual para quem quer saber como se joga o q acontece em rookgard etc

    ainda vai demorar para eu ficar em dia com toda a historia vou aos pouquinhos

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  2. #1152
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    Padrão Capítulo 3 - Sangue de Rei

    Olá Galera,

    Em primeiro lugar desculpem pelo atraso....

    Eu estava com o capítulo pronto e aí perdi o meu pendrive (na verdade eu emprestei e perderam ele por mim).

    Eu já estava escrevendo o capítulo novamente, mas hoje o pendrive magicamente apareceu na minha mesa (alguém deve ter achado e ao abrir os arquivos descobriu que era meu).

    Enfim, está aqui o capítulo 3! E para compensar, o capítulo 4 será postado semana que vem! Ele será quase como uma continuação...

    Agora, animado pelo bom número de comentários, estou retomando ao costume de responder um por um.

    Spoiler: Respostas aos comentários




    Capítulo 3 – Sangue de Rei


    Os jovens passaram a noite na casa dos pais de Lignuns, cuidando deles. Por um dia, o velho Graubart agradeceu aos deuses por ter uma ajuda naquela pesada tarefa.

    Antes que o primeiro sol estivesse totalmente à vista, os três aventureiros já estavam no porto do vilarejo.

    Eles foram recebidos por Grynch, o pequeno goblin verde, que os levou até o navio Striker. Não demorou até eles zarparem.

    Além da embarcação comandada pelo Pirata Ray, outros três navios, um pouco menores, navegavam ao lado sob a mesma bandeira preta com uma caveira branca. O menor deles tinha uma vela em forma de triângulo e vinha por último. Lignuns jurou que conhecia aquele pequeno navio, mas não se lembrava de onde.

    Os jovens deixaram suas coisas ao redor de um mastro e ali se sentaram para seguir a viagem.

    O local parecia propício para um descanso, mas um barulho de madeira batendo em madeiro surgiu e foi se aproximado, até que logo o pirata da perna de pau estava do lado deles.

    – Seu pai era um grande homem garoto... – Raymond disse calmamente para Dan.

    O pirata se sentou com certa dificuldade e Dan esperou até ele parecer estar confortável para prosseguir com a conversa.

    – Você conhecia bem ele? – perguntou o curioso feiticeiro. – Vocês eram amigos?

    – Quase irmãos... – Raymond respondeu em um tom triste. – Meu pai trabalhava para o pai dele... Nós crescemos juntos... Mas quando o seu avô Ciryan se foi, morto por Orcs, seu pai decidiu se lançar ao mar... E foi aí que ele mandou construir esse navio, o Striker! – Demorou até um leve sorriso surgir no rosto do pirata. – Ele me nomeou como seu primeiro oficial e tivemos boas aventuras como navegadores, levando mercadorias de um lugar para outro. Quando seu pai abandonou o mar, ele ainda me deixou esse navio de presente. Eu nunca vou me esquecer disso... Por isso eu não tive como negar quando sua mãe me pediu para cuidar do seu irmão mais velho, Konan... Assim como eu não teria como negar nenhum pedido de você, Dan... – Ray pareceu dar-se conta de algo. – Dan? Que diabo de nome é esse?

    – Na verdade... Meu nome deveria ser Donan... Ou talvez seja mesmo Donan... – Aquilo ainda era confuso para o feiticeiro. – Quando minha mãe me deixou aos cuidados do druida Alexsander ele deve ter entendido o meu nome errado... Mas enfim, desde então eu sou Dan...

    – Raymond! – Lignuns entrou na conversa, ele estava ansioso para fazer uma pergunta. – Gabriela nos disse que Aratan morreu em uma missão para o Rei de Thais... Você não estava com ele?

    – Não... – A tristeza era visível no rosto do pirata enquanto ele respondia ao druida. – Nós já não estávamos juntos há anos quando ele foi para essa missão... – Raymond então olhou novamente para o feiticeiro. – Tínhamos acabado de aportar em Edron quando o seu pai reencontrou a sua mãe. Eles tinham sido vizinhos em Thais durante toda a infância e nesse reencontro eles logo se apaixonaram novamente. Seu pai largou tudo, me deixou no comando do Striker e arrumou uma posição no exército thaiano em Edron. Não demorou até eles se casarem e voltarem para Thais. Seu pai já era um General quando o Rei o mandou para essa maldita missão... Ele subiu muito rápido na hierarquia do exército thaiano. Você sabe que têm uma veia real no sangue? Seu avô foi neto de um rei... Vocês são descendentes de Tibianus...

    – Parece que você é tão de Thais quanto eu! – Luna sorriu para Dan.

    – De fato, quase todos os moradores de Carlin são descendentes de Thais – interveio Lignuns. – Afinal, foram os thaianos que construíram aquela cidade...

    – Aratan não tinha apenas sangue real – continuou Raymond. – Ele herdou a veia aventureira da família, diferentemente do falecido e gordo Rei Tibianus III.

    Dan sorriu com aquilo. Finalmente ele estava conhecendo a sua linhagem e estava gostando do que ouvia, lhe soava bem ser “descendente de reis”. Luna não havia gostado dos últimos comentários do pirata e estava de cara feia pensando em uma resposta. Lignuns aproveitou aquele silêncio momentâneo para fazer uma nova pergunta.

    – Raymond, mas você disse que eram marinheiros... Como você se tornou um pirata?

    – Essa é uma longa história, aconteceu tempos depois. Pena que eu tenho uma esquadra de piratas para comandar. Contarei essa história em outra viagem! – O pirata se levantou com dificuldade. – Dizem que o Barba Sangrenta está por essas bandas... E que ele está convocando piratas famosos para a sua esquadra... – Ray sussurrou para os jovens em um tom sério, antes de seguir mancando em direção ao outro lado do navio.

    Os jovens seguiram em silêncio por algum tempo pensando nas histórias que tinham acabado de ouvir, até que Luna avistou algo.

    – Aquilo é uma cidade? – Ela estava olhando para o que havia na costa à direita do navio.

    Lignuns e Dan se levantaram para olhar e viram algo que mais parecia uma floresta.

    – Ab’dendriel! A cidade dos Elfos! – respondeu o druida sorridente. – Ou Déndron, na língua deles.

    Olhando com mais cuidado, eles podiam ver imensas árvores, conectadas por pontes de madeira. Na mais alta delas, chamas oscilavam, como um farol. Era possível ver ainda um grande labirinto e próximo a ele, em uma ilha, um grande castelo.

    – E o que é aquilo ali? – perguntou Dan.

    – O Castelo de Elvenbane! Você não conhece? – Lignuns externou sua surpresa.

    – Conheço sim... – respondeu Dan rapidamente. – Eu só nunca tinha visto...

    Na verdade, Dan pouco sabia sobre aquele famoso castelo, ele apenas ouviu algumas histórias de cavaleiros que teriam ido até lá e derrotado um imenso dragão, e mesmo assim, era difícil de acreditar na maioria das histórias que os hospedes da sua casa contavam. Sempre que um cavaleiro recitava uma história como essa, Alexsander esperava o convidado ir embora e dizia: “Se ganhássemos uma moeda para cada Cavaleiro que diz ter matado o dragão de Elvenbane, estaríamos ricos... Aposto que se formos até lá o dragão vai estar vivo.”.

    – Muitas pessoas morreram nesse castelo... – sussurrou Luna. – Não é verdade? – ela perguntou para Lignuns.

    – É sim... Durante a construção de Carlin, a Legião Vermelha do Rei de Thais prendia nesse castelo todos os rebeldes, em condições precárias... Dizem que a irmã do Rei em Carlin enganou os soldados da legião vermelha, os druidas usaram magias para parecerem orcs e atacaram o castelo por diversas vezes até que a Legião Vermelha perdeu a paciência e marchou até a fortaleza dos orcs para destruí-los. Como era de se esperar, as criaturas não estavam preparadas para o ataque e foram massacradas. Dizem que um Orc Shaman amaldiçoou a Legião Vermelha, e, além disso, os Orcs uniram suas forças com diversas outras criaturas para se vingar. Eles construíram um túnel secreto, entraram pelo subsolo e massacraram todos os presos e soldados da Legião Vermelha. Desde então o castelo é habitado por essas diversas criaturas.

    – Mas houve uma tentativa de retomar o castelo, por parte dos humanos – disse Dan que recebeu um olhar desconfiado do druida. – Não houve?

    – Não, Dan... Não houve... Pelo menos eu nunca encontrei nada disso em nenhum livro...

    – Houve sim... A Nova Legião Vermelha... – Dan não estava seguro do que ele estava falando, ele apenas se lembrava de ter ouvido isso de alguma conversa entre Cerdras e Alexsander, provavelmente eles pensaram que ele estava dormindo quando falaram aquilo.

    – Acho isso pouco provável. Nós conseguimos ver o Castelo de Elvenbane do nosso vilarejo e eu já li muito sobre ele, mas nunca ouvi falar de nenhuma missão para retomá-lo. – Lignuns estava seguro daquilo, mas não queria contrariar o seu amigo. – Só se foi alguma missão secreta da Rainha de Carlin...

    – É... Deve ter sido isso...

    Os jovens passaram algumas horas da viagem apenas admirando a cidade de Ab’dendriel, enquanto o barco a contornava. Ainda era dia quando um nevoeiro tomou conta do local e eles nada mais puderam ver.

    Tochas acessas foram presas no alto dos mastros, na tentativa de sinalizar aos outros navios a posição do Striker. Apesar de não conseguir ver os outros barcos, Dan podia ouvir, em alguns momentos, os barulhos das outras embarcações, que pareciam estar navegando muito mais próximas do que antes.

    Quando a noite chegou, a Baía da Neblina ficou não só cheia de névoa, mas também extremamente gelada. Assim, eles se encolheram para se proteger do frio e tentaram dormir da melhor forma possível.

    Com o passar do tempo, era possível notar que alguma claridade estava surgindo, embora o nevoeiro impedisse a entrada direta dos raios dos sóis. Poucas horas se passaram até eles enfim saírem da Baía da Neblina.

    Os dois sóis estavam no alto. Logo que notou a posição deles, Ray Striker consultou sua bússola, ordenou a mudança de rota do seu navio e sinalizou para que as outras embarcações fizessem o mesmo. Não demorou até as quatro embarcações estarem seguindo rumo ao sul.

    Um bonito dia estava diante deles, com um céu azul claro no alto e mar azul escuro refletindo os raios solares à frente. Os três jovens não resistiram àquele convite e foram até a frente do navio admirar a vista.

    Após algumas horas observando, Dan encontrou três pontos pretos a frente que parecia ser ilhas.

    – Que ilhas são aquelas?

    – Não são ilhas... Estamos em alto mar, não faria sentido existirem ilhas tão pequenas aqui... – respondeu Lignuns pensativo com sempre.

    – São navios! – respondeu Luna em um tom que fez seus amigos parecerem tolos.

    Ao olhar com mais cuidado, Dan não teve dúvida de que a garota estava certa. Enquanto certo burburinho surgia atrás deles, ele ficou tentando enxergar a bandeira que as embarcações levavam, até que notou uma coisa – elas estavam vindo justamente na direção deles.

    Uma trombeta soou.

    – Marujos, preparar para o combate! – gritou o Pirata Ray.


    ---------------------------------
    Próximo: [Capítulo 4 - Falcão do Mar em Perigo (Parte 1/2)]
    ---------------------------------

    E aí? O que acharam do capítulo? Mais informações do que ações... O foco esteve em fazer revelações sobre a origem do Dan... O que acharam?
    Última edição por Danboy; 28-03-2015 às 00:06.
    Gosta de Roleplay?
    Então pegue uma xicará de chá, sente-se e leia a história de Dan da Cidade de Carlin.

    (Última Atualização: Livro V: Capítulo 5 - A Guera de Reconquista (Parte 2/2), postado no dia 06.03.2017)

  3. #1153
    Avatar de Arckyus
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    Já achei que não teríamos mais capítulos! hahahaha

    Muito bom, capítulos que trazem informações são sempre surpreendentes, eu não esperava isso haha... esperando o 4!
    OI

  4. #1154
    Avatar de Cicero Kwey
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    Boa DanBoy! Muito bom este novo livro! Como sempre acompanhando!!!

  5. #1155
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    Padrão Capítulo 4 - Falcão do Mar em Perigo (Parte 1/2)

    Olá Galera,
    Como prometido, capítulo seguinte na semana seguinte!
    Espero que vocês gostem!

    Para tentar dar uma animada aqui, proponho o seguinte:

    Se menos de 7 pessoas comentarem: eu posto o capítulo daqui a duas semanas.

    Se 7 ou mais pessoas comentarem: eu posto o capítulo ainda na semana que vem!


    Vamos ver o que vai dar!

    Citação Postado originalmente por Arckyus Ver Post
    Já achei que não teríamos mais capítulos! hahahaha
    Muito bom, capítulos que trazem informações são sempre surpreendentes, eu não esperava isso haha... esperando o 4!
    Cara, sério, eu tenho que te agradecer. Acho que você é o único que ainda vem comentando capítulo a capítulo.
    Até quarta-feira o único comentário na história era o seu e se não fosse ele provavelmente eu teria desistido de postar outro capítulo.
    Só palavras de agradecimento não seriam suficiente, afinal não haveria mais história se não fossem os seus comentários, então coloquei uma surpresa pra você nesse capítulo.
    Espero que você goste!

    Citação Postado originalmente por Cicero Kwey Ver Post
    Boa DanBoy! Muito bom este novo livro! Como sempre acompanhando!!!
    Valeu por estar acompanhando também! Já se foi a época em que a história tinha dezena de leitores... Cada comentário agora é mais importante do que nunca



    Capítulo 4 - Falcão do Mar em Perigo (Parte 1/2)


    Por todo o grande barco, piratas pegavam suas armas, subiam e desciam as escadas do convés e andavam de um lado para o outro.

    Dan e Luna assistiam àquilo tudo assustados, enquanto Lignuns tentava identificar as bandeiras que se aproximavam.

    — As bandeiras têm fundo vermelho — comentou o druida. — Mas felizmente aqueles barcos não tem o tamanho do navio do temido Barba Sangrenta...

    Lignuns foi interrompido por uma pequena criatura verde.

    — Goblin levar humanos. —Grynch apontou para alguma coisa na parte de trás do navio e em seguida fez um sinal para eles o seguirem.

    Em meio à confusão geral, eles atravessaram o navio e encontraram o pirata Ray dando ordens aos seus subordinados.

    — Vocês três! — ele chamou os jovens após terminar de falar com os outros piratas. —Vocês vão com o Grynch até o último navio! Ele vai desviar da batalha e leva-los em segurança até Venore.

    O tom de voz do pirata deixava claro que não havia espaço para discussões, mas Dan pareceu não perceber.

    — Nós podemos lutar!

    — Não seja tolo, garoto. O que você pode fazer? Atirar bolinhas de fogo?

    — Posso usar a minha espada também! — Sem pensar, Dan sacou sua Espada de Carlin.

    Ray fitou a espada com desdém.

    — Essa espada pode ser mais forte que um sabre comum, mas ela não vai ser suficiente para perfurar as armaduras dos piratas de Devious o Caolho ou para repelir um ataque do sabre ensanguentado de Ron o Ceifeiro?

    Lignuns sentiu um frio na espinha com aquelas palavras.

    — São eles naqueles navios? — perguntou o Druida assustado. — Mas as bandeiras tinham fundo vermelho...

    — Eles agora lutam sob a mesma bandeira do Barba Sangrenta — respondeu Ray. — Não há mais dúvidas de que o terror dos mares retornou e está convocando outros piratas para lutar por ele!

    — E de quem é o terceiro barco?

    — A terceira embarcação é o Navio Mortal. — respondeu Ray em um tom de desafio.

    Lignuns engoliu em seco e olhou para os seus amigos.

    — É melhor irmos mesmo embora...

    — Ray! — Um Feiticeiro que estava entre os piratas deu um passo à frente. — Quero me candidatar para escoltar os garotos até Venore!

    Os jovens ficaram surpresos por encontrar um Feiticeiro no navio. Ele aparentava ter vinte e poucos anos, tinha os cabelos loiros e vestia um imponente manto dourado com detalhes vermelhos.

    — Não é necessário, Arckyus! — respondeu o Pirata rapidamente. — Eu confio plenamente no Grynch, ele pode garantir a segurança dos garotos.

    — Mas Ray... — Arckyus deu outro passo à frente e se aproximou mais do pirata para poder falar mais baixo. — Você tem ouvido às notícias de Venore... A Irmandade precisa de mim...

    — Tenha calma, Arckyus! — respondeu Ray sem paciência. — Nós estaremos em Venore em breve, mas agora temos uma batalha pela frente e eu preciso de você aqui! — Ray se virou e notou que os jovens ainda estavam ali. — O que vocês ainda estão fazendo aqui? Vão logo! — esbravejou ele.

    Os três seguiram o goblin até um pequeno barco que foi içado pelos piratas e descido para o mar. Grynch remava como um humano e o bote avançava rapidamente.

    — Lignuns... — Dan chamou pelo seu amigo. — O que é a Irmandade?

    — Não sei, Dan... Provavelmente é uma Guilda... — Lignuns não deu muita atenção ao Feiticeiro, pois ele estava com um olhar na frente, tentando identificar o navio para o qual eles estavam indo. — É o Falcão do Mar, o velho navio do senhor Graubart. Raymond deve tê-lo comprado e reformado. Ele está como novo, por isso eu não o reconheci no porto...

    Aquele era o menor dos navios piratas, com pouco mais da metade do comprimento do Striker e apenas uma humilde casa de popa. Ao invés de quadradas, suas velas eram triangulares e pareciam ser desproporcionalmente maiores em relação ao resto da embarcação.

    O comandante do Falcão do Mar era ninguém menos do que o mais novo dos piratas, o Capitão Kurt. Ele recebeu os jovens com muita alegria e sugeriu que eles ficassem na sua própria cabine durante a viagem, argumentando que a segurança deles seria a sua prioridade máxima. Eles recusaram com educação e seguiram até a borda do navio, de onde poderiam ver toda a movimentação dos outros barcos.

    Aos poucos o Falcão do Mar foi navegando em sentido sudoeste e tomando uma boa distância dos demais navios piratas.

    — Lignuns — disse Dan após algum tempo. — Esse capitão do navio mortal... Parecia que você estava com medo quando o Ray falou sobre ele.

    — Bem... — Lignuns engoliu seco novamente. — Ele pode não ser tão sanguinário como o Barba Sangrenta, mas é letal sempre que ataca um navio. Ninguém jamais conseguiu olhar seu rosto de perto e continuar vivo. Na verdade, ninguém jamais escutou a sua voz, ele fala apenas para o seu papagaio, que repete tudo para os marujos.

    — Que bom que estamos fugindo da batalha, então... — comentou Dan.

    — Não necessariamente... — Luna estava com os olhos fixos nos movimentos dos navios piratas.

    Um deles estava mudando a sua trajetória e ao invés de seguir com os outros dois na direção dos três navios piratas comandados por Ray, estava indo na direção do Falcão do Mar.

    — Marujos, preparem as velas, alterar direção, vamos a todo vento para o norte! — gritou o pirata Kurt.

    O goblin protestou veementemente, com palavras incompreensíveis, e precisou ser contido pelos outros marujos para não avançar sobre o capitão.

    — Não seja uma criatura tola! Se prosseguirmos vamos todos morrer! — gritou Kurt.

    — Missão ser Venore! Bugga! Não norte! Bugga Bugga! — protestou novamente a pequena criatura verde.

    — Kurt! Talvez haja uma solução! — gritou Lignuns. — O Falcão do Mar pode ser pequeno, mas consegue mudar de direção rapidamente e suas velas triangulares permitem que ele navegue contra o vento melhor do que qualquer outro navio — completou Lignuns ainda gritando.

    — O que você quer dizer com isso, garoto? — retrucou o capitão também aos berros.

    — Podemos tentar passar por eles, navegando contra o vento — Lignuns apontou para oeste, onde estava o continente tibiano e de onde vinham os ventos naquela tarde — e depois seguindo ao sul a toda velocidade. Talvez a gente consiga chegar a Venore antes de eles nos alcançarem. Nós temos uma chance! Se fugirmos para o norte eles irão nos alcançar de qualquer forma!

    Alguns piratas resmungaram, concordando com o jovem druida, e Grynch seguiu olhando para Kurt esperando a resposta dele antes de protestar novamente.

    — Tudo bem! Faremos isso! Atenção piratas, vamos seguir para sul!

    Alguns piratas urraram concordando e o navio seguiu seu trajeto.

    — Lignuns, você tem certeza do que está fazendo? — sussurrou Luna.

    — Bem... O velho Graubart sempre me contou histórias sobre esse navio... Mas a resposta sincera é não... Não tenho certeza se isso vai dar certo, só sei que essa é a nossa chance... — ele sussurrou em resposta. — É a minha chance de salvar os meus pais... Não posso deixar que o capitão Kurt estrague tudo...

    Luna e Dan nada responderam.

    O Falcão do Mar rumou ao sul até estar a uma distância um pouco maior do que o alcance de uma flecha do navio inimigo, e então seguiu para oeste.

    Enquanto a embarcação manobrava, Lignuns não tirava os olhos do outro barco.

    — É o Navio Mortal... — sentenciou o Druida com tristeza.

    — Tem certeza? Como você sabe? — questionou Dan.

    — Ali no alto, vejam — apontou Lignuns.

    Destacado sobre a cabine do navio inimigo, estava um pirata com um largo chapéu com uma grande pena presa sobre ele. E no ombro do pirata, era possível ver uma ave.

    — Lá está o capitão com seu papagaio — concluiu o druida.

    O Navio Mortal demorou quase uma hora para conseguir mudar de direção, e depois praticamente não saiu do lugar enquanto o Falcão do Mar serpenteava rumo à costa.

    O grande navio já havia ficado alguns quilômetros para trás quando Kurt ordenou a nova mudança de direção, rumo ao sul.

    Todos os piratas do Falcão do Mar celebraram quando ultrapassaram o Navio Mortal e notaram que o inimigo ainda estava tentando mudar de direção. Quando o Navio Mortal conseguiu enfim virar para o sul, a distância entre os dois já era de léguas. E os outros navios em batalha já quase não eram vistos.

    Com o passar do tempo, contudo, o inimigo foi se aproximando, o vento foi diminuindo e a baixa velocidade do Falcão do Mar naquela situação começou a deixar todos preocupados.

    O primeiro sol já havia partido e o segundo já estava mergulhando no mar quando eles enfim avistaram Venore. Contudo, a distância até a cidade era enorme e, naquele momento, todos se deram conta de que o ataque não poderia ser evitado.

    Lignuns estava se sentindo culpado por sua estratégia não ter dado certo, mas parecia que nenhum pirata estava incomodado com isso e todos pareciam estar animados com a batalha. A única exceção era o próprio Capitão, que olhava de cara feia para o pequeno druida enquanto dava ordens para os seus comandados.

    — Marujos, preparar para a batalha! — gritou Kurt.

    O Navio mortal se aproximava pela esquerda, e o pirata Kurt, talvez involuntariamente, deu alguns passos no sentido contrário, se distanciando, enquanto os outros piratas seguiam no sentido contrário.

    Curiosamente, o pequeno Grynch estava em pé na mureta do navio e parecia estar pronto para liderar os piratas na defesa da embarcação.

    A embarcação inimiga também veio com seus piratas na mureta, eles pareciam mais preparados com seus sabres, chapéus e alguns com escudos. Os piratas de Kurt, por sua vez, eram mais próximos de simples saqueadores, muitos tinham apenas panos na cabeça e suas armas eram alabardas improvisadas.

    Já era noite, quando mesmo estando muito próximo, o Navio Mortal não diminuiu a velocidade e abalroou o Falcão do Mar. Os jovens tiveram que se segurar na mureta para não caírem com o impacto. Alguns piratas não tiveram a mesma sorte e foram ao chão, o próprio Grynch caiu na mureta e se não fosse tão pequeno teria ido ao mar.

    Instintivamente, Dan havia fechado os olhos poucos instantes antes do impacto. No segundo seguinte, quando ele abriu os olhos, os piratas inimigos estavam urrando e alguns já estavam dentro do Falcão do Mar.

    Vendo aquele cenário de caos, o jovem feiticeiro se perguntou se aquilo tudo não era um pesadelo.




    ---------------------
    Próximo: [Capítulo 5 - Falcão do Mar em Perigo (Parte 2/2)]
    ---------------------

    Pra quem gosta de História, essas velas triangulares são as chamadas velas latinas e foram amplamente utilizadas pelos portugueses no início das grandes navegações.

    E aí o que acharam desse caps? Ficaram ansiosos para a continuação?

    Comentários please!!!!




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    Última edição por Danboy; 11-04-2015 às 19:34.
    Gosta de Roleplay?
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    (Última Atualização: Livro V: Capítulo 5 - A Guera de Reconquista (Parte 2/2), postado no dia 06.03.2017)

  6. #1156
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    Poxa, beleza! Me obrigou a ler sempre agora hahaha

    Falando sério agora, sua história é uma das poucas que me intrigam. Já tentei ler diversas aqui, mas acabo ficando entediado. A sua é escrita de uma maneira simples, passando sua mensagem sem enrolação, e sendo intrigante, desafiador e misterioso ao mesmo tempo. Não pára não!

    Sobre a homenagem, não tenho nem o que falar hahaha... Valeu mesmo! Se depender de mim, vc ainda vai chegar no último capítulo de sei lá quantos livros...
    OI

  7. #1157
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    Muito Boa a Historia DanBoy!!! Gosto de historias de Piratas!!! hihi

  8. #1158
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    Se eu fosse rico transformava tudo que você já escreveu em livros e publicava de graça
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  9. #1159
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    Citação Postado originalmente por NirunehTorak Ver Post
    Se eu fosse rico transformava tudo que você já escreveu em livros e publicava de graça
    Com esse comentário, fluindo minha mente, fui de encontro a um sentimento saudosista: Ir nas bancas, ou livrarias da minha cidade, com algumas moedas e ir comprar algum gibi, ou mangá, ou revistas da marvel, só que nesse meu pensamento, seria de histórias do tibia, ou Dan, btw, seria massa.

    Quanto a história, continuo a me surpreender com tamanha criatividade e originalidade.
    Esse envolvimento do "caolho" e do Bloodbeard, a relação entre eles, nada mais "Tibia" do que isso

    Enfim, achei bem tenso o final, e me identifiquei a última linha: sempre me pergunto isso em algum pesadelo. (Sim, num pesadelo, pensar: "será que isso é um pesadelo?") Hahaha

    No aguardo! Se possível nessa primeira semana
    Black Sabbath + Megadeth 09/10/13
    Eu fui!

    Grêmio Rei de Copas! Copa do Brasil 2016 - Libertadores da América 2017 - Recopa 2018

  10. #1160
    Avatar de Danboy
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    Padrão Capítulo 5 - Falcão do Mar em Perigo (Parte 2/2)

    Olá Leitores,
    Não foi dessa vez que eu postei o capítulo uma semana antes... Mas foram quatro pessoas comentando... Só faltam mais três aparecerem...
    Vamos ver se agora vai!

    Relembrando:
    Se menos de 7 pessoas comentarem: eu posto o capítulo daqui a duas semanas.
    Se 7 ou mais pessoas comentarem: eu posto o capítulo ainda na semana que vem!


    Citação Postado originalmente por Arckyus Ver Post
    Uhull!
    Valeu pelas palavras!
    Eu espero fazer uns 9 livros hein!

    Citação Postado originalmente por Cicero Kwey Ver Post
    Valeu por continuar comentando! Acho que você vai gostar desse capítulo também!

    Citação Postado originalmente por NirunehTorak Ver Post
    Obrigado pelo apoio! Vamos ver se você vai continuar gostando!

    Citação Postado originalmente por Felipedge Ver Post
    Não foi na primeira semana dessa vez, quem sabe na próxima!
    Dica: Se você pesquisar os piratas do tibia, talvez você descubra quem é o capitão do navio mortal!


    É isso galera, segue o capítulo!



    Capítulo 5 - Falcão do Mar em Perigo (Parte 2/2)


    Enquanto os piratas inimigos que estavam na mureta simplesmente pularam para a outra embarcação, outros se balançaram em cordas amarradas nos mastros do Navio Mortal e saltaram para cair no Falcão do Mar. Alguns ainda tentavam estender longas tábuas entre os dois navios para formar uma passagem.

    O caos estava formado e todos lutavam por suas vidas.

    Luna sacou seu arco rapidamente e começou a atingir os inimigos, se distanciando um pouco dos jovens para buscar uma melhor posição. Dan e Lignuns não demoraram a utilizar suas magias de fogo e gelo.

    — Não vamos conseguir! — gritou Luna ao notar que os piratas do Navio Mortal em breve estariam em maior número no Falcão do Mar.

    — Mas precisamos fazer alguma coisa! Exori Min Flam! — exclamou Dan disparando uma bola de fogo.

    O ataque do jovem atingiu o braço de um pirata distante que reclamou da dor, mas seguiu lutando contra os marujos do Falcão do Mar. Quase o mesmo aconteceu com um ataque gelado de Lignuns.

    — Nossos ataques não estão adiantando! — comentou o druida. — Exori Min Frigo.

    — Deveríamos nos render. — Luna atirou mais uma flecha.

    — Matem todos! — disse uma voz aguda vinda do navio inimigo. — Não façam prisioneiros! — Era o papagaio no ombro do capitão do Navio Mortal.

    O capitão inimigo estava em pé em cima da cabine da sua embarcação sussurrando palavras para a ave. Ele usava um grande sobretudo, a roupa era bonita e imponente, mas não parecia adequada para aquele calor. Um grande chapéu preto tapava o rosto do pirata e ele ainda tinha um grande machado de duas mãos preso na sua cintura.

    O papagaio repetiu “matem todos” por mais três vezes e quando ele parou, os marujos inimigos pareciam ainda mais motivados.

    Não demorou até um pirata do Navio Mortal matar dois do Falcão do Mar, rompendo a linha de defesa deles, e assim, aparecendo na frente dos jovens.

    Lignuns foi o primeiro a agir.

    — Exori min frigo.

    A bola de gelo atingiu o braço no qual o pirata levava o sabre e os jovens acharam que ele já estava derrotado, mas o inimigo jogou o escudo no chão, pegou a arma com a outra mão e partiu para o ataque.

    — Exori Min Flam! — A bola de fogo do Dan atingiu o peito do pirata, mas apenas corroeu a armadura, sem nem ao menos retardar o ataque.

    Coube a Luna agir rapidamente e em uma flecha certeira, ela atingiu o buraco na armadura do pirata que caiu com a seta atravessada no peito.

    Os jovens não tiveram tempo de comemorar, dois outros inimigos vieram pelo mesmo caminho e se dividiram, um foi em direção à garota e o outro em direção aos magos. Ambos tinham sabres e escudos. E pior, um terceiro já vinha logo atrás.

    Luna disparou sucessivas flechas no pirata que avançava em sua direção, mas ele rebateu todas com seu escudo. Enquanto isso, Lignuns disparava bolas de gelo e Dan alternava entre bolas de fogo e de energia no inimigo que ia em direção a eles, mas o pirata recebia os ataques mágicos sem demonstrar nenhum dano.

    Quando o ataque aos garotos já era iminente, o druida, em um ato em tanto inesperado, deu um passo à frente e tentou acertar o inimigo com o seu cajado. O pirata apenas rosnou e com o escudo arremessou o jovem a dois metros de distância, fazendo o druida colidir com a mureta do navio. Lignuns ficou inconsciente e seu cajado voou para o mar. Dan se desesperou, jogou sua varinha no chão e sacou sua sempre fiel Espada de Carlin.

    O inimigo pareceu gostar daquilo e atacou o jovem com seu sabre. Dan defendeu o primeiro ataque e o segundo, e por alguns segundos ele pensou que a veia de Rei estava mesmo em seu sangue — apesar de ser um Feiticeiro, ele parecia ter talento para ser um Cavaleiro.

    Luna não estava tendo a mesma sorte, o pirata inimigo havia alcançado a jovem, que não conseguia mais atirar flechas e apenas tentava desviar dos golpes de sabre enquanto andava para trás, até que uma corda no chão a fez tropeçar e cair.

    De soslaio, Dan viu a garota cair. E também com o canto do olho, ele viu que o terceiro pirata corria em direção a ela. Diante daquela situação, o feiticeiro não pensou duas vezes e partiu para o ataque. O pirata defendeu o primeiro ataque e também o segundo, mas quando Dan partiu para o terceiro, o inimigo contra-atacou e acertou em cheio o braço direito do jovem, fazendo um profundo corte.

    Dan gritou de dor e largou a Espada de Carlin. Antes que a sua espada tocasse o chão do navio, o jovem viu sua vida passar diante dos olhos. Ele ainda teve tempo de ver que mesmo caída, Luna conseguiu colocar uma flecha no pescoço do inimigo que a atacava, fazendo-o cair em cima dela. O terceiro pirata, no entanto, estava prestes a ataca-la e o arco da garota estava preso embaixo do inimigo morto.

    O pirata que feriu Dan já manejava o sabre para atingir a barriga do jovem em um golpe mortal, mas sem pensar no que fazia, o feiticeiro esticou o braço que não estava ferido na direção do rosto do pirata.

    — Exori Min Flam — disse Dan rapidamente.

    A cabeça do pirata pegou fogo. Ele gritou de dor e caiu, mas não antes de perfurar a barriga do feiticeiro com seu sabre.

    Dan sentiu a dor e sentiu suas forças exaurirem. Ele gemeu e caiu de costas no chão. Com o pouco de força que lhe restou, ele tirou o sabre da sua barriga e virou para olhar a garota.

    Luna ainda estava presa, mas o terceiro pirata estava imóvel, parecia já sem vida. Ato contínuo, o pirata caiu de frente, revelando uma pequena criatura verde nas suas costas. Era Grynch.

    O goblin retirou sua pequena espada do corpo do pirata e foi ajudar Luna a retirar o outro pirata morto de cima dela.

    Ao ver que, pelo menos naquele momento, a Paladina estava salva, Dan sorriu e sem saber como, ele conseguiu dizer uma palavra.

    — Exura — ele sussurrou, como um gemido, enquanto fechava os olhos.

    ...

    — Dan! — gritou uma voz feminina que o feiticeiro bem conhecia.

    Naquele momento, o jovem quase teve certeza de que tudo tinha sido um pesadelo. Ele podia jurar que ao abrir os olhos estaria na sua casa em Carlin, com os seus amigos ali em pé ao seu lado.

    Mas não foi o que aconteceu.

    Deviam ter se passado poucos minutos ou mesmo segundos.

    Luna estava agachada olhando para o jovem, mas o cenário ao redor pouco tinha mudado, os piratas do Navio Mortal já eram maioria no Falcão do Mar e a ave estridente estava gritando novamente.

    — Matem todos! Matem todos! Matem todos! — o papagaio repetiu as palavras anteriores, antes de acrescentar novas. — Queimem tudo! Queimem tudo! Queimem tudo!

    As primeiras flechas de fogo voaram do navio inimigo, iniciando alguns focos de incêndio, mas sem fazer ainda muito estrago.

    Ainda um pouco perdido, Dan se sentou e passou mão sobre a sua barriga. Quando não encontrou o ferimento, ele se perguntou se a magia tinha sido eficiente ou se ele tinha apenas imaginado a ferida na barriga. Luna não deixou que ele pensasse.

    — Vamos! Grynch vai nos tirar o navio! Agora!

    — Lignuns — sussurrou Dan.

    O feiticeiro virou a cabeça e viu o pequeno goblin tentando colocar o druida desacordado sobre os seus ombros.

    — Humano viver — gritou Grynch. — Agora nós ir!

    Luna ignorou as palavras do goblin e correu até o druida. Ela colocou um braço do seu amigo sobre os seus ombros e sinalizou para que a criatura verde fosse à frente. Recuperado, Dan se levantou rapidamente e também correu até o desacordado Lignuns, colocando o outro braço sobre os seus ombros.

    Eles seguiram alguns metros ao longo da mureta até encontrarem um pequeno bote suspenso, esperando apenas alguém girar o sarilho para descê-lo ao mar.

    O Capitão Kurt estava bem ali e parecia estar apenas esperando os jovens.

    —Muito bem, Grynch! — gritou o pirata. — Agora vá ajudar na defesa! Eu assumo por aqui!

    — Não! — protestou o goblin. — Chefe dizer Grynch levar humanos! Chefe dizer outro humano defender navio!

    — O Lorde Pirata me ordenou que levasse os garotos em segurança para Venore e é isso que eu vou fazer! — rebateu Kurt. — E o Raymond não está aqui! Eu sou o capitão desse navio e ordeno que você vá defender essa embarcação!

    Luna olhou para Dan, horrorizada com aquela situação. Ela pretendia intervir, mas o goblin voltou a falar.

    — Chefe tolo... — disse Grynch agitando a cabeça negativamente. — Chefe acreditar humano... Chefe dizer que humano não abandonar navio... Chefe dizer humano amigo de Chefe... Chefe tolo... — o goblin seguiu falando atabalhoadamente, agitando a cabeça.

    Uma nova leva de flechas incendiárias atingiu o Falcão do Mar e Kurt abaixou a cabeça.

    — Raymond acreditou em mim... — ele sussurrou. — Eu abandonei meu navio uma vez, mas ele ainda acreditou em mim... —O capitão levantou a cabeça e viu que dois piratas inimigos se aproximavam. — Vá Grynch! Leve-os em segurança para Venore! Eu vou defender o navio que Raymond me deu!

    O capitão deu um passo à frente, sacou seu sabre e começou a trocar golpes com os dois inimigos ao mesmo tempo.

    Grynch sinalizou para que os jovens subissem no bote e rapidamente começou a girar o cilindro para que o pequeno barco descesse.

    Luna e Dan colocaram Lignuns no bote rapidamente e pularam para dentro em seguida. Dan se acomodou ali e foi acomodar seu amigo ainda desacordado, enquanto Luna ficou de pé para ainda tentar ver o que acontecia no Falcão do Mar.

    A garota viu Kurt passar o seu sabre em diagonal no peito de um dos piratas, mas também viu o outro acertar um golpe em cheio no pescoço do capitão. Sangue jorrou, Kurt ajoelhou sem vida e foi ao chão.

    — Não! — a garota gritou em desespero.

    Grynch continuou girando o sarilho por alguns segundos, o suficiente para que a visão da garota fosse totalmente encoberta.

    O barco parou de descer e o som de metal colidindo com metal indicava que o goblin estava lutando. Luna pensou em atirar uma flecha dali para, guiada pelo som da luta, tentar atingir o inimigo, mas desistiu por considerar o risco de atingir Grynch. Ela ainda especulou se poderia saltar dali até lá em cima ou então subir pela corda. Mas o barulho de metal tintilando parou e o bote voltou a descer.

    Metade da descida já estava concluída quando o pequeno barco parou de descer novamente. Pela distância, não era mais possível distinguir pelo barulho uma eventual luta de espadas logo acima de todas as outras lutas que ocorriam ao longo do navio.

    Luna e Dan foram ficando apreensivos. O feiticeiro checava a todo momento se seu amigo ainda respirava, enquanto a paladina tentava medir a distância entre o bote e a água.

    — Se Grynch não aparecer, vou cortar a corda — sentenciou Luna. — Só não tenho certeza se esse barquinho vai resistir ao impacto com a água.

    — Lignuns saberia — lamentou Dan sem nem olhar para a garota.

    O bote então balançou. Os jovens olharam para cima e viram algo descendo pela corda, deslizando rapidamente. Grynch pousou entre eles. O goblin tinha um corte profundo na altura do ombro, mas não parecia estar incomodado com aquilo.

    — Humanos, segurar — avisou a criatura, antes de cortar a corda.


    ---------------------
    Próximo: [Capítulo 6 - Amigos ou Inimigos?]
    ---------------------

    Pessoalmente, esse é um dos meus capítulos favoritos!

    Tem muita ação e nele eu do destaque pra um dos meus persoagens favoritos... O goblin Grynch!

    O que vocês acharam?

    Comentários please!!!!

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    Última edição por Danboy; 09-05-2015 às 23:53.
    Gosta de Roleplay?
    Então pegue uma xicará de chá, sente-se e leia a história de Dan da Cidade de Carlin.

    (Última Atualização: Livro V: Capítulo 5 - A Guera de Reconquista (Parte 2/2), postado no dia 06.03.2017)



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