Perdi o prazo por 3 dias dessa vez
Mas pode deixar que eu compenso isso no próximo capítulo!
thomzi: Espero que não perca esse capítulo! 
Arckyus: Não perca a confiança, por favor! 
Sombra de Izan: Que bom que tá volta! Vê se fica dessa vez!
Ps: Daqui a uma semana e quatro dias, mais um cap!
Capítulo 5 - Beco dos Magos, Número 4
A cidade realmente não era mais a mesma. Aventureiros de todos os tipos andavam por ela, paladinos, cavaleiros, feiticeiros e druidas, com diversos elmos e armaduras, muitos montavam animais como ursos, búfalos, asnos e cavalos.
Tendas e barracas estavam espalhadas pelas ruas, algumas ainda estavam sendo armadas, parecia que a cidade havia mais que dobrado o número de habitantes.
Os jovens já haviam saído da Rua do Porto e entrado no Beco dos Magos, quando Dan resolveu falar.
– Tem muito mais gente aqui do que no ano passado... – comentou com os seus amigos.
– Refugiados... – disse Alexena, entrando na conversa. – A maioria vem de Thais, mas outros vieram das cidades próximas, ou colônias de Thais... – ela não encarava os jovens enquanto falava.
– Todos temem uma guerra... – completou Lignuns.
Dan mal teve tempo para refletir naquilo, pois logo avistou sua antiga casa, no Beco dos Magos, número 4.
– Ali está! Venham! – disse o feiticeiro apressando o passo.
Coube a Lignuns e Luna agradecerem à guia Alexena, que se despediu e seguiu de volta ao porto.
Com pouca paciência para seguir à direita pela rua e entrar pelo caminho de pedras, Dan seguiu em linha reta, pisando na grama antes de chegar à casa.
Seus amigos ainda não tinham lhe alcançado quando ele segurou a maçaneta, girou-a e bem devagar abriu a porta.
– Alexsander? – perguntou ao encontrar o local vazio.
Sem perder tempo, ele correu para subir as escadas, mas também não encontrou nada lá em cima.
– Dan, aqui em baixo, acho que é uma carta... – Lignuns ainda estava na soleira, mas notou um papel sobre um baú ao lado da porta.
Aquela arca pertencia ao druida Alexsander, estava sempre trancada e Dan nunca havia sido autorizado a abri-la, mas naquele momento, o cadeado não estava ali. O jovem feiticeiro não perdeu tempo, desceu as escadas correndo e pegou a carta, Lignuns já estava ao lado do baú, e Luna a ultima a entrar, estava fechando a porta.
– “Para que você sempre consiga fugir do perigo” – Dan foi lendo. – Só diz isso! – exclamou incomodado.
Lignuns não esperou pelo seu amigo, abriu o baú e pegou o que havia dentro. Para surpresa de todos, era apenas um par botas, que pareciam ser mais frágeis que as suas atuais, contudo nas partes de trás de cada calçado havia um par de asas brancas.
– Botas de Velocidade! – exclamou Luna enquanto se aproximava, antes de toma-las das mãos do druida. – Aventureiros iniciantes normalmente compram um par dessas... Ao menos os ricos... – concluiu pensativa.
– Eu já li sobre elas... – acrescentou Lignuns. – Acho que irão dobrar a sua velocidade! – rapidamente ele lembrou da carta e sorriu. – Você vai sempre conseguir fugir do perigo!
Dan poderia ter ficado triste com o fato de Alexsander desejar apenas que ele possa fugir e não confiar nas suas capacidades, mas naquele momento, a alegria do presente dominou suas emoções. Ele tirou rapidamente suas botas antigas, calçou as novas e começou a andar pela sala. A cada movimento, as asas batiam e aceleravam o passo.
O jovem feiticeiro estava radiante, sendo observado pelos seus amigos, quando a porta da casa abriu-se novamente, era Cerdras entrando apressadamente. Ele vestia a tradicional cabeça de urso como elmo, mas suas vestes verdes pareciam mais sujas assim como sua bota marrom.
– Que bom que estão aqui! – disse sorrindo. – Eu vim assim que recebi a notícia de que estavam na cidade! Olá Dan! Feiticeiro hein... – disse torcendo o nariz, antes de se virar para o pequeno druida. – Você deve ser o Lignuns, estou certo? – o jovem confirmou com a cabeça, apesar de desconfiado, e Cerdras sorriu. – E você? Quem é? – perguntou para a garota.
– Sou Luna, de Thais. – respondeu confiante.
– Ela nos ajudou em Rookgaard... – Dan interveio inseguro quanto à reação do velho druida.
– Muito bem... Seja bem vinda, Luna... Você vai encontrar muitos thaianos por aqui esses dias... – disse à garota antes de completar: – Vamos nos sentar, precisamos conversar, eu tenho alguns biscoitos... – foi falando rapidamente.
Todos se sentaram na pequena mesa, de apenas quatro lugares, a mesma em que se sentavam os aventureiros convidados por Alexsander a se hospedarem na casa.
Após colocar uma sacola com biscoitos sobre a mesa e pegar um deles, Cerdras externou rapidamente a sua maior preocupação.
– A maçã, Dan! Aonde ela está? – perguntou com os olhos sérios sobre o jovem.
– Está aqui, comigo... – o jovem abriu a mochila que estava ao lado da sua cadeira, pegou a fruta e estendeu para o experiente druida. – Eu só dei duas mordidas...
– Acho que ela ainda suporta mais uma... – refletiu observado a maçã. – Utevo Ina... – sussurrou passando a outra mão sobre a fruta e fazendo-a sumir.
– Que magia é essa? – perguntou curioso, sem sucesso, pois o velho druida apenas balançou a cabeça e pegou mais um biscoito, já se preparando para mudar de assunto.
– Ute... Evo... Ina... – Lignuns foi repetindo pausadamente as sílabas ditas por Cerdras, enquanto pensava. – Parece que ele criou uma ilusão... Tornando a maçã invisível...
Cedras sorriu satisfeito, sem conseguir esconder um pouco de surpresa.
– Você descobriu isso pelas palavras mágicas? – perguntou Dan desconfiado.
– Não é tão difícil, né? – comentou Lignuns – O livro que eu te dei no navio explica isso – terminou sorrindo.
“Círculos da Magia”, lembrou Dan. Ele apenas tinha conseguido ler o título daquele livro antes de pegar no sono, e quando acordou eles estavam sob ataque, assim, o jovem não conseguia se lembrar de onde havia deixado o objeto, que provavelmente foi queimado ou naufragado, ou os dois.
– Esta maçã é única, Dan... – retomou Cerdras – A última mordida é mais poderosa que as duas anteriores juntas... O problema é que essa fruta possui uma irmã... – ele encostou-se à cadeira novamente, se preparando para contar uma história. – Na época em que os magos eram apenas druidas, ou seja, as magias eram apenas derivadas da empatia com a natureza, um deles começou a descobrir como manipulá-la... Seu nome era Noodles...
– Como o cachorro do Rei Tibianus? – Perguntou Dan, ao lembrar-se da história de um aventureiro que se gabava por ter encontrado o cão real após o animal ter se perdido na floresta.
– Exatamente... Mas existe um motivo para isso... Muitos cães em todo o Tibia já foram homenageados com o nome do antigo mago... – Cerdras apoiou-se novamente na mesa, para ficar mais perto dos jovens – Pelo que se conta, o Mago Noodles utilizando-se da sua empatia com a natureza, podia fazer surgir novas criaturas ou alterar as existentes do modo como quisesse... Seus poderes não tinham limites, após descobrir como fazer os mortos voltarem a andar, ele passou a se considerar imortal, como um deus... Mas dizem que os deuses de verdade não gostaram nada disso e o puniram, tiraram a sua magia e o transformaram em um cachorro, o obrigando a viver para sempre em quatro patas, dependendo de outros humanos. Mas a arte do mago não foi esquecida e seguindo os seus ensinamentos, uma nova classe surgiu: os feiticeiros. Contudo, para que o equilíbrio fosse mantido, estes não teriam mais a empatia com a natureza, que ficou restrita aos druidas.
– Dizem que o cachorro real é o verdadeiro Noodles transformado em cão... – interveio Luna, confiante.
– A cada ano que passa, dezenas de pessoas dizem ter encontrado o verdadeiro Noodles... – respondeu Cerdras, calmamente.
Luna pensou em retrucar, mas decidiu não fazer e se encostou novamente. Após alguns instantes de silêncio, Dan enfim abriu a boca novamente.
– Mas onde entra a maçã nessa história?
– Ela foi uma das primeiras criações de Noodles... – respondeu Cerdras rapidamente – Ele tentou juntar o máximo do poder da natureza em um único fruto... E criou a maçã... Mas quando ele apresentou-a ao conselho dos magos, ele foi severamente repreendido por afetar o equilíbrio da natureza... A fruta foi confiscada e ele foi afastado do conselho... Só que naquele momento, os druidas cometeram um erro... Eles não consideraram o fato de que a natureza sempre tenderá ao equilíbrio... Assim, um fruto da morte também foi criado, com um enorme poder das trevas. Ninguém sabe aonde está a maçã das trevas, mas o que se sabe é que a maçã que estava com você pode ser a chave para contrabalancear a sua irmã negra... Por isso eu vou mantê-la escondida... Até que ela seja novamente necessária! – Ele esperou um aceno positivo do jovem antes de continuar falando para todos. – Ouvi falar das suas aventuras... Tiveram que enfrentar um Orc Shaman e um Goblin Assassino... Notaram alguma semelhança neles? – perguntou calmamente.
Os três poderiam responder àquela pergunta, mas a paladina e o feiticeiro decidiram deixar a tarefa para o jovem druida.
– Pelo que descobrimos, eles foram ajudados por humanos com capa preta...
– Exatamente – Cerdras sorriu disfarçadamente. – Estes são os homens do Revolucionário... Seu trabalho começou há muito tempo, mas só agora ele deu as caras... Todos sabiam que o Oráculo não aceitaria um assassino como Rei, por isso ele procurava uma raça que pudesse derrubar os humanos e manter Rookgaard sob o seu controle, quando ele enfim se anunciasse... Felizmente, vocês estragaram os seus planos – completou com um largo sorriso.
– Parece que nós ajudamos, não é? – Dan perguntou rapidamente, esperando um aceno positivo de Cerdras para continuar: – Então agora nós precisamos da sua ajuda...
– Vocês sempre poderão contar com a minha ajuda, no que eu puder ajudar...
– Eu tenho sido visitando durante a noite, por um viajante dos sonhos... – Dan foi contando calmamente. – Ele diz que a minha mãe está precisando da minha ajuda... Mas eu não sei quem é ela... E muito menos onde ela está...
– Alexsander lhe privou de toda a história de sua família, Dan... – respondeu Cerdras, pesaroso. – Mas eu não irei cometer o mesmo erro! Se sua mãe precisa da sua ajuda, você deve ir até ela imediatamente! Eu mesmo iria, mas a Rainha precisa de mim e não permitirá que eu saia da cidade...
– E onde minha mãe está? – Dan perguntou antes que o druida terminasse de falar.
– Eu não sei onde ela está agora, mas sei de um lugar onde nós podemos descobrir!
– Ótimo! Vamos para lá agora! – disse Dan.
– O local só abre ao entardecer... Comam um pouco, descansem e mais tarde nós partimos!
– Combinado! – concordou o feiticeiro.
– Luna... – Cerdras dirigiu-se à garota um pouco sem jeito. – Infelizmente, você não poderá ir nesse lugar com a gente... Mulheres não são permitidas... – completou encabulado.
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