Esperava mais posts, mais não me importo.
Minha considerações sobre a história podem ser falsas (vide post 2 e 3), pois eu não sou o tibiawiki pra dar spoiler.
A Morte de um Herói
Eldred gemeu. Lembrou que Ferumbras era conhecido como o mago mais poderoso de todas as terras conhecidas. Por Carlin ainda corriam boatos de como Ferumbras destruíra uma centúria inteira de Tibianus II com uma só magia, nas Planícies do Caos, localizada perto de Venore. Agora, pelos boatos, o poderoso feiticeiro estava morando em um pirâmide, que se situava numa ilha perto de Baía Liberdade, colônia muita problemática de Thais. Talvez estivesse aprendendo mais segredos nefastos, em sua imortal busca pelo conhecimento negro.
Fengoth continuou sua narrativa:
- Os guerreiros que ainda estavam firmes foram destituídos da esperança. - o rosto do pai de Eldred mostrava dúvida. - O mago se postou com seu dragão entre Carlin e o Exército Negro. Se virou para eles e gritou alguma coisa que até hoje não sabemos para os Sete. Mas eles entenderam, mas o líder deles, autodenominado Apocalypse, tentou mata-lo com uma esfera de fogo negro, que Ferumbras desviou facilmente. Então o mago ergueu as mãos e começou a cantar um idioma perverso rapidamente. Um espectro saiu de cada um dos Sete...
Eldred não se conteve e perguntou:
-Espectro?
-Não me interrompa! - disse Fengoth. O guerreiro parecia perturbado. Seus olhos verdes esquadrinhavam o chão de terra batida, desinteressados. -Como eu ia dizendo, um espectro ou seja lá o que fosse, saiu de cada um deles. Aquelas coisas vieram na direção de Ferumbras e entraram em uma bolsa vermelho-sangue, ques estava pendurada nos ombros dele. Então ele simplesmente subiu em seu dragão, que voou em direção ao sudoeste, passando a esquerda de nossa querida cidade.
A expressão de Fengoth suavizou-se e ele deu um sorriso:
- Olhamos em direção ao Exército postado a quinhentos metros da cidade. Os corpos dos Sete estavam no chão, endurecidos como estátuas. Os seus servos começaram a lutar entre si, mortos-vivos contra ogros. Quando terminaram, restavam pouco mais de uma centena desses últimos, que fugiram de volta à sua fortaleza. A rainha Formora promoveu uma semana de festas pela nossa vitória. Depois de algum tempo todas as cidades foram reconstruídas e reocupadas. Desde então vivemos neste clima de relativa paz.
Eldred perguntou:
- Mas o q...
- ...os espectros eram? - interrompeu Fengoth. - O que você acha que pode deixar uma pessoa vazia, por mais cruel que seja, se for tirada de você, filho?
Um calafrio involuntário percorreu o corpo do jovem. Roubar a alma de alguém, mesmo alguém tão cruel como os Sete, fazia Ferumbras merecer todos os boatos sobre ele, e também um grande estadia no inferno. Fengoth interrompeu os pensamentos do filho e perguntou:
- Eldred, pode buscar água no riacho?
Eldred acenou com a cabeça, pegou o balde de madeira, abriu a porta da sala-caverna e saiu. Por entre as paredes de rocha do túnel corriam pequenos córregos, que juntos criavam rios subterrâneos. Essa água vinha do lago Orzhad, localizado no topo do Gigante Antigo, como os anões chamavam a montanha onde se localizava Kazordoon. Essa água era indispensável para os mineiros, que ficavam meses sem sair de suas cavernas, procurando pedras preciosas.
Ele baixou o balde no riacho e o encheu por completo. Quando ia voltando, ouviu um barulho.
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O velho ficou a frente do cadáver e o examinou. As feições do morto eram exatamente iguais as suas. Em seu abdômen se viam três buracos arredondados com cinco centímetros de diâmetro cada. Examinou mais atentamente e notou o chão de mármore negro no fundo do ferimento. Deu uma olhadela a sua volta e constatou que as sete mesas de carvalho estavam vazias. Os demônios tinham fugido.
O velho se levantou e foi andando até uma porta no outro extremo do salão. Abriu-a e sem olhar para trás, atravessou-a. Quando a porta se fechou, a cópia de Ferumbras ondulou e se transformou em um humano.
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Eldred baixou o balde até o chão. Botou seu elmo, que estava pendurado na sua mochila e prestou atenção. O sussurro vinha da parede a sua frente. Ele encostou sua cabeça na parede e distinguiu uma voz:
-
Onde, anão? - era uma voz bastante grave.
- A ... sua frente, senhor! - a voz parecia mais distante, mas Eldred pôde notar gemidos entre suas palavras.
-
Me deixe fazer isto, irmão! - Disse uma voz grave como a primeira.
A primeira voz falou:
-
Se você insiste. É bem aqui. - Eldred congelou, pois ouviu duas batidas secas na rocha, a alguns centímetros dele.
- Merda. Utamo vita!
No mesmo instante, com uma explosão assustadora, toda parede do túnel voou. Eldred foi atirado na parede oposta do túnel e foi soterrado por um mar de rochas. Mas, embora estivesse soterrado, ainda podia ouvir o que acontecia ao seu redor. Concentrou-se e notou que alguns vultos enormes, pelo barulho dos passos, foram os autores da explosão.
-
Muito bem, agora o caminho está livre para matarmos o rei e roubar o ... - a voz cessou e deu lugar a corrida de muitas pessoas até onde Eldred estava. - ...
ora, ora, ora. Fengoth. Que bom que está aqui, assim não preciso me preocupar com gente interferindo nos meus planos.
A voz era de seu pai:
-Mas essa voz, não é possível!
Uma risada diabólica, preencheu o ar:
-
Sim. Parece que o velho mago pensou que podia nos dominar, então implantou nossas almas nesses corpos. Mas não se preocupe, já cuidei dele. Agora, preciso matar vocês...
Uma explosão sacudiu a caverna, onde estava Fengoth e seus guerreiros:
-
Vamos logo, perdemos muito tempo com essa conversa! - disse Apocalyse.
Eldred ouviu os passos se distanciando. Lágrima brotaram de seus olhos. Nunca mais veria seu pai vivo.
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Ferumbras foi andando até seu dragão. Sua barba longa e branca ondulava a mercê da fraca brisa vespertina. A mente por trás dela estava perdida em meio a teias infindáveis de pensamentos. Não deveria ter feito a maldita viagem. Coçou a barba. Ele poderia ter impedido facilmente a fuga do Sete. Mas ele estava viajando atrás de um maldito livro, até descobrir que o livro já tinha sido roubado séculos antes.
O mago subiu no dorso do animal usando a perna escamosa como escada. O dragão media vinte metros de comprimento do focinho a ponta da cauda e cinco metros de altura. Tinha uma coloração vermelha-rubi que lembrava grotescamente a sangue. Da sua coluna vertebral saltavam espinhos de trinta centímetros, perfeitamente espiralados. Era um dragão magnífico, exceto pelos olhos, que eram tão negros como a mais negra escuridão.
Do platô no alto da pirâmide só se podia ver água, para todos os lados, por dezenas de quilômetros. O velho deu um tapa no flanco direito do dragão e segurou-se no espinho à sua frente. O animal correu pelo platô de granito vermelho e atirou-se. Cai por quinze metros, então abriu as asas e tomou a direção noroeste, em direção ao continente. Novamente, ele era o caçador. Nada o deteria.