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"Todos os caminhos fáceis são de descida."
(O. Schagal)
Voltando... ou não?
O Arauto do Expurgo
Capítulo VII
Êxtase
– Já estamos chegando? – perguntou Myra, esperançosa, pela sexta vez naquele dia.
– Falta pouco – respondeu Jean, não tendo certeza sobre a veracidade de sua resposta.
Quanto mais andavam, mais árvores surgiam. De maneira sutil, foram engolidos por uma floresta espessa e frondosa. Muitas plantas desconhecidas e de aparências perigosas exibiam os seus espinhos. Além disso, para dificultar ainda mais a caminhada, o relevo terrestre aumentava gradativamente, formando uma grande rampa natural, levemente inclinada para cima, que obrigava os viajantes a andarem vagarosamente.
Vincent percebeu que Jean ficava mais irritado a cada passo. Estava quase tão nervoso quanto no dia anterior, em que se conheceram. “Essa é a têmpera de um grande líder. Ele fica tenso ao perceber que a situação está fugindo ao seu controle”, pensou o guerreiro de Doria, em um misto de espanto e admiração pelo seu novo companheiro.
Enquanto eles atravessavam uma pequena clareira, Myra sentou no grosso tronco de uma árvore tombada e decretou chorosamente que não conseguia mais andar. Jean, apressado e não encontrando alternativa, decidiu levar a garota em suas costas. Com as vestes sujas de limo e o cansaço estampado no rosto, ela agradeceu a ajuda com um tímido e silencioso sorriso.
***
O Arauto e seus quatro seguidores pousaram suavemente no telhado da casa mais alta. Não demorou muito para todos os habitantes da região acordarem com uma terrível sensação de medo e dor.
O demônio ouviu gritos e passos apressados. Do chão uma voz forte se ergueu:
– Desça aqui, eu quero falar com você.
Lá em baixo, Sirius mantinha uma expressão corajosa. Ele estava pronto para defender Doria a todo custo.
***
– Chegamos! Finalmente, chegamos!
Jean gritava a plenos pulmões, a felicidade estampada em seu rosto era inegável. Vincent compartilhou de sua alegria, logo que se aproximou do que parecia ser mais uma clareira e olhou atentamente a paisagem. No chão, o fim da floresta e um grande declive arenoso, no horizonte, uma pequena planície se estendia aos seus olhos e a imponente cidade-estado Agkar se destacava ao fundo.
Myra, que cochilava a alguns minutos, acordou com os gritos e chorou copiosamente ao ver sua cidade natal tão perto.
– Eu serei seus pés até lá, Myra... – disse Jean, percebendo que a garota soluçava descontroladamente. – Vamos apertar o passo! – bradou para Vincent, tentando conter o seu alívio de estar tão próximo.
– Eu nem sei como te agradecer – disse Vincent, corando levemente.
– Agradecer?
– Sim. Em poucas horas, você me ensinou o que é ser um herói. Eu sempre lutei pelas regras, pelo meu povo... E nunca parei para pensar no que era realmente certo ou errado. Eu vivia no escuro, entende?
– Acho que sim – respondeu Jean, deixando escapar um sorriso.
– Agora eu sei que participar de guerras, obedecer a diretrizes ou lutar com honra não me faz ser um verdadeiro herói – continuou Vincent. – Você desviou do seu rumo e salvou essa garota, sem pedir nada em troca. Você sim merece esse título, Jean.
Myra mal ouvia a conversa, seus olhos lacrimosos se mantinham fixos em Agkar. A cidade, vista a essa distância, parecia cintilar. O Palácio de Ouro, enorme e deslumbrante, se destacando entre as construções menores, já podia ser visto facilmente.
***
Sirius avançou, atacando com suas garras afiadíssimas. Seu braço inteiro adentrou o peito da criatura demoníaca e saiu do outro lado.
– Vincent estava certo. Você não é perigoso, não pode tocar em ninguém... – falou Sirius, sentindo um estranho formigamento na parte do seu corpo que permanecia dentro do Arauto. – É como se estivéssemos em lugares diferentes... Apenas sua sombra pode vagar por esse planeta.
– Quer dizer que você me fez descer do telhado só para experimentar a sensação única de estar dentro de mim? – comentou O Arauto, enquanto recuava alguns passos, se desvinculando das garras de Sirius. – Conclusão patética. Eu esperava mais de um guerreiro de Doria – concluiu, sorrindo debochadamente.
A rua estava praticamente deserta. Os outros quatro demônios voavam baixo, invadiam casas e aterrorizavam os moradores, procurando pistas sobre a localização de Vincent.
– Ele não está aqui – disse Sirius, entendendo a movimentação.
– Eu já percebi... Vincent me garantiu que iria se sacrificar, maldito mentiroso – rosnou O Arauto. – Admito que acreditei nele, estava achando que nosso grande herói passaria os últimos dias de sua vida em Doria.
– Eu o expulsei do vilarejo – esclareceu Sirius.
O Arauto riu. Não pareceu duvidar, mas achou a situação engraçada.
– Qual é o acordo? Vamos, me conte – perguntou Sirius em tom persuasivo, tentando aproveitar o momento de distração.
– Eu sei que você nunca aceitaria. Tem toda aquela coisa sobre honra... – falou em tom irônico, enquanto se aproximava lentamente de Sirius. – Vincent foi o único de Doria que selou o acordo comigo – completou, com um sorriso provocante.
– Me fale sobre o acordo e eu te digo para onde ele foi. Aposto que posso ajudar em suas buscas – retorquiu Sirius, com uma expressão decidida. Ele já podia sentir o mau hálito da criatura, mas não ousou recuar e interromper o diálogo.
O Arauto estava a apenas alguns centímetros de distância e mantinha-se curvado para ficar mais próximo do rosto de Sirius. Olhando fixamente para ele, concluiu:
– Mentiroso. Você não sabe onde Vincent está.
***
– Do que você foge, Vincent? – Jean disparou a pergunta que estava entalada em sua garganta.
Vincent desviou o olhar e, por quase um minuto inteiro, fingiu estar distraído com um pequeno inseto que incomodava Myra. Percebendo que Jean ainda o encarava, esperando uma resposta, ele resolveu contar:
– Eu sou um homem amaldiçoado... – disse, contrariado. – Eu só tenho mais cinco dias de vida.
– Cinco dias? – perguntou Jean, parando de andar e compreendendo tudo instantaneamente. – O Arauto?
– Como você... Quer dizer, você sabia? – exclamou Vincent, muito surpreso.
– Só podia ser... Eu já imaginava, mas não tinha certeza – falou Jean, com um tom de voz levemente nervoso. – Veja bem, Vincent... Nós estamos muito perto, mas você não vai poder entrar pelo portão principal... Todo mundo vai saber e ele vai te achar, entende?
– Então você sabe sobre o acordo? – indagou desconfiado.
Jean levou a mão direita até o revolver em sua cintura e, depois de vacilar por alguns segundos, apontou a arma para Vincent. O suor escorria em seu rosto, seus olhos semicerrados não piscavam e sua mão se mantinha imóvel, tão incrivelmente paralisada como uma pedra fixada ao chão.
– Mais do que você imagina – respondeu, antes de disparar um tiro certeiro na testa do seu companheiro.
***
Houve um longo silêncio, interrompido apenas pelo rápido farfalhar de asas podres. O Arauto pareceu devanear, entrando em um tipo de transe. Foi como se sua mente estivesse esquecido o corpo e viajado para um lugar muito distante. Seus olhos, imaculadamente brancos, estavam mais vazios e inexpressivos do que o habitual.
Sirius estranhou o comportamento e transpareceu intimidação. Temeroso, abaixou a cabeça e recuou alguns passos. O demônio não percebeu a movimentação dele, mas não demorou muito para voltar ao normal. Aproximando-se um pouco mais, falou com uma voz áspera:
– Ele morreu. Foi agora, eu não sinto mais... Vincent está morto – e a boca se abriu em um sorriso trêmulo.
Sirius adotou uma expressão impassível. No fundo, estava abalado, mas não deixou transparecer suas dúvidas e preocupações.
***
Muito distante de Doria e bastante próximo dos grandes portões de Agkar, um tiro foi ouvido. Logo depois, Myra gritou ensandecidamente, e seu grito foi tão forte quanto à dor e o medo que sentia.
Vincent estava caído no chão. Morto.
------------------------------
O capítulo acabou saindo um pouco diferente do original, devido a mudanças de última hora. Eu reduzi pelo menos umas duas páginas, deixando algumas informações para o futuro. Espero que tenha ficado bom.
Vou tentar não atrasar tanto a partir de agora. Obrigado pela paciência de todos.
Comentem!
Última edição por Emanoel; 21-03-2008 às 23:14.
Um capítulo muito bom, ao meu ver. Não é cansativo, mas eu acho que poderia ter colocado mais informações nesse capítulo, que ficou de certa forma um pouco ' vazio '.
Será mesmo que os dois amigos, depois de quase se matarem, distanciarem, etc, ainda se gostariam? Acho que não, mas mesmo assim acho que a culpa não deixaria Sirius fazer isso. Acho.
Sirius avançou, atacando com suas garras afiadíssimas. Seu braço inteiro adentrou o peito da criatura demoníaca e saiu do outro lado.
-Vincent estava certo. Você não é perigoso, não pode tocar em ninguém... – falou Sirius, sentindo um estranho formigamento na parte do seu corpo que permanecia dentro do Arauto. – É como se estivéssemos em lugares diferentes... Apenas sua sombra pode vagar por esse planeta.
-Quer dizer que você me fez descer do telhado só para experimentar a sensação única de estar dentro de mim? – comentou O Arauto, enquanto recuava alguns passos, se desvinculando das garras de Sirius. – Conclusão patética. Eu esperava mais de um guerreiro de Doria – concluiu, sorrindo debochadamente.
A rua estava praticamente deserta. Os outros quatro demônios voavam baixo, invadiam casas e aterrorizavam os moradores, procurando pistas sobre a localização de Vincent.
-Ele não está aqui – disse Sirius, entendendo a movimentação.
-Eu já percebi... Vincent me garantiu que iria se sacrificar, maldito mentiroso – rosnou O Arauto. – Admito que acreditei nele, estava achando que nosso grande herói passaria os últimos dias de sua vida em Doria.
-Eu o expulsei do vilarejo – esclareceu Sirius.
O Arauto riu. Não pareceu duvidar, mas achou a situação engraçada.
-Qual é o acordo? Vamos, me conte – perguntou Sirius em tom persuasivo, tentando aproveitar o momento de distração.
-Eu sei que você nunca aceitaria. Tem toda aquela coisa sobre honra... – falou em tom irônico, enquanto se aproximava lentamente de Sirius. – Vincent foi o único de Doria que selou o acordo comigo – completou, com um sorriso provocante.
-Me fale sobre o acordo e eu te digo para onde ele foi. Aposto que posso ajudar em suas buscas – retorquiu Sirius, com uma expressão decidida. Ele já podia sentir o mau hálito da criatura, mas não ousou recuar e interromper o diálogo.
O Arauto estava a apenas alguns centímetros de distância e mantinha-se curvado para ficar mais próximo do rosto de Sirius. Olhando fixamente para ele, concluiu:
-Mentiroso. Você não sabe onde Vincent está.
Rá, cada vez ficando mais interessante o acordo, mas se o Arauto é como pareceu ser até agora, não acho que seja difícil muitas pessoas saberem sobre o acordo, mas como não sabemos nada sobre o tal, eu fico quietinho por enquanto.-Do que você foge, Vincent? – Jean disparou a pergunta que estava entalada em sua garganta.
Vincent desviou o olhar e, por quase um minuto inteiro, fingiu estar distraído com um pequeno inseto que incomodava Myra. Percebendo que Jean ainda o encarava, esperando uma resposta, ele resolveu contar:
-Eu sou um homem amaldiçoado... – disse, contrariado. – Eu só tenho mais cinco dias de vida.
-Cinco dias? – perguntou Jean, parando de andar e compreendendo tudo instantaneamente. – O Arauto?
-Como você... Quer dizer, você sabia? – exclamou Vincent, muito surpreso.
-Só podia ser... Eu já imaginava, mas não tinha certeza – falou Jean, com um tom de voz levemente nervoso. – Veja bem, Vincent... Nós estamos muito perto, mas você não vai poder entrar pelo portão principal... Todo mundo vai saber e ele vai te achar, entende?
-Então você sabe sobre o acordo? – indagou desconfiado.
Apenas para ajudar um pouco, como eu disse antes, ele ainda se sente culpado, acho que não diria que sabia sobre o Vincent, blefando ou não, mas é apenas o meu ponto de vista.Houve um longo silêncio, interrompido apenas pelo rápido farfalhar de asas podres. O Arauto pareceu devanear, entrando em um tipo de transe. Foi como se sua mente estivesse esquecido o corpo e viajado para um lugar muito distante. Seus olhos, imaculadamente brancos, estavam mais vazios e inexpressivos do que o habitual.
Sirius estranhou o comportamento e transpareceu intimidação. Temeroso, abaixou a cabeça e recuou alguns passos. O demônio não percebeu a movimentação dele, mas não demorou muito para voltar ao normal. Aproximando-se um pouco mais, falou com uma voz áspera:
-Ele morreu. Foi agora, eu não sinto mais... Vincent está morto – e a boca se abriu em um sorriso trêmulo.
Sirius adotou uma expressão impassível. No fundo, estava abalado, mas não deixou transparecer suas dúvidas e preocupações.
Então, acho que se o Vincent fosse pro além, encontrasse com o Arauto e fizesse um acordo pra voltar a viver e o caralho a quatro ia ficar muito clichê, mas é você quem sabe. Isso se ele voltar a viver, mas...
Como eu disse antes, muito boa a história, continue melhorando ÇENPRE![]()
Última edição por Scholles; 10-03-2008 às 19:41.
Ahhh ele morreu que sem graça ;\
Pronto para voar ao seu lado
Belo capítulo. Não houve nenhum erro, se tirarmos um ou dois de acentuação. Quanto ao enredo, pareceu-me bom, ainda que inverossímil na parte do diálogo entre Vincent e Jean.
[QUOTE] -Eu nem sei como te agradecer – disse Vincent, corando levemente.
-Agradecer?
-Sim. Em poucas horas, você me ensinou o que é ser um herói. Eu sempre lutei pelas regras, pelo meu povo... E nunca parei para pensar no que era realmente certo ou errado. Eu vivia no escuro, entende?
-Acho que sim – respondeu Jean, deixando escapar um sorriso.
-Agora eu sei que participar de guerras, obedecer a diretrizes ou lutar com honra não me faz ser um verdadeiro herói – continuou Vincent. – Você desviou do seu rumo e salvou essa garota, sem pedir nada em troca. Você sim merece esse título, Jean.[QUOTE]
Improvável que isso acontecesse. Eu não consigo enxergar esse tipo de conversa. O que realmente aconteceria seria Vincent sentir inveja, mas mesmo que ele “admirasse”, ainda sim não o vejo falando isso ao Jean.
E uma coisa que me incomodou nesse capítulo foi o estilo que você adotou, pois não conseguia me deter em um ponto da história, mudando sempre de cenário, não consegui me concentrar na história. Ficou estranho. A leitura se torna um pouco cansativa, quando fica-se mudando de cenário quando você começa a se concentrar em tal ponto.
Mas eu fiquei muito puto o maldito Deco Pally, que teve a felicidade de comentar:
A Internet carregou e não sei o que aconteceu, não estava no início da página, mas sim, no fim, e o que acabo por ler. Que ele morreu.Ahhh ele morreu que sem graça ;\
Que desgraça. Associei direto ao Vincent, e acabou por perder a graça do capítulo.
E álias, o próximo capítulo, é o último não?
Finalmente uma história vai terminar nessa seção.
Hovelst
Obrigado pelas críticas e especulações, EleMenTals e Hovelst.
Deco Pally, você está acompanhando minha história? Foi o seu primeiro post nesse tópico... E, afinal, qual o motivo de sua insatisfação? Não me diga que gostava do personagem...
-----
Eu utilizei o mesmo artificio nos capítulos V e VII: mudança no foco da narrativa. Não queria escrever um capítulo para cada "cenário", então preferi fazer assim. De qualquer forma, acho que não vou mais precisar disso.
O Arauto do Expurgo vai ter fim, eu garanto, mas o próximo capítulo não será o último. O que vem por aí é uma "nova fase" da história, e eu vou me esforçar para tornar a narrativa ainda mais interessante, além de criar o clima para um bom desfecho. Estou planejando, pelo menos, mais uns cinco capítulos.
Última edição por Emanoel; 09-03-2008 às 15:40.
Sim, sempre olho as histórias desta seção... sou quase um fantasma... quase nunca comento, eu axei que ele iria matar o Arauto xD
Última edição por Deco~; 10-03-2008 às 17:34.
Pronto para voar ao seu lado
Li até o capítulo 3, a historia é bem involvente, quando tiver tempo livre eu leio o resto xD
Fiquei meio decepcionada com a morte de Vincent. Ainda acho meio cedo pra isso... a menos que o Arauto busque outra vítima. Ou então...
Conjecturas à parte, estou ansiosa pelo próximo capítulo. Continue escrevendo!
Última edição por Luna Chariel; 12-03-2008 às 22:05.
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"Todos os caminhos fáceis são de descida."
(O. Schagal)
Voltando... ou não?




Gostei do capítulo apesar dos clichês. Essa coisa da honra e do "herói" me dá nos nervos, mas tudo bem. (Isso sem contar que essa postura do Vincent, de adular o Jean... Não consegui engolir, discurso meio ingênuo demais.)
E olha... Não sei como era o "capítulo original", mas, ao contrário do que disse o pessoal até agora... Eu digo que matar o personagem dito "principal" foi a melhor coisa que tu já fez na tua história até agora (e o modo como a morte dele aconteceu foi muito bom. Dificilmente teria morrido de um jeito melhor.).
O pessoal ta acostumado a ver histórias com um personagem principal fixo, daqueles que tu sabe que dificilmente vai morrer sem que seja em um grande evento da história... Isso é um problema que tu acabou de resolver. Ou seja, de agora em diante os que lerem a tua história vão ter em mente que tu não te apega a personagens, e sendo assim o suspense envolvido é bem maior, pois o enredo fica mais imprevisível.
Os leitores agora sabem que podem esperar qualquer coisa de ti, e isso é bom.
Mas eu ainda te peço pra pegar leve nos clichês... Olha bem o que tu vai fazer, hein...
Próximo Capítulo?
A.E. Melgraon I