DENTRO DA CAVERNA
David se levantou e olhou em volta. A caverna não se parecia com cavernas comuns, tinha as paredes retas e com arestas bem definidas, em parte dela haviam esculturas bem trabalhadas e formas que por mais estáticas que estivessem, pareciam guardar o lugar e clamar para que fossem embora.
O anão caminhava lentamente olhando tudo com atenção, parecia também muito surpreso para um verdadeiro morador de cavernas.
-Venha ladrão, mas não faça barulho e fique atrás de mim. – sussurrou o baixinho tomando o controle da expedição.
- Meu nome é David, já lhe falei! – Diz o guerreiro que não gostava nada do título que o anão havia adotado para ele e menos ainda de ter que seguir o recém conhecido.
- Pssss... Silencio! Quer acordar os fantasmas?
- Fantasmas da sua mente anão... Mas está bem. Vamos andando, temos muito que procurar. Essa caverna parece imensa e deve ter muitas armadilhas, e isso sim me preocupa. Teremos que tomar muito cuidado com nossos passos.
- Ora, ora, parece que o garoto sabe muito sobre cavernas. – Diz Trunk com ar gozado.
- Sim, eu sei um pouco de tudo, mas não o bastante para esquecer a cautela.
A caverna se estendia em um corredor inclinado para baixo como se quisesse engolir seus visitantes. Em toda sua extensão rachaduras trabalhadas a mão em forma de serpentes deixavam que o ar entrasse, tornando o lugar úmido. Pequenos seres forravam o chão e se escondiam nas frinchas ao visualizarem a luz da tocha. Eles caminharam e se maravilhavam cada vez mais com toda aquela perfeição há tempos escondida pela montanha.
Assim que chegaram ao final do túnel, se depararam com uma nova galeria que se estendia em “T”.
- Isso não é bom, isso não é nada bom. Disse o anão coçando sua barba quebrada.
- Fique calmo, eu tive uma idéia. Vamos marcar na rocha o caminho por aonde viemos e seguiremos para um dos lados. Assim, se o caminho se derivar ainda mais, poderemos voltar sem nos perdermos.
- Boa idéia. Vamos seguir pela esquerda. – Disse o atrapalhado anão apontando para direita.
Assim o fizeram, David marcou com letras rúnicas na rocha e seguiram para direita em direção a galeria tortuosa. A cada passo o túnel se alargava formando salões que até mesmo erguendo a tocha não se via o teto.
Depois de andarem aproximadamente trezentas braças encontraram um corredor com seis pilares que tinham, quase na altura de um homem, esculturas de gargoyles numa posição que davam a impressão de estarem prontos para atacar. As criaturas quirópteras estavam com as quatro garras juntas na altura das costas e asas abertas. Os seus rostos transpareciam fúria e até mesmo as contrações foram esculpidas com tal perfeição que fariam qualquer um jurar estarem vivas. O anão parou e sinalizou fazendo com que David parasse também.
- Espere, não estou gostando desses pilares... Eles podem esconder armadilhas. Fique aqui enquanto eu examino.
- Então Trunk se aproximou do primeiro pilar e começou a passar a mão sobre o relevo da escultura. Assim que sua mão tocou a garra de pedra do gargoyle, um som agudo e ensurdecedor ecoou no corredor. O anão retirou a mão rapidamente e David abafou seus ouvidos, quase que caindo de dor.
- O que foi isso? Perguntou David sem obter resposta.
Depois de um tempo parados e se entreolhando o anão voltou a tocar a estátua. Dessa vez com mais cautela.
- É uma armadilha... Sim, da boca dessas bestas de rocha devem sair lâminas capazes de cortar nossas cabeças, não a minha que sou pequeno o bastante para passar... Mas já da sua não diria o mesmo. Agache-se e siga exatamente os meus passos, não se levante de jeito nenhum. – O anão parecia ter tanta certeza do que dizia que David não fez perguntas, se agachou e foram rastejando ao outro lado. Assim que o anão se levantou o som voltou a se repetir e dessa vez, ecoou varias vezes. David se levantou e olhou para trás, atônitos, eles vislumbravam os gargoyles se desprenderem dos pilares como envoltos em mágica e voarem em suas direções.
- Prepare-se Trunk, eles estão vindo.
- Onde está minha machadinha, minha machadinha... Maldição! Ficou do lado de fora da caverna. Eu tenho apenas uma e eles são tantos. Oh! Não! – Lamentava o anão.
David com a espada em punho se preparou para inferir o golpe no gargoyle que vinha em sua direção. Mas a besta pairou e esperou. As outras vieram ao seu encontro colidindo com a primeira e assim a outra também. Pra surpresas dos nossos heróis elas se fundiram todas em uma única criatura gigantesca. Os olhos amarelados brilhavam no corpo negro da criatura que agora sim batia asas em direção a David. O guerreiro se aprontou para inferir o golpe, mas a criatura lançou um raio de fogo amarelado pelos olhos, que atingiu o guerreiro lançando-o em cima do anão. David apesar do susto não havia se queimado e lembrou-se do anel que o pai havia lhe dado. Correu em direção ao gargoyle gigante e inferiu um golpe que atingiu a sua asa. A criatura emitiu um som mais agudo e desengonçado que os primeiros, fazendo com que os guerreiros largassem as armas, mas voltou a voar sem dar sinais que a dor o incomodava. Dessa vez arrancou o capacete viking do anão e agarrando-o pelo ombro com uma das garras o levantou no ar. David ergueu-se com dificuldade, mas a tempo de golpear a garra da besta derrubando Trunk. O gargoly virou-se enfurecido por ter largado o anão, que caiu desacordado, e partiu para cima do guerreiro. Ele correu de volta pelo corredor com a criatura ao seu encalço. Chegando próximo ao ultimo pilar ele estava certo que não conseguiria escapar da criatura maligna. Então se virou pronto para lutar. A única alternativa do momento. Quando ele se virou notou que um dos gargoyles não havia se manifestado, estava preso ao primeiro pilar. Então um pensamento desesperado veio a sua cabeça: ele teve medo que a ultima criatura petrificada se soltasse e se fundisse com a outra besta gigante tornando-a ainda maior. Assim, David inferiu um golpe na rocha quebrando uma das asas do gargoyle de pedra. Para o espanto de nosso guerreiro o gargoyle gigante caiu machucado com uma das asas cortada. Sem poder voar e mais enfurecido que nunca a maléfica criatura corria ao encontro de David. O guerreiro percebeu que de algum modo, aquela besta gigantesca tinha algo em comum com a estátua de pedra. Na verdade estavam ligadas entre si por mágica e o que uma sofria a outra sentia. Então ele se concentrou e com toda sua força inferiu um golpe poderoso e preciso que arrancou a cabeça de pedra da estátua e conseqüentemente do gargoyle gigante que vinha em sua direção babando, pronto para matá-lo.
Os olhos do gargoyle acenderam em um tom avermelhado e por fim a cabeça rolando ao chão apagaram-nos completamente. O corpo deu ainda alguns passos se debatendo entre os pilares e desabou.
- Trunk! Você está bem? – Trunk não respondia, continuava desacordado. David levantou sua cabeça e notou que o ombro do anão havia sido perfurado pelas garras poderosas do gargoyle. Então ele retirou da sacola uma erva curativa muito usada na sua aldeia, e fez uma bandagem com o musgo da planta, enrolou-a no ombro do pequeno amigo e esperou. Não havia mais nada que pudesse ser feito.
Dentro da caverna o tempo passa rápido e desapercebido. David não notara que já havia se passado um dia inteiro desde que entraram acidentalmente na caverna. O seu corpo estava cansado e a sua mente já não estava tão segura quanto antes sobre o controle da situação. Agora mais do que nunca ele queria de volta a companhia do amigo recente, sentia medo.
Trunk finalmente desapertara sentindo dores e falando uma língua estranha. Talvez uma linguagem secreta falada só por anões, pensou David.
- Trunk! Está me ouvindo? Fale alguma coisa que eu compreenda anão.
- Zacar ne ma ir zaca. Zacar ne ir ma caza... – O anão repetia no seu delírio profundo. E assim a noite do primeiro dia na caverna se passou com David as claras olhando o anão delirar. Ele anotou as palavras que o anão dissera e esperou entre um cochilo e outro que o amigo finalmente se recuperasse.
- David, David... – Sussurrou o anão que havia finalmente acordado.
- Trunk! Que bom lhe ver falando novamente algo que se possa compreender. Eu pensei que você nunca mais acordaria.
- Humpf. É preciso mais que um morcego criado para derrotar Trunk o grande. – David finalmente riu, após muito tempo sem um único sorriso nos lábios.
- Sim meu pequeno grande amigo. É preciso mais que um morcego. Consegue se levantar? Vamos! Eu lhe ajudo.
- O anão se levantou e apesar da dor intensa que sentia não deixou que David percebesse. Olhou em volta e viu a cabeça do gargoyle ainda no chão como se mesmo morto e petrificado vigiasse os dois. Ele avançou na direção da enorme cabeça.
- Cuidado Trunk. – Advertiu David.
- Eu preciso ver de que são feitos os olhos dessa criatura. – Então ele retirou uma pequena faca de caçador da bolsa e arrancou as duas pedras que agora se pareciam nada mais com carvões, porém muito mais duras. Trunk as guardou consigo.
Assim que comeram alguma coisa retomaram os planos e decidiram:
- Vamos continuar por esse caminho. De certo que estamos na direção correta. Não haveria armadilhas e um guardião tão poderoso para guardar nada.
- Sim – concordou Trunk – Eu só espero que encontremos logo esse tesouro e saiamos daqui o mais depressa possível. – Agora sim David se deu conta que estava preso na caverna e nem mesmo sabia como sairia da prisão de pedras. Mas não comentou com o anão, que por sua vez, não parecia se preocupar com isso.
Seguiram a galeria que agora fazia uma curva obtusa para esquerda e continuaram suas jornadas.
Depois de andar uma distância muito grande, que nem mesmo os sábios medidores de correntes do reino saberiam calcular, os heróis chegaram ao final da galeria e se depararam com um porão. O buraco arredondado tinha um carretel e uma manivela com um cabo velho e esfiapado. Na parede havia uma inscrição rúnica que David logo compreendeu sem maiores dificuldades.
- Está dizendo que o carretel só suporta um de cada vez. Mas... Nós somos apenas dois e mesmo que ele suportasse os nossos pesos alguém teria que girar a manivela.
- O anão não gostou nada da idéia de ter que ficar no carretel, mas percebeu que não daria conta de descer com o ferimento no ombro e as dores que sentia.
David se posicionou no cavalinho e o anão começou a descê-lo. A medida que o cabo emergia na escuridão a tocha diminuía a intensidade da luz. Tanto pela profundidade quanto pela umidade das águas frias e fétidas que jorravam sobre a cabeça de David. Esse por sua vez, tentava se equilibrar no centro do porão e se debatia nas paredes tentando não se arranhar.
- Não gire tanto, essa corda velha pode arrebentar, ou então você vai acabar ficando tonto. – Falou o anão tentando ensinar o guerreiro como se descia um porão de mineração. Apesar de velha, a corda resistia bem o peso do equilibrista.
Enfim, os pés de David tocaram o chão e ele logo sentiu que algo estava errado. O chão era macio e assim que a tocha perdeu umidade aumentando a visibilidade, ele notou que pisava em grama. Uma grama diferente de cor amarelada e ramagens entrelaçadas.
O imenso salão tinha tochas nas paredes, as quais David acendeu uma após outra. Conforme a luz aumentava de intensidade, ele podia ver a beleza do salão. As ramagens na verdade era uma escultura em fios de ouro que formavam parte de um vestido de uma estátua no centro da sala. A estátua de uma mulher estava de costas para o guerreiro e tinha a sua altura. O vestido apesar de também ser esculpido em ouro com detalhes em pedras preciosas parecia estar solto como se quisesse tremular ao vento. Mas não havia vento.
David ficou encantado com aquela visão e conforme acendia as tochas na sala circular seus olhos acompanhavam por todos os ângulos a bela estatua com adereços em ouro e jóias de perfeição inigualável. Finalmente ele acendeu a ultima tocha e seus olhos brilharam quando se virou e viu a branca face da moça esculpida em mármore. Assim como os gargoyles ela parecia estar viva, e dessa vez ele desejou que ela realmente acordasse como a criatura do dia anterior.
Era a própria Vênus das estórias que seu velho lhe contara para dormir. Ela parecia sorrir para ele com a mão estendida como se quisesse tirá-lo para uma dança. Mas não havia música além de em sua cabeça.
Ele ficou parado, admirando a estátua por um bom tempo e não se deu conta que havia em volta dela seis baús. Em sua mão que antes o fizera imaginar uma dança havia um chaveiro dourado com sete chaves feitas de diversos materiais: Ouro, prata, bronze, ferro, mármore e madeira. David pensou, e estava certo, que aquelas chaves serviriam para cada um dos baús que tinham a mesma consistência do material das chaves. Então ele pegou o chaveiro para começar abrir os baús, mas parou subitamente e novamente acertou em sua intuição. – Deve haver armadilhas nesses baús, como saberei qual é o correto? Porque o Velho não me falou dessas armadilhas? – Pensou alto.
Após um grande espaço de tempo pensando e se fazendo perguntas que não teria resposta naquele momento, David resolveu abrir o primeiro baú. Ele lembrou-se dos ensinamentos do pai e sabia que deveria deixar o seu coração escolher. Ele não queria riquezas ao contrário de Trunk. Estava em busca dos documentos, e naquela sala já havia tanto tesouro para levar.
Então David descartou a chave de ouro. Lembrou-se que o pai lhe havia dito que junto com os documentos existia um pequeno tesouro, algo que Gondegal juntara por muito tempo, o ladrão não haveria de esconder esse tesouro de uma vida numa caixa de madeira para que se deteriorasse e se perdesse – Definitivamente não! – pensou ele, e descartou a chave de madeira.
Faltavam quatro chaves – Prata, nada nessa sala é feito desse material, a prata é o corpo estranho que reluz ao os olhos dos ambiciosos. Não. O Ferro enferruja e corrói, não deve estar nessa. Bronze é o falso ouro e está totalmente ofuscado ao meu redor. Ele me chama pelo bom senso, mas é muito discreto para me convencer. E finalmente mármore, rocha fria que entalha o mais belo rosto que já vi. Sim, há de ser você, mármore a chave para a caixa certa.
Então David se aproximou da caixa de mármore e com muita cautela começou a abri-la.
Para alegria de nosso herói era de fato a caixa correta, os documentos estavam mesmo dentro dela protegidos por uma sacola de couro. Na caixa ele encontrou também uma cimitarra com o cabo esculpido em mármore, em sua lâmina havia uma inscrição que ele não conseguia decifrar.
David amarrou a sacola por debaixo do seu roube, pendurou a espada na cintura e já ia dar o sinal para subir quando se lembrou da promessa que fez para Trunk:
- Tenho que levar algo de valioso para o Trunk. Ele merece uma recompensa por tanto trabalho e risco. – Pensou ele novamente alto.
Olhou em volta, mas não teve coragem de arrancar nada da estátua do centro da sala. Então resolveu abrir um dos outros baús, mesmo com o risco de armadilhas.
Ele se aproximou do baú de ouro e com a chave na fechadura se preparou para qualquer coisa que pudesse vir a cair sobre ele naquele momento. Assim que David abriu a caixa um leve tremor sacudiu a caverna. Mas foi apenas isso. Mesmo assustado, ele resolveu continuar. A caixa estava repleta com jóias. Peças de ouro das mais diversas formas e raridades. Ele recolheu uma das sacolas prendendo-a ao cabo da grua, era o bastante. Mesmo apenas uma daquelas sacolas já era o suficiente para deixar um homem rico pelo resto da sua vida.
Então David puxou a corda por três vezes e o anão começou a guinchá-lo de volta. De repente como num efeito retardatário a caverna começou a tremer mais forte e mais forte até que David que ainda não havia chegado a boca do porão e estava pendurado no suporte de couro viu uma enorme aranha que vinha deslizando vagarosamente, como uma caçadora dorminhoca que sentira a vibração alarmante da presa em sua teia a chamá-la. Sim, David havia despertado a guardiã do tesouro de Gondegal.
- Puxe Anão, rápido! – Não adiantava, o porão era profundo demais para se ouvir o que se falava em baixo. E o anão com o ombro machucado subia David lentamente.
O grito de David acabou com o pouco de sonolência que a aranha ainda poderia estar sentindo, ela mostrou suas presas que escorriam um veneno guardado sabe-se lá por quanto tempo e atirou-se na parede oposta a David, pronta a pular em nosso guerreiro, apesar do tamanho, ela era muito ágil.
David puxou a cimitarra que dessa vez, emitia uma luz dourada por entre as inscrições rúnicas. Ele se aprontou para a batalha enquanto tentava se equilibrar no cabo.
A aranha pulou em sua direção e agarrou-se ao cabo velho a cima do guerreiro enquanto ele tentava golpeá-la com a espada. Ela parecia ter medo da arma que David empunhava ou talvez fosse a luz que a cimitarra emitia que a fazia recuar e com que pulasse da corda para os lados do túnel e de volta para a corda novamente. Na verdade parecia que era uma forma inteligente de criatura, mesmo para uma aranha, e queria arrebentar o cabo. David sabia que a corda não poderia suportar por muito tempo todo aquele peso e teve uma idéia. Ele bateu com os pés no lado do túnel e se balançou de volta para a outra extremidade, como se estivesse descendo e não subindo o porão. O balançar do cabo e o peso da aranha fez com que o anão não suportasse o peso dos dois e então o cabo foi descendo e descendo até atingir o fundo novamente. – Deve estar trazendo mais ouro do que poderia carregar. Pensou Trunk num sorriso delicioso. – A aranha acompanhava David de perto, e assim que seus pés tocaram novamente a felpa de ouro ela saltou sobre o guerreiro dando início a uma batalha mortal. David esquivou-se do salto assassino golpeando o monstro em uma das suas garras. A cimitarra parecia ter ferido a aranha muito mais que a profundidade do corte e ela recuou grunhindo de dor. David não deu tempo para a má sorte e pulou sobre a besta que dessa vez contra-atacou emitindo um gás esverdeado sobre ele que perdeu totalmente a visão. Mesmo David não enxergando nada, a aranha fazia barulho de um carro de guerra e ele manteve a calma apesar do medo. Ela foi se aproximando, certa que seu despojo não poderia fazer mais nada, e assim que sua única presa que ainda funcionava gotejou o veneno mortal, David arrancou parte da cabeça da besta que caiu estrebuchada.
Demorou muito tempo até que ele recuperasse parte da visão e voltasse a subir pelo porão. Mas conseguiu finalmente subir e para surpresa do anão não havia tanto peso como pensara.
Depois de explicar pela décima vez o que havia acontecido e recuperar totalmente a sua visão, David entregou o saco com o pequeno tesouro que havia roubado da aranha guardiã. Trunk estava satisfeito, muito satisfeito.
- Bem, vamos embora. Sim vamos para casa... mas... – Finalmente o anão acordou para o que David já havia descoberto bem antes – Como vamos sair daqui? – Perguntou ele com cara de assustado.
- Não sei Trunk, mas o melhor agora é descansarmos e tentar achar uma saída pela outra galeria em qual marquei a nossa entrada.
- Sim, de certo deve ter outra saída além daquela chaminé de ventilação. Vamos procurar assim que você poder enxergar bem, meu amigo. Agora me deixe ver o que temos na sacola.
- Ele deliciou-se com seu tesouro e a cada peça que servia em si, os seus olhos brilhavam de alegria.