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Tópico: Behogár Bradana

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    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão An Fhómhair, Capítulo 3

    Saudações!

    Spoiler: Respostas aos Comentários


    Sem mais delongas, o Capítulo de Hoje!

    ------

    Spoiler: Bônus Musical


    Capítulo Três — Escamas

    Certas caçadas são inesquecíveis.


    (Narrado por Audrey Raines)


    Inacreditável, senhoras e senhores! Inacreditável! Bastava eu virar as costas por alguns segundos e Szczeisny bagunçava tudo! Tudo, eu digo! Pobre Bradana, parecia muito, muito chocada! Bom, em defesa de meu marido, ele nem sempre foi assim. Sim, meu marido é um Norsir, ele é esquentado por natureza (mesmo sendo um druida, e muito bom no que faz, por sinal), briguento (talvez um pouco birrento), mas não era assim. Irascível. Estourado. Intolerante. Não…

    O Szczeisny que eu conheci anos atrás era diferente. Era outro homem. Quando nos conhecemos, nosso relacionamento foi construído com base em respeito, admiração e afeto mútuos. Entretanto, hoje… Alguma coisa mudou radicalmente tudo o que outrora tivemos.

    Meu casamento já fora mais feliz… E eu não sei, exatamente, onde foi que tudo foi por água abaixo...

    E Bradana me lembrava, em alguns aspectos, o Szczeisny que eu conheci tanto tempo atrás.


    ****

    O clima no bar pareceu tão estático quanto o choque manifestado por Bradana; graças à estatura de Szczeisny, nenhuma alma presente, por mais forte ou destemida que fosse, teria coragem de interceder pela mestiça. Entretanto, havia alguns Anões que estavam sendo contidos pelos seus semelhantes a fim de evitar uma briga. Mestiça ou não, Bradana já havia sido reconhecida como membro pleno da sociedade dos anões e merecia o apoio deles como uma igual.

    De todos os presentes, apenas Audrey parecia estar tranquila e serena como era costumeiro.

    — Você me ouviu. — Replicou Audrey calmamente. — Peça desculpas à Bradana e pague a cerveja que você a forçou a desperdiçar.

    A ruiva mestiça observava a situação ainda em choque. O Norsir loiro resmungou alguns pares de palavras antes de abrir a mochila e tirar dela algumas moedas, estendendo-as para o taverneiro e comprando o triplo da cerveja que havia sido derramada. Em seguida, entregou um deles a Audrey e, segurando os outros dois enormes copos, pigarreou.

    — Desculpe-me pela cerveja, mocinha. — Replicou o Norsir, claramente a contragosto, estendendo a bebida para Bradana.

    Bradana Vigiawyrm Barbarruna ficou olhando Szczeisny por tempo indeterminado, ponderando. Seus olhos percorreram a sala, procurando por algo que não necessariamente tinha o porquê de ser encontrado. Na medida em que movia vagarosamente seus olhos, a mestiça ruiva chegara à conclusão de que ainda estava com muita raiva do tratamento que recebera anteriormente por parte do troglodita de cabelos e olhos claros.

    Ela inspirou lentamente e expirou na mesma velocidade. “Se eu recusar, posso começar uma briga sem precedentes.”. Pensou, contrariada. “Por mais que ele mereça, eu posso acabar decepcionando Audrey e… Eu não quero isso.”. Ela engoliu em seco e piscou devagar.

    — Desculpas aceitas. — Replicou a mestiça, pegando o largo caneco com um sorriso leve.

    Audrey sorriu e bateu as palmas das mãos, contente.

    — Bom, meu querido, por que não no sentamos? — Falou a paladina dos olhos de opala, sorrindo.

    — Err…

    — Bradana, você está esperando alguém? — Indagou a simpática paladina, fazendo a Comedora de Dragões arregalar os olhos e sentir as faces queimando.

    — N-não, n-não! — Gaguejou Bradana timidamente, escondendo os lábios com o caneco de cerveja. — E-eu tô… Sozinha aqui. É. Não estava esperando… Ninguém… — A voz da moça foi abaixando aos poucos junto à sua timidez, especialmente quando o sorriso de Audrey ficou ainda mais bonito.

    — Bom… Poderíamos nos sentar com você? — Indagou Audrey Raines com voz suave e seu mais simpático sorriso, apoiando o lado direito do rosto nas costas da mão esquerda, a qual ainda estava unida à mão direita.

    Bradana timidamente fez um aceno positivo com a cabeça e deixou o casal sentar-se à mesa com ela, ainda que mexida pelos ocorridos anteriores. Audrey pediu um pouco mais de alimento para a mesa, bem como mais cerveja e, juntos, os três passaram o resto da tarde até umas duas ou três horas após o anoitecer.

    Na estalagem da taverna, uma inconformada Bradana, após as horas longas que ficaram mais calorosas, mas ainda com o clima de estranheza, estava deitada na cama sem conseguir pregar o olho; com as mãos atrás de sua cabeça, contemplando o teto acima de sua cabeça, a mestiça Comedora de Dragões estava ainda inquieta.

    “Por que ela é casada com um sujeito desses?”. Indagava Bradana silenciosamente para si, com o semblante neutro e o olhar inquieto. “Logo ela, tão positiva, alegre… Civilizada.”.

    Ao pensar a última palavra, torceu seu nariz; ‘civilizado’ era um termo relativamente pejorativo, usado por Elfos e Humanos para designar tribos e sociedades inferiores às suas, como se elas fossem e valessem menos por terem identidade própria do que seguir um establishment que certamente não as agradaria enquanto povo e enquanto indivíduos com credos, cores e cultura próprias. Ela suspirou pesadamente enquanto tentava afastar de sua mente as memórias da briga de bar que quase acontecera.

    “Ainda tenho a sensação de que aquele homem vai aprontar alguma…”. Pensou, rancorosa, sobre o Norsir loiro de nome Szczeisny, franzindo o cenho antes de permitir que as pálpebras pesadas enfim se fechassem.


    *****


    (Narrado por Bradana)


    Acordei melhor; talvez eu tenha exagerado quanto a Szczeisny e a situação como um todo. Digo, por que Audrey não seria casada? Às vezes, é como aquele antigo ditado: os opostos se atraem. De toda a forma, arrumei minhas coisas e paguei ao estalajadeiro o que devia. Apesar da confusão toda de ontem, a cerveja estava maravilhosa e a comida também.

    Com isso, meu ânimo para caçar havia sido renovado; os sois já estavam a plena atividade sob o céus de Ankrahmun, a ‘Cidade Eterna’, como chamavam alguns. Bufando de calor, a ruiva baixinha e invocada encheu a mochila com garrafas de água doce, além de encher até o tampo o seu odre, a fim de evitar a desidratação. Apesar da secura, havia vento no deserto, o que tornava o clima um pouco mais suportável.

    Ela conferiu seus suprimentos: suas lanças de arremesso, um arco sobressalente, cerca de duzentas a trezentas flechas, algumas poções sortidas, cogumelos e as garrafas de água. Com um sorriso, ela colocou sua mochila nas costas, ajeitou o arco, pegou lanças e escudo e saiu rumo a uma das rampas que separava a muralha de Ankrahmun do restante do deserto de Darama.

    — Nossa, que calor! — Reclamou Bradana, incapaz de se abanar. — Hoje vai ser sofrido…

    Caminhando pelas dunas, sentindo o vento ao menos refrescar-lhe parte do corpo, a ruiva Comedora de Dragões seguiu adiante pela tapete quase infinito de areia em busca do ninho de Terracupins. Levou cerca de meia hora para que Bradana encontrasse a pilha de pedras que ocultava o enorme sistema de túneis dos grandes insetos e afastasse as pedras para adentrar e botar seus recursos em pleno uso.


    *****


    Na escuridão dos túneis, a luz só podia ser obtida por vias mágicas. O ar era quente e difícil de respirar, denso a cada passada rápida e pesada que Bradana estava sendo forçada a fazer. Três horas depois de iniciar sua caçada, duas de suas garrafas de água já haviam sido esvaziadas até a última gota, e a terceira não estava longe de conhecer o mesmo fim.

    A respiração pesada e ofegante de Bradana era complementada pelos gritos agudos de dor de cada Terracupim atingido por suas certeiras lanças. Certamente, trezentos já teriam caído pela letal mira de Bradana, que estava cada vez mais cansada e suada.

    Com um resmungo, arrancou sua lança do corpo de um dos Terracupins, tirando dele uma parte de sua carapaça, que parecia brilhar fracamente em um tom furta cor. A moça guardou o grande pedaço de quitina em sua mochila e alcançou sua corda para poder sair do ninho antes de ver-se sem recursos e emboscada.

    Quando saiu, sentiu uma lufada de vento mais ameno bater em seu rosto e mexer seus cachos; seus olhos claros perceberam os sois mais baixos no horizonte, com a temperatura ficando mais suportável. Ela respirou fundo e apoiou os pés na areia, espanando parte da poeira de suas vestes, já manchadas com os fluidos corporais dos insetos gigantes que destruíra. Pegou suas lanças e o escudo, pronta para voltar para a cidade e contar seus lucros, quando algo chamou sua atenção.

    — Mas o que….

    Um cheiro sutil pairava no ar; um cheiro distinto, de algo fresco e talvez mais forte do que Bradana enfrentara e conhecera até então. Atraída pelo rastro olfativo que havia no ar, a mestiça inclinou sua cabeça, apontando o nariz mais para o alto, a fim de identificar a direção de onde vinha aquele cheiro.

    Suas narinas começaram a guiá-la até um o sopé de Kha’zeel, em direção a um lance de escadas que ela outrora não havia reparado; subindo pelas pedras que ladeavam o sopé da enorme muralha natural, o cheiro ficava cada vez mais forte e mais fácil de distinguir.

    Era um misto de carne podre com restos queimados; era um local com mais areia, que tinha algumas lascas de algo parecido com vidro, brilhando em tons furta cor na medida em que ela lentamente movia o estranho objeto.

    GROOOARRRR!

    Um rugido estrondoso cortou o silêncio, o ar e a percepção de Bradana, que instintivamente correu para perto de um cacto a fim de se esconder. O chão vibrava leve e ritmicamente, no ritmo de passos. O ar ficou mais quente e os olhos de Bradana se arregalaram.
    — Um… É um…

    Alguns metros à frente de Bradana, um animal de quatro patas de coloração verde, com escamas fortes, longo pescoço com um focinho de narinas poderosas que sopravam fogo, olhos de coloração vermelha e sem pálpebras, mas com membranas que faziam o movimento de piscada no sentido vertical, patas poderosas, com três dedos e garras que certamente seriam do tamanho do antebraço de Bradana, uma cauda forte e um par de asas coberto por escamas e com uma membrana delicada, porém forte. Havia chifres saindo da lateral de sua cabeça, e de tempos em tempos a criatura soltava sua larga e grande língua bifurcada para sentir o cheiro do ar.

    A Comedora de Dragões mal respirava, de tão fascinada que estava com aquela criatura; aquele porte, aquela forma… Bradana conhecia aquela criatura!

    — Um Dragão… — Sussurrou a moça, impressionada.

    A criatura subitamente parou, e Bradana prendeu a respiração por trás dos cactos. Ela percebeu um movimento das narinas do animal, que se alargaram e franziram o rosto do enorme réptil. Em seguida, ele colocou sua grande língua para fora e Bradana entendeu o que estava acontecendo.

    Ela havia sido detectada. E, diante desse fato, sorriu.

    — Hoje tem! — Disse, carregando sua besta com um virote mais poderoso que os que usava regularmente.



    Continua….

    -----

    Demorou mas chegou! Agooora sim, Bradaninha fazendo valer seu título de Comedora de Dragões HSAUSHAUSHAUHSUAHS

    O vídeo já havia sido gravado um tempo atrás e eu estava DOIDA para colocá-lo nessa Estação, eu só não sabia em qual capítulo eu o faria HSAUSHAUSHAUH

    Aguardo ansiosamente o feedback de todos e todas! Forte abraço e até o próximo capítulo de Behogár Bradana!



    Abraço,
    Iridium.

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    Última edição por Iridium; 16-03-2018 às 09:24.



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