Olá galera, tudo bem?
Então, esse é o primeiro texto que escrevo, então por favor tenham calma e me ajudem com dicas, muitas dicas!
Inicialmente queria fazer apenas um conto, mas foi ficando longa a história, e achei melhor dividir ela em alguns capítulos. Espero que gostem!
Capítulo 2Spoiler: Capítulo 1Capítulo I – Saída de Calcânea
.......Rocky bateu outra vez seu martelo contra o metal incandescente. Faíscas dançavam pelo ar, enquanto ele realizava o ofício aprendido com seu pai. A nova espada em breve ficaria pronta. Era um dia de calor — como todos os dias de verão em Calcanea, a pequena ilha ao norte de Fíbula e ao oeste da grande cidade de Thais, de onde o rei Tibianus I governava todo o império Thaiano. Além da oficina de Rocky, na ilha se encontravam sua pequena casa, com uma sala no térreo, e dois quartos no primeiro andar; a casa do Velho Ardock, um antigo aventureiro por quem Rocky sentia uma grande afeição e que adorava contar história para quem estivesse a fim de escutar; a casa da Senhora Suzy, uma senhora que vivia com sua neta, Bella; e a casa do Joey, um pequeno lavrador, e seus dois filhos gêmeos, Eddy e Dollerius, que completariam vinte e um anos em poucas semanas. No centro da ilha havia uma pequena praça, sede de todos os festejos e celebrações dos habitantes da ilha. Nesse ponto havia uma grande mesa, onde ocasionalmente se fazia banquetes; o único poço da ilha, onde todos os habitantes iam retirar água, tanto para aplacar a sede quanto para banharem-se; e uma singela estátua em homenagem a Calcaneus, o homem quem começou a habitação naquela região do mundo após uma invasão de orcs e trolls, responsável pela quase dizimação da população de Thais há gerações atrás.
.......Era possível chegar à ilha atravessando-se o sereno mar que a separava do continente, ou então por um túnel em sua parte sul, este dando acesso à sua irmã Fíbula e, devido à sua pequena extensão, era muito usado por crianças e jovens saindo de Fíbula rumo a Calcanea, sempre que o sol tocava o mar, para escutar as aventuras e peripécias do Velho Ardock. Havia também outro túnel na parte leste da ilha, que conectava Calcanea ao continente de Tibia, tendo sua saída perto do Grande Farol de Thais. Este túnel, porém, estava há muito bloqueado devido a um desmoronamento ocorrido vários anos antes de Rocky nascer.
.......Enquanto continuava a moldar sua nova criação, Rocky pensava naquele que o havia ensinado a arte da metalurgia. Hoje completava um ano desde que seu pai, Alan Steelsoul, tinha partido para se juntar ao exército Thaiano em sua empreitada contra os orcs. Um sentimento de indignação tomou conta da mente de Rocky:
.......— Porque os orcs não deixavam o povo de Tibia em paz? Por que não conseguem conviver em harmonia com os outros povos? Os elfos e os anões haviam resolvido suas diferenças e não se passava mais pela mente de seus líderes pegarem em armas para resolver suas diferenças — pensou ele. O jovem sabia, no entanto, que a guerra era natural para os orcs, assim como a música é para os elfos e a forja para os anões.
.......Desde que a última carta de seu pai chegara, há cerca de quatro meses, seu pensamento vagava entre batalhas contra as criaturas verdes e a cabeça de seu pai nas mãos do inimigo. Em sua carta, Alan passava ao seu filho informações de como a guerra estava se desdobrando: haviam conseguido o recuo dos orcs, não sem grandes perdas para os humanos, para além da Ponte dos Anões, importante marco que separava o continente tibiano, sendo que Thais e seu império ficavam na porção meridional, e ao norte ficava a Grande e Velha Montanha, dentro da qual fora esculpida a capital do Império dos Anões, Kazordoon, em tempos imemoriais, quando a densa sombra de Zathroth ainda encobria de trevas toda a Criação. A carta ainda dizia que as forças de Thais iriam agora se dividir em três, sendo que o primeiro pelotão iria patrulhar desde a torre dos elfos do extremo leste do continente, passando pelo Pântano da Garra Verde e chegando até o deserto de Jakundaf;o segundo grupo cuidaria do patrulhamento da Ponte dos Anões até a entrada para Greenshore,no extremo oeste do continente.A terceira e última parte do exército,da qual Alan fazia parte,fora incumbida da mais difícil tarefa: aliados a um pequeno batalhão de soldados do povo Anão deveriam fazer com que os orcs debandassem até sua fortaleza,conhecida por eles como Ulderek’s Rock.Caso fossem bem sucedidos,o medo e a ameaça causados aos povos de paz do continente de Tibia pelo povo verde ficaria restrito às histórias por um longo período de tempo.
.......Ainda pensando na guerra em que seu pai havia adentrado, Rocky continuava seu serviço. Levava agora a lâmina para arder novamente na antiga fornalha escurecida pelo tempo. Na lateral dela, uma velha canção feita pelos anões para passar o tempo entre uma martelada e outra.
Na fornalha, calor colossal
Nas mãos, martelo e segurança
Na bigorna a sina do metal:
Uma bela espada, ou afiada lança
Carvão e ferro para a liga
Cerveja e vinho para o humor
Para os ouvidos uma cantiga
E para o fogo, brasa em ardor
De minha casa a amada chama
No horizonte, o dia se encerra
Da fornalha apago a flama
E minha obra aguarda a guerra
.......— Terei sua companhia na rodada de histórias desta noite, jovem Rocky? — A voz do Velho Ardock despertou o metalúrgico de seus pensamentos, trazendo-o novamente à realidade.
.......— Não, devo recusar seu convite para esta noite. — A resposta do jovem, apesar de ser a mesmo que o ancião escutara com grande freqüência no último ano, trouxe tristeza para o contador de histórias.
.......— Muito bem então — disse o idoso, com a cabeça baixa —lembre-se apenas que estou aqui, caso precise de meus conselhos e meu amparo. Você não precisa sofrer sozinho — e se retirou da arcaica oficina da família Steelsoul.
.......Montando uma fogueira na praça da ilha, onde sempre contava suas histórias, Ardock olhou novamente pro jovem que continuava a trabalhar, mesmo quando a luz do Sol despedia-se do mundo. O jovem tinha boa aparência: era alto como um elfo, sua pele corada devido ao constante trabalho à luz do sul, e seus cabelos negros, apesar de mal cuidados, eram de um liso surpreendente, herança de sua bela mãe. O velho suspirou, quando pensou na tragédia pela qual a família Steelsoul passou,há quase dois anos atrás. A mãe de Rocky fora vitima de alguma peste vinda dos pântanos do leste, e perecera, depois de cinco dias e quatro noites ardendo em febre. O choque foi insuportável para Alan, que buscando uma forma de deixar sua terra natal para trás se juntou ao exército de Thais, deixando na ilha seu único filho, de apenas vinte e dois anos, aos cuidados de Ardock.
.......Rocky repousou a lâmina incandescente na bacia de água ao lado da bigorna, causando um forte chiado na água. Após resfriada a lâmina, Rocky começou a lixá-la enquanto admirava sua obra pronta. Era talvez a mais bela espada que ele já forjara. O cabo era de um amarelo vivo e, quando o clarão da fornalha batia sobre ele, rebatia a luz com um lampejo dourado capaz de encantar os olhos de um anão e despertar cobiça escondida no coração dos elfos. Sua lâmina era longa e pesada, cortada em quase toda sua extensão por uma saliência na metade de sua largura. Ela começava a adquirir brilho e corte, devido à lixa.
.......— Gostaria de saber agora se minha espada possui uma boa resistência — pensou Rocky — irei até Thais testá-la contra lobos.
Apesar de haver menos de meia hora para o Sol se despedir do mundo e a noite se instaurar, Rocky resolveu sair para testar sua lâmina. Ia até o sul de Thais, lugar em que alguns lobos solitários vagavam em busca de alimento. Na verdade, ele sentia-se sufocado pela ilha, e sua fome por liberdade gritava alto em seu peito. Ele odiava a ilha. Odiava tudo nela: o cheiro trazido do mar pelo vento, sua casa, seu clima, sua quietude, sua paisagem. Sua oficina era tudo o que o agradava naquela ilha, sendo este o motivo dele passar grande parte do dia trabalhando nela. Rocky sentia muita vontade de conhecer o mundo, porém sem correr riscos desnecessários. Quando pequeno amava as histórias de Ardock, mas desde que seu pai partira, o jovem sentiu que não gostaria de arriscar seu pescoço contra criaturas horripilantes em alguma aventura pelo mundo, como seu pai estava fazendo. Foi até sua casa organizar uma mochila com equipamentos para sua pequena jornada: uma corda e uma pá, equipamentos necessários para atravessar os túneis, duas tochas novas, e duas runas de Cura Intensa. Antes de colocá-las em sua mochila, Rocky olhou com certo desprezo para as pedras brancas, decoradas com uma cinzenta representação de gota de sangue em baixo relevo no centro. Sentia aversão a mágica, mas sabia que as runas poderiam salvar sua vida em situações de emergência. Teve a ideia então de aproveitar a viagem e ir até Thais vender suas outras criações para os comerciantes da cidade. Fixou em seu cinto outras quatro espadas que foram menos trabalhadas do que a última, e em suas costas colocou um machado pesado. Dentro da mochila colocou uma caixa com várias pontas de flechas escuras, cerca de cinqüenta, que ele forjara usando pedaços de metal que haviam sobrado após a confecção das outras armas. Pegou também um cantil, fechou sua mochila, e saiu para enchê-lo no poço da ilha.
.......— Está indo para alguma aventura, senhor? — perguntou uma menina de cerca de doze anos, sentada em uma roda ao redor da fogueira montada por Ardock enquanto Rocky enchia seu cantil de água. Esse círculo era formado por cerca de sete jovens mais o idoso. Muitos dos ouvintes assíduos de Ardock estavam faltando, então Rocky concluiu que o contador de histórias ainda os aguardava para iniciar suas narrações.
.......— Não, não embarcarei em nenhuma espécie de aventura. Estou apenas indo para Thais — respondeu o ferreiro — devo retornar no final da tarde de amanhã. Deseja que traga algo para o senhor, Ardock?
.......— Obrigado, mas não tenho necessidade de nada. Joey foi para lá há três dias, e me trouxe tudo que eu precisava — respondeu o velho.
.......— Certo, então até amanhã — disse Rocky — e não conte muitas mentiras para essas crianças hoje. Elas vão acabar acreditando que você realmente viveu todas essas aventuras! — disse após já ter se afastado do grupo
.......— Mentiras? Jamais contei alguma história que não tivesse vivido! Nunca descrevi nenhum campo ou montanha que não conheci com meus próprios olhos! — resmungou o contador, causando diversão para Rocky.
.......— A forja não é a única coisa que me fixa a essa ilha esquecida pelo mundo. Minha amizade com esse velho ranzinza também me prende nessa terra — concluiu Rocky, enquanto entrava no túnel que o levaria até Fíbula.
.......Na travessia do túnel o jovem ferreiro cruzou com mais três jovens, cujos rostos ele já havia visto nas rodas de Ardock antes, e estes olharam para ele e para as armas que ele carregava com um olhar que misturava estranhamento e admiração. Rocky sentiu que eles pensavam a mesma coisa que passou pela mente da menina que o interrogara anteriormente: que ele estava partindo para uma aventura. Ele riu consigo mesmo do pensamento das crianças:
.......— Uma aventura, eu? Tolos, acho que sou o único nessas terras que não sente vontade de embarcar em uma aventura — nesse momento seu pensamento foi interrompido quando ele chegou em Fíbula, e ele admirou a bela noite que havia se instaurado enquanto atravessava o túnel. As estrelas brilhavam forte no céu, e não haviam nuvens. Já completava uma semana desde a última lua cheia, logo Rocky sabia que esta seria uma noite escura. Antes de entrar no túnel subterrâneo que o levaria para o continente Rocky acendeu sua tocha nas labaredas de outra tocha que iluminava a entrada do túnel e o adentrou, partindo então para a maior aventura que um habitante de Calcânea jamais viveria.
Capítulo 3
História terminada! Espero que tenham gostado.
Abraços!
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