mto bom !
gostei !
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mto bom !
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°º~~º° Born To Fight °º~~º°
Enquanto isso em (Unitera)
22:49 Magno Ted [96]: marakon
22:49 Magno Ted [96]: tu é ms né ?
22:51 Sir Marakon Walker [111]: s
22:51 Magno Ted [96]: keria
22:51 Magno Ted [96]: q tu fosse ed
22:51 Sir Marakon Walker [111]: rs
22:51 Sir Marakon Walker [111]: ainda naun pode mudar de vocaçao
22:51 Sir Marakon Walker [111]: so de nome
22:51 Magno Ted [96]: kkkkkkkkk
Copyright © 2011 Magno Ted. All rights reserved.
Metade do capítulo foi um repeteco do Prólogo e a outra metade trouxe informações novas e esclarecedoras, mas nenhuma das partes me fez perder o interesse na "problemática carliniana".
O interessante de acompanhar uma história a conta gotas é ter bastante tempo para imaginar até onde o enredo está nos levando. Por outro lado, nada melhor do que perceber estar mais interessado no desenvolvimento do que no fim. Nessa seção, raramente somos brindados com um personagem que aspira complexidade; acredito que esse é o grande diferencial d'O Homem Eterno.
Aguardo o próximo.
Texto bem leve e bom de se ler. Por alguns momentos eu pensei que a ambientação da história era no futuro. O texto está muito bem escrito, não encontrei nenhum erro. A história ainda está no início, mas por enquanto está boa. Aguardando próximos capítulos.
Leia minha roleplay :Terras Distantes
Obrigado pelos comentários.
Não matem felinos, ai ai ai. :rolleyes:Capítulo II
As botas Chanel
Finalmente era sexta-feira. Carlos não agüentava mais aquela peça. Tinha que fingir que se importava com os problemas dos filhos e da mulher. A indiferença não podia ser notada pelos outros, mas ele a cultivava quase sempre. Havia duas coisas que o deixavam preocupado para valer: seu trabalho e aquele velho celular trancado na gaveta.
Todas as noites, quando Amanda já dormia, o aparelho era retirado da sua toca. Ele o ligava na tomada para recarregar e retornava as ligações. A bateria – viciada como seu dono – se alimentava um pouco, ao menos até quanto à conversa demorava. E não era muita coisa, cerca de cinco ou dez minutos.
– Sábado as sete? – perguntou a si mesmo. – Tá ótimo pra mim.
Em seguida, ele guardou o aparelho, como o habitual. Escovou os dentes e passou o fio dental cirurgicamente. Não conseguiu evitar olhar-se no espelho naquela noite. O rosto cansado com olheiras negras adornando seus olhos avermelhados. Aquele aspecto de sujo, invencível, permanecia estampado. Nenhum creme ou sabonete resolveria seus problemas. Essas coisas já vêm escritas antes de você nascer.
No dia seguinte, às seis e quarenta horas ele se encontrava no lugar marcado com a pessoa do celular prateado. Caminhou até o restaurante de aspecto semelhante ao dele. O chão mal escovado deixava a mostra os traços de gordura. As mesas eram piores ainda. Carlos sentia nojo de ter que entrar toda vez naquela espelunca. A única coisa que aquele terrível lugar o fazia sentir-se confortável era a simpática garçonete de cintura fina. Era uma pessoa meiga por natureza, não aparentava estar fazendo um papel, como quase todo mundo que ele conhecia.
Sentando ali na solidão ele ia percebendo as outras pessoas que ali jantavam. Em uma mesa a extrema esquerda dele, havia uma mulher de péssima fisionomia. Cabelos ralos e olhos esbugalhados. As mãos trêmulas sofriam para segurar o cigarro. Carlinhos imaginava que dentro da cabeça de pessoas entregues ao isolamento de si mesmos, um violinista canhoto tocava uma melodia chorosa interminável.
Não tinha passado mais que dez minutos quando ele avistou uma silhueta divina. Tudo era bem distribuído da cabeça aos pés. O vestido vermelho apertava-lhe os seios fazendo-os passar por maiores do que realmente eram. O tecido seguia o corpo dela, descia até os joelhos. Era justamente naquela região que surgia o adereço mais instigante: as longas botas de couro Chanel.
Ele acenou repetidamente até que a mulher o visse. Ela continuou a caminhar desfilando. O perfume, de tão forte, chegou à mesa antes dela.
– Oi, Valentinna – ele a cumprimentou e logo a puxou pela mão, queria acabar com aquilo o mais rápido possível.
Os dois se encaminharam para um motelzinho simples que tinha nas redondezas. Lá ordenaram o maior quarto do estabelecimento. Em seguida, pegaram o elevador. Depararam com um casal que se agarrava eroticamente, pareciam se engolir. Carlos sentiu-se desconfortável, enquanto Valentinna permanecia indiferente. Por um segundo ele viu um sorriso brotar em seu rosto. Algo que provavelmente o deixaria bastante irritado se não fosse o atraso. Dizer a ela o quanto tinha se sentido mal naquele elevador também podia acarretar numa demora, a qual o mesmo não conseguiria agüentar. Sendo assim, no momento que pisaram no quarto ele a amarrou em seus braços e começou a tirar sua roupa.
Sua mão rastejava pelo vestido dela até chegar a suas roupas intimas. Ele começou a tocá-la com certa fúria nos movimentos, algo animal o dominara naquele instante. Valentinna começara a vomitar aqueles falsos gemidos. Carlos sabia o quão falsos eram, mas pouco se importava, adorava ouvi-la berrando como se realmente estivesse apreciando o momento.
Finalmente os dois haviam aterrissado na cama. A partir dali a coisa não duraria muito. Alguns minutos e Carlinhos estaria atirado no canto da cama com sua expressão abestalhada. Ele ainda ficaria com uma de suas mãos atracada no seio dela. Estranhamente, aquela mulher amava a mão gorducha de seu amante circulando em seu busto.
O cheiro da fumaça da cigarrilha de Valentinna já infestava o ambiente quando começara a olhar apaixonadamente para ela. Os cabelos castanhos brilhavam em contraste com as luzes dos postes que vinham de fora. Tinha os olhos fundos e grandes, lembravam vagamente olhos de coruja. Mas, o que ele mais gostava era de sua boca, para ele tão perfeitamente desenhada.
Subitamente ele sentou-se nos calcanhares e a beijou. A relação deles era inabalável. Por mais que ambos esforçassem-se para omitir. Sorrisos carinhosos, pés namorando, o friozinho da noite. Nada mais era necessário para que os dois curtissem a companhia. Noite logo viraria dia.
Última edição por Drasty; 11-12-2009 às 21:20.
Novamente um capítulo agradável de se ler. A linguagem flue leve com poucas complicações. E você está fazendo uma boa história, continue. Aguardando próximo capítulo.
Leia minha roleplay :Terras Distantes
Gostei muito desse capítulo, achei a melhor entre as três partes.
Fico contente por seu personagem estar sendo tão bem explorado. Você percorreu com elegância alguns sentimentos que costumam ser ignorados: indiferença pela família, satisfação na traição e a imagem que fazemos das outras pessoas.
Também é notável o bom senso na cena de sexo. Descrição bastante explícita, mas nada vulgar.
Não conseguiu evitar olhar se no espelho naquela noite.Algo que sempre noto nos seus textos é que você não costuma colocar vírgula após a saudação ("Oi Valentinna"). Não sei quanto aos outros, mas eu sou muito ligado nas pausas e isso chega a atrapalhar minha leitura.Mas, o que ele mais gostava era de sua boa, para ele tão perfeitamente desenhada.
Esperando pelo próximo...
Carlos precisa estender mais as preliminares, risos.
Estou adorando a história. Vou reiterar o que o Emanoel disse acerca da personagem. Estou achando foda o modo como você conduz seu perfil psicológico, mesmo que ainda não tenha entendido ao certo aonde a trama vai nos levar.
Acompanhando.
Estupendo! Percebo que seu personagem foi muito bem trabalhado - sua personalidade é admirável.
Foi bom você ter acabado com o climinha do celular. Ainda acredito que esta mulher é algo mais do que uma amante.
Acho que é só. Continue, está muito bom.
Bom começo com o primeiro capítulo. Você conseguiu instigar o leitor com informações discretas e bem-colocadas para que ele não desistisse da leitura ou achasse-a cansativa demais. A fluência foi muito boa e as descrições não deixaram nada a desejar. Realmente, um texto muito bom.
Uma informação sutil, mas importante. Você colocou carioca se referindo ao inverno e nos localizou na história.Como sempre fazia nas manhãs geladas do inverno carioca.
Egoísta, acredita ser melhor que os outros por seu status. Um personagem bastante humano.[..]por isso sentia prazer em desdenhá-las.
Acredito que o último parágrafo se refere à criação de algum robô... Seguido de alguma revelação do passado no próximo capítulo. Lerei o próximo capítulo assim que puder.
Abraços.
Ai está. Novamente, obrigado pelos comentários.
Capítulo III
Heras do meu jardim
– P3TU, peça um táxi pra quatro, por favor – Carlos fez o "por favor" soar mais falso que o vocativo.
Em casa, a peça era quase sempre dramática e atrasada. Ele se olhava no espelho depois do banho encarando seu rosto, enquanto Amanda despia-se com os pequenos olhos. Repentinamente, ele a respeitou. Observar cada detalhe minucioso de seu semblante era um ato corajoso para uma mulher, nem todas eram capazes disso. E Carlos admirava esse instinto de sua atriz.
Rapidamente a barba estava feita, o cabelo penteado e os dentes escovados. Os gêmeos tremiam no corredor, como se algo importante os esperasse. De fato, aquele devia ser o dia mais interessante da vida dos pequenos. João Guilherme e Maria Antonia, nomes tão bonitos. Quando soubera que Amanda esperava por gêmeos não houve nem discussão, só esses serviam.
Depois de escritos certidões não se via mais a beleza, tinham perdido a mágica do princípio.
Ainda houve cinco gritos de Amanda a chamar, quando por fim Carlos surgiu na porta da frente arrumado. Ela desdenhou sua pança e cuspiu na própria boca. Nos seus olhos ele viu repulsa aos dois pequenos vestidinhos nos uniformes. Cada dia mais ela via neles o reflexo do pai.
Amanda tentava esconder por trás dos seus óculos o ódio que cultivava por seu marido. Entre as goladas de uísque e os tapa-olhos ia omitindo. O papel de mulher dedicada era tão bem feito que inclusive ela, por vezes, acreditava ser autêntico. Horas gastas com as crianças, os almoços e jantares, o sexo comportado, nada na caixa de Pandora, ela seguia um padrão.
João e Maria viviam com duas pessoas que mal conheciam. Nem por isso eram crianças problemáticas, pelo contrário. Ambos ostentavam belas notas, desfilavam vários amigos e representavam o exemplo para os professores. O melhor de tudo isso, não precisavam fazer parte de uma peça para agirem naturalmente. Crianças escondem com perfeição seus lobos.
Agora dentro da sala de aula na frente dos seus pais e de seus colegas os dois apresentavam o projeto da classe. Cheios de desenvoltura e malabarismo levavam todos naquele recinto. Exceto Carlos. O gorducho remexia-se incansavelmente na simples cadeira de plástico. Pensou duas vezes em vomitar. Achou que teria um ataque do coração. Limpou a garganta vezes e vezes. Suava como um porco. Carlinhos estava presenciando o intervalo mais brusco da peça. Quase achou que não voltaria a ouvir os barulhos do reinicio.
Ele olhou o filho João da cabeça aos pés. Tentou ver o que não podia mais ser visto. Desesperado, levantou e esforçando-se o máximo para ser discreto, saiu da salinha. Em seguida andou veloz pelo corredor do colégio. Adentrou o banheiro masculino deparando-se com sua imagem no espelho. Aturdido e suado. Seus membros doíam, o corpo não respondia a si. O objeto a sua frente revelava seus maiores mistérios. As pragas que pesteavam sua varanda brotavam do seio de sua face, invisíveis. Ali, o ar parecia rarefeito, estava impossível respirar.
Na cabeça de Carlinhos, dançavam animados dois robôs para uma platéia de uma dúzia de macacos. Cada animal daquele espetáculo segurava uma revista de fofoca na mão esquerda e eufóricos berravam “casa com ele”. Para surpresa da macacada o robô virou as costas e saiu trotando. Baptista quis subir no palco e abraçar o outro, numa expressão de caridade, mas não foi capaz.
– Carlos! – ouviu um grito seco bem baixo ecoar no banheiro. – Carlos, meu amor, tudo bem como você?
De repente, teve de acordar. Restabelecer contato com o próprio mundo.
– Tudo bem, tudo bem – respondeu apavorado.
– Você saiu apressado, eu fiquei preocupada. – Amanda conseguia se expressar com muita clareza, ele chegava a ficar admirado. Acreditava nela como uma engenheira das palavras, projetando cada sílaba.
– Não foi nada, Amanda. Foi só uma dor de barriga.
Ela trincou os dentes e sorriu ironicamente.
– São essas porcarias que você come o dia inteiro – o pior era admitir a verdade. As porcarias realmente lhe faziam mal. – Agora vamos embora, não vejo a hora de chegar em casa.
Última edição por Drasty; 18-12-2009 às 16:42.