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Tópico: O Outro Lado da Lua Cheia

  1. #11
    Avatar de Pernalonga
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    Ia deixar para comentar o todo, mas vi coisas no prólogo que gostaria de comentar.
    Nada de alarmante, mas algo que me incomodou. Se quiser, nem ligue, é coisa minha...
    Bom, tava tudo muito maneiro, bem escrito, bem apresentado, se desenrolando de uma forma legal... Até chegar o final. O finalzinho mesmo...
    Na minha opinião, ela sair de casa e rumar para a própria ruina, como dá a entender, por causa de algo que foi escondido dela (porque nem mentira foi) é algo meio forçado. Antes fosse uma tentativa de abuso sexual, sei lá.
    Mas beleza, ela poderia ser uma adolescente meio rebelde e orgulhosa que acabou cedendo à merda que decidiu fazer... É plausível ^^
    O que incomodou mesmo foi ela falar "- Eu nunca fui ninguém, eu nunca tive nada! - Praguejava ela com uma voz dura e o olhar derretendo a neve pela qual caminhava. - Tudo foi uma ilusão!". Ficou MUITO novela das 6. MUITO.


    ---------------------------------------------

    Bom, os outros capitulos explicam mais os motivos dela ter saido de casa. Então esquece o que eu falei sobre isso, acima.

    Uma coisa que queria ressaltar, é que você foi contraditório uma hora.
    A menina tem em mente que o Isaac pegou ela para criar por interesses, mas em um momento do capítulo 1, eu acho, ela dá a entender que o Sir lá a acolheu por pena, o que não é verdade.




    Enfim, tá muito legal, mesmo. Tá com ar de história grande, com intrigas maneiras e talz... E eu espero mesmo que você consiga desenvolver toda a história. O único defeito mesmo parece que foi a pressa em postar... Esses defeitos, que nem são GRANDES defeitos, que falei acima, são justamente dá falta de revisão e talz. Coisas de enredo que estão na sua cabeça de uma forma mas acaba passando de outra...
    Bom, espero que eu não tenha falado merda.

    Esperando os próximos caps.
    Abraços

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  2. #12
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    Primeiramente agradecendo aos posts do Gorn e do Perna ^^

    Segundamente (._.) trazendo de volta a tivo minha novela das 6 (xd) pra lembrar que ela existe.

    Manteiga.
    Dezesseis anos depois, estamos em paz.

  3. #13
    Avatar de Manteiga
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    Viva o double post...

    Capítulo Três
    O Devaneio

    - EU GOSTARIA DE LHE DIZER... - Começou Sir Isaac um dia, enquanto travava uma batalha épica com um bife mal passado em seu prato de porcelana. - Que adoro a forma como você sorri.
    Dawn estava sentada na outra extremidade da gigantesca mesa de carvalho ricamente enfeitada com arranjos florais exuberantes e estátuas de ouro puro. Os mais requintados pratos foram servidos naquela noite. Os quinze anos dela. Dawn sorriu ao ouvir o comentário, enchendo os olhos de Sir Isaac Evans com seus belos dentes brancos e perfeitamente alinhados.
    - Você é o meu maior tesouro, Dawn. - Disse ele ao fim da ceia, sem fita-la. - Não sei o que seria de mim se te perdesse. Agora vá buscar seu presente na biblioteca.

    Sem quaisquer cerimônias ou um agradecimento, Dawn ergueu-se e seguiu em disparada para as escadarias, descendo-as em velocidade exemplar para encontrar, repousando em uma das poltronas da riquíssima biblioteca da mansão, um vestido negro, aveludado, que aparentemente caía pelo seu corpo, dando-lhe formas belas. No momento em questão ela não entendeu exatamente porque um vestido tão sensual. Só entendia agora.

    Ventava muito. Um vento gélido e cortante, que uivava pelas ruas incertas da cidade. Arrastava algumas sujeiras bobas pelo caminho, junto com algumas porcarias e galhos secos partidos. O vento varreu a cidade de leste a oeste, anunciando a tempestade que cairia naquela noite. A última do inverno. Dawn recordou-se de seu qüinquagésimo aniversário por breves momentos, enquanto comia algo que parecia ser um peixe torrado com uma salada fortemente temperada, sentada em um banquinho de madeira junto ao maior balcão da casa de Fletcher. Ele tinha saído e deixara aquilo para ela jantar.

    Aproximou o xale avermelhado dos ombros, tapando-os. Estremeceu quando um braço do vendaval entrou pela janela e percorreu sua pele macia. Batendo os dentes, empurrou o prato e começou uma longa travessia pelo pátio morto até seu casebre de madeira torta. Podia até tentar, mas sabia que Arthur não deixaria que ela dormisse na mansão.

    Deitou-se sob o que podia tentar chamar de cobertor, em uma cama mal construída de ferro num canto do quarto. Desligou a lamparina que era a única fonte de luz ali e descansou a cabeça sobre o travesseiro pinicante. Fechou os olhos com força e desejou estar de volta à sua casa humilde, dez anos antes. Antes daquele ataque. O ataque que mudaria sua vida para sempre.

    O dia seguinte amanheceu de fininho. O sol brotou aos poucos das nuvens negras e pesadas que estavam travadas no céu, cobrindo-o. Pouco a pouco seus raios quentes como o fogo penetraram na terra toda, iluminando os caminhos dos viajantes. Ninguém tinha nada a reclamar. A tempestade anunciada não caíra, apenas atormentara. E agora todos podiam voltar à suas rotinas, alegres.
    Dawn devia ser a única pessoa na cidade infeliz com a idéia.

    Arthur batera três vezes na porta da “casa”, chamando-a com a voz impaciente. Levantou-se melancolicamente, como se estivesse indo para a forca. E estou. Vestiu-se com uma saia cinza escura que descia-lhe até os joelhos e com uma simples blusa branca que enfurnava seu corpo. Pouco penteou os longos cabelos negros e passou uma água proveniente da pia improvisada ao lado da cama pelo rosto. Saiu de casa mais tarde do que de costume, e, para seu infortúnio, Arthur já havia ido embora. Juntamente com a chave, o que impossibilitava seu café da manhã.

    Pulou atrapalhadamente a cerca da propriedade, caindo no gramado logo após passar metade do corpo por ela. Raspou-se de leve na canela. Ficou em pé e praguejou baixinho, ajuntando os folhetos que deixara cair. Sentindo um filete de sangue escorrer por sua perna, dirigiu-se à cidade.

    ***

    Varkhal Lins acordou às nove em ponto, com o sol da manhã iluminando sua face através de uma fresta na janela. Espreguiçou-se e saiu da cama, analisando a bela jovem que dormia nua ao seu lado. Soltou um risinho de satisfação e vestiu-se demoradamente, cuidando para que tudo saísse perfeito. Um fio de cabelo fora do lugar e poderia por tudo a perder. Desceu ao primeiro andar e roubou uma pêra de uma bela cesta deixada sobre uma mesa de mármore. Mordeu-a fazendo uma careta. Saiu e fechou a porta, jogando a pêra em um riozinho atrás da residência. No caminho ao castelo, cruzou com um guarda abobado.
    - Vigie direito a casa. - Disse-lhe simploriamente, seguindo seu caminho. Ora ou outra cruzava com belas jovens. E em momento algum deixava de explorá-las com seus olhos indescritíveis.

    Em questão de minutos estava parado perante o castelo, os olhos viajando pelas muralhas brancas e pousando sobre os portões de entrada feitos de bronze. Costelloe estava ali, parado, na ponte que ligava a ilha onde ficava o castelo com a cidade.
    - Perdoe-me a insolência Sr. Lins... Mas que tem de tão importante para falar com o rei?
    - Não diz respeito à sua pessoa, guarda. - Respondeu asperamente, sem olhá-lo. Costelloe resmungou alguma coisa e depois falou, num tom mais imponente:
    - O rei está em reunião.
    Sempre está.
    - Estranho não é Costelloe? Sempre que venho ter com ele, vossa majestade está em reuniões das quais eu, um dos mais importantes parlamentares, nunca tenho conhecimento...
    - Está tentando insinuar alguma coisa Sr. Lins?
    - Não. - Disse prontamente, espiando pelas grades de bronze. - Estou afirmando. O rei não quer me ver, certo?
    Costelloe demorou-se um pouco. Saboreou o tom de derrota na voz de Varkhal Lins por alguns segundos antes de responder afirmativamente. Já está na hora de você se foder.
    - Pois bem... Ele que perde.

    Varkhal partiu, com o sangue aglomerando-se em sua face, os punhos cerrados trêmulos. Aquele velho medíocre...

    Do outro lado da cidade, Dawn Evans espiava pelas janelinhas quadradas o interior da taverna de Frodo. A água surgia-lhe à boca quando via os pratos de carnes, saladas, pães e os copos de leites e chás serem servidos aos viajantes que ali paravam para matar a fome. Como eu preciso disso... Inutilmente, enfiou a mão em um dos bolsos da saia, buscando alguma moeda qualquer. Nada. Não posso ficar sem comer nada!

    A exigente barriga clamava por um pão de milho quentinho, por um filé macio como as almofadas de um sofá caro. Sentiu o gosto de um champanhe leve aveludar sua boca e quase chegou aos berros desejando um pudim de leite. Mas nada disso é meu agora... Nem nunca foi. Eram ilusões... Lambendo os lábios pequenos, tomou a decisão que impediria sua vida de voltar a normalidade.

    Largou os folhetos que segurava no chão. Estavam marcados de suor transpirado por suas mãos suaves. Esgueirou-se pela parede de tijolos áspera, sentindo pontadas em sua pele extremamente branca. Chegou sem demora à porta do estabelecimento. Mas não entrou. Seguiu ao norte, enfiando-se em uma passagem muito estreita que separava a taverna de certa outra loja. Ao fim do corredor havia um pátio perante a mansão de Sir Isaac, onde Frodo costumava depositar mesas e cadeiras para os fregueses mais sofisticados. Não sem antes pagar para Sir Isaac permitir que a frente da casa fosse usada.

    Evitou encarar a antiga morada e sobretudo pensar no que seu “pai” estaria fazendo lá dentro naquele instante. Limitou-se a entrar pela porta dos fundos, o mais perto possível das escadas que levavam à uma pensão existente no segundo andar. Silenciosamente, esgueirou-se por trás das mesas, rente à parede, parando na curva desta. Pousou os olhos sobre os pães empilhados em uma cesta belamente decorada na mesa à sua frente. Lambendo os lábios, deu alguns passos à sua frente e largou sua formosa mão sobre um dos pães. E quando foi puxá-lo para si, sentiu que uma mão maior, forte e áspera pousara sobre a sua. Um arrepio percorreu sua espinha e ela ergueu os olhos, temendo pelo pior.

    - Uma bela dama como você não deveria estar surrupiando pães em uma taverna. - Disse o homem parado à sua frente, encarando-a com uma expressão complacente. Sorria de um jeito carinhoso. Dawn teve a ligeira impressão de já te-lo visto antes.
    - Eu... Eu não...
    Ele riu. Tinha um riso encantador. Passou a mão pelos espessos cabelos alourados, revelando sua face estranhamente oblíqua. Mas o que revelou sua identidade foram os olhos sem cor, misteriosos como uma sala escura.
    - Se está com tanta fome assim, posso convidá-la para um banquete? - Sua voz era mágica, atraente.
    - Ah... Mas...
    - Eu faria tudo para não precisar ver uma bela criação divina como você passar por situações constrangedoras como essas.
    - Algum problema aí? - Ecoou a longínqua voz de algum empregado que provavelmente estivera de olho em Dawn desde que ela entrara.
    - Não, está tudo bem. - Disse ele, sem alterar a voz. Sorriu novamente e retirou sua mão dos pães. - Me encontre esta noite no parque, Srta...
    - Dawn... Dawn Hedgens.
    - Um belo nome. Então te vejo hoje logo que a lua cheia estiver ao topo do céu. - Beijou-lhe a mão carinhosamente e retirou-se. Já perto da porta, pareceu lembrar-se de alguma coisa. Virou-se com uma cara meio envergonhada. - A propósito, sou Varkhal Lins.

    --
    Manteiga.
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  4. #14
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    Gostei do pegador em massa...

    Sinceramente...

    Dá pra ler, mais não daria pra um livro...

    apenas legal!

  5. #15
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    Sei-te os passos noutros caminhos, entre outras pessoas.
    Sei-te os gestos e os olhares, noutros lugares que não este,
    Sei-te as palavras, as mesmas que me dizias, que não mais para mim.
    Sei que não estás e ainda assim procuro-te...

    Capítulo Quatro
    O Selo da Lua Cheia


    A NOITE ESTAVA ESPLÊNDIDA. A lua cheia, em sua formosura completa, banhava as terras todas com sua luz prateada, no topo do céu. O manto negro era perfurado por faíscas de luz chamadas estrelas, o que aumentava incontavelmente seu fascínio. Casais apaixonados andavam pelas ruas e becos de mãos dadas, trocando beijos e juras de amor sob a luz do luar. O clima de perfeição inundava a capital.

    Varkhal Lins estava escorado junto aos longamente conhecidos portões de bronze do castelo. Costelloe não estava, o que fazia Varkhal considerar seriamente a hipótese de arrombar o lugar. Esse velho maldito deve falar comigo. Não que estivesse preocupado com as conseqüências em caso de uma negligência relativa à mensagem que trazia, apenas precisava passar uma boa imagem ao rei. E naquele momento isso era crucial. Sabia que se as tais reuniões existiam mesmo, eram entre Tibianus I e o resto do parlamento. Os invejosos o estão colocando contra mim!

    Varkhal ergueu os olhos para apreciar a noite. Ao pousar seus olhos sedutores na lua, teve a breve impressão de que estava esquecendo alguma coisa. Mas provavelmente era apenas uma sensação.

    ***

    Dawn adiantou-se naquele dia. Antes mesmo de o sol chegar perto de se pôr ela já havia pegado a trilhazinha que levava até a mansão de Fletcher, fora da cidade. Em questão de minutos estava pulando a cerca discretamente, correndo ao redor da propriedade. Não havia uma segurança rígida pelo fato de que pouca gente conhecia o lugar - escondido atrás de uma montanha pouco visitada - e de que quase sempre Arthur estava em casa, saindo vez ou outra para comprar comida, materiais ou matar o tempo. Quando ele se ausentava, normalmente Dawn ficava por ali. Pelo menos até alguns dias antes, quando ambos se encontravam ausente e a casa quase fora arrombada. Por precauções e pela garantia de refeições melhores, Arthur contratou Tom Gorgel, um amigo distante, para trabalhar na casa como cozinheiro. Tom, ao contrário de Dawn, tinha perfeitos privilégios e podia dormir dentro da casa. Passava vinte e quatro horas por dia lá dentro, fazendo geralmente nada.

    Naquele dia ele estava colhendo as hortaliças - ou o que sobrara delas - na horta dos fundos. Dawn teve todo o cuidado de desviar-se dos jardins, esgueirando-se por perto da parede da cozinha. Sem emitir ruídos ela entrou pela janelinha, fazendo algum esforço para conseguir passar sentada. Já dentro da casa, seguiu pé ante pé até o balcão principal, onde buscou um belo vestido vermelho vivo, com um decote ousado e extremamente justo. Era lindo e macio, mas não fazia muito o estilo de Dawn. Mas esta noite eu serei outra pessoa! De alguma forma ela sentia que Varkhal Lins podia mudar a sua vida.
    E ela não fazia idéia de como estava certa.

    Atrás da casa, em um longo pátio ao lado dos jardins, ficava um laguinho artificial banhado pela água tirada do poço. Quase aproximava-se do mar que cercava quase toda a casa. Arthur disse que o havia feito pelo conforto que a imensidão de águas salgadas não lhe propiciava. Todas as noites ele costumava banhar-se ali, com exceção dos dias muitos frios. Dawn ficava trancada na cabaninha nesse meio tempo. Como se eu quisesse ver alguma coisa.

    Mas naquele instante de ousadia e insanidade quem iria se banhar ali era ela. Precisava ser rápida e silenciosa, do contrário Tom Gorgel poderia notar. E na pior das hipóteses, contaria tudo a Arthur, que parecia ter uma intolerância inexplicável à indisciplina. Rapidamente ela despiu-se, olhando furtivamente para todos os lados. Ocultou as veste sob uma pedra enorme junto ao lago e mergulhou. A água estava fria. Não, congelante. Os seus dentes começaram a bater e o resto do corpo a reclamar. Male mal deu algumas mergulhadinhas e logo saiu. O vento gelado que vinha do mar apenas serviu para piorar a situação. O que é que raios eu estou fazendo?

    - Dawn...? - Veio uma voz energética, não muito forte e com um sotaque engraçado. Dawn virou-se pasma para dar de cara com Tom. Por um breve momento de vergonha esqueceu que estava inteiramente nua. - Mas o que é que...? Oh céus! -
    - Tom... Mas... Ah! - As palavras entalaram em sua. Ela buscou o vestido cuidadosamente disposto sobre uma pedra perfeitamente plana ao seu lado. Cobriu a frente do corpo com ele. Sentiu-se trêmula, completamente envergonhada. Eu me sinto uma vadia...

    - Ah, lamento muito... Peguei você no meio do banho! - Sua voz afável transmitia uma profunda preocupação. Então ele nem faz idéia da verdade!
    - É... Eu acabei um pouco mais cedo hoje e resolvi me banhar. Sabe que não deveria estar aqui há essa hora e achei que se usasse a banheira lá dentro Arthur poderia desconfiar...
    - Bobagem. Conheço-o há anos. Faz pose de durão, mas na verdade é uma manteiga derretida por dentro. Posso convencer ele com algumas palavras bobas. Sou bom nisso. - Fez uma pausa. Virou-se brevemente para observar seus vegetais. - Bem... Acho que agora já nem adianta muito não é?
    - Pois é. - Esforçou-ser para manter um tom de decência, mas breve indignação. Percebeu-se estranhamente firme. - Bem... Não diga nada a ele tudo bem? Não me sentiria muito confortável.
    - Ok. - Ele fez um breve aceno com a cabeça e virou-se. Já ao lado da horta, citou alto: - Belo vestido!

    Dawn correu para a cabana e vestiu-se rapidamente. Parou perante o espelho oval na parede adjacente à sua cama. Fez algumas posas rindo. O vestido dava-lhe um poder indescritível, uma firmeza incomum. Pela primeira vez, Dawn sentia-se uma mulher de verdade. Esta será a melhor noite da minha vida. Pensou ela. Esta noite começa uma nova parte da história de Dawn Evans!

    ***

    Os ventos sopravam furiosamente no topo dos prédios, provocando sussurros atormentadores e altos. Nuvens acinzentadas com uma aparência rígida cobriam as estrelas impiedosamente. A grande dama de prata dos céus fora poupada, permitindo-lhe banhar as ruas com seu brilho fascinante.

    Não havia uma só alma vivente perambulando pelas ruas frias naquela noite. Estariam todos provavelmente sentados em suas casas, saboreando uma xícara cheia de um fumegante chocolate enquanto contavam histórias bobas de rotinas ridículas ou enquanto deleitavam-se com a companhia familiar propiciada pela época invernal.

    Mas não havia nada disso esperando por Dawn quando ela regressasse para o lar. Se é que uma cabaninha fétida no jardim dos fundos da mansão de um estilista pudesse ser chamada de lar. Era mais uma acomodação tosca, um galpão para guardar ferramentas. Ele não me valoriza... Pensou então no homem que conhecera há tão pouco tempo. Vira algo nos olhos dele. Algo misterioso, excitante. Algo que a impedia de dizer não. Ele sim saberá me dar valor!

    Já era passado da meia noite. A lua cheia brilhava incandescentemente no topo do céu. O reflexo prateado projetava uma imagem sofrida e aflita na face da tão jovem mulher sentada no único banco da praça. Ele deve ter tido um compromisso... Pensava Dawn, tentando inutilmente enganar seu coração. Sim, está ocupado...

    Alguns passos ecoaram pela via principal. Ela ergueu-se, o coração em disparada. A claridade da noite projetava uma sombra disforme gigantesca. A boca secou e os olhos se arregalaram. Iria morrer ali. Só podia ser um maníaco!

    Mas então o que era terror revelou-se uma tranqüilidade absurda. Deixou um sorriso engrandecer sua face quando viu que o homem que vinha por ali era Varkhal Lins, com um formoso buquê de rosas brancas em mãos. Sentiu-se corar.
    - Lamento o atraso, tive muitos compromissos. – Havia um admirável arrependimento em sua voz, que derreteu Dawn por inteira. Estendeu o buquê para ela, que vacilou um pouco antes de aceitá-lo e devolver um sorriso terno. – Está há muito tempo esperando por mim?
    - Ah... Não, imagine. – Apenas há umas duas horas...
    - Esplêndido! Ficaria realmente muito triste se a tivesse feito esperar muito. Mas... Bem, suponho que esteja com fome. Por que não comemos alguma coisinha?
    - Está tudo fechado e...
    Ele soltou uma gargalhada discreta.
    - Vamos à minha casa. Pode não parecer, mas eu sei cozinhar suficientemente bem. Não para um banquete maravilhoso, mas quem sabe para... Uma reunião entre amigos?
    A última palavra citada por ele a vez desmanchar o sorriso rapidamente.

    ***

    Estava sentada em uma confortabilíssima cadeira estofada na residência de Varkhal, perante uma mesa de mármore coberta por uma toalha belíssima com detalhes em linho dourado. A louça que repousava sobre ela era uma porcelana pintada à mão. Dois pratos simples, um recipiente para sopa do tamanho de um cachorro, talheres dourados com jóias incrustadas e duas taças de cristal. Dawn sentiu-se novamente em uma casa digna dela.

    Degustaram uma sopa de legumes notável, uma especialidade dele. Cenouras, pimentões, tomates, cebolas e tantas outras coisas que ela nem mesmo conhecia foram postas em um caldo perfeitamente temperado. Há muito tempo que ela não tinha uma refeição tão esplêndida. Bebericaram alguns goles de vinho branco enquanto trocavam olhares e algumas palavras sobre passados, planos e expectativas. Riram de algumas piadinhas bobas sobre camadas sociais e aproveitaram ao máximo a companhia um do outro. Finalmente minha vida começou. Dawn não sentia-se incomodada pelo fato de Varkhal ser uns sete anos mais velho. Na presença dele ela se sentia uma mulher de verdade, uma gloriosa rainha como ela sabia que era. Ele a tratava como ela merecia.

    Após o jantar foram sentar-se nos sofás verdes exuberantes ao lado de uma grande janela. Após longas e fúteis conversas sobre nada, Varkhal deixou escapar as palavras que selaram a noite:
    - É uma pessoa muito especial.
    Ela sentiu-se escarlate.
    - Obrigada... – Respondeu meio timidamente.
    Ele foi se aproximando.
    - É inteligente... Educada... Divertida... Bonita... – Quando sentiu sua respiração perto o suficiente dela, Dawn sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha e teve a breve impressão de que algo estava errado. Mas já era tarde demais.

    Em um movimento rápido ele deitou-se sobre seu corpo frágil e apertou seus braços brancos contra um dos apoios do sofá e começou a chupar-lhe o pescoço impetuosamente. Ela tentou se desvencilhar, mas ele era forte demais. Começou a mordiscar sua orelha e a soltar baforadas de uma respiração quente e nojenta sobre sua face. Ela tentava espernear, mas as coxas dele impediam que suas pernas se movessem. Ele começou a descer aquele dedo quente pelo seu corpo recentemente amadurecido, circulando delicadamente os seios.

    O momento de quase ternura terminou tão rápido quanto começou. Ele logo começou a apertar-lhe as mamas com força sobre o vestido e a introduzir sua mão por debaixo deste, rumo à virilha de Dawn. Uma única lágrima desceu de seu rosto quando ele atingiu seu alvo e começou a penetrá-la com aquele dedo. Pode ver o prazer masoquista estampado na face daquele demônio em vestes bonitas e teve uma vontade incontrolável de vomitar sobre sua carcaça.

    Ele agora segurava ambos os pulsos dela com uma só mão enquanto explorava suas pernas. Ela podia perceber o claro volume no meio de suas pernas e temia o momento em que conheceria o que ali se escondia. Não! Não pode terminar assim!

    Num impulso de força inexplicável ela soltou uma de suas pernas do corpo malhado de Varkhal. Antes que este se desse conta, um pé perfeitamente desenhado atingiu-lhe as fuças, arremessando-o para trás. Ele cambaleou antes de cair sobre um pilar que continha uma certa estátua que logo espatifou-se ao chão. Dawn reuniu todas as forças que tinha e correu para a porta, saindo por ela como se não houvesse amanhã. Não havia ninguém na rua. Ela podia ouvir Varkhal levantando-se e a amaldiçoando. Não havia ninguém para salvá-la.

    Correu para o outro lado da rua e enfiou-se em uma simples carroça de carga coberta que estava largada ali. Não tinha rodas, estava aos pedaços. Mas seria o melhor refúgio por um tempo. Pode ouvir claramente quando Varkhal saiu de sua casa e chamou-a pelo nome diversas vezes. Depois escutou ainda quando este a cobriu de todos os xingamentos possíveis antes de entrar e bater a porta.

    E então ela se encolheu e chorou.
    O livro um começa a se encaminhar... O verso no começo do capítulo eu encontrei num blog de uma certa Inês.
    Manteiga.

    PS: Notem que eu me esculachei no meio do capítulo >_>




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  6. #16
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    Post resposta a história.

    aaah, eu gostei bastante do prólogo e do primeiro capitulo. Não preciso dizer que encontrei erros, até porque todos os que percebi já haviam sido citados por outros usuários. Adoro a sua escrita, é bem envolvente e o modo em que você detalha o ambiente faz com que sua história fique ainda melhor, continue a melhorar e se lembre, as críticas são suas aliadas para a evolução
    beijo

    na casa de espelhos, espalho os meus rostos.
    e finjo que finjo que finjo que não sei

    http://img413.imageshack.us/img413/3...cc674517fa.jpg



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