Capitulo 03 – Bem vindo Gwin Heru
O ano sem Galahad não foi um dos melhores para Galadion, mas foi um dos mais importantes também, sempre brincava com Soren, mas não era a mesma coisa que brincar com Galahad, o duque George aproveitou a ocasião para ordenar um de seus monges para ensinar Galadion ler e escrever, não só Galadion aprendeu a ler, Soren também, mas Galadion aprendeu mais rápido, era uma criança muito inteligente, no outono ele já sabia ler e escrever e passou o outono inteiro dentro da biblioteca, leu inúmeros livros, todos em Idrinis ficaram surpreendidos, jamais viram uma criança da idade de Galadion ler tantos livros como ele leu.
O inverno finalmente chegou, os longos e preguiçosos dias de outono chegaram ao fim, Galadion nem percebeu o outono passar, pois acordava comia o desjejum, e ia para a biblioteca, voltava para o banquete da tarde, e voltava para a biblioteca até o escurecer, mas como era inverno, nem ai para a biblioteca, apenas esperava o seu irmão, ansiava tanto em ver o irmão que mal podia dormir, no terceiro dia de inverno seu pai disse para comer o desjejum rápido, porque logo após ia buscar Galahad no porto de Thais.
Quando o navio apontou bem lá no horizonte, os olhos de Galadion brilharam, queria que Soren estivesse com ele, mas a mãe dela não deu a autorização, não demorou muito e o navio chegou, Galadion não acreditava no que via, não parecia seu irmão Galahad, só o reconheceu quando seu pai disse que aquele era Galahad, esta muito mais alto, mais forte e bastante encorpado.
- Pai quantas saudades, passei o ano todo esperando por esse momento – disse Galahad num tom mais alegre do que de costume – E você Galadion como cresceu, já aprendeu alguns golpes com a espada de madeira que nosso pai te deu quando eu fui para Rookgaard?
- Seu irmão nem ligou muito para a espada, pedi para que os monges ensinasse-o a ler, e passou o ano todo se dedicando a leitura.
- Verdade Galadion? Eu só aprendi a ler com dez anos.
- Sim é verdade Galahad, desde que aprendi a ler não saio mais da biblioteca do castelo.
- Bom vamos indo, no castelo você me mostra os livros que esta lendo, eu quero ir embora e dormir um pouco, as camas de Rookgaard são muito desconfortáveis!
Seguiram para Idrinis sem demora, o duque George deixou um de seus servos em Thais para fazer compras, o duque gostava de ele mesmo comprar as coisas que precisava, mas o seu filho que não via a um ano, estava casado da viagem e queria ir embora, então preferiu ir com o filho para Idrinis. Também mandou outro servo para Edron, para buscar o sacerdote dos cavaleiros, para o ritual nessa noite. Ao chegar no castelo, Galahad nem deu muita atenção a Galadion, pois estava muito cansado, antes de entrar no quarto seu pai avisou:
- Galahad descanse bem esta tarde, ao cair da noite vamos começar o ritual.
- Sim pai, mas estou meio com medo desse ritual.
- Não precisa ter medo, você já viu rituais antes, viu o das quatro vocações, não tem do que temer.
Galahad dormiu a tarde todinha, quase toda vila se aprontava com suas melhores roupas para assistir o ritual de Galahad, o sacerdote já avia chegado a um tempo, e estava se preparando, os cavaleiros do rei já aviam trazido o minotauro engaiolado, estava quase tudo pronto para o ritual.
- Pai para que serve esse ritual? – perguntou Galadion ao Duque George – eu sei que não é só para nomear o soldado com seu nome de guerra.
- Exatamente filho, esses rituais são muito mais importantes do que apenas nomear um novo soldado com o seu nome de guerra, no caso do seu irmão que escolheu ser cavaleiro, o ritual serve para retirar toda a capacidade mágica dele, fazendo com que sua força física se libere completamente, no caso de um mago a força física dele é diminuída para que a capacidade mágica seja liberada completamente, e assim por diante...
O camareiro do duque foi vestir Galahad com as roupas que ele teria de usar para participar do ritual, eram panos coloridos amarados no corpo todo. Galahad estava bastante nervoso, seu coração batia aceleradamente, e piorou muito mais quando foi chamado para o ritual.
O sacerdote colou Galahad deitado, e com um tinteiro na mão desenhou uma espada na testa dele, quando o sacerdote começou a falar as palavras mágicas, a espada desenhada na testa do rapaz começou a brilhar como as tochas envolta dele, e seu corpo começou a absorver o desenho, Galadion assistia como se estivesse vendo alguém sendo morto a sua frente, nunca tinha assistido um ritual, e estava com medo. O trabalho do sacerdote terminou, agora ele passaria por uma espécie de teste, iria lutar contra um minotauro, não era difícil matar um minotauro, mas sem nenhum equipamento, nem mesmo a espada seria muito difícil.
- QUE SOLTEM O MINOTAUTO – gritou um dos servos do rei.
- Pai, eu sei que o minotauro não é só para testar a força do soldado, então pra que serve? – disse Galadion
- Sim filho, não é apenas para testar a força, o objetivo principal é testar a inteligência do soldado, ele tem que ter uma boa estratégia para derrubar o minotauro sem armadura, arma e escudo!
Galahad não teve dificuldade em derrubar o minotauro, afinal era bem dotado em inteligência, não tanto quanto Galadion. E a tão esperada hora chegou, o duque George tinha que dar um nome de guerra para seu filho o mais novo soldado de seu exercito.
- Oh soldado e herdeiro do trono de Idrinis, eu te nomeio de Gwin Heru – disse bem alto para que todos que estavam assistindo escutarem bem – Te darei cinco de meus homens para te proteger, e começar um novo exercito.
Todos que estavam presentes começaram a aplaudir, e uma grande festa se iniciou, com bastante cerveja de sevada, vinho e comida, não era uma festa porque um novo soldado foi nomeado, mas sim porque o filho e herdeiro do duque foi nomeado! E a frase mais usada nessa festa foi:
- Bem vindo Gwin Heru!