@Claudio Di Martino.
Ok, vou tentar explicar melhor o que eu quis dizer. E olha, vai ser a quarta ou quinta vez que alguém interpreta mal o que eu falei, argumentando que "gosta de escrever coisas fantasiosas e não reais". Mas dessa vez vou tentar ser um pouco mais breve.
Olha, primeiramente quero que fique claro: Eu sou totalmente a favor da fantasia, do surrealismo, da criatividade e da imaginação, ponto.
Agora, eu também sou totalmente a favor de que, quando um autor use aspectos fantasiosos, ele trabalhe em cima do texto para que eles pelo menos convençam como coisas plausíveis, racionais e lógicas. Por isso eu falei no meu comentário sobre verossimilhança - O problema central que eu vi nos capítulos não é que as ações não correspondem à realidade, mas que elas não parecem reais, não convencem. Se eu falei sobre a armadura do ancião, não foi porque, se a história se passasse no mundo real, nunca aconteceria isso. Desculpe-me se me expressei mal e foi isso o que pareceu. Na verdade, a questão é: "Quem usaria uma armadura que pesa muitos Kg, incrivelmente³ desconfortável na festa de aniversário de um guri sem importância da vila? E outra coisa: Quem usaria uma armadura dessas em batalha até, uma vez que a famosa "cota de malha" (a camisa de argolas de ferro) é suficiente para defender contra espadas, machados, flechas, etc, é muito mais leve, e ainda por cima é muito mais confortável? Pense nisso.
Aí tu talvez possa dizer: "Ah, mas a lógica é uma coisa do mundo real, usar ela para o mundo que eu criei é um jeito de adequar ele ao mundo real.". E eu digo: Não. E uso o teu próprio exemplo para explicar, o barco contendo as almas dos traidores do juramento, no universo do Senhor dos Aneis: Eu não critiquei essa parte do livro, pelo simples fato de ela ter uma explicação lógica, e essa lógica está dentro do livro, não no mundo real (Aragorn, empunhando Anduril como símbolo da sua herança, chama para a guerra um grupo de antigos homens amaldiçoados. A maldição, lançada por Isildur, impede suas almas de deixar a Terra Média antes de atenderem à promessa de que iriam para a guerra, uma vez que eles traíram essa promessa anteriormente. Sendo Aragorn o herdeiro de Isildur, eles atendem ao seu chamado.).
Ou seja, esse raciocínio está totalmente fora da lógica do mundo real, mas é totalmente verossímil, convence, está bem explicado pela lógica do universo de Tolkien. E esse é um bom exemplo do que eu chamei de "explicação complexa". Com isso não quis dizer que tu deveria usar fórmulas matemáticas na explicação - note como a explicação por trás daquele momento final, que foi o desembarque dos mortos em Osgiliath, remonta a um passado remoto, cheio de complexidade. É uma explicação completa. (As partes em negrito são os pontos-chave lógicos nessa explicação, onde se pode ver uma relação de causa-consequência.)
E não foi nenhuma explicação "que só um doutor da UNICAMP pode entender".
Aliás, ao ler essa afirmação irônica que tu falou, só um pensamento veio à minha cabeça: Não subestime teu leitor. Quem disse que ele não entenderia se tu tornasse a explicação mais complexa? Por acaso alguém aqui é burro a tal ponto que, se tu explicasse um pouco mais profundamente o universo da tua história, essa pessoa ficaria perdida sem entender nada?
E mais: Eu acho que é um erro essa tua tentativa consciente e planejada de limitar o teu próprio enredo a uma coisa simples, direta e rápida. Fazendo assim tu limita a tua própria criatividade e o potencial que a tua história poderia ter, ainda mais sendo a tua primeira história - ela deveria ser um laboratório, onde tu testa a tua própria capacidade criadora. Afinal, você quer escrever uma história infantil, para um público da faixa etária "6-10 anos"? Se não for o caso, se tu deseja publicar, então o que vai fazer se um leitor mais crítico resolver ler a tua obra e não achar ela atraente por causa das ações que não convencem? Quem gosta de ler uma história onde, a cada ação, tu fica questionando as ações e o ambiente ao pensar: "Ei, como assim? Isso ta forçado demais..."?
Novamente eu digo: Não subestime teu leitor. Ao invés disso teste-o dando o melhor de si, colocando no texto a lógica mais completa e racional que tu puder criar (e sim, a magia pode ser racional em uma história. É só o autor querer), aí a tua história se tornará muito mais rica e interessante.
Próximo Capítulo?
A.E. Melgraon I
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 


Responder com Citação


Parabéns