Bom, o negócio é o seguinte.
Obrigado pelos comentários, estou fazendo o máximo pro RP só melhorar.
Mas faço um pedido: indiquem este RP a amigos (daqui do TibiaBR ou de fora) que estejam dispostos a ler. Criticas são muito bem-vindas, e isso me anima a escrever.
De bom humor vou postar o último capítulo assim, daqui em diante vou demorar mais a postar porque estou escrevendo.
Isso só vai depender da minha preguiça e disponibilidade. (Semana de provas)
A única coisa que pode me ajudar a escrever mais e mais são vocês. Então aí vai.
Daqui em diante começa, realmente, a história.
Capítulo 8 – O sangue de Crunor.
A noite fria fazia com que George esfregasse as mãos contra o corpo. Estava relaxado, despreocupado. Afinal, o que deveria temer? A guerra era entre os grandes e a vila de Filars Porl não precisava se meter. Se não fosse o maldito clérigo Rod, que era chamado de padre, ele estaria em sua casa com sua mulher neste momento.
Então William, um pescador, peidou.
- Acho que esse vai manter os malditos orcs bem longe daqui. – comentou e os outros quatro soltaram uma gargalhada.
Depois, todos deixaram os degraus da igreja do padre Rod e sentaram-se apoiados com as costas na parede. A mulher de William tinha preparado uma cesta de pão, queijo e peixe defumado, enquanto Edward, dono de uma loja de armamentos no centro da vila, levara cerveja.
Normalmente em igrejas maiores como na cidade de Thais, eram cavaleiros que mantinham aquela vigília anual. Ficavam ajoelhados com armaduras reais, longas capas azuis bordados um grande dragão que lançava chamas para o alto dentro de um emblema. O emblema real de Thais. Porém não havia cavaleiros em Filars Porl e apenas o mais jovem dentre eles, que se chamava Argos e estava sentado ligeiramente afastado dos outros quatro, tinha uma arma. Era uma velha espada, de fio cego e um pouco enferrujada.
- Você acha que essa espada velha vai espantar Zathroth, Argos? – perguntou-lhe George.
- De qualquer modo. – disse Argos, encolhendo os ombros.
- Talvez você possa nos proteger caso um exercito orc ataque nossa humilde vila. – caçoou William, enquanto virava uma caneca de cerveja. – Você é a nossa única salvação desde quando Gadembler foi embora.
Os cinco se entreolharam e caíram na risada. Argos então encenou uma decapitação usando a velha arma. Era pesada, mas ele a ergueu com facilidade. Aos dezoito anos Argos era alto e imensamente forte. Era um rapaz querido pela vila, filho de Edgar Fall. Há quatro anos havia chegado de Rookgaard e desde então não havia tido problemas com criaturas. Ele era um bom rapaz, tinha um sonho quando foi para a ilha e voltou muito mais maduro. Havia voltado como um homem. Nos anos que se seguiram nada lhe dava mais prazer do que passar um dia no mar puxando redes. Sabia manejar um barco, tinha força pra remar, sabia preparar armadilhas, cavar um túmulo, lutar com espadas e, mesmo sem o conhecimento dos outros, sabia atirar com o arco. Como sabia, era o que fazia melhor. Era um rapaz de Filars Porl, grande, ossudo, de cabelos negros. Porém sua mãe queria que ele se tornasse um clérigo, mesmo sendo intitulado como paladino, motivo pelo qual Argos acabara de terminar o primeiro ano em Turcthan, uma escola clériga, em Thais.
- O que é que você faz em Turcthan, Argos? – perguntou Edward.
- Tudo o que não deveria fazer. – disse Argos. Ele afastou os cabelos pretos do rosto, ossudo como o do seu pai. Tinha olhos muito verdes e ligeiramente encovados, um queixo comprido e um sorriso fácil. As moças da vila o achavam bonito.
- Em Turcthan tem garotas? – perguntou William com um ar zombador.
- Mais do que o suficiente. – respondeu.
- É melhor o padre Rod não ficar sabendo disso. – disse Edward – Ou ele irá puni-lo por não estar sendo fiel somente à Uman e Fardos.
- O que seria uma pena. – comentou – Não quero ser um clérigo como o padre Rod. Mas como vou dizer isso para minha mãe? Desde que ela me disse que meu pai havia sido morto ela parece mais fraca, tenho medo de magoá-la ao dizer que meu caminho é batalhando em nome de Thais, como meu pai. E ainda pior, como um paladino.
- Acho que você deveria ter contado isso à ela. – disse William, com os olhos levemente vermelhos.
- Ainda não é a hora. Talvez eu nem precise realmente batalhar, não é?
- Com essa guerra cada vez mais próxima, eu creio que precise. – comentou George, se servindo de mais cerveja.
- Hic! – solução William e novamente todos gargalharam.
Então a conversa seguiu enquanto era possível ver dragões mágicos sobrevoando Thais. Eles eram belos e iluminavam a noite fria, na véspera do Nacite. Era a véspera do dia em que Banor venceu o exercito negro, a tempos atrás. Argos admirara o espetáculo sorrindo, talvez essa não fosse a vida honrada de um guerreiro, mas ele era feliz assim. William e Edward conversavam sobre assuntos da vila, o roubo na loja de alimentos dias antes, o lobo que havia comido um bando de galinhas em uma só noite e o anjo que tinha sido visto sobre os telhados da taberna.
- Eu acho que eles andam bebendo demais. – disse Edward.
- Eu vejo anjos quando bebo. – disse William.
- Deve ser a Anny. – disse Edward – Ela parece um anjo.
- Ela não se porta como anjo. – respondeu William – A moça está grávida. – e os quatro se voltaram para Argos, que olhava, com ar de inocente, para um frasco de vidro sobre um pedestal de ouro dentro da igreja. Talvez fosse a única coisa realmente valiosa naquela igreja para se proteger. Na verdade, Argos tinha medo de que a criança fosse mesmo dele e estava aterrorizado com o que sua mãe e o Padre Rod iriam dizer quando descobrissem, mas naquela noite fingiu ignorar a gravidez de Anny. Limitou-se a olhar para o frasco sobre o pedestal enquanto os quatro homens mais velhos foram adormecendo aos poucos. Uma corrente de ar frio estremeceu as chamas das velas. Um cão uivou em algum ponto da aldeia, e Argos ouvia o bater incessante das ondas do bravo mar martelando o cascalho e depois recuavam, faziam uma pausa e batiam novamente. Ouvia os quatro homens roncando e rezou para que o padre Rod nunca descobrisse a respeito de Anny, embora não fosse provável que isso acontecesse, porque ela estava pressionando Argos para se casar com ela e ele não sabia o que fazer. Talvez, pensava, ele devesse simplesmente fugir, pegar Anny e o arco e correr, mas não tinha certeza e por isso se limitava a olhar o frasco sobre o pedestal e rezava para Crunor, pedindo ajuda. Ele era um guerreiro com título de paladino, e vivia como pescador na pequena vila de Filars Porl.
O frasco continha um liquido vermelho e viscoso. Era um tanto chamativo e parecia ter um brilho único, anormal, mágico. Aquilo não era uma poção, era sangue. Era o sangue daquele que um dia liderou os homens em uma guerra sem fim, que empunhou sua espada contra todas as raças e criaturas habitantes deste planeta. Era sangue do senhor dos druidas, sangue de Crunor, e estava ali sobre o pedestal naquela pequena igreja, em Filars Porl. Muita gente dizia que não podia ser o sangue de Crunor, mas Argos acreditava nisso e gostava de imaginar o quão forte era o deus. Aquele deus que corria por entre os orcs cravando sua espada em cada um, entoando as mais poderosas e misteriosas magias, até para o mais forte druida que andava por aquelas terras nos dias atuais. Derrubando-os. E próximo da morte ele deixou seu sangue para os homens, para assim proteger o continente de Tibia e o frasco de algum modo acabara em poder do padre Rod. Mas como? O padre não dizia. Mas lá estava o frasco, sobre o pedestal, um viscoso líquido vermelho.
Por isso, naquela noite Argos rezou para Crunor enquanto Anny, a beldade de cabelos negros cuja a barriga ia se arredondando com o filho por nascer, dormia na taverna e o padre Rod gritava em seu pesadelo com medo dos demônios que se acercavam no escuro e os lobos uivavam no alto do morro, enquanto as intermináveis ondas agarravam e chupavam o cascalho na vila. Era a noite véspera do Nacite.
Argos acordou com o som dos frangos da vila e viu as dispendiosas velas tinham queimado até quase chegarem aos castiçais de bronze. Uma luz cinzenta enchia a janela acima do altar revestido de branco. Argos se levantou, precisando urinar, e os primeiros gritos horríveis vieram da aldeia.
Porque o Nacite chegara, Banor vencera a batalha e os carlinianos tinham desembarcado na vila.
Espero que gostem.
O próximo capítulo vai demorar um pouco.
Depende do tempo e de, é claro, comentários.
Muito obrigado a todos, divirtam-se.
Sem mais;
Asha Thrazi!![]()
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