Olá, Inconstitucionais do Fórum Roleplay.
Em minhas buscas por um texto com base no Tibia, eu consegui algo que de minha parte será diferente. Sem o famoso, maladrinhow: clichê. Enton meu texto vai falar de como foi a formação da aliança entre Elfos e Anões. E também vai falar do surgimento dos humanos. Claro que dentro da aliança vai haver conspirações, traições, massacres, torturas, ódio, amor, sacanagem. Mais, vale lembrar que meus dois pontos de inspiração foram:
- Babel
- Stairway to Heaven.
Como diria meu amigo Caboom, que começe a brincadeira.
Anões, Elfos e Inconstitucionalidade.
Prólogo (por Fex).
Eu via luzes, quatro delas. No meio da escuridão, eram elas. Quatro astros amarelos brilhavam em seqüência. Eram belas, as mais belas que já havia visto. Mas, minha atenção foi deslocada para um brilho vermelho, minto, eram cinco brilhos avermelhados. Lindo, sua cor fosca e sem graça era de certo ponto chamativa. Juntei as cinco em minha visão, formando uma constelação. Uma constelação em forma de uma estrela, e que estrela. Elas ia se afastando, o medo de não mais as ver me dava calafrios. Será que aquelas eram almas perdidas? Ou vidas antigas? Ou só astros que saíram de sua órbita? Batizei aquele caminho de “escada das estrelas”, não sei se para o céu ou para o inferno.
Perdi novamente o olhar, voltando-o para o anão Meltar. Um velho anão que contava suas historias. Eram histórias de mulheres, histórias de um perfeito desequilibrado. Todos os anões eram assim, feios e tarados. Na tropa, vínhamos cerca de dez anões e dois elfos, eu e um cardeal. O cardeal vinha tremendo a meu lado, eu temia pelas estrelas, já ele temia a qualquer reação dos anões.
Estalando os copos, eles comemoravam a possível aliança, pois sabiam que eram mais fracos, portanto submissos. Entre seus arrotos e cuspidelas, eu consegui retratar as estrelas que havia visto há horas atrás. Nada eles fizeram não se mostraram interressados, nem mesmo me escutaram. Preferiam ouvir Meltar, que contava agora o seu famoso conto a frágil¹. O lugar onde estávamos ficava a cerca de 200 km (duzentos quilômetros) de Kazordoon. Era muito úmido, e frio. Tínhamos árvores frutíferas à volta, animais não tínhamos, eles (os anões) haviam assustado os pobres. O céu estava muito escuro, éramos iluminados pela fogueira, que crepitava carne de cervo. Perdi o tempo a conversar com o cardeal, era muito inteligente - assim como todos os elfos - ingênuo em seus comentários.
Conversamos até as duas da manha, sobre diversos assuntos, seu nome era Arion. Era cardeal desde os seus sessenta anos, havia sido escolhido para escrever as resenhas do contrato, e reportar qualquer tipo de blefe dos anões. Ele havia se especializado em psicologia, e conhecia perfeitamente o interior das criaturas, era até certo ponto um bom torturador. Depois de ele ir dormir, eu me levantei. Estava sem sono. Estava com fome. Estava sem emoção. Nunca havia me sentido assim, sem emoção. Elfos tinham emoção, muita. Mais do que qualquer criatura, eram emoções sempre felizes. Mais não conseguia sentir nada. Resolvi caminhar, tomar um pouco de ar. Fui até uma cascata, de pouco menos que sete metros. Com fluxo rápido de água, e quantidade proporcional. Subi numa árvore, e debrucei-me em um galho.
Em meio daquele silêncio, a harmonia havia sido quebrada, ou não. Um canto belo, de uma voz linda. Meio rouca, e de pouca sonoridade, devido à acústica do lugar. Eis o belo canto:
Se está rua, se está rua
fosse minha.
Eu mandava, eu mandava
Ladrilhar.
Com pedrinhas, com pedrinhas
de brilhantes.
Só pro meu, só pro meu
amor passar.
A criatura que cantava, era chamada de frágil, ou humano. Era uma fêmea, muito semelhante a nós elfos. Suas orelhas eram arredondadas e seus narizes eram pequenos e chatos. Nunca tinha visto, criatura tão rara. Ao me reparar ela se assustou começou a pedir socorro, e correr sobre a água. Eu continuava a observá-la, a pele ainda em desenvolvimento, de tão branca via-se suas veias. Seus olhos eram verdes, e seus cabelos eram negros. Era tão baixa² quanto um anão.
Desci da árvore e fui falar-lhe. Avisei-a que nada precisava temer, não a machucaria. Ela preferiu não arriscar e fugiu pelas matas. Sentia-me com emoções novamente, sem medo e revigorado. Parecia que podia conversar com as pedras, tagarelar com as folhas e entender os animais.
- Convenhamos que nada de bom poderia vir de um elfo – vinha Meltar, caminhando a passos rápidos. – Fogo, fogo é fogo! – repetia ele sem fim. Percebi no céu a marcas do aviso, sim havia labaredas, havia até graça naquilo. Segurei-me para não rir. Só podia ser, só podia ser. – Do que está rindo? O cardeal estava mancomunado? – Agora ele tinha pressão, batia a bota suja de terra próximo as minhas bagagens. Resmunguei algo em élfico para Arion, que devolveu com euforia, um apelo a minha ajuda.
– Ridículo – Só podia vir de um anão, aquele comentário sem fundamento. Não me exaltei a dizer qualquer coisa a ele.
Arion pulava em cima dos cobertos, tentava apagar seus erros. Tudo estava queimado, até mesmo a dignidade deles. Só pensava em partir dali, e visitar a tal perfeita – em termos arquitetônicos - cidade dos anões:
- Vamos seguir, ou teme ao que vem?
- Eu não temo nada, só quero que tire esse sorriso bobo da cara – disse Arion, agora sério. Em postura normal a de um elfo. Olhou por entre, as folhagens que nós dividia, deu duas passadas, virou-se e deu mais um passo, virou-se novamente agora olhando para mim. – Já tirei a dignidade deles, nada mais posso temer.
- Pois tema, por que vindo deles é bem capaz de surgir uma vingança.
- Isso não é algo que possa se dizer a um incapaz – virou-se agora para leste, em longas passadas, como um gigante a derrubar casas e florestas. Desta vez ele realmente não tinha medo.
Os anões olhavam enfezados. Com ódio, planejando vingança, ou apenas lamentando por não poder matar o elfo. Pois ele seria o escrivão, assim se ele morresse, toda a culpa cairia sobre a cabeça deles. Eu ai atrás de Arion, como seu ajudante, naquela missão de derrubar casas.
Pouco depois dás duas da tarde, chegamos à porta de Kazordoon. Como era grande, devia ter cerca de vinte metros, composto por duas estatuas magníficas. Todas duas de anões, esculpidos em pedra. Muito bem detalhadas, sustentadas por duas taboas de mármore, com espessura de meio metro. Os anões retratados tinham barbas longas, e vestiam túnicas e calçavam sandálias.
Logo após sua passagem, haviam dois jardins, muito bem cuidados. Pouco mais de vinte mulheres (anãs), trabalhavam nos canteiros, que em sua soma, resultavam em duzentos, ou pouco mais. Com comprimento de um quilômetro.
Arion estava perplexo, tentava olhar tudo mais não conseguia, era muito para se ver. Passava-me pela cabeça o porquê daquele seres baixos e feios se gabarem tanto, ali estava à explicação. Um dos paladinos³ caminhou até mim, e comentou:
- Se ficou assim, só por ver isso, tenho pena de você quando for observar o interior – caminhou de volta a troca, olhando para a postura de Arion. Meio de lado, com o queixo caído, com a mão na cintura e com olhar sincero e puro.
Ás cinco e meia chegamos às escadarias principais. Os anãos iam falando da arquitetura do lugar, apontando os pontos mais chamativos. Era muito complexo até mesmo para um elfo. A perfeição dos tijolos, e das estruturas das paredes, tetos e chãos. Descemos trezentos e cinqüenta degraus, e adentramos num corredor espesso banhado por lava. Era uma ponte, feita de madeira. Quinhentas árvores de nossa cidade -Ab’dendriel - foram derrubadas para construir aquela ponte. Lembro bem do dia em que a encomenda havia sido feita, eu tinha apenas quarenta anos.
No meio da ponte – nomeada Durin Duki – avistava-se uma torre bem pequena. Depois de vinte minutos, ela havia aumentado. Uma hora depois ele já estava muito próxima e dava para medir sua estatura, cerca de vinte e cinco metros. Dezenas de guardas, armados de lanças e escudo ficavam a posto, envolta dela. Cheguei mais perto para observar, mais fui impedido por um deles. Fiquei submisso em meio às lanças, mais algo me atraia para tocar na torre, estava disposto a morrer para poder entrar nela. Estava sacando minha espada quando Satiren – anão da tropa – me impediu, colocando a mão sobre a minha e a empurrando.
- Eu sei, parece que ela te atrai para dentro, mais tente conter-se – retirou seu elmo e mostrou suas marcas, cicatrizes e queimaduras. – Ela me causou isso.
_________________________________________________
Frágil¹ - Retratava os primeiros seres humanos. De pele muito branca, e olhar fundo e disperso. Com pouca população e sem tecnologia, ciências e magia.
Baixa² - Ele fez esse comentário sem saber que aquilo era uma criança humana.
Paladinos³ - São os principais anões da tropa, vão atrás da equipe. Usando bestas, e vestidos túnicas grossas, feitas de lã. São de sua maioria religiosos, e tem sentimentos maiores do que qualquer outro anão. São chamados de especiais. Satiren é um deles.
Próximo cápitulo - A torre (por Sariren).
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 


Responder com Citação


