Fala gente!
Muito tempo atrás, comecei escrever uma história contada por uma pessoa recém chegada no mundo tibiano por intermédio de seu diário. Usando uma visão mais realista, envolvendo o jogo no geral, você terá uma visão mais pessoal de como seria se realmente um dia, do nada, vocÊ surgisse em Rookgaard, sem saber de onde veio, quem é e por que está ali.
Os capítulos dessa história são convertidos nos dias que o personagem vai vivendo ao longo de sua jornada.
Escrevi algo em torno de uns 7 dias, mas como é coisa antiga, tenho que revisar muita coisa e tal.
Confesso que sempre escrevi para mim mesmo, pois adoro ler e nunca compartilhei estas histórias, sendo esta a primeira vez.
Sempre adorei escrever usando o mundo de Tibia, acho tão fascinante e épico, à muito para se aproveitar.
Gostaria que avaliassem, aceito elogios, críticas e se gostarem, continuo postando mais dias.
Se acharem erros, qualquer coisa errada ou se não gostarem de algo, por favor, deixe nos comentários pois a intenção é sempre melhorar.
Muito obrigado, espero que gostem.
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Dia 1 – Rookgaard.
Apareci, surgi, fui jogado, nem sei ao certo como vim parar aqui, mas tudo é muito estranho. Após a imensa escuridão em minha mente, lembro-me apenas daquele pequeno portal azul se fechando aos meus pés, minha vista embaçada e uma forte náusea. Em minha frente havia um homem, usando uma túnica com capuz na cor marrom, ele me disse que seu nome era Cipfried e que era um monge. Eu não estava entendendo nada – para dizer a verdade eu ainda não entendo. O homem me entregou alguns itens e me disse que eram muito importantes: Espada, escudo, elmo, botas, armadura e deixou claro que era essencial que me acostumasse com estes artefatos.
A verdade é que não lembro de nada, é como se minha vida simplesmente começasse agora, aqui, neste lugar que chamam de Rookgaard. Não sei quem era antes, se tinha família, amigos, será que morri? Será que vim por conta própria e estou sofrendo de amnésia? Eu não faço ideia. Perguntei ao monge que lugar era aquele, pedi para que me explicasse como cheguei ali e a única coisa que ele me diz é: “Olá rapaz, eu vou cuidar de você quando se machucar, se precisar de mim sinta-se à vontade”. Eu sei lá, mas acho que estes monges devem ser meio loucos.
Coloquei todo o equipamento que aquele homem me deu e sai para dar uma volta. Esta cidade é bem pequena, possui esta espécie de centrinho com algumas lojas e uma biblioteca. As ruas são de pedra e para o norte existe uma espécie de portão vigiado por um guarda que não me deixa passar de jeito nenhum, ele diz que sou fraco. “Você não pode me trancar aqui, deixe-me passar agora!”, foi o que disse para ele muito enfurecido. Sorrindo, aquele guardinha de portão teve a coragem de me dizer: “Você ainda terá que matar muitos Rats antes de passar por aqui, novato! Vá brincar no esgoto!”. Voltei para a cidade revoltado. Não entendi o que o homem quis dizer com aquilo e também nem me importava. Me escorei na parede de uma loja de equipamentos, não avistava quase nenhuma alma viva naquele lugar a não ser o guarda, o monge do templo e os comerciantes das lojas.
Fiquei parado ali por um bom tempo. Não me pergunte porque, mas foi necessário, foi importante “digerir” tudo aquilo ali, com aquela calma toda que pairava por aquele lugar, este silêncio, somente o som das árvores, dos pássaros, de ferro... ops, ferro? Sim, ouvi um barulho de ferro, ou metal, muito próximo de mim. Olhava ao redor até que notei alguns dedos erguendo as barras de ferro da entrada de um bueiro que devia levar aos subterrâneos da cidade. Lá de dentro, sai um homem com os equipamentos muito parecidos com os meus, porém sua espada estava suja com sangue e pude notar que havia marcas na madeira de seu escudo, como se algo tivesse lhe atacado. Pedi se ele precisava ajuda, o homem me respondeu que estava tudo bem e que as criaturas lá de baixo já não representavam mais perigo para ele. Por fim, ele também me falou que já estava preparado para sair dos portões das cidade.
O homem não demorou à ir embora. Fiquei eu, ali novamente, sozinho e olhando para aquela tampa de ferro no chão. Olhei para minha espada, que estava presa na cintura e saquei ela de sua bainha. Se aquele homem teve coragem, por que não tentar também? Retirei as barras de ferro e a única coisa que pude ver em meio a toda a escuridão daquele lugar foi metade de uma escada de madeira que não sabia ao certo onde ia dar. Desci com cautela até chegar ao chão. Havia uma tocha dentro de uma pequena mochila que o Cipfried me deu, quando acendi pude observar que o lugar era uma espécie de caverna abaixo da cidade. Onde eu estava era uma sala bem ampla e havia um córrego de água que fazia todo o contorno ao meu redor, não tinha como pular a água, era longe e nem pensar que eu ia nadar naquilo ali! Caminhei um pouco para frente e avistei uma alavanca de madeira, segurei firme e puxei. Poucos momentos depois uma ponte surge debaixo da água e sobe aos poucos até formar uma passagem.
Caminhei por alguns minutos. Os caminhos são estreitos e muito escuros. A palavra “criaturas” que aquele homem havia dito, não saiam de minha cabeça, afinal o que será que viveria naquela escuridão? A cada passo que dava sentia mais vontade de ir embora, o terror estava me cegando, suava frio, meu coração estava disparado e parei de caminhar. Olhei novamente minha espada, observei o túnel negro e silencioso à minha frente e me escorei na parede. Não sei o que sentia, não entendia meus próprios pensamentos. Queria ir embora, mas ao mesmo tempo acreditava que aquilo era o único meio de acreditar que ainda estava vivo. Que sangue ainda corria em minhas veias. “O medo não é nada mais que uma porta fechada, para extingui-lo basta termos coragem de abri-la e ver que não há perigo por trás dela, apenas ar.”. Sim, isso veio em minha cabeça como se algo sussurrasse em meus ouvidos, como se alguma coisa estivesse ali comigo, me acompanhando, então, consegui caminhar de novo.
Sentia minhas pernas pesadas como se fossem feitas de pedra maciça, mas continuei, andei por mais um tempo até que no fundo, o eco de algum ruído lá no fim do túnel me fez parar de novo. Ouvia passos rápidos e sabia que vinha em minha direção, levantei a tocha, tentava olhar o mais longe que podia mas sem coragem de dar um passo sequer naquela direção. O som aumentava e aproximava-se cada vez mais. Larguei a tocha no chão e peguei meu escudo com a mão esquerda posicionando ele à minha frente enquanto segurava a espada com a direita. Poucos segundos se passam e da imensa escuridão daquela caverna, um ser de quatro patas surge veloz bem na minha frente, num ato de puro reflexo desfiro um golpe certeiro com minha espada fazendo a criatura cair morta no chão. Era um rato. Pelo menos foi minha primeira impressão. Segurei o bicho pelo rabo e ergui até a altura dos meus olhos, a conclusão que cheguei era um fato: Aquilo não era o tipo de roedor que eu conhecia. Era maior, tinha presas que podem machucar muito alguém que não está preparado e seus olhos eram vermelhos como o fogo. Naquele momento pensei: “Neste lugar o medo definitivamente não é apenas ar atrás de uma porta fechada”.
Continuei naquela caverna por horas, explorei quase todos os túneis e perdi a conta de quantas criaturas como aquelas ali eu já havia matado. O mais engraçado era que tinha a sensação de que ficava mais forte conforme matava aqueles ratos, era como se um pequeno pedaço de uma força vigorosa fosse sugada ao meu corpo para cada bicho que matasse. Minhas habilidades com a espada e o escudo também evoluíram muito rápido, não sei se é algum dom que tinha antes de vir parar em Rookgaard ou se é culpa deste lugar misterioso. A única coisa que sei é que matar estas coisas é viciante e a cada hora que passa me sinto melhor e mais forte!
Diário, como já disse, não lembro da minha vida passada, mas seja lá o que for que aconteceu já posso afirmar que estou vivo sim e que este lugar não é tão ruim como parece. No fundo, bem lá no fundo é como se eu sentisse uma sensação de alegria, como se agora minha vida fizesse sentido. À algumas horas vi um homem muito melhor equipado do que eu falar com uma estátua e simplesmente desaparecer, novamente vi aquele pequeno portal azul se abrindo bem embaixo do rapaz, ele parecia mais forte e ter passado muito mais tempo aqui. Cipfried me disse que aquele monumento que parece um anjo é conhecido como Oracle e que só quando eu realmente estiver preparado poderei falar com ele e conhecer o meu verdadeiro destino. Pedi para ele me explicar melhor mas ele insistia em me curar – já disse monges são meio loucos.
Pois bem, pelo menos agora tenho um objetivo, vou me preparar ao máximo para poder falar com a estátua e quem sabe descobrir o meu passado. Agora vou preparar estes deliciosos pedaços de carne que peguei das ovelhas que achei aqui nas redondezas – não pareciam ter dono – e fazer um belo jantar. Ah! Diário! Só mais uma coisa. Cheguei à conclusão de que neste lugar o medo não é o monstro atrás de uma porta fechada, mas sim, o ar por trás de infinitas portas que não acabam nunca e somente a coragem é a chave mestra de todas estas fechaduras. Até amanhã.
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