
Postado originalmente por
Pedrinhospf
Eu disse que viria, e cá estou, hahaha.
Concordo completamente com o Gabriellk~, sua escrita evoluiu sim!
Texto pequeno, mas que já deixou claro essa sua evolução.
Não tenho quase mais nada a acrescentar, os comentários aí em cima já criticaram quase tudo por mim. Só vou adicionar que o parágrafo
"Ele viu um dos cavalos que puxava a carruagem vir até ele a todo vapor. Sem conseguir agir rápido por estar machucado e muito cansado, ele não pode evitar o seu destino. Ele não pode evitar que o cavalo acabasse com tudo que ele viu e construiu ali mesmo. Mas não culparia o animal, até porque o próprio não entenderia. "
me incomodou devido à repetição da palavra "ele", que poderia ser retirada ou substituída em alguns pontos.
Enfim, parabéns para evolução, parceiro! Até mais.
Abraços.
E ai Pedro Forte. (HÁ SENTIU O TROCADILHO?

)
Po cara, obrigado pelo elogio, eu achava que minha escrita não tinha mudado taaanto. Fico feliz de saber disso.
Obrigado por apontar os erros também, vou corrigir.
E valeu pelo comentário e agradeço novamente o elogio, e vou evoluir mais e mais!

Postado originalmente por
Swettie
Eeei, Carlos, curti tua história!
A galera aí de cima fez boas e construtivas críticas então me reservarei aos elogios: achei bem interessante mesmo e foi possível notar uma evolução na tua escrita, como o Gabrielk~ e o Pedrinhosf disseram, sim.
Continue, continue, jovem!
E ai Swe, fico feliz que tenha curtido a história. E obrigado pelos elogios, como eu disse acima eu vou tentar evoluir mais e mais
Espero que acompanhe ^^
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Depois de um bom tempo e umas enroladas, trago-lhes o primeiro capítulo. Eu acabei fazendo ele um pouco apressado, acabei nem revisando, mas fiz o meu melhor. Novamente, se encontrarem erros, só apontar que já vai estar ajudando bastante.
I
Dias antes
A Sociedade dos Ladrões era bem conhecida por várias pessoas, visto que seus ladrões são habilidosos e quando é necessário matar alguém, eles os fazem bem. Agem como se fossem fantasmas, roubam sem serem notados, são inteligentes e estrategistas e nunca deixam um rastro ou pista pra trás. Seu ponto de encontro ficava num salão secreto nos esgotos da grandiosa Thais, e dali um compartilha um visto com o outro, ou o sucesso em um roubo que já planejava a algum tempo. Mas como sempre, há os ambiciosos entre eles. Fichen era um deles.
Fichen era um ladrão experiente que não teve uma vida muito feliz. Quando nasceu, ele foi abandonado num orfanato em Thais, onde cresceu sem ser notado por nenhuma pessoa, sempre sozinho e aos cantos. Foi ali que ele ganhou suas primeiras habilidades de roubo – E infelizmente as consequências ao ser pego. Fichen saiu do orfanato com seus dezoito anos feitos, sem olhar para trás nem sentir falta de ninguém. Desde jovem aprendeu que a vida é cruel, e se você não lutar contra ela, ela irá te derrubar. O único amigo que teve era do orfanato, e quando ele tinha quinze anos, ele acabou conhecendo seus pais, que também tinham o dado o mesmo destino que Fichen ganhou, mas ele foi atingido de forma muito mais intensa. Seus pais biológicos na verdade sentiam nojo de seu filho, o desprezavam simplesmente por ter lhes dado muito esforço e problemas enquanto ainda estava na barriga de sua mãe. Houve até uma tentativa de aborto por parte da mãe, que não deu certo. Quando o garoto soube disso, dias depois ele se suicidou, pois ele não via mais motivo de viver. Fichen, que já era sozinho, tinha ficado mais ainda.
Atualmente, Fichen tinha trinta e dois anos sofridos e complicados, dos quais ele pouco sorriu, pouco se divertiu, muito se esforçou para viver. E ele viu na Sociedade dos Ladrões uma forma de viver melhor e sentir honra e orgulho pelos seus feitos. E eles também viram uma oportunidade de ter mais sucesso nos seus roubos. O único problema que Fichen enfrentou na sociedade foi tentar entrar nela; sua vaga era disputada por outro ladrão que acabou se tornando um parceiro útil, Hagran.
Fichen esteve realizando roubos não tão grandes a oficiais e principalmente a grandes casas de pessoas ricas e egoístas, e como ele nunca se imaginou rico e nem gostaria, ele gostava de dar alguns dos frutos tirados de seus roubos a pessoas que via na rua, trabalhadores honestos que nunca fariam um mal tão grande quanto certos governantes gostavam de fazer. Mesmo sendo humilde desta maneira, ele sempre desejava mais e mais, que deveria ter pegado mais coisas, que deveria ter sido mais silencioso, entre vários outros pensamentos. Ele tinha em mente fazer um roubo que deixaria um estrago na história de Thais, mas não havia nada que fizesse tal coisa, ou sua mente simplesmente não encontrava.
Após sair de sua casa um tanto escondida nos subúrbios da cidade, ele seguiu para outro ponto pouco conhecido, onde ficaria o caminho para a sociedade dos ladrões – uma falha por trás de uma casa abandonada dava para um buraco para o esgoto – e seguiu caminho.
Chegando a uma parede, procurou pelas paredes de terra um tipo de bloco, algo que lhe daria acesso a sociedade. Achou-o pouco tempo depois, o empurrando para trás, e a parede a sua frente mexeu-se para a esquerda, liberando caminho. Fichen entrou no salão, surpreendendo alguns homens presentes ali. O local, iluminado por várias tochas presas nas paredes, tinha alguns armários de madeira, alguns um tanto debilitados, mesas com vários objetos, e encostadas nas paredes havia espadas não tão largas, machados de mão e até arcos junto de aljavas. Sobre algumas mesas havia sacos, moedas espalhadas, adagas, punhais, machetes, e abaixo delas poderia ter cordas e cordas-gancho, de uso para mortes rápidas.
Os ladrões se reuniam em volta de uma mesa redonda cheia de papeis. Cadeiras eram reunidas ao redor dela e o líder ficava na cadeira central. Fichen se aproximou dela recebendo alguns “boa tarde” ou “bem vindo”, mas apenas o do líder realmente importava. Este, chamado de Gorham, gostava de reunir os habilidosos homens para debates sobre seus roubos e diversos outros assuntos que sempre um ou outro tinha ideia. Fichen sentou-se numa cadeira reservada para ele, que por coincidência ficava do lado de Hagran.
Hagran era um pouco grande e forte, protegendo sempre a cabeça com um capuz marrom de bordas amarelas. Vestia-se com um casaco vermelho sempre, cobrindo a cota de malha por trás dele, e tinha uma adaga pequena e um saco peculiar na cintura, duas coisas que ele nunca largava. Recebeu Fichen com um olhar um tanto amigável, mas ele não ligou para ele.
No total, havia 22 ladrões em volta da mesa, sendo que dois estavam de pé e não contando o líder. Este se levantou, triunfante com sua capa amarelo-escura acompanhando seus movimentos sempre calculados.
— Meus cumprimentos, camaradas. — Sua voz saiu um pouco rouca. Deu um murro fraco na região do tórax para tentar ajudar enquanto tentava arrumar a garganta. — Fico feliz que todos vocês estejam tendo progresso nos planos que tem feito, mas hoje percebo que nós estamos parecendo mais um grupo de ladrões qualquer, um grupo qualquer que vive com os ratos e vive de roubos. Temos que ser mais do que isso, muito mais, se quisermos ser realmente temidos pelas nossas habilidades. A lábia, agilidade e silêncio de um ladrão, todos nós já temos. Falta-nos algo que valha o que sabemos.
Por um momento, todos permaneceram calados e pensativos. O primeiro a falar alguma coisa foi Hagran.
— Líder...
— Pode me chamar pelo meu nome, Hagran, não se preocupe. — Interrompeu-lhe o líder.
— Certo. Gorham, preciso falar mais sobre Fichen. Você realmente não sabe do que ele é capaz.
Os ladrões suspiravam frustrados ou falavam “Vai começar” mesmo que baixo. Entre a Sociedade, Hagran era conhecido como o “Adorador Oficial de Fichen”. Todos odiavam quando ele decidia falar mais sobre Fichen, ninguém sabia o porquê direito, mas sabiam que eles eram amigos e parceiros de roubo. Fichen era o fantasma enquanto Hagran era o desordeiro matador. Apenas Gorham entendia a admiração que Hagran tinha por Fichen, mas não se importava muito com isso.
Pra irritação dos ladrões e pra vergonha de Fichen, o homem de capuz continuou a falar.
— Ele é como um fantasma. Age pelas sombras sem ser visto ou seguido, rouba sem fazer barulho, anda sem soltar um ruído. É sensacional. Creio que este grande roubo da sociedade poderia ser feito por ele. Ou ele pode pelo menos ter a ideia pra gente.
Ao invés de continuarem murmurando maldições por Hagran continuar sua admiração, eles ficaram mais pensativos e chegaram a concordar com o homem, desviando seus olhares para Fichen, que olhava distraído pro chão vendo algumas formigas andando. Ele apenas voltou a conversa quando Gorham voltou a falar, dessa vez concordando com Hagran.
— Interessante, é uma boa ideia mesmo. Fichen é inteligente e calculista, pode fazer isso por nós.
Ele tentou voltar a conversa e botar a cabeça no lugar após ser citado. Pelo que ouviu, precisavam dele.
— Senhor, acho que eu não poderia fazer um plano dessa magnitude. Eu sou apenas o que rouba, não tenho tanta experiência com essas coisas.
— Mas você apenas dará a ideia, eu posso forjar o plano como sempre. — Respondeu-lhe o líder. Agora Fichen se sentia jogado contra a parede. Dar a ideia de um roubo grande com tantas pessoas olhando para ele era mais difícil que fazer planos. Até então ele não tinha sido submetido a isso.
Então, ele acabou se lembrando do casal vindo de Venore até Thais, que chegou no dia anterior à cidade e se estabeleceu no castelo do rei. O que se sabia é que o casal, Sebastian e Sofia, estavam levando a coroa de Tibianus, recuperada de um ladrão famoso que havia fugido para o norte de Venore. Talvez pudessem tirar lucro disso.
— Que tal um tempo pra pensar? — Questionou Fichen, com anseio de que os olhares fossem finalmente desviados.
— É claro. Creio que nenhuma boa ideia surge simplesmente do nada. — Respondeu Gorham, o aliviando e fazendo os olhares saírem da direção de Fichen. Hagran parecia feliz, mas talvez ele guardasse outros planos... Ou era impressão mesmo.
Algum tempo depois, Fichen estava de volta à cidade, dessa vez acompanhado por Hagran. Estavam próximos da taverna do Frodo, andando pelas ruas cinzentas de paralelepípedos de Thais. Ele ainda tentava gerar uma ideia.
— Com dificuldades, Fichen? — Perguntou-lhe Hagran, com o mesmo sorriso estranho na cara de sempre.
— Não mesmo. Você poderia me ajudar com alguma ideia.
— Eu não! Você que tem que tirar algo da sua cachola.
— Então por que você está me seguindo?
— Uou meu amigo, sua sinceridade agride. — Disse levantando os braços como em forma de defesa.
Adiante, a esquina virava. Sem terem percebido antes, havia um grande número de pessoas indo para o castelo do rei, e parecia haver um alto movimento lá. Os dois ladrões apenas observaram ao longe.
— O que o rei tem pra falar num dia nublado e cinza como este? A rainha de Carlin está naqueles dias e quer guerrear?
— Se fosse isso, ele nem faria discursos e sim fecharia os portões da cidade. Deve ser algo mais interessante, mas que mesmo assim não vale nosso tempo.
— Fichen! — Gritou Hagran, puxando o colarinho da túnica azul que ele usava por baixo de sua cota de malha — Você não está pensando como um ladrão! Pense, centenas de pessoas num campo aberto, distraídas com um rei gordo e moribundo do qual todos admiram. Isso é um prato cheio, o paraíso do roubo! Você só pode estar com a cabeça no céu para não pensar nisso.
Fichen tirou a mão de Hagran dele e o afastou.
— Merda, Hagran. Ainda é dia, eu não consigo pensar bem a essa hora. Mas vamos lá, se é o que você quer.
— O que nós queremos, você quer dizer. — Disse, esboçando um sorriso zombeteiro.
A dupla seguiu para o norte da cidade, em direção ao castelo do rei. Poderia ser algo realmente importante, afinal, todos sabiam que membros da realeza nunca saem de suas casas em dias nublados. Algo interessante estava por vir, e isso solucionaria o dilema na cabeça de Fichen – O grande roubo do qual seus parceiros tirariam uma fortuna.
— Wow.
A praça na frente do castelo estava lotada. Centenas de pessoas se reuniram na frente do castelo, entusiasmadas e ansiosas. De muitos lados, o ladrão podia ouvir “duque”, como algo muito importante. Então ele se lembrou do casal da realeza que veio a Thais a apenas um dia. Começava a surgir uma ideia.
Antes que ele pudesse dizer algo a seu amigo, o próprio já estava na multidão, e podia-se ver ele batendo os bolsos de uma ou duas pessoas. Fichen rapidamente o seguiu e o parou um minuto depois após passar por várias pessoas.
— Cara, vai com calma. Lembre-se que tem muitos olheiros por aqui e guardas reais. Eles podem não me pegar, mas você...
— Está duvidando de minhas habilidades, Fichen? — Cruzou os braços, incomodado com o comentário.
— Não estou duvidando, eu tenho certeza.
— Muito bem Fichen, não é porque eu te admiro que eu sou um inútil. Sou ótimo para despistar e matar. E você sabe disso.
— Mas e fugir pelos prédios, você sabe?
Hagran se calou e virou para a sacada do castelo onde muitas pessoas estavam observando. No momento, as cortinas estavam fechadas e muitos guardas munidos de bestas na entrada da praça estavam virados para lá, no caso de algum ataque.
— E o que iremos fazer aqui, então? — Perguntou Hagran, inquieto.
— Espere.
Após quase meia hora, as fanfarras reais tocaram e finalmente fora anunciado de que alguém sairia de dentro daquele castelo. E essa pessoa não era o rei, e sim um duque. O duque de Greenshire, que é também um cavaleiro de Edron. Junto dele, dois guardas e uma jovem de um longo vestido de um lilás fraco e cabelos incrivelmente loiros vieram a sacada. E nada ali mais despertou a atenção de Fichen do que o que um dos guardas carregava: Uma bela coroa de ouro com cristais azuis e vermelhos cravadas em seus lados, muito brilhante e hipnotizante.
O duque começou um discurso.
— Povo de Thais! É uma sensação muito boa poder os visitar novamente. Esta bela cidade nunca perdeu seu brilho, nem quando o rei perdeu sua coroa para um larápio qualquer. Aquilo foi uma grande fraqueza da guarda, uma distração, que nos custou muito, mas nós rapidamente a recuperamos e mostramos que não somos fracos e resolvemos nossos problemas rápido, não é mesmo?
Hagran cuspiu no chão. Para ele, aquilo era ridículo ao extremo.
— Pois bem. Em nome da realeza e pelo poder concebido a mim, declaro que todos que arriscarem roubar esta beleza forjada por habilidosos ferreiros thaianos e símbolo de poder supremo sobre essas terras, será conhecido como um inimigo de Thais e um traidor da coroa! Ladrões jamais serão tolerados nessas terras. Eles não sabem o esforço que cada um teve para conseguir o que tem e o que carrega.
— Cara, eu acho que vou vomitar. —Disse Hagran, com uma cara de nojo direcionada ao duque. Fichen apenas abriu um sorriso.
— E gostaria que contemplassem novamente esta beleza da obra humana — Aproximou-se do guarda e pegou a coroa, pousada numa almofada vermelha de bordas douradas, e voltou a sua posição, levantando a coroa — e que saibam que Thais está segura de novo! A coroa está segura!
Um enorme agito entre a multidão presente na praça veio, e aquilo quase deixou Fichen e Hagran surdos, que trataram de sair rápido do meio da multidão. Fichen olhou para trás para ver a sacada de novo, e viu o duque com um enorme sorriso estampado no rosto. De alguma forma, aquilo lhe pareceu um presságio. Um calafrio o arrepiou e ele continuou andando e balançando a cabeça.
Quando finalmente saíram do meio da multidão e estavam fora do castelo, os dois se olharam procurando uma resposta do que viram.
— Eu tive uma ideia brilhante para nosso grande roubo. — Disse Fichen, bastante animado.
— Qual?
— Vamos roubar a coroa do rei.