Resultados da Enquete: Que Facção deveria Ireas Escolher?

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Enquete de Múltipla Escolha.
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Tópico: A Voz do Vento

  1. #431
    Avatar de Kerrod
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    Champz

    Quando finalmente aparece uma coxuda pro lesk se esfregar ele volta a ficar chupando o dedo?

    Assim ele nunca será resgatado do lado rosa da força

    Mas vem treta ai

    Vem treta

    E treta is all 0/


    By the way pretende iniciar outra fic ou ficara definitivamente retired? Espero que tenha planos de iniciar outra esse seu estilo de variar de narrador é foda da gosto ler. A outra fic que eu costumava ler entrou em estado letárgico de hibernação vou ficar órfão se vc pendurar as chuteiras aqui na seção.

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    o morcego perguntou ao outro ambos pendurados de cabeça para baixo

    _qual a pior situação que vc ja viveu dormindo de cabeça para baixo?

    o outro morcego respondeu:

    _caganeira



  2. #432
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Terceiro Pergaminho, Capítulo 14

    Saudações!

    Hoje, venho até vocês com o penúltimo capítulo d'A Voz do Vento após duas semanas longe desse tópico; por conta do TCC, não pude postar antes como gostaria, e, nessa reta final, estou tentando ao menos fechar tudo para entregar um projeto completo. Me desejem sorte, estou precisando kkkk

    Vamos aos Comentários:

    Spoiler: Respostas aos Comentários



    Sem mais delongas, o Capítulo de Hoje!


    -----

    Spoiler: Bônus Musical


    Capítulo 14 — Nada é Para Sempre (A Lápide do Sul)

    Você, Vento do Sul, que sopra do Sotavento, é Primavera e Verão… E sua energia traz a estabilidade da mudança tão esperada…

    (Narrado por Rei Jack Spider)



    — Ireas, você endoidou de vez!

    Um domo. Um domo cristalino, translúcido, feito de toda a matéria de sonhos que conseguíssemos angariar; uma esfera de energia pura dos Sonhos para repelir os Pesadelos e deslocar a Sociedade das Teias Infindas para uma área do Reino dos Sonhos que não houvesse ainda sido infestada pela praga de Roshamuul.

    Eu olhava para o olho azul de Ireas, tentando vasculhar sua mente e entendê-lo. Um plano daqueles tinha um grande potencial suicida. Seria provavelmente nossa última cartada, nosso ato final.

    — É a nossa única alternativa, Jack! — Falou o Norsir, sério.

    E não era apenas isso… Havia uma outra parte desse plano. Uma parte mais sombria. Mais perigosa. Possivelmente mais letal.

    — Ireas… É preciso muita energia para isso! — Repliquei, ainda pasmo. — Eu não sei se… Já pensou que as pessoas podem acabar morrendo de exaustão? Um plano desses pode drenar todo mundo até à morte e deixar a Sociedade vazia e indefesa! Do que adiantaria um plano desses se Roshamuul ficaria livre para nos bombardear e infectar o que sobrasse das nossas forças?!

    Construir duas áreas para nós dois, uma em cada ponta da Sociedade. Dois locais para usarmos como canalizadores de energia de Sonho. Encerramos nós dois lá dentro e torcer pelo melhor.

    — Isso tudo pode ser evitado se nós dois formos as fontes primárias de energia! — Replicou Ireas, um pouco bravo. — Jack, se nós dois nos concentrarmos e criarmos um sifão de matéria dos Sonhos pura, não precisaremos de fontes externas! Vai dar para fazer ambas as coisas: proteger a Sociedade e escondê-la para sempre de Roshamuul!

    Duas tumbas para as Vozes do Vento.

    — A gente pode morrer nessa brincadeira! — Esbravejei, aborrecido com a teimosia do Vento do Norte. — Seu teimoso! Você tem filhos, caramba! Para pra pensar nisso!

    Ireas esmurrou a mesa à nossa frente e eu recuei. Na depressão deixada na madeira, havia flocos de gelo e neve; eu estava forçando a barra com Ireas Keras.

    — A gente não vai morrer, caralho! — Respondeu o Norsir, olhando-me com determinação. Ele respirou fundo antes de continuar a falar. — Vamos canalizar o suficiente para realizar as duas ações… Uma vez que estivermos seguros…

    Os anos realmente haviam mudado o druida; não era apenas uma questão física, mas também mental: Ireas não costumava chamar para si todo esse protagonismo. Ele nunca quis ser famoso. Eu também. Essa tarefa nos havia sido imposta e, ao longo dos anos, ele havia ganhado muito em coragem e força. Ele havia renascido das cinzas das mortes de todos os entes queridos que ele um dia teve. Entretanto, ele pagou um preço muito alto por isso: sua inocência. E, naquele momento, talvez o Vento do Norte estivesse querendo fazer valer todo aquele sacrifício que fora feito.

    — Não vai funcionar assim, Ireas. — Falei, respirando fundo e ficando mais calmo. — Vamos fazer o seguinte: para garantir que haverá sempre um fluxo para manter o Domo, precisamos de um objeto que possa manter esse ciclo.

    Vento do Norte olhou-me com mais calma; ele estava começando a entender.

    — Talvez… Se criarmos um cristal feito de matéria de sonhos pura e que seja capaz de pulsar por si só… — Pensou Ireas. — Como se fosse uma Estrela Congelada*... É isso! — Ele estalou os dedos, eufórico. — Vamos usar Estrelas Congeladas para isso! Uma já tem energia para a eternidade, mas… Se juntarmos duas, cada um de nós, e fizermos uma infusão com matéria de sonhos…

    Era ambicioso, mas razoável. Ireas realmente estava inspirado. E louco. Uma mistura desconcertante de ambos. Abri um leve sorriso, pois senti nele um ânimo que eu não via desde o primeiro ano em que nos conhecemos.

    — Teremos nosso pulsar eterno e não morreremos de exaustão. — Concluí, satisfeito com aquilo. — Fale com Don e veja o que ele consegue nos arranjar e em quanto tempo. Enquanto isso, volta pra sua parte da Sociedade. Vamos ter que preparar todas as nossas defesas.

    — Certamente, meu irmão. — Replicou Ireas, sorrindo. — Você vai ver… Vamos fazer isso funcionar!

    Dito isso, o Vento do Norte saiu correndo em direção a uma Ponte dos Sonhos, levando diretamente para a porção norte da Sociedade. Respirei fundo e procurei por pergaminhos. Coloquei alguns sobre a minha mesa, junto a alguns materiais para desenho. Aos poucos, concentrado, comecei a imaginar como seria o local onde ficaria para realizar a louca ideia da outra Voz do Vento.

    Para o bem ou mal, eu sabia que estava construindo a minha lápide. Queria apenas ter o controle garantido disso.


    *****


    Alguns dias depois.

    (Narrado por Icel Emonebrin)



    EU QUERO UM MALDITO AUMENTO POR ISSO!

    Minhas flechas acertaram mais daquelas bocas nervosas, explodindo em vários pedaços a carne nojenta e demoníaca; na medida em que vinham mais em minha direção, uma saraivada de milhares de flechas determinadas vinha em meu socorro, disparadas pelos devotos da Sociedade que ainda viviam, determinados a manter os Sonhos vivos.

    Minhas flechas acertaram mais daquelas bocas nervosas, explodindo em vários pedaços a carne nojenta e demoníaca; na medida em que vinham mais em minha direção, uma saraivada de milhares de flechas determinadas vinha em meu socorro, disparadas pelos devotos da Sociedade que ainda viviam, determinados a manter os Sonhos vivos.

    Eis que então, de uma Ponte dos Sonhos que antes brilhava timidamente, um sem-número de seres bípedes, escamosos e de línguas bifurcadas e corações ardentes começou a surgir. Estavam eles comandados por Emulov, sua esposa Solstícia e seus irmãos. Até a mãe dele estava lá!

    MAS NINGUÉM TE PAGA POR ISSO! — Replicou Emulov, gritando do meio da multidão furiosa dos Bichos-Papões. — EXEVO GRAN MAS VIS!

    Logo soaram os tambores e trombetas profanas de Roshamuul; não tardou muito para que os Bichos-Papões começassem a aparecer em peso por detrás das neblinas que cercavam a Sociedade das Teias Infindas. Dessa vez, vinham com um batalhão maior e de mais respeito; apesar de terem saído zombeteiros, algo neles havia mudado. Eles haviam sentido algo que nunca sentiram antes.

    O amargo gosto da derrota.

    É MUITO PESADELO, PELOS DEUSES! — Gritou um dos sacerdotes, empunhando uma espada e partindo para o combate mais próximo.

    Em Yalahar os mortos não descansam em solo que se possa enterrar… — O coro começava novamente, provocativo. — E nem em Ab’dendriel as estrelas podem nos abrigar…

    AH, CALEM ESSAS BOCAS! — Sibilou a mãe de Emulov furiosamente, arremessando lanças incendiadas com fogo divino em direção às hordas de pesadelos, explodindo alguns dos demônios e deixando outros em chamas que eles não conseguiam curar.

    Os Lagartos usaram o fogo para castigar e o veneno revertido em antídotos poderosos para nos curar; enquanto os filhos de Zao abriam caminho em meio à balbúrdia, até mesmo os pequeninos Dworcs pareciam mais fortes e mais poderosos, com suas zarabatanas fazendo estragos nunca antes vistos em criaturas muito, mas muito maiores e, em tese, infinitamente mais fortes que eles.

    — Quanto tempo Jack precisa?! — Indagou Emulov, esbaforido.

    — Ele deve estar quase terminando de forjar o Pulsar dos Sonhos! — Repliquei, atirando mais flechas ao final da sentença. — Só que eu não sei quanto tempo a gente dura aqui! E… Quem tá cuidando do pirralho de vocês?!

    Meu pai. — Replicou Emulov. — Achamos uma forma, graças aos poderes dos Sonhos, de reverter a Corrupção que o transformara em um Chosen, mas ele tá fraco demais pra lutar… EXEVO GRAN MAS VIS!

    Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, Emulov fez chover uma tempestade de raios impiedosos dos céus, danificando os demônios que já estavam em chamas e encerrando o desespero que tomara suas podres existências.

    Olhei para trás, para o ponto mais alto da parte Sul da Sociedade das Teias Infindas; o enorme Ankh já estava completamente construído, mas não havia sinal algum do sifão de energia onírica que tanto precisavámos.

    — Vamos Jack… — Sussurrei para mim mesmo, olhando o monumento. — As nossas forças não vão durar pra sempre…


    ****


    (Narrado por Rei Jack Spider)


    Eu estava suando frio. Meu olhar estava fixo em minha obra. Eu mal conseguia respirar, receando perder a concentração e destruir tudo que havia conseguido fazer. Uma esfera grande, de brilho ora azul, ora amarelado, gelada por fora e quente por dentro, com algumas imagens diferentes perpassando por dentro dela, como um conjunto de pinturas e quadros bem detalhados e passando em sequência.

    — Foco, Vento do Sul… Foco. Fé. Força.

    Era um pequeno mausoléu, uma pequena tumba o local onde eu estava; a entrada estava selada por uma cerca de mithril**, que somente eu conseguiria abrir para sair. A parede à minha esquerda continha um pequeno altar para preces, onde deixei minhas oferendas a Nornur, na esperança de que o deus apoiasse nossa decisão, por mais louca e potencialmente mortal que ela fosse. A parede à minha direita continua um espaço vazio reservado ao material em minhas mãos, o qual começara a pulsar. O Pulsar dos Sonhos estava pronto, e eu não podia parar.

    — Ufa… Vai dar tempo… — Sussurrei, contente e um tanto cansado. — Agora… É guardar aqui… E deitar no altar… E rezar para a ideia louca do Ireas funcionar.

    Guardei o Pulsar delicadamente no espaço reservado e selei, vedando a parede com matéria de sonhos. No centro do mausoléu estava o altar em que eu tinha que me deitar. Acima de minha cabeça, estava a abertura para os céus do Reino dos Sonhos, por onde passaria o sifão de energia onírica que eu deveria criar.

    Respirei fundo e me sentei no altar; eu conseguia sentir o chão tremer com o combate; apesar de estar abaixo do solo, eu conseguia ouvir parte dos sussurros dos Filhos de Roshamuul sem ser capaz de distinguir suas exatas palavras, apesar de conhecer bem o cântico que entoavam.

    Fechei meus olhos, pensando em tudo que havia vivido até então. Pensei em minha infância em Thais, tão ordinária quanto poderia ser; lembrei de quando conheci Brand e salvei sua vida, e como ele veio, anos mais tarde, a me ajudar a escolher minha vocação em Rookgaard. Lembrando-me da ilhota, enfim pude distinguir que, de todos os órfãos que lá estavam, Ireas estava entre eles. Entretanto, ele, Àquele tempo, era nada além de um vulto escondido no campanário, cujas notas do que eu viria a descobrir que eram de seu alaúde ecoavam pelo centro da cidade de forma quase mágica e onipresente. O Vento do Norte sempre esteve lá. Eu sorri um meio sorriso, tentando lembrar se alguma vez nossos olhares haviam se cruzado. Não encontrei tal lembrança.

    Deitei no altar de pedra, já de olhos fechados; lembrei de minhas primeiras aventuras com Brand logo depois de sairmos de Rookgaard. Lembrei de quando investigamos as Terras Fantasmas***, e de quando, diante de uma aposta feita por Icel, paramos em Svargrond e demos de cara com Liive, que era metade do homem que viria a ser ao fim de sua vida. Lembrei de quando enfim conheci Ireas… E do quanto que, por algum motivo estranho e instintivo, sentia-me completo com ele por perto, como se eu tivesse encontrado um pedaço de um quebra-cabeças que eu não sabia que estava montando.

    Com essas memórias em mente, fechei meus olhos e deixei os Sonhos tomarem conta de meu corpo; se Ireas estivesse certo, eu poderia salvar a porção Sul em questão de segundos...


    ****


    (Narrado por Sírio Snow)


    O Caçador de Almas singrava os mares etéreos o mais rápido que podia; a porção Sul da Sociedade estava mais próximo de nós, e foi para lá que nos direcionamos; agarrei-me às cordas livres que pendiam do mastro, assustado com a assombrosa velocidade do navio.

    Olhei para trás; Kinahked, nosso capitão, estava sério, compenetrado; certamente, o rum fizera efeito e ele não tirava o olhar do horizonte. No entanto, havia preocupação em seu olhar. A despeito de seus contratos com Bastesh que conseguira através de sua esposa, Unna, ele não parecia estar satisfeito com a velocidade que a embarcação atingira.

    Para piorar, os olhares vigilantes de meu irmão, auxiliados pela luneta que tinha, logo piorariam ainda mais o clima.

    TERRORES NOTURNOS! FEBRES NOTURNAS!**** — Berrou meu irmão, do alto da vela principal. — ELES ESTÃO VINDO PELO MAR!

    Empunhei meus equipamentos o mais rápido que pude, e vi outros membros da tripulação fazerem o mesmo.

    — QUÊ?! — Kinahked esbravejou, incrédulo. — Os demônios ganharam acesso aos Mares Etéreos?!

    Naquele momento, Unna pulou das águas agitada, e mal conseguiu assumir sua forma humana completa. Sua cauda estava ferida, mordida em uma das barbatanas e com arranhões feios na parte esquerda.

    — Eles conseguiram burlar as proteções de Bastesh! — Ela falou, em meio à dor. Em seguida, virou para todos nós, sangrando, mas de pé, em forma completamente humana. — NÃO TENTEM LUTAR AQUI! ELES TÊM VANTAGEM! AS SEREIAS AINDA VÃO CHEGAR! TODA A VELOCIDADE PARA A PRAIA!

    Kinahked, em meio aos avisos de suas esposa e já munido de uma garrafa de rum, aproximou-se da popa para ver o movimento; eu me aproximei da parte esquerda do navio e constatei o óbvio e horrível: o mar estava infestado com aqueles Bichos-Papões com corpos de tubarão e asas em carne viva, nadando ferozes em direção à praia.

    — Puta que pariu… Essas pragas voam e nadam! — Reclamou o pirata, bebendo a garrafa inteira em poucos goles. — Bom… Minha abordagem vai ter que ser criativa. TODOS VOCÊS, PRESTEM ATENÇÃO! SAQUEM SUAS ARMAS E SONHEM! — Ele ergueu os braços para cima, desembainhando sua espada com o movimento — SONHEM GRANDE, SONHEM ALTO! VAMOS DISTRAIR A ATENÇÃO DESSES BICHOS! SONHEM E ARREMESSEM AS FORÇAS ONÍRICAS NA ÁGUA!

    Hesitantes, obedecemos. Fechei meus olhos e comecei a sonhar; meu sonho foi misturado às minhas lembranças da infância; meus pais… Minha mãe, uma exímia doceira e meu pai, que trabalhava nos canaviais dia e noite quase que sem parar, com as marcas de chibata nas costas como prova de seu expediente insano. Lembrei de quando brincava com meu irmão, aprendendo a lutar com pedaços de pau que, com a nossa imaginação, viravam espadas. “Meu sonho é ser um pirata!”, eu bradava para meu irmão, confiante como todo caçulinha. “Eu vou navegar os sete mares e ter montes e montes de ouro! Eu vou libertar a Baía da Liberdade… E papai e mamãe nunca mais vão ter que trabalhar um único dia de suas vidas!”.

    Uma lágrima começou a se formar em meus olhos enquanto as memórias tomavam conta de mim e se transformavam e matéria onírica pura. “Eles serão ricos, velhinhos e felizes! E eu, cheio da grana e das aventuras! Ninguém de Thais vai me pegar!”. Comecei a chorar enquanto sentia o poder queimar e sair de meu corpo, sendo todo direcionado ao mar à minha frente. Lembrei-me de meus pais: minha mãe morrera de doença e meu pai morrera chicoteado até a morte, e a Revolução Vandurana acontecera anos após a morte deles. Eles nasceram e morreram escravos, enquanto eu e Morzan teríamos a chance de morrermos livres.

    As lágrimas desciam de meus olhos e eu direcionei a linha energética furiosamente para longe do navio, com força tal que, assim que abri meus olhos marejados, vi muitos daquele tubarões horrendos queimando e gritando em agonia. Atrás de mim, quando dei um olhar de relance, pude ver que Morzan fazia o mesmo: e com mais lágrimas em seus olhos do que eu havia visto em toda a minha vida.

    Ele era o realista. O pé-no-chão. O que não sonhava e só fazia. Ele se vendera para Thais não por gosto, mas por falta de opções. E lá estava ele: livre, como eu… E com todas as opções para encontrar belas formas de viver e gloriosas maneiras de morrer.

    Kinahked e Unna, assim como o resto da tripulação, concentraram-se na tarefa de distrair as feras. Súbito, ouvimos um som alto e estridente vindo da praia; olhei para frente, perdendo a concentração. Vi um enorme facho de matéria onírica vindo da Sociedade das Teias Infindas subindo aos céus e se projetando em um enorme domo; Kinahked olhou para trás, e o Caçador passou para dentro da barreira: e o que havia restado dos Terrores foi bloqueado e começou a queimar com tamanha sobrecarga de sonhos.

    — JACK CONSEGUIU! — Gritou o pirata, bebendo outra garrafa de rum. — VAMOS CHEGAR À PRAIA! EMPUNHEM SUAS ARMAS, TEMOS MUITA DIVERSÃO À FRENTE!


    ****

    (Narrado por Rei Jack Spider)


    Com meus olhos fechados e os braços sobre meu corpo, eu sentia minha Mana e meus sonhos saírem de mim; sentia meu corpo cada vez mais leve e os sons da batalha cada vez mais distantes de mim. No entanto, eu sentia que meu alcance havia aumentando consideravelmente.

    Eu podia sentir os passos de todos os sacerdotes sobre o chão da Sociedade; eu conseguiu sentir o cair dos corpos sem vida dos Bichos-Papões que, diante da altíssima quantidade de matéria onírica, eram incapazes de lidar com tanta força e morriam da sobrecarga em seus corpos decrépitos.

    Sentia que a Sociedade das Teias Infindas tinha chance de sobreviver; a parte Sul estava, agora, protegida.

    Cabia ao Vento do Norte fazer sua parte.



    Continua...

    ------

    Glossário:

    (*): Tradução livre de "Frozen Starlight".
    (**): Metal mitológico mais forte que aço e de origem divina; junto ao oricalco, seria uma das ligas mais poderosas e resistentes do mundo. Mithril aparece pela primeira vez em O Hobbit, de J.R.R. Tolkien, como sendo o material do qual é feito a armadura de Bilbo Bolseiro, que foi reclamada como sua parte dos espólios de Erebor após a morte do dragão Smaug.
    (***): Tradução livre de "Ghostlands".
    (****): Tradução livre de Terrorsleeps e Feversleeps.


    -----

    O fim tá muito perto, galeraaaaa :'( :'( :'( :'(

    Já estou ficando saudosa....

    Aguardo ansiosamente pelos feedbacks de vocês! Até o próximo!



    Abraço,
    Iridium.

  3. #433
    Avatar de Motion Flamekeeper
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    Como sempre, show de bola esse capitulo!

    Deveria procurar alguém que desenha hq ou algo do tipo, seria um bom começo pra fazer uma animação no futuro. Que o enredo é foda, isso eu garanto!

    Quem sabe até mandar pra Cip, seria um bom bump para o jogo!

    Uma pena que está chegando ao fim T.T
    We bury what we fear the most, approaching original violence, is the silence, where you hide it? 'Cause I don't recognize you anymore
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  4. #434
    Avatar de Edge Fencer
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    E aí!

    Mais um ótimo capítulo, Iridium. Mesmo não sendo tão intenso quanto o anterior, esse aqui também me deixou bastante imerso e apreensivo à medida que as coisas iam acontecendo; inclusive, a forma como vc consegue prender a atenção do leitor mesmo em capítulos menos dinâmicos e sem tantas batalhas é um dos pontos que eu mais gosto na sua escrita

    Bom, dessa vez o Ireas saiu um pouco de cena e o protagonismo passou, mesmo que brevemente, para o Jack. E eu gostei bastante dessa abordagem. Talvez seja só impressão minha, mas eu tava sentindo falta do Vento do Sul na história, principalmente agindo assim, como... Bem, como o Vento do Sul haha. Foi bem legal a participação dele, tanto pra dar uma "racionalizada" no plano maluco do Ireas quanto na própria consumação dele. Uma ótima forma de um personagem tão importante deixar sua marca nessa reta final xD

    Outras partes muito bacanas do capítulo foram as que o próprio Jack, quando foi pro altar, e o Sírio, enquanto sonhava no navio, deram uma rápida relembrada nos seus respectivos passados. Um ponto negativo numa história longa como essa é que a gente simplesmente esquece muita coisa com o tempo, por isso eu gosto bastante de uns flashbacks esporádicos, acho que ajuda tanto a lembrar coisas importantes do enredo quanto pra dar uma carga emocional maior pro capítulo (como foi o caso desse aqui). Tá aí mais uma coisa que você faz muito bem!

    É, falta só um capítulo então. Esse misto de coisas que vc tá sentindo agora também representa o que eu e todos os leitores daqui certamente estão pensando com o fim da história (claro que em uma escala bem menor). Fica a expectativa pro desfecho desse ciclo, e também para os próximos projetos que você trará num futuro que, eu espero, seja próximo. Aguardando ansiosamente, ainda que meio triste, pelo último capítulo!

    Ah, e boa sorte com o TCC

    Abraço!
    Son of a submariner!

  5. #435
    desespero full Avatar de Iridium
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    Padrão Terceiro Pergaminho, Capítulo 15 (Último Capítulo)

    Saudações!

    E chegou o momento ao mesmo tempo tão aguardado e tão adiado: o último capítulo d'A Voz do Vento. Ao todo, 116 Capítulos a contar com esse. Cento e dezesseis capítulos que tentaram, em parte, cobrir meus quase seis anos de história com esse personagem, que foram, sem dúvida, meus seis melhores anos de Tibia. Melhores até mesmo que meus anos iniciais, quando eu era criança e dispunha de muito mais tempo para ter explorado, upado e me divertido com o jogo do que eu disponho hoje.

    Porém, nesses seis anos eu vivi tudo que não pude viver no jogo ao longo dos outros sete, oito anteriores. Adquiri Premium Time pela primeira vez e pude ir a cantos do que eu só em sonho eu imaginava estar (e que vivia fazendo pesquisas com os livros da Wiki gringa para saber mais), pois me recusei a ver vídeos para não estragar a minha experiência que eu sabia que viria a ter algum dia.

    Para A Voz do Vento, eu queria muitas coisas. Coisas que, caso eu nunca tivesse vindo a dar meu retired do fórum no ano de 2014, talvez ainda estivessem sendo executadas e os rumos da história teriam sido bem diferentes... E ela talvez ficasse gigantesca kkkk

    De qualquer maneira, o resultado obtido foi bem próximo daquilo que eu esperava para a história, apesar de ter mudado o plot radicalmente bem no começo dela. Agradeço, de coração, a todos, por essa jornada. Sem vocês, não seria a mesma coisa <3

    Vamos aos Comentários!

    Spoiler: Respostas aos Comentários



    Sem mais delongas, o Capítulo de Hoje!

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    Spoiler: Bônus Musical


    Capítulo 15 — Epílogo (A Cripta do Norte)

    E Você, Vento do Norte, que sopra do Barlavento, é Outono e Inverno… Sua energia encerra um ciclo, e permite que outro comece de onde o anterior parou.


    (Narrado por Jovem Brand, o Terceiro)


    Tempestade de areia perto de Ankrahmun; era o que tinha para aquele dia. As crianças estavam perto de mim, abraçadas e com medo. Era a primeira tempestade de areia da vida deles; nossa residência estava bem fechada, mas era outra a preocupação que me perturbava naquele momento.

    Ireas chamou por nós. Chamou-nos à batalha. Entretanto, não seria a minha vez de lutar: era a vez de Yumi. Minha esposa, cujos anos pareciam ter sido extremamente generosos com sua figura, à qual se permitiu um pouco de envelhecimento e adaptação às marcas da maternidade, vestia uma armadura encantada de forma solene. Eu sabia que ela iria combater; eu já sabia que ela tomaria a frente de batalha. Eu, porém, estava em dúvidas… Pois alguém teria que ficar para cuidar de nossos filhos.

    O vento soprava forte do lado de fora da casa. A tempestade estava feia, e Osirian começou a chorar, assustado. Peguei-o no colo na tentativa de acalmá-lo.

    — Meu amor, tem certeza? — Perguntei o mais calmo que eu pude, com as crianças ao meu redor.

    — Não muita… Mas suficiente para ir. — Replicou Yumi, terminando de fechar os ferrolhos das caneleiras. — Ireas, Yami e Jack precisam de nossa ajuda… E alguém precisa ir por nossa família. Você já lutou muitas lutas, Brand… Você já tem muitas cicatrizes de batalha, merece descansar…

    — Meu anjo, eu agradeço a consideração, mas… — Calei-me, notando o medo das crianças. — Já continuo a conversa… Venham comigo, crianças. Vamos para o quarto, é mais seguro.

    Levei as crianças para o quarto e eu as instruí a permanecer lá até a tempestade acabar; aos poucos Osirian começou a se acalmar e eu pude colocá-lo para dormir. Seti e Ahmosamun também o fizeram. Saí do quarto silenciosamente e fechei a porta.

    — Não era uma conversa para termos na frente deles. — Falou Yumi, e eu concordei em silêncio.

    — Eu sei o quanto quer lutar, e eu não vou te impedir. — Falei, após soltar um suspiro. — Mas, eu preciso confessar: não é confortável para mim. A minha vida inteira foi sobre lutar, Yumi. Desde que me lembro enquanto pessoa, eu estive em um campo de batalha, fosse por Thais, por Ireas, por Emulov, você ou Ankrahmun. É duro admitir, mas não sou um homem de muitas virtudes além do combate.

    — É aí que você se engana. — Replicou Yumi, com um sorriso. — Brand, você é um homem extremamente inteligente e sábio para sua idade. — Ela colocou as mãos em meus ombros, tentando me tranquilizar. — É honesto, leal às suas crenças e fiel a quem jura servir. Você tem honra e é um ótimo estrategista! Não pense menos de você por conta do que a Coroa Thaiana fez: a posição de comandante-em-chefe que te foi tirada era muito pouco para você, meu amor!

    — Mas… — Olhei para ela, tristemente. — Eu não sou exatamente muito bom com as crianças… Eu não as castigo mas acho que tenho muitos problemas em mantê-las na linha. Eu faço o melhor que posso, mas não sei se sou muito bom auxiliando nos cuidados com a casa.

    — Tenha dó, Brand! — Replicou Yumi, franzindo o cenho. — Você tanto auxilia que sequer temos problemas! E outra: casa limpa eu consigo em um mágico estalar de dedos, mas… Um lar em paz, com amor e respeito… Isso nem mesmo o mais poderoso dos Djinns pode conjurar. A maior virtude de um homem, Brand… É a segurança que ele é capaz de dar a quem ele ama. Eu me sinto segura aqui dentro e onde quer que eu vá, pois você existe e está comigo pro que der e vier. Por muito tempo eu fiquei nos bastidores, auxiliando com a cura. Agora é minha vez de assumir a frente de combate. E, pode apostar: eu vou voltar pra casa.

    — Você volta a tempo da janta? — Tentei gracejar, a fim de quebrar aquele clima pesaroso que estava instaurado na casa.

    Ela riu; riu um riso alegre com um misto de raiva, típico de quando somos abusados com mulheres e lhes fazemos perguntas tolas por estarmos preocupados ao mesmo tempo em que nos sentimos inúteis sem elas por perto. Ela me beijou em resposta; aquele beijo longo, quente, tenro e maravilhoso como havia sido da primeira vez em que havíamos nos amado. Não, não! Melhor… Infinitamente melhor.

    — Da última vez que te deixei cozinhar, você quase serviu pimentas recheadas queimadas às crianças. — Ela replicou, rindo. — Não se preocupe, volto antes da janta. Cuida das crianças por mim e… Qualquer coisa… Sabe onde me encontrar.

    Dito isso, ela abriu um portal onírico à minha frente; suspirando, ela olhou para trás uma última vez.

    — Eu sei o que estou fazendo, Brand. Não se preocupe…

    Ela conjurou uma alabarda com a lâmina recurvada e o cabo prateado, segurando-o o mais firme que podia. Notei o tremor em sua mão contrastando com a firmeza de seu olhar.

    — Vai dar tudo certo.

    Yumi entrou no portal onírico, que se fechou imediatamente; fechei meus olhos e soltei um largo suspiro. Meu coração, apertado como estava, mal batia em meu peito. Entrei no quarto onde meus filhos dormiam e sentei-me junto com eles. Pouco a pouco, a tempestade parecia reduzir, já que eu mal ouvia o som da areia chicoteando as pirâmides de arenito e barro cozido.
    Em meio ao sono singelo, sincero e sereno de minhas crianças, pus-me de joelhos e comecei a rezar. Rezei a reza mais importante, e talvez a mais forte de toda a minha vida. Roguei pela vida de minha esposa; roguei pelo sucesso da empreitada de Ireas e Jack em prol dos Sonhos. E, acima de tudo, pedi a Uman que abençoasse o amor de minha vida e que sua lança fosse certeira em seus alvos e sua cura fosse precisa e rápida para os nossos aliados.

    Com as mãos entrelaçadas, e a testa apoiada sobre os nós dos meus indicadores flexionados, rezei em silêncio e com todo o fervor de uma vida inteira.

    Ireas, se a minha mulher morrer, eu te mato.



    ****


    (Narrado por Ireas Keras)


    Respirei fundo. O portal onírico estava aberto; estava com Soren em meu colo, e Aslaug e Talvi ao meu lado, ambas de pé e agarradas às minhas roupas. Estávamos atrás do palácio em que residíamos, em frente a uma pequena construção feita de pedra escura e gelo. O portal estava ao nosso lado, e as meninas seguraram minhas vestes com mais força, receosas do que estava por vir.

    — Papai… Pra onde vamos? — Perguntou Aslaug.

    — Para um lugar seguro, meu anjo. — Falei o mais calmo que eu podia.

    Os céus estavam escuros e ventava; os ventos sopravam do Sul, e eu conseguia sentir que Jack havia feito a sua parte. Sua energia estava no vento; fraca, mas estava. Eu precisava agir, e depressa.

    — A gente não quer ir… Aqui é seguro! — Aslaug protestou, chorosa.

    — Não vou… — Talvi protestou, engrossando o coro da irmã.

    — Meninas… — Eu abaixei, ficando próximo a elas. — Aqui… Tem bichos maus que estão vindo para machucar as pessoas. Para onde vocês vão, eles não podem ir. E vai ser rapidinho, eu juro… Papai não vai ficar longe muito tempo. É só o tempo suficiente para os bichos maus sumirem, ok?

    — Mas… Mas… Eu não quero ir! — Aslaug começou a birra, chateada e com medo. — É seguro com você aqui, papai!

    Talvi começou a chorar e sequer tive tempo de acalmá-la; olhei para os céus; fios de energia onírica passavam por entre as nuvens densas e revoltas, cujas formas e cores refletiam as dúvidas e o medo que a Sociedade sentia naquele momento. Suspirei e olhei para elas; ofereci um abraço, e elas vieram direto para meu peito. Com a mão livre, ergui o queixinho de Aslaug para que ela olhasse para mim.

    — Filha minha, preciso que entenda. — Falei o mais calmo que podia. — Papai e os amigos dele estão fazendo o que podem para impedir esse bichos de acabar com tudo de bonito que os nossos sonhos nos trazem, tanto de dia quanto de noite. Eu vou me sentir muito triste e sozinho se vocês forem, mas entenda que eu jamais me perdoaria se algo de ruim acontecesse com vocês. A mãe de vocês jamais me perdoaria.

    — Mas… — Fungou a pequena em meio ao choro.

    — Aslaug, você é a mais velha e preciso que seja forte. — Falei. — Vocês vão para Nibelor, onde mora a tia Siflind; ela vai cuidar de vocês um tempinho só até eu voltar. A prima Skadi vai te ajudar com seus irmãos mais novos. Não há o que temer: vocês vão ficar bem. Eu sei que você é forte… Você puxou sua mãe. Eu posso contar com você, meu doce?

    — Pode… — Fungou Aslaug, abraçando-me completamente inconformada.

    Do portal onírico, surgiram Siflind e Skadi; eu entreguei Soren nos braços da minha cunhada, abracei minhas filhas e abracei Skadi.

    — Tio, fica bem… — Falou a menina. — Que os espíritos te deem forças… Eu vou fazer meu melhor pelos meus primos.

    — Eu sei. — Abracei a menina de volta. — Eu volto pra visitar você… Eu nunca vou deixar de olhar por você, Skadi. Jamais.

    Beijei a testa da minha sobrinha e afilhada querida, e afastei-me dela; ao longe, ouviu uma explosão, e sinalizei para Siflind e Skadi voltarem pelo portal. Ambas me obedeceram e, enquanto o portal fechava, pude ver o olhar de Skadi e Aslaug cruzarem com o meu uma última vez antes de saírem do Reino dos Sonhos.

    — Keras! — Era a voz de Yami ao longe. — Eles estão chegando! O que temos que fazer?!

    — Segurem eles, Yami! — Comandei, firme. — Eu vou para a Cripta. Você e Maximus estão no comando das tropas… Tudo o que tem que fazer é segurar as posições e impedir os Bichos-Papões de se aproximarem das Pontes que levam os Teshial a Ab’dendriel! Eu me encarrego do Domo.

    — Certo… — Yami assentiu. — Ireas…

    — Diga.

    — Boa sorte. — Falou o Djinn, assumindo sua forma verdadeira com um semblante firme, mas o olhar cheio de preocupação. — Espero que seu plano dê certo.

    — Das duas, uma: ou fica tudo bem, ou vai tudo pro inferno. — Repliquei com um meio sorriso. — Vocês verão quando o Domo se fechar: os Pesadelos que ficarem, morrem. Os de fora vão queimar ou recuar.

    Yami concordou em silêncio, desembainhando sua espada.

    — Passarei o recado a Maximus. — Falou o Djinn, virando as costas. — Faça o que tem que ser feito.

    — Ah! — Gritei, fazendo Yami parar. — Antes que me esqueça, tenho algo para você! É um… Último favor, suponho.

    Yami flutuou em minha direção, confuso. O Efreet, em sua forma verdadeira, tinha quase três metros de altura e era assustadoramente imponente. Tirei de minhas vestes uma carta com um selo de rosa azul e entreguei a ele.

    — É uma carta para Cipfried. — Falei. — Preciso que a entregue; caso ele já não esteja mais vivo, entregue a Asralius. Se não o encontrar também, entregue ao responsável pela abadia de Rookgaard.

    — Certamente. — Yami replicou, e eu senti a tristeza em sua voz. — Seu desejo é uma ordem. Passarei o recado a Maximus e me encarregarei disso o quanto antes.

    O Efreet zuniu em direção ao campo de batalha; esperei para que ele sumisse de meu campo de visão para suspirar e entrar na cripta a fim de fazer o que tinha que ser feito. Entrei na Cripta, fechei os portões de ferro e, usando gelo conjurado, selei a entrada por completo.

    — Bom… É a hora.

    Usando matéria onírica, criei pedras luminosas para o ambiente; o telhado era aberto, e o céu podia ser visto dali. No centro da sala, havia um altar. À minha esquerda, estava o Pulsar dos Sonhos, pronto para uso e escondido em meio a uma parede falsa e uma camada de gelo. Respirei fundo, deitei no altar e comecei a sonhar com toda a força que tinha.

    Sonhei com a minha vida até ali; com a minha infância, com os encontros e desencontros da minha vida. Com tudo que poderia ter sido — que, talvez, eu tivesse ficado com Wind até o dia de sua morte, ou da minha morte, juntos. Ou que teria permanecido com Lisette ao meu lado sem a ameaça de uma maldição divina. Eu poderia ter sido um músico, como sempre havia sonhado… Ter tido uma vida simples, que, em geral, é negada a quem se vê órfão. Eu poderia ter conhecido meu pai… E ter descoberto o grande homem que ele era, e saber que, mesmo com os pesares de minha vida, ao menos um dos meus parentes me amou sem segredos e sem ressalvas, e que talvez, com um pouco mais de poder, Kaisto tivesse sido capaz de salvar Seline do esquecimento eterno e ter vivido o amor de sua vida por mais tempo.

    Esmiucei, em meus sonhos, as possibilidades de minha vida; se meu irmão não tivesse morrido… Se Liive estivesse vivo… Se Yami, e não Wind, tivesse morrido em Zao… Se minha mãe nunca tivesse se corrompido, se fossem outros no lugar desses tantos outros que passaram pela minha vida.

    Em um de meus sonhos, vi Ishebad. Vi-o chorar por Tothdral; vi ambos chorarem pelo Faraó. Vi Ankrahmun em sangue, vi Ankrahmun gloriosa. vi Svargrond em vinhas de sangue, e vi Svargrond livre e vitoriosa. Mergulhei nos sonhos enquanto minha energia deixava meu corpo.

    Fiz o que tinha que ser feito.


    ****


    (Narrado por Don Maximus Meridius)


    Só vendo para crer mesmo.

    Cheguei com um regimento de sacerdotes e homens livres treinados sob a filosofia do Lobo Branco. Ao longe, em meio à névoa que circundava a Sociedade, vi surgir aquelas feras, cantando seu cântico, tentando elevar seus pérfidos espíritos.

    — ...E nem mesmo em Ab’dendriel as estrelas podem nos abrigar…

    Sentia a hesitação dos sacerdotes de meu batalhão. Estavam tensos, com os olhares fixos na névoa. Seus punhos tremiam. Suor escorria de suas testas. Eles estavam preparados, mas temiam não estar preparados o bastante.

    — Lá vem eles, moçada! — Falei para o regimento, firme. — Vocês estão preparados!

    — Maximus!

    Olhei para o alto e vi Yami surgir de lá, ágil e em sua forma verdadeira.

    — Ireas pediu para fazermos o máximo para segurar os demônios! — Falou o Efreet. — Nossas ordens são de manter nossa posição e proteger as Pontes.

    — Ou seja, nenhum capeta entra ou sai vivo. — Repliquei. — Entendido.

    A névoa se dissipou, e os Silenciadores* vieram em manada junto às pequenas e ágeis bocas, pulando enlouquecidas em nossa direção; desembainhamos nossas armas: espadas, facões, machados, maças e soqueiras. Ao meu sinal, fomos todos para o combate, e eu vi o Efreet comandar suas tropas ao mesmo tempo em que Yumi chegara à Sociedade das Teias Infindas, assumindo sua forma verdadeira de Marid enquanto corria para o campo de batalha.

    — Pelos Sonhos! — Bradou a mulher, pulando em meio aos Silenciadores e empalando os que estavam em seu caminho.

    Eu sorri; minha espada foi certeira em direção àquelas boquinhas frenéticas, partindo-as ao meio; os vários Sacerdotes estavam inflamados pela minha coragem, chamando para si a fúria dos Bichos-Papões e rasgando seus corpos em um trabalho de equipe bem coordenado e preciso.

    O chão logo começou a ficar tinto do sangue viscoso, denso e escuro dos Bichos-Papões mortos; alguns dos nossos, porém, também somavam ao número de mortos. Continuamos. Olhando de canto, eu podia ver que os últimos Teshiais que não podiam lutar estavam batendo em retirada pelas Pontes dos Sonhos, as quais estávamos mantendo seguras.

    Expirei e inspirei; mais Silenciadores, com Horrores Regurgitantes** e Medos Sufocantes***, vinham em nossa direção; com a espada em mãos, pulei em direção àquela massa e empalei uma das criaturas de braços finos e enormes, fincando certeira a espada no local onde deveria estar sua cabeça, se ela algum dia existiu. A criatura debateu-se em agonia e tombou, e eu pulei para as próximas.

    Com uma rajada de energia em cone, a Marid Yumi eletrocutava seus adversários, cujos músculos entravam em espasmos mortais e contínuos, e o caminho para sua morte era pavimentado por violentas convulsões acompanhadas por engasgos em meio a gritos estridentes de agonia.

    Eu saltava de um corpo a outro; chutava, cortava a carne, fendia ossos, destruía nervos e empalava aqueles que ainda ousavam estar de pé; de tempos em tempos, eu sentia a cura dos druidas renovar meu corpo e fechar minhas feridas. Eu inspirava e expirava e continuava a bater. Continuava a ferir e matar. Mantinha a pressão e o nosso lugar.

    O ambiente girava; as vozes se misturavam e se confundiam. O vento ora aquecia, ora esfriava. E eu mantinha o ritmo. De vez em quando, em meio àquela massiva e frenética batalha, eu olhava para os céus. O Domo ainda não nos cobria.

    Ireas precisava de mais tempo. E nosso tempo… Poderia estar acabando.

    Nunca achei que chegaria a isso. Inspirei e expirei. Continuei.

    Ireas, se a gente morrer, eu te mato.



    ****


    (Narrado por Yami, o Primeiro)


    Abri um portal onírico em meio às nuvens turbulentas e nele entrei; do outro lado, saí em meio aos céus do Reino Físico; estava sobrevoando um ponto sobre o oceano, próximo do Continente principal.

    — Cipfried… Cipfried… — Resmunguei, aproximando-me mais da superfície enquanto voava o mais rápido que eu podia para fazer o serviço de Ireas. — Que saco! Vou precisar de ajuda!

    Voei para o vilarejo mais próximo que vi; sobrevoei uma área agrícola, pequena, no Continente principal. Um vilarejo chamado Northport. Escondi-me atrás de uma edificação perto da entrada da cidade e assumi meu disfarce humano.

    Procurei por pessoas quaisquer; achei, com muita sorte e esforço, um homem chamado Mortimer, da Sociedade dos Exploradores****.

    — Rookgaard? — Perguntou ele, surpreso no que ouvia. — Uma vez que alguém sai de lá, não há como regressar!

    — Quê?! — Indaguei, incrédulo. — Mas… Eu preciso entregar uma carta a Cipfried!

    — O dono da abadia? — Mortimer continuou, ainda mais surpreso. — Olha… A não ser que você saiba voar ou coisa do tipo… A ilha é inacessível.

    — Ah, merda! — Resmunguei. — Eu juro, é uma emergência!

    — Olha… — Mortimer coçou a cabeça, aparentemente apiedado e confuso com minha situação — Até onde sei, dizem que Rookgaard fica entre Thais e Greenshore, mais para o leste. Mas, novamente, a ilha é inacessível uma vez que você sai dela.

    Agradeci a Mortimer e saí em disparada de Northport; abri um portal longe dos cidadãos comuns e apareci na saída norte de Thais, de onde assumi minha forma verdadeira e saí voando como se não houvesse amanhã. Até porque, de fato, não havia.


    *****

    Chovia no caminho para Rookgaard; os céus estavam cobertos de densas nuvens cinzentas com relâmpagos dançando entre elas. Comecei a enxergar as muralhas da cidade; a maior parte da edificação jazia em destroços ruídos pelo tempo.

    Pousei e assumi minha forma verdadeira; a cidade parecia fantasma, uma relíquia do passado a muito abandonada e esquecida. Os edifícios estavam todos muito puídos e gastos, e tudo que se podia ouvir eram os sinos da abadia, uma das maiores construções ainda de pé na cidade.

    A chuva engrossou, e os trovões ficaram mais fortes. Eu sequer conseguiu enxergar o que estava a um, dois metros de distância.

    — Olá?! — Gritei a plenos pulmões. — Tem alguém aí?!

    — Aqui, criança! — Uma voz cansada, idosa, mas forte fez-se ouvir. — Aqui na abadia!

    Eu fui me orientando pela voz; a chuva caía grossa e dolorosa sobre a minha pele. Assim que cheguei à escadaria e pude enfim me refugiar da pesada tempestade, vi, enfim, o dono da voz: um monge velho, certamente com mais de sessenta anos, com o rosto cheio de rugas, semblante cansado e sorriso gentil.

    — Bem-vindo à abadia de Rookgaard. — Falou o homem em tom afável, entre uma tosse e outra. — Meu nome é Cipfried… O que te traz até aqui?

    — Eu vim a pedido de Ireas Keras. — Falei, exausto. — Ele… Ele me pediu para mostrar essa carta ao senhor.

    O homem arregalou os olhos, surpreso.

    — Ireas? O menino Ireas… Meu menino Ireas ainda vive? — Cipfried parecia muito surpreso, ao mesmo tempo em que estava extremamente aliviado.

    — Sim… E ele quer que você leia isso. — Completei, entregando a carta.

    — Oh… É… Tão bom saber que… Ele não esqueceu de mim. — O velhinho pegou a carta, sorridente, e tocou-se para dentro da abadia vazia para ler. — Alguém ainda se lembra de mim...

    O homem sumiu entre as sombras e tudo que eu podia ouvir eram os sinos do campanário e a tempestade do lado de fora. Não havia movimento. Não havia choro, balbúcios ou quaisquer coisas que indicassem a presença de outros seres ali além de Cipfried.

    Não havia mais ninguém. Rookgaard estava, de fato abandonada.

    Senti meu coração pesado, mas, infelizmente, eu era necessário em outro lugar. Pesaroso, abri um portal onírico para voltar ao Reino dos Sonhos. Estava voltando na certeza de ter cumprido meu dever e ter dado algum consolo para um velho cansado e, pelo visto, largado pelo tempo.


    ****


    (Narrado por Ireas Keras)


    Em meus sonhos, vaguei por lugares distantes. Enquanto sentia minha energia irradiar para os céus e ir de encontro à energia onírica de Jack, minha mente levou-me até Cipfried, em Rookgaard.

    Eu vi, enfim, as marcas que a idade e a solidão deixaram em seu rosto. O homem parecia triste, mas levava um sorriso em seu rosto, com uma carta em mãos: a minha carta.

    Asralius, que não era lá muito jovem como antes, estava próximo do homem, ajudando-o a deitar na cama. Os anos e a tristeza consumiram tanto das forças do velho monge que ele sequer conseguia manter-se apoiado sobre suas próprias pernas.

    — Leia para mim, Asralius… — Pediu Cipfried, com a voz muito fraca. — Leia a carta do menino Ireas.

    “Querido Cipfried,

    Não sei se você lembra de mim. Não sei ao certo qual lembrança você tem de mim… Sou Ireas Keras, o menino que foi deixado à porta de sua abadia, vinte e sete, quase vinte e oito anos atrás, por uma mulher cujos atos foram tão terríveis que é melhor deixar seu nome ao vento e ao esquecimento.

    Mando essa carta para dizer a você que… Apesar dos pesares, eu estou bem. Estou melhor que o esperado. Esses anos todos, dos dezenove aos vinte e sete foram difíceis… Eu acabei indo atrás da minha mãe, e eu desejaria nunca ter feito isso… Mas, foi necessário.

    Eu me apaixonei. Mais de uma vez. Ambas terminaram em morte, mas agora tenho filhos… Três crianças lindas. Um menino e duas meninas. Você adoraria conhecê-los! Gostaria muito que eles fossem treinados, em um dado ponto da vida deles, em Rookgaard e por você… Espero que os deuses permitam que você viva mais tempo.

    Sinto muito a sua falta, caro padre… Você foi o pai que eu nunca pude ter, e foi a melhor das influências que eu tive. Eu lamento não ter sido, nem de longe, o homem que eu queria ter sido, inspirado em você… Cometi tantos erros, fui tão arrogante, presunçoso e confiado que não percebi o quanto minhas ações afetaram outras pessoas e o mundo particular delas a partir do momento em que entrei neles…

    No entanto, eu aprendi com os meus erros. Aprendi com as perdas e ganhos que tive nesses oito anos. Aprendi a amar, quando odiar, quando planejar e quando curtir o momento. Hoje, acho que sou um homem mais forte e seguro do que eu era quando saí de Rookgaard. Serei o melhor dos pais para os meus três filhos, como você foi para mim. Nessa carta, mandei desenhos dos meus três filhos: seus três netinhos.

    Espero que o senhor esteja saudável e bem… Eu descobri meu propósito e toda a minha origem. Sou uma criança criada por Nornur para promover a união entre as raças que ainda respiram aqui em Tibia. Eu tenho um igual, um irmão, nascido de outro pai e outra mãe, que me auxilia nessa tarefa. Juntos, estamos fazendo coisas que nunca achei que seriam possíveis para quaisquer humanos. Acima de tudo, a despeito do poder que temos, nosso maior poder é dar a outros seres um propósito renovado… Algo bom e bonito para que possam viver: nós os damos Sonhos, e os ajudamos a sonhar.

    Você fez isso por mim, Cipfried. Acima de qualquer pessoa, você me fez acreditar em mim e em meus sonhos. Você e Asralius, cujo alaúde tenho até hoje. E eu juro que ainda serei um grande bardo, como eu sempre quis.

    De coração, obrigado por tudo. Sinto eternas saudades, e espero poder ver-te novamente um dia.

    Eternamente grato,
    Ireas Keras.”


    Quando Asralius terminou de ler a carta, Cipfried sorriu um último sorriso.

    — Ele conseguiu. — Falou o padre no fim de suas forças. — Ele… Achou seu caminho. Um caminho de luz… E sonhos.

    E, com isso, soltou seu último suspiro e faleceu. Senti uma lágrima escorrer por meu olho, mas meu ímpeto se manteve. Foi o fechamento de um ciclo.



    ****


    (Narrado por Tameran, o Teshial)

    Da Ponte dos Sonhos, eu via a batalha; a tenacidade dos Sacerdotes em defender a Sociedade; as tropas dos Pesadelos pareciam, enfim, perder a força. E eis que, como um milagre, eu vi acontecer.

    — Olhem! Os céus! — Apontei para cima, com um sorriso.

    A energia onírica de Ireas, aliada à sua mana, subiu aos céus e cobriu a porção norte da Sociedade das Teias Infindas, encontrando as tramas da energia de Jack e encerrando a Sociedade em um Domo protetor.

    A esfera energética disparou raios contra os Pesadelos, castigando a carne já maltratada das profanas criaturas, cujos berros de dor foram, aos poucos, sendo suprimidos por sua agonia enquanto queimavam e deixavam de existir.

    Don Maximus, já exausto e com feridas abertas em seu corpo, ajoelhou no chão, abriu os braços e berrou em alegria por estar vivo e por tudo ter terminado. Em êxtase, saí do Reino dos Sonhos com o restante de meu povo, sendo o último a cruzar a ponte para a liberdade.


    ****

    Um Ano Depois.

    (Narrado por Ireas Keras)



    Estávamos, enfim, em Ab’dendriel. O Outono havia chegado uma vez mais, e era clima de festa. Os representantes de todas as castas estavam presentes: incluindo Tameran, que havia sido eleito oficialmente como representante da casta Teshial no Concílio dos Elfos.

    Eu segurava a pequena mão de meu filho Soren; enfim, o pequenino estava dando seus primeiros passos. Meus amigos todos – Icel, Jack, Don Maximus Meridius, Morzan, Sírio, Emulov, Solstícia, Mandarinn, Solária, Yumi, Brand e Yami – estavam presentes para ver a nomeação do Teshial que mudara nossas vidas radicalmente uma vez mais.

    Do Templo de Ab’dendriel, onde residia Maelil, vi surgir das águas Lisette, em um belo vestido branco com uma Vitória-régia apoiada em seu corsete. Ela veio até mim com um sorriso aberto, correndo em direção à nossa família, abraçando-me como nunca e dando-me o beijo que eu jamais me esqueceria. Ela pegou Talvi no colo enquanto eu segurava as mãos de Soren e Aslaug. Juntos, fomos em direção à reunião do Concílio na torre principal de Ab’dendriel.

    Eu sorria o maior dos sorrisos de minha vida inteira; a Sociedade estava a salvo, com o Domo mantido. Os Pulsares assumiram os lugares que eu e Jack antes ocupávamos, mantendo a Sociedade para sempre a salvo dos Pesadelos. Jamais enfrentaríamos Roshamuul de frente, mas, ao menos os Pesadelos jamais conseguirão adentrar o mundo físico através da Sociedade.

    Os Sonhos dos seres sencientes, humanos ou não, continuarão a salvo, e serão fortes e poderosos muito além de minha existência ou a de Jack. Entretanto, independente das eras, continuaríamos eu e ele juntos, como as Vozes do Vento, para falar por aqueles que não podem, proteger aqueles que não conseguem se defender e dar forças, sonhos e propósitos àqueles que, como nós, desesperadamente precisaram um dia.


    Fim.

    -----

    Glossário:

    (*): Tradução livre para "[CRIATURA]Silencer[/CRIATURA]"
    (**): Tradução livre para "[CRIATURA]Retching Horror[/CRIATURA]"
    (***): Tradução livre para "[CRIATURA]Choking Fear[/CRIATURA]"
    (****): Tradução livre para "Explorer's Society".


    ----

    Eeeeeee ACABOU :'( :'( :'(


    De coração, muito obrigada por tudo, galera! POR TUDO!

    Sem vocês, eu não teria concluído essa história! Foi muito importante para mim, de verdade!

    Aguardo os feedbacks!

    @Gabriellk~ pode ler agora. Terminei, finalmente, depois de quase cinco anos!

    @Don Maximus Meridius e eis que a jornada de cinco anos acabou... To feliz, to triste, to aliviada, to perdida, mil sentimentos! HSASHAUSHAHASUAHSA Obrigada por toda a companhia e todo o feedback dado <3

    Era para o capítulo ter saído no aniversário do @Motion Flamekeeper mas fiquei toda enrolada e deu ruim HSAUSHAUSHAUHSA

    De qualquer maneira, até a próxima!

    Vai haver uma postagem de Considerações Finais no aniversário de cinco anos da história! Fiquem atentos





    Abraço,
    Iridium.




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    Última edição por Iridium; 30-06-2017 às 06:35.

  6. #436
    Avatar de Motion Flamekeeper
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    Não consigo decidir se hoje é um dia feliz ou triste.

    Chegou ao fim, uma das melhores e mais envolventes histórias que já tive o prazer de ler.

    O ultimo capitulo ficou tão bom quanto todos os outros, me emocionei com a carta para Cipfried kkkkkk

    Não saiu no meu aniversário, mas o que vale é a intenção!

    Obrigado, Iridium!
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  7. #437
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    Iridiummm terminou? Serio? (a minha ta parada so com 3 capitulos que vergonha mas eu vou continuar e que eu tive uns pobreminha ai)

    Mas vc foi rigosorosa com vc mesma nao precisava lacrar em 116 podia ter arredondado pro 120, 130 e escrito um pouco mais maaaaaaaaas cada um sabe onde aperta o sapato

    Depois vc me explica melhor o que que aconteceu com a Lisette? Ela ressuscitou? A Batesh deu um corpo novo pra ela?

    A sua proxima fic vai ter algum tipo de ligação com o universo e a historia do Ireas ou vai ser totalmente diferente disso? Tipo um rebbot de tudo?

    Parabens pela sua tenacidade em nao desisitir e colocar o ultimo tijolinho

    Kissus e aguardando sua nova obra

  8. #438
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    E aí!

    Olha, depois de tanta tragédia, quem diria que a história ia ter um final feliz desse...

    Foi um capítulo final sem muitas batalhas frenéticas, nem revelações bombásticas (exceto essa da Lisette aí, tbm não entendi direito kkkk), diria até que bem simples. Mas foi essa simplicidade que o deixou especial, ao meu ver. O destaque que você deu pra Rook e pro Cipfried foi MUITO certeiro, sério; sou meio suspeito pra falar, pq sou um fã confesso da ilha, mas a carga emocional e a profundidade que essa carta deu naquele momento em que o Ireas sonhava... Digno de aplausos, sem dúvidas.

    Acabei de ler agora e já estou com saudades da história, dos personagens, do Yami (principalmente), enfim, de tudo. Uma obra que com certeza eu vou reler algumas vezes no futuro e me inspirar bastante pra fazer meus próprios projetos. Bom, acho que todos os elogios que eu poderia usar já foram devidamente dados desde que comecei a acompanhar a história, já no fim do segundo pergaminho, então só me resta dizer obrigado a você por ter criado uma história tão incrível como A Voz do Vento.

    Abraços, e conte comigo em qualquer projeto futuro: você ganhou um leitor.
    Última edição por Edge Fencer; 30-06-2017 às 12:37.
    Son of a submariner!

  9. #439
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    Finalmente cabou essa porra aí hein

    Parabéns, e obrigado por me colocar como parte da narrativa, me sinto realmente homenageado. Mas agora você deixa um monte de órfãos aí, qual é a próxima obra?

  10. #440
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    Que história <3


    Esta história com certeza tocou muitas pessoas, eu incluso. O tanto de referências às antigas épocas de glória do Tibia, coisas irônicas dentro do jogo, nas quais você conseguiu criar dentro de uma incrível vivacidade, usando a própria lore do Tibia, dando vida para esta história sensacional que acabou por hj. Acredito que se eu relesse eu relembraria do Tibia de 10 anos atrás e o Tibia de hoje, cuja referência coube PERFEITAMENTE neste trecho:

    O homem sumiu entre as sombras e tudo que eu podia ouvir eram os sinos do campanário e a tempestade do lado de fora. Não havia movimento. Não havia choro, balbúcios ou quaisquer coisas que indicassem a presença de outros seres ali além de Cipfried.

    Não havia mais ninguém. Rookgaard estava, de fato abandonada.
    O encerramento de um ciclo...

    Enfim, meus parabéns. Tenho certeza que sempre olharás para esta história, de tempos em tempos, e sentira orgulho pelo magnífico projeto que começou e terminou, e verá o quanto mudou de 5 anos atrás para cá

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    Última edição por Senhor das Botas; 30-06-2017 às 20:02.


    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...



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