Warning: fucking gigantic wall of text. Abra por sua conta e risco.
Spoiler: .
Então, cá estou, com mais um comentário...
Bem, queria começar dizendo que essa primeira parte do segundo pergaminho foi mais prazerosa de ler, 1. porque sua narrativa melhorou sob todos os aspectos, e 2. porque em minha primeira leitura, há alguns anos, eu tinha parado de ler praticamente no fim do primeiro, e tenho boa memória, então enquanto lia a primeira parte, senti como se estivesse tendo um déjà vu particularmente grande. Pois bem, a partir desse segundo pergaminho, a história passa a ser inédita pra mim, e empreendi a leitura curioso a respeito do que a história tinha reservado para mim e, no geral, a leitura foi surpreendentemente boa e positiva.
Os personagens (sempre o ponto alto de sua história), são muuito melhor trabalhados nessa segunda parte; parecem mais humanos e seus conflitos são mais críveis, o que me aproximou muito mais deles. As personalidades são bem definidas, bem como as suas motivações, que nem sempre estão de acordo umas com as outras. A revolução vandurana (talvez a melhor coisa que você tenha escrito nessa história até agora) foi o ápice de tudo isso, com as batalhas entre os personagens, os flashbacks e as redenções evidenciando tudo isso que acabei de falar. Também gostei do fato de alguns personagens terem escolhido lados opostos da disputa, pois entendi seus motivos para tanto. Desde que vi Brand (um personagem de que gosto bastante) no lado thaiano eu imaginei que ele devesse ter bons motivos para tanto, haja vista que ele apenas buscava honrar o povo que, em sua visão, estava certo - embora aquela frase que ele tenha dito durante o combate ("Vamos mostrar a esses escravos que o lugar deles é na senzala! A Casa-Grande será nossa para sempre!") tenha sido estranhíssima e não combine de maneira alguma com a forma como eu o enxergo. Enfim, esse é o tipo de detalhe que eu não teria deixado passar em branco caso tivesse acompanhado a história à época, e com certeza teria enchido o seu saco a respeito, mas que agora não faz mais muito sentido.
Falando em lados opostos, lembro-me que, quando você fez a enquete sobre qual facção dos Djinns o Ireas deveria escolher, eu vi que os Marids estavam ganhando com uma boa margem, mas ainda assim votei nos Efreets. Não para ser do contra (talvez um pouco por isso ), mas sim porque fiquei curioso sobre que malabarismos você iria inventar pra justificar a aliança do Ireas com o lado dos Efreets - um povo cujos valores são diametralmente opostos aos do Druida - se chegasse a isso. E vi que na história alguns dos personagens escolheram esse lado (Wind e Brand), então também tive a curiosidade de saber os seus motivos para tanto. Brand eu talvez entenda um pouco mais, e mais ao fim do pergaminho há um princípio de explicação sobre o porquê dele ter escolhido esse lado, mas confesso que não entendo o Wind tê-los escolhido.
O fato de Ireas e Capitão Jack Sparrow Spider serem as vozes do vento me surpreendeu, achei bem legal esse enredo que você criou, o fato deles serem almas muito antigas que decidiram encarnar em dois humanos, muito bom! E aquele diálogo entre eles e Nornur, onde o deus explica a eles o seu destino e a sua origem foi muito lindo S2. Se a revolução vandurana não foi a melhor parte desse pergaminho, então essa, sem dúvidas, foi. Gostei muito de ter lido isso.
Dito isso, eu tenho críticas a fazer, sempre com a ressalva de que eu sei que isso tudo foi escrito há tempos e não tem como você voltar atrás. Ainda assim, preciso comentar tudo o que achei sobre a história e, caso eu venha a dizer alguma coisa que outros já tenham dito, ou que você mesma já tenha realizado e saiba, simplesmente desconsidere.
No meu outro post, eu disse que tive a impressão de estar lendo duas histórias, e isso se intensificou nesse pergaminho. Acredito que seja porque, enquanto a parte boa de sua história tenha ficado ainda melhor e mais madura, você insistiu, inexplicavelmente (pra mim, pelo menos) em jogar elementos do jogo-tibia aqui e ali. Falo aqui, por exemplo, das descrições sobre os personagens matando bichos sem mais nem menos enquanto empreendiam suas viagens (tipo, quem, num cenário realista, sai por aí chacinando a fauna local sem mais nem menos?), o detalhe das blessings e do ornamented brooch, os personagens utilizando equipamentos estapafúrdios como arcos micológicos e flechas de cristal. Esse último foi particularmente irritante porque apareceu muito durante os combates da revolução vandurana e tirou um pouco da seriedade e maturidade da coisa toda, porque me fez pensar não em dois amigos tendo que lutar entre si, dilacerados entre a lealdade para com o lado que escolheram e a amizade, mas sim em dois bonequinhos tibianos soltando fumacinhas uns contra os outros.
Isso é o tipo de detalhe que não acrescenta nada à história, pelo contrário, retira, porque remete ao jogo e tira o foco da sua narrativa (esse sim o seu ponto forte), e não tenho muita certeza sobre o porquê de você ter feito isso. Sei que não foi, à época, falta de maturidade da sua parte, porque já a conhecia e já sabia que você era capaz de muito mais do que essas narrativas tibianas "pitorescas" (todo o resto da história, a parte boa, evidencia isso). Não sei se você fez isso para agradar os "jovens dinâmicos" que liam a história. Não sei se achou que, por estar fazendo um roleplay que narrava a trajetória de um personagem in-game você precisava se manter fiel aos elementos de gameplay por alguma razão. Mas asseguro que teria ficado muito melhor, muito mais elegante, sem todas essas coisas. E não teria tirado nem um pouco da dinâmica e da ação da história; talvez ao contrário, você teria tido tempo de criar cenas de combate mais elaboradas e realistas.
Eu adoro o jogo Tibia. Eu adoro histórias baseadas no mundo de Tibia. Eu só acho que elementos do gameplay do jogo precisam ficar num saquinho fechado de maneira hermética, bem longe das narrativas tibianas, relegados ao lugar aos quais pertencem - o jogo. É claro que você tem o direito de ter uma opinião diversa, e eu continuarei a ler a sua história de qualquer modo (porque é uma história excelente), bem como lerei qualquer outra coisa que você vier a escrever por aqui.
Só falo todas essas coisas na esperança de que, caso você venha nos presentear com mais alguma obra sua por aqui (e espero sinceramente que venha algum dia), você se lembre do que eu disse aqui. Enfim, acho que já me fiz suficientemente claro, então, daqui pra frente, não vou mais pegar no seu pé por causa dessas coisas. Se eu fizer críticas em meus outros comentários, estas serão a respeito do conteúdo da narrativa.
Apesar dos apesares, minha opinião é a de que a sua história é, provavelmente, a melhor narrativa tibiana que já vi, e nada do que eu disse retira todos os pontos positivos de sua história, bem como a admiração que tenho por você ao ter sido capaz de finalizar um projeto tão grandioso como esse. Quando eu crescer, quero ser que nem você.
Obrigado por estar me proporcionando uma excelente leitura, e até a próxima!
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Jogue Tibia sem mensalidades!
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Última edição por Gabriellk~; 24-07-2017 às 11:04.
“The big questions are really the only ones worth considering, and colossal nerve has always been a prerequisite for such consideration”. - Alfred W. Crosby
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Spoiler: .
Então, cá estou, com mais um comentário...
Bem, queria começar dizendo que essa primeira parte do segundo pergaminho foi mais prazerosa de ler, 1. porque sua narrativa melhorou sob todos os aspectos, e 2. porque em minha primeira leitura, há alguns anos, eu tinha parado de ler praticamente no fim do primeiro, e tenho boa memória, então enquanto lia a primeira parte, senti como se estivesse tendo um déjà vu particularmente grande. Pois bem, a partir desse segundo pergaminho, a história passa a ser inédita pra mim, e empreendi a leitura curioso a respeito do que a história tinha reservado para mim e, no geral, a leitura foi surpreendentemente boa e positiva.
Os personagens (sempre o ponto alto de sua história), são muuito melhor trabalhados nessa segunda parte; parecem mais humanos e seus conflitos são mais críveis, o que me aproximou muito mais deles. As personalidades são bem definidas, bem como as suas motivações, que nem sempre estão de acordo umas com as outras. A revolução vandurana (talvez a melhor coisa que você tenha escrito nessa história até agora) foi o ápice de tudo isso, com as batalhas entre os personagens, os flashbacks e as redenções evidenciando tudo isso que acabei de falar. Também gostei do fato de alguns personagens terem escolhido lados opostos da disputa, pois entendi seus motivos para tanto. Desde que vi Brand (um personagem de que gosto bastante) no lado thaiano eu imaginei que ele devesse ter bons motivos para tanto, haja vista que ele apenas buscava honrar o povo que, em sua visão, estava certo - embora aquela frase que ele tenha dito durante o combate ("Vamos mostrar a esses escravos que o lugar deles é na senzala! A Casa-Grande será nossa para sempre!") tenha sido estranhíssima e não combine de maneira alguma com a forma como eu o enxergo. Enfim, esse é o tipo de detalhe que eu não teria deixado passar em branco caso tivesse acompanhado a história à época, e com certeza teria enchido o seu saco a respeito, mas que agora não faz mais muito sentido.
Falando em lados opostos, lembro-me que, quando você fez a enquete sobre qual facção dos Djinns o Ireas deveria escolher, eu vi que os Marids estavam ganhando com uma boa margem, mas ainda assim votei nos Efreets. Não para ser do contra (talvez um pouco por isso ), mas sim porque fiquei curioso sobre que malabarismos você iria inventar pra justificar a aliança do Ireas com o lado dos Efreets - um povo cujos valores são diametralmente opostos aos do Druida - se chegasse a isso. E vi que na história alguns dos personagens escolheram esse lado (Wind e Brand), então também tive a curiosidade de saber os seus motivos para tanto. Brand eu talvez entenda um pouco mais, e mais ao fim do pergaminho há um princípio de explicação sobre o porquê dele ter escolhido esse lado, mas confesso que não entendo o Wind tê-los escolhido.
O fato de Ireas e Capitão Jack Sparrow Spider serem as vozes do vento me surpreendeu, achei bem legal esse enredo que você criou, o fato deles serem almas muito antigas que decidiram encarnar em dois humanos, muito bom! E aquele diálogo entre eles e Nornur, onde o deus explica a eles o seu destino e a sua origem foi muito lindo S2. Se a revolução vandurana não foi a melhor parte desse pergaminho, então essa, sem dúvidas, foi. Gostei muito de ter lido isso.
Dito isso, eu tenho críticas a fazer, sempre com a ressalva de que eu sei que isso tudo foi escrito há tempos e não tem como você voltar atrás. Ainda assim, preciso comentar tudo o que achei sobre a história e, caso eu venha a dizer alguma coisa que outros já tenham dito, ou que você mesma já tenha realizado e saiba, simplesmente desconsidere.
No meu outro post, eu disse que tive a impressão de estar lendo duas histórias, e isso se intensificou nesse pergaminho. Acredito que seja porque, enquanto a parte boa de sua história tenha ficado ainda melhor e mais madura, você insistiu, inexplicavelmente (pra mim, pelo menos) em jogar elementos do jogo-tibia aqui e ali. Falo aqui, por exemplo, das descrições sobre os personagens matando bichos sem mais nem menos enquanto empreendiam suas viagens (tipo, quem, num cenário realista, sai por aí chacinando a fauna local sem mais nem menos?), o detalhe das blessings e do ornamented brooch, os personagens utilizando equipamentos estapafúrdios como arcos micológicos e flechas de cristal. Esse último foi particularmente irritante porque apareceu muito durante os combates da revolução vandurana e tirou um pouco da seriedade e maturidade da coisa toda, porque me fez pensar não em dois amigos tendo que lutar entre si, dilacerados entre a lealdade para com o lado que escolheram e a amizade, mas sim em dois bonequinhos tibianos soltando fumacinhas uns contra os outros.
Isso é o tipo de detalhe que não acrescenta nada à história, pelo contrário, retira, porque remete ao jogo e tira o foco da sua narrativa (esse sim o seu ponto forte), e não tenho muita certeza sobre o porquê de você ter feito isso. Sei que não foi, à época, falta de maturidade da sua parte, porque já a conhecia e já sabia que você era capaz de muito mais do que essas narrativas tibianas "pitorescas" (todo o resto da história, a parte boa, evidencia isso). Não sei se você fez isso para agradar os "jovens dinâmicos" que liam a história. Não sei se achou que, por estar fazendo um roleplay que narrava a trajetória de um personagem in-game você precisava se manter fiel aos elementos de gameplay por alguma razão. Mas asseguro que teria ficado muito melhor, muito mais elegante, sem todas essas coisas. E não teria tirado nem um pouco da dinâmica e da ação da história; talvez ao contrário, você teria tido tempo de criar cenas de combate mais elaboradas e realistas.
Eu adoro o jogo Tibia. Eu adoro histórias baseadas no mundo de Tibia. Eu só acho que elementos do gameplay do jogo precisam ficar num saquinho fechado de maneira hermética, bem longe das narrativas tibianas, relegados ao lugar aos quais pertencem - o jogo. É claro que você tem o direito de ter uma opinião diversa, e eu continuarei a ler a sua história de qualquer modo (porque é uma história excelente), bem como lerei qualquer outra coisa que você vier a escrever por aqui.
Só falo todas essas coisas na esperança de que, caso você venha nos presentear com mais alguma obra sua por aqui (e espero sinceramente que venha algum dia), você se lembre do que eu disse aqui. Enfim, acho que já me fiz suficientemente claro, então, daqui pra frente, não vou mais pegar no seu pé por causa dessas coisas. Se eu fizer críticas em meus outros comentários, estas serão a respeito do conteúdo da narrativa.
Apesar dos apesares, minha opinião é a de que a sua história é, provavelmente, a melhor narrativa tibiana que já vi, e nada do que eu disse retira todos os pontos positivos de sua história, bem como a admiração que tenho por você ao ter sido capaz de finalizar um projeto tão grandioso como esse. Quando eu crescer, quero ser que nem você.
Obrigado por estar me proporcionando uma excelente leitura, e até a próxima!
Saudações!
Novamente, bem pontual e lúcido em seu feedback. Bom, vamos ao Brand: aquele bordão eu de fato queria ter feito um parágrafo (veja, precisaria de apenas um) para explicar o porquê daquela frase. Atuação, simplesmente isso. Brand precisava manter as aparências ali, mesmo diante de seu melhor amigo. Na hora, foi um detalhe que me escapou, e eu de fato queria que ele soasse como um vilão ali e dividir opiniões.
Quanto às alianças dos Efreet, eu não abordei isso pois o foco não era as relações comerciais (que, de fato, eram as motivações para tanto Brand quanto Wind optarem por servir Malor) e sim a questão filosófica. Também pensei em termos de vilania, em tornar Wind e Brand possíveis vilões, mas já havia Yami para isso, então não vi razão para seguir com essa linha de desenvolvimento de história.
Em termos do Wind, ele não era bom e nem mau; Wind era, tal qual o NPC Yaman, de Mal'ouquah, neutro. Por muitas vezes, pensei em ter reeditado muitos capítulos para poder desenvolver mais esse personagem, para responder algumas dessas perguntas. No caso dele foi por uma questão de conveniência também (leia-se profit) e por parecerem menos atrelados a um conjunto de dogmas morais (ou seja, sem a ladainha de Daraman e as referências à Suna e ao Alcorão).
Eu havia considerado, no passado, fazer o lado dos Efreet para o Ireas; entretanto, pela falta de amigos à época e por ser a facção mais difícil, por envolver conflito direto quase que imediatamente no começo, e eu estava no lvl 45, optei pelos Marid por serem o lado bom e por serem mais fáceis, admito SHAUSHAUHAUSHAUSAH
Quanto à parte dos elementos Tibianos, foi uma tentativa de me desvincular da ideia do lvl (e dos Grandes Feitos, que sequer voltaram a ser mencionados na história), pois vi em alguns tutoriais aqui que as pessoas encorajavam o uso dos equipamentos como marco de implícito de nível, a fim de medir a força e experiência do personagem de uma maneira mais sutil. O Ornamented Brooch eu quis dar um uso diferente para ele para poder explorar com Jack aquilo que descartei para Wind, e acho que mantive muito dos elementos in-game para não começar os burburinhos de "isso não é Tibia", "essa história se passa em Tibia ou não?", "isso é não-tibiano, vai pra Literatura", já que ainda teríamos "cagadores de regra" rondando a Seção ainda nesse período. Acho que fiz isso, também, para me resguardar, infelizmente, de algumas descrições que eu não achei que seriam relevantes em alguns pontos (infelizmente, descrições de vestes e equipamentos sempre tendem a me causar problemas, pois não consigo encontrar um meio-termo adequado por uma série de motivos, dadas as opiniões diversas que vinha recebendo tanto aqui quanto em outros textos).
Entenda, não estou nem um pouco chateada; pelo contrário, torno a dizer que seu feedback sempre teve peso muito grande para mim, e muitas das coisas que eu reescrevi ou editei radicalmente aqui foi por conta de itens que eu levei em consideração do seu feedback e que, se eu não o tivesse feito, acho que não teria vindo com algo de tão boa qualidade.
Pode pegar no meu pé à vontade xD Eu não tenho problemas com críticas xD
Quanto a uma obra nova, confesso que estou encontrando problemas e dificuldades com isso... Não sei se foi pela quantidade de tempo que investi n'A Voz do Vento, ou se foi alguma mudança de paradigma de minha parte ou das minhas prioridade, mas tenho enfrentado um bloqueio GIGANTESCO quanto a obras Tibianas. Escrevi, recentemente, e já enviei, um texto para as Disputas Roleplay e... Foi sofrido. Eu SOFRI para escrever esse texto, pois sei que ganha quem agrada mais, e tenho tido minhas reservas quanto a estar ou não agradando o perfil de quem frequenta e de quem vota (que são perfis distintos), e não acho que tenha sido um texto muito bom. Entretanto, eu fiz o melhor que pude e espero honrar meu adversário.
De qualquer maneira, seu feedback me deixa muito feliz, e aguardo ansiosamente seu próximo retorno aqui xD
Espero que as próximas partes também sejam de seu agrado =)
Novamente, bem pontual e lúcido em seu feedback. Bom, vamos ao Brand: aquele bordão eu de fato queria ter feito um parágrafo (veja, precisaria de apenas um) para explicar o porquê daquela frase. Atuação, simplesmente isso. Brand precisava manter as aparências ali, mesmo diante de seu melhor amigo. Na hora, foi um detalhe que me escapou, e eu de fato queria que ele soasse como um vilão ali e dividir opiniões.
Quanto às alianças dos Efreet, eu não abordei isso pois o foco não era as relações comerciais (que, de fato, eram as motivações para tanto Brand quanto Wind optarem por servir Malor) e sim a questão filosófica. Também pensei em termos de vilania, em tornar Wind e Brand possíveis vilões, mas já havia Yami para isso, então não vi razão para seguir com essa linha de desenvolvimento de história.
Em termos do Wind, ele não era bom e nem mau; Wind era, tal qual o NPC Yaman, de Mal'ouquah, neutro. Por muitas vezes, pensei em ter reeditado muitos capítulos para poder desenvolver mais esse personagem, para responder algumas dessas perguntas. No caso dele foi por uma questão de conveniência também (leia-se profit) e por parecerem menos atrelados a um conjunto de dogmas morais (ou seja, sem a ladainha de Daraman e as referências à Suna e ao Alcorão).
Eu havia considerado, no passado, fazer o lado dos Efreet para o Ireas; entretanto, pela falta de amigos à época e por ser a facção mais difícil, por envolver conflito direto quase que imediatamente no começo, e eu estava no lvl 45, optei pelos Marid por serem o lado bom e por serem mais fáceis, admito SHAUSHAUHAUSHAUSAH
Quanto à parte dos elementos Tibianos, foi uma tentativa de me desvincular da ideia do lvl (e dos Grandes Feitos, que sequer voltaram a ser mencionados na história), pois vi em alguns tutoriais aqui que as pessoas encorajavam o uso dos equipamentos como marco de implícito de nível, a fim de medir a força e experiência do personagem de uma maneira mais sutil. O Ornamented Brooch eu quis dar um uso diferente para ele para poder explorar com Jack aquilo que descartei para Wind, e acho que mantive muito dos elementos in-game para não começar os burburinhos de "isso não é Tibia", "essa história se passa em Tibia ou não?", "isso é não-tibiano, vai pra Literatura", já que ainda teríamos "cagadores de regra" rondando a Seção ainda nesse período. Acho que fiz isso, também, para me resguardar, infelizmente, de algumas descrições que eu não achei que seriam relevantes em alguns pontos (infelizmente, descrições de vestes e equipamentos sempre tendem a me causar problemas, pois não consigo encontrar um meio-termo adequado por uma série de motivos, dadas as opiniões diversas que vinha recebendo tanto aqui quanto em outros textos).
Entenda, não estou nem um pouco chateada; pelo contrário, torno a dizer que seu feedback sempre teve peso muito grande para mim, e muitas das coisas que eu reescrevi ou editei radicalmente aqui foi por conta de itens que eu levei em consideração do seu feedback e que, se eu não o tivesse feito, acho que não teria vindo com algo de tão boa qualidade.
Pode pegar no meu pé à vontade xD Eu não tenho problemas com críticas xD
Quanto a uma obra nova, confesso que estou encontrando problemas e dificuldades com isso... Não sei se foi pela quantidade de tempo que investi n'A Voz do Vento, ou se foi alguma mudança de paradigma de minha parte ou das minhas prioridade, mas tenho enfrentado um bloqueio GIGANTESCO quanto a obras Tibianas. Escrevi, recentemente, e já enviei, um texto para as Disputas Roleplay e... Foi sofrido. Eu SOFRI para escrever esse texto, pois sei que ganha quem agrada mais, e tenho tido minhas reservas quanto a estar ou não agradando o perfil de quem frequenta e de quem vota (que são perfis distintos), e não acho que tenha sido um texto muito bom. Entretanto, eu fiz o melhor que pude e espero honrar meu adversário.
De qualquer maneira, seu feedback me deixa muito feliz, e aguardo ansiosamente seu próximo retorno aqui xD
Espero que as próximas partes também sejam de seu agrado =)
Abraço,
Iridium.
Agora que você menciona, me facepalmeei por não ter pensado na possibilidade do Brand estar simplesmente atuando... Mas ok huaheaeu
Interessante isso de que você considerou a possibilidade do Brand e Wind se tornarem vilões... foi algo que não me passou pela cabeça, e me pergunto como teria sido o rumo da história caso isso tivesse acontecido. Sempre é legal ver os comentários do autor sobre os "bastidores", sobre a forma como as coisas poderiam ter sido haha.
Agora, tibiano ou não tibiano, eis a questão... Eu imaginei que você me diria algo mais ou menos como o que disse sobre o porquê de ter colocado esses elementos tibianos. Imaginei que tivesse feito isso, em parte, para seguir algum "padrão" imposto pela seção sobre o que é adequadamente "tibiano" e o que não é, mas, na minha opinião, foda-se esse padrão e os cagadores de regras, se é que algum dia isso existiu.
Sempre adorei o mundo de Tibia e sempre criei histórias tibianas; também sempre caguei sobre se minhas narrativas pareciam tibianas o suficiente... Sei lá, eu sempre escrevi o que tinha em mente, e sempre tive como princípio nunca colocar absolutamente nada do gameplay do jogo em nenhuma das minhas histórias (isso significa sem levels, sem equipamentos do jogo, sem hunts, sem querer colocar cenas de ação forçadas contra algum bicho do jogo etc), porque acho isso infantil, e ninguém nunca disse que o que eu escrevia não era "tibiano" o suficiente - e tenho escrito por aqui desde 2009. Por isso fico curioso sobre quem teriam sido esses elementos que diriam ou disseram isso sobre sua história.
Quero dizer, se o caboclo não conseguir compreender que uma história que se passa no mundo do Tibia, nas cidades do Tibia, com os deuses, mitos, lendas do Tibia não é tibiana, e necessitar de levels, itens e hunts pra deixar isso claro, não é o tipo de cara que eu quero lendo algo que eu escrevo de qualquer forma.
Enfim, eu entendo o seu drama, e o seu bloqueio... Talvez escrever sobre o universo tibiano realmente não faça mais tanto sentido pra você, e acho que também estou na mesma. Mas ainda assim quero ler obras suas no futuro, sejam elas sobre o que for. E espero que, se você eventualmente decidir criar mais alguma coisa por aqui, escreva somente o que seu coração mandar, sem se preocupar em agradar às opiniões de outros leitores.
Abraços!
“The big questions are really the only ones worth considering, and colossal nerve has always been a prerequisite for such consideration”. - Alfred W. Crosby
Agora que você menciona, me facepalmeei por não ter pensado na possibilidade do Brand estar simplesmente atuando... Mas ok huaheaeu
Interessante isso de que você considerou a possibilidade do Brand e Wind se tornarem vilões... foi algo que não me passou pela cabeça, e me pergunto como teria sido o rumo da história caso isso tivesse acontecido. Sempre é legal ver os comentários do autor sobre os "bastidores", sobre a forma como as coisas poderiam ter sido haha.
Agora, tibiano ou não tibiano, eis a questão... Eu imaginei que você me diria algo mais ou menos como o que disse sobre o porquê de ter colocado esses elementos tibianos. Imaginei que tivesse feito isso, em parte, para seguir algum "padrão" imposto pela seção sobre o que é adequadamente "tibiano" e o que não é, mas, na minha opinião, foda-se esse padrão e os cagadores de regras, se é que algum dia isso existiu.
Sempre adorei o mundo de Tibia e sempre criei histórias tibianas; também sempre caguei sobre se minhas narrativas pareciam tibianas o suficiente... Sei lá, eu sempre escrevi o que tinha em mente, e sempre tive como princípio nunca colocar absolutamente nada do gameplay do jogo em nenhuma das minhas histórias (isso significa sem levels, sem equipamentos do jogo, sem hunts, sem querer colocar cenas de ação forçadas contra algum bicho do jogo etc), porque acho isso infantil, e ninguém nunca disse que o que eu escrevia não era "tibiano" o suficiente - e tenho escrito por aqui desde 2009. Por isso fico curioso sobre quem teriam sido esses elementos que diriam ou disseram isso sobre sua história.
Quero dizer, se o caboclo não conseguir compreender que uma história que se passa no mundo do Tibia, nas cidades do Tibia, com os deuses, mitos, lendas do Tibia não é tibiana, e necessitar de levels, itens e hunts pra deixar isso claro, não é o tipo de cara que eu quero lendo algo que eu escrevo de qualquer forma.
Enfim, eu entendo o seu drama, e o seu bloqueio... Talvez escrever sobre o universo tibiano realmente não faça mais tanto sentido pra você, e acho que também estou na mesma. Mas ainda assim quero ler obras suas no futuro, sejam elas sobre o que for. E espero que, se você eventualmente decidir criar mais alguma coisa por aqui, escreva somente o que seu coração mandar, sem se preocupar em agradar às opiniões de outros leitores.
Abraços!
FACEPALM SHAUSHAUSASUAHSUASHUASHAUHUAS
Entendo perfeitamente seus termos, e eu acho que procurarei algo mais distante do gameplay nessa próxima narrativa (que você, muito sagaz, já se atentou à minha marcação eu já viu o tópico de abertura XD). Tentarei ser mais leve nesse aspecto, pois eu acho que já passei da fase de neuras SHAUSHAUSAHASUH
E lá se vai mais umas cento e poucas páginas lidas... Chegando na reta final.
Bem... Esse foi o pergaminho dos feels mesmo.
Vamos começar pelo começo: a morte do Liive, que achei épica. Já tinha comentado por cima com você, mas achei toda aquela cena da batalha em Edron, conjuntamente com o nascimento da criança em Svargrond, muito épico. Acho que foi uma das melhores coisas que tu escreveu até agora, e pra mim foi o ponto alto do pergaminho. Que homão da porra esse Liive hein, morreu como um herói! O que foi uma pena, porque eu gostava do personagem
Mas ao mesmo tempo, gostei bastante, porque atribuiu um peso e uma maturidade a mais à história. É sempre um momento de um certo choque quando tu percebe que a autora não tá pra brincadeiras e vai matar gente sim, até os bonzinhos Tira a gente da zona do conforto.
Em comparação com a morte do Liive, que foi épica e triste, a do Wind foi apenas... triste. Quando o Liive morreu eu me senti exaltado com todo o cenário que você havia construído, e não tão surpreso porque você já vinha escrevendo a cena de uma maneira que parecia levar à possibilidade da morte do personagem, dando possíveis dicas aqui e ali. O Wind ter morrido foi simplesmente inesperado e me deixou meio deprimido, não tanto por ele ter morrido, mas sim pela forma. Tenho que concordar com o Ireas que a forma que ele morreu foi meio patética, apesar de também ter morrido como um herói. Sei lá, achei que morrer soterrado por uns escombros onde Judas bateu as botas foi meio indigno dele, ainda mais porque sempre achei que o Wind fosse um personagem meio sofrido.
Algo que estava querendo comentar faz tempo, e que se tornou mais evidente agora, é a sua capacidade de trabalhar com múltiplos personagens e não negligenciar nenhum deles no longo prazo. Absolutamente todo mundo recebe capítulos com PoVs próprios, e todos tem seus dramas e problemas próprios para resolver, que nem sempre estão interligados com os do personagem principal. Pode não parecer muito, mas ser capaz de lidar com tantos personagens ao mesmo tempo e contruí-los de uma maneira que pareçam humanos, e não simples "NPCs" que existem pra ajudar o protagonista na sua "quest principal", é algo muito difícil, em especial para autores amadores. Realmente tenho que te parabenizar por isso, Fer. Até mesmo os vilões menores por vezes recebem PoVs e não são tratados como meras alavancas para avançar o enredo.
Dito isso, eu acho curioso que, em meio a tantos personagens notáveis, cujo número vai sempre aumentando (destaque especial nesse pergaminho ao Kinahked e seu infinito suprimento de garrafas de rum), um dos que eu menos goste seja o Ireas. Nosso protagonista me lembra um pouco o Harry Potter - e não digo isso exatamente como um elogio, porque não sou muito fã do bruxo.
Isso devido às suas frequentes explosões de raiva mal direcionada às pessoas que só o querem bem e estão tentando ajudar, e seus recorrentes - e esquisitos - períodos de frieza para com seus amigos íntimos.
Mas, sobretudo, o Ireas me parece simplesmente... estranho. Seus pensamentos, ações e sentimentos - ou falta deles - habituais costumam ser tão esquisitos e diferentes dos outros que ele me parece não ser lá muito semelhante aos seus semelhantes.
E eu sei que tudo isso foi provavelmente sua intenção, ao menos em partes - criar um personagem que simplesmente fosse bem alheio e diferentes das pessoas à sua volta, e por isso "se destacasse". Mas isso também tornou mais difícil para mim criar empatia para com o personagem - embora eu compreenda que ele tem suas razões para ser do modo que é. Ainda assim, Ireas não me parece tão humano como os outros personagens.
Fiquei surpreso com a morte de Seline ainda nesse pergaminho; sempre pensei que a história seria finalizada com a conclusão do arco dela e sua eventual morte e/ou redenção. Bem, só posso esperar ansioso o que o último pergaminho me trará, e logo mais volta aqui com mais um comentário.
Até!
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Última edição por Gabriellk~; 05-08-2017 às 12:18.
“The big questions are really the only ones worth considering, and colossal nerve has always been a prerequisite for such consideration”. - Alfred W. Crosby
E lá se vai mais umas cento e poucas páginas lidas... Chegando na reta final.
Bem... Esse foi o pergaminho dos feels mesmo.
Vamos começar pelo começo: a morte do Liive, que achei épica. Já tinha comentado por cima com você, mas achei toda aquela cena da batalha em Edron, conjuntamente com o nascimento da criança em Svargrond, muito épico. Acho que foi uma das melhores coisas que tu escreveu até agora, e pra mim foi o ponto alto do pergaminho. Que homão da porra esse Liive hein, morreu como um herói! O que foi uma pena, porque eu gostava do personagem
Mas ao mesmo tempo, gostei bastante, porque atribuiu um peso e uma maturidade a mais à história. É sempre um momento de um certo choque quando tu percebe que a autora não tá pra brincadeiras e vai matar gente sim, até os bonzinhos Tira a gente da zona do conforto.
Em comparação com a morte do Liive, que foi épica e triste, a do Wind foi apenas... triste. Quando o Liive morreu eu me senti exaltado com todo o cenário que você havia construído, e não tão surpreso porque você já vinha escrevendo a cena de uma maneira que parecia levar à possibilidade da morte do personagem, dando possíveis dicas aqui e ali. O Wind ter morrido foi simplesmente inesperado e me deixou meio deprimido, não tanto por ele ter morrido, mas sim pela forma. Tenho que concordar com o Ireas que a forma que ele morreu foi meio patética, apesar de também ter morrido como um herói. Sei lá, achei que morrer soterrado por uns escombros onde Judas bateu as botas foi meio indigno dele, ainda mais porque sempre achei que o Wind fosse um personagem meio sofrido.
Algo que estava querendo comentar faz tempo, e que se tornou mais evidente agora, é a sua capacidade de trabalhar com múltiplos personagens e não negligenciar nenhum deles no longo prazo. Absolutamente todo mundo recebe capítulos com PoVs próprios, e todos tem seus dramas e problemas próprios para resolver, que nem sempre estão interligados com os do personagem principal. Pode não parecer muito, mas ser capaz de lidar com tantos personagens ao mesmo tempo e contruí-los de uma maneira que pareçam humanos, e não simples "NPCs" que existem pra ajudar o protagonista na sua "quest principal", é algo muito difícil, em especial para autores amadores. Realmente tenho que te parabenizar por isso, Fer. Até mesmo os vilões menores por vezes recebem PoVs e não são tratados como meras alavancas para avançar o enredo.
Dito isso, eu acho curioso que, em meio a tantos personagens notáveis, cujo número vai sempre aumentando (destaque especial nesse pergaminho ao Kinahked e seu infinito suprimento de garrafas de rum), um dos que eu menos goste seja o Ireas. Nosso protagonista me lembra um pouco o Harry Potter - e não digo isso exatamente como um elogio, porque não sou muito fã do bruxo.
Isso devido às suas frequentes explosões de raiva mal direcionada às pessoas que só o querem bem e estão tentando ajudar, e seus recorrentes - e esquisitos - períodos de frieza para com seus amigos íntimos.
Mas, sobretudo, o Ireas me parece simplesmente... estranho. Seus pensamentos, ações e sentimentos - ou falta deles - habituais costumam ser tão esquisitos e diferentes dos outros que ele me parece não ser lá muito semelhante aos seus semelhantes.
E eu sei que tudo isso foi provavelmente sua intenção, ao menos em partes - criar um personagem que simplesmente fosse bem alheio e diferentes das pessoas à sua volta, e por isso "se destacasse". Mas isso também tornou mais difícil para mim criar empatia para com o personagem - embora eu compreenda que ele tem suas razões para ser do modo que é. Ainda assim, Ireas não me parece tão humano como os outros personagens.
Fiquei surpreso com a morte de Seline ainda nesse pergaminho; sempre pensei que a história seria finalizada com a conclusão do arco dela e sua eventual morte e/ou redenção. Bem, só posso esperar ansioso o que o último pergaminho me trará, e logo mais volta aqui com mais um comentário.
Até!
Sua dedicação é incrível xD
Esse último volume do Segundo Pergaminho eu escrevi chorando, sério. Foi bem depre pra mim pois tive q lidar com o fato de q muita coisa mudou em meio ao meu retired, tanto no tibia quanto na RL.
Te confesso q o Ireas eu tive muita dificuldade em... Fazê-lo mesmo. Ele é um cara que tá tentando se achar e que, por não ser tão resolvido como os outros, frequentemente se toma por inútil e faz as merda q faz kkkkk
Eu imaginei q ele não seria o tipo de protagonista atraente pra galera e optei por compensar isso com o pessoal ao redor dele. Ele se tornou assim por ter perdido os amigos cedo, de doença e por se sentir ostracizado naturalmente. É o cara na busca eterna por um propósito é que falha miseravelmente em entender a resposta que encontrou. X.x
As vezes penso em fazer um "what if" dessa história como uma nova versão... Mas, a bem da verdade, Ireas nunca esteve em casa e entre os seus: o druida não soube lidar bem com o ano mais movimentado da vida dele e com pessoas tão fortes ao seu lado e que pareciam ter feito muito mais do que ele em um mesmo número de anos de vida.
Tem muita coisa q eu teria trabalhado melhor no Ireas, pois q minha idéia do personagem mudou DEMAIS nesses cinco anos, e eu acho q o Ireas do terceiro pergaminho é bem mais humano e mais fácil de se criar empatia. Ao menos assim espero kkkkk
Primeiramente, desculpe a demora... Era pro comentário ter saído ontem.
Bem, esse foi, de certa maneira, o melhor pergaminho da história, e considerei-o um final digno para ela... Como já falamos, achei a sua decisão para o final muito acertada, e creio que um pouco do brilho da obra teria sido retirado, para mim, se o final alternativo, trágico, tivesse sido escolhido.
Digo que foi o melhor pergaminho porque aqui, a sua escrita estava no auge da sua elegância, a narrativa no pico da sua maturidade como escritora e os elementos tibianos "pitorescos" agradavelmente ausentes. Ainda quando comecei a ler sua história pela primeira vez, eu sabia que você tinha o potencial de se tornar o que se tornou ao fim desse pergaminho: uma escritora tibiana capaz de apresentar-nos uma história como nenhuma outra por aqui. A capacidade para tanto você já tinha, só precisou que o tempo realmente desenvolvesse e refinasse o seu estilo tibiano de escrever, estilo esse que, creio eu, aflorou plenamente nessa última parte de uma maneira que eu gostei de ver.
Você exacerbou as qualidades que eu já vinha mencionando, bem como minimizou os defeitos que também apontei até um mínimo, de maneira que realmente não tenho muitas críticas a fazer a esse pergaminho. Segundo você mesma, essa terceira parte foi criada devido às diversas pontas soltas que ainda restavam na história, e foi mais um grande epílogo do que uma continuação do segundo, haja vista que, do modo como ficou, pareceu-me que houveram duas A Voz do Vento: aquela que foi desenvolvida desde o primeiro pergaminho até o final do segundo, e essa. O fato do time skip, as inúmeras descrições de como estavam as vidas dos personagens até então, deram ao terceiro pergaminho uma cara de continuação d'A Voz do Vento, mas não a mesma história, se é que me entende.
Acho que eu gostei de tudo que foi apresentado aqui; os personagens novos (mortais e deíficos), a trama desenvolvida, o cenário sensacionalmente lovecraftiano de Roshamuul, o final... E que final. Aquela cena de Rookgaard em conjunto com a carta é provavelmente a coisa que mais me tocou em meu tempo de seção. Só me lembro de ter me emocionado ao término de uma história uma vez aqui, e ainda assim não foi na mesma escala. Você realmente tem a capacidade de afetar as pessoas com sua escrita, Fer, e isso é algo preciosíssimo. Já li inúmeras histórias por aqui e, sinceramente, lembro-me de pouca coisa da maioria delas, mas tenho certeza de que os personagens marcantes d'A Voz do Vento vão permanecer na minha memória por muito tempo. Por falar em personagens, aí vai o meu top 5 dos que mais gostei:
1. Brand
2. Liive (a morte dele contribuiu para a posição... se tivesse vivido, provavelmente estaria mais abaixo. Fazer o que, mártires sempre ganham a simpatia da galera)
3. Yumi Yami (provavelmente a pessoa mais sensata e madura nessa porra toda)
4. Jack Spider
5. Kinahked (o que eu posso dizer? Toda vez que esse cara aparecia com suas garrafas de rum tiradas não sei de onde, eu tinha certeza que ia rir. E piratas são sempre fodas)
Menção honrosa para o Yami, que ganha a medalha de "maior evolução ao longo da história". Eu o considero o Snape d'A Voz do Vento: um cara ambíguo, distante, cuja lealdade nunca está muito clara, mas que ao final se mostra como alguém extremamente leal àqueles em quem acredita, e capaz de qualquer coisa por ele(s) - sem contar que é um dos personagens mais complexos.
Menino Ireas, embora tenha evoluído muito e se tornado mais fácil de se relacionar (especialmente depois da carta ao final), infelizmente não ficou entre os 5. Quem sabe na próxima, Ireas.
Enfim, só posso te parabenizar novamente por tudo isso que você fez aqui, Fer, e por "aqui" quero dizer não apenas neste tópico, mas em toda a seção. Sem dúvidas, você é um dos membros mais valiosos que esse cantinho do fórum já ganhou. Só espero que continue fazendo um excelente trabalho, e reitero o meu desejo de ler mais coisas suas no futuro, não necessariamente sobre Tibia (aliás, acho que preciso de umas férias de narrativas tibianas por hora).
A gente se vê por aí, e até mais!
“The big questions are really the only ones worth considering, and colossal nerve has always been a prerequisite for such consideration”. - Alfred W. Crosby
Menino Elk.... Obrigada pela dedicação! Obrigada por ter lido tudo, de cabo a rabo, conforme prometeu! Obrigada pelo feedback sempre tão pontual que você entrega. Eu realmente estou feliz demais com as suas palavras, ao ponto de que me faltam algumas para poder descrever a gratidão por você ter voltado a acompanhar e ter terminado A Voz do Vento com chave de platina!
E a parte (rip-off) do Lovecraft foi mais uma homenagem a você, pois sei que é um escritor que você tem em alta estima (e tmb pelo fato de que combina DEMAIS com Roshamuul. Seria desperdício de oportunidades eu não incluir isso SHAUSHAUHUHS) xD
Muito obrigada pelo feedback sincero e por acompanhar! E eu espero que você acompanhe, quando quiser e puder, Behogár Bradana. Garanto que valerá seu tempo
No mais, nos vemos por aí!
Abraço,
Iridium.
P.S.: Logo logo invisto mais pesadamente em The Blue Moon Knights... Só estou terminando de migrar conteúdo velho para poder dar cara nova ao site e poder, enfim, iniciar o retelling xD
O mes de Novembro chegou! O ano passou rápido... Queria ter conseguido manter um ritmo mais frenético, mas ficou MUITO complicado... De qualquer maneira, como estou em reta final de trabalhos, tentarei escrever sempre que tiver um tempo livre. Agora Ireas Keras habita um novo servidor: Luminera! Oficialmente, ingressei à Golden Falcon Warriors, e tomei a decisão de sair de Unitera depois de ver minha guilda esfacelar com os hunteds promovidos pela guilda "dominante", que acabaram tornando solitária a minha experiência.
No entanto, consegui jogar bastante com o Kinahked nesse meio tempo, e espero que um dia possamos todos jogar juntos novamente.
Estou atualmente trabalhando em algumas coisas novas para a Seção, lembrando que logo se inciará a fase de votação da Melhor História Roleplaying - Edição 2016 (concurso organizado por @CarlosLendario e @Lacerdinha)! As inscrições acabam dia 10! Corre que ainda dá tempo!
Cada vez mais eu percebo: em termos do Yami, o Primeiro, ou o povo gosta, ou odeia. Não existe meio termo AHEUHAEHAUEHUE
Vamos agora aos Comentários da vez. O fim do Segundo Pergaminho se aproxima, façam suas apostas! Quem viverá e quem morrerá dessa vez?
Spoiler: Respostas aos Comentários
Postado originalmente por Don Maximus Meridius
Vish ó a treta aí.
Ta cada vez melhor, continua aí (y)
Faaala, Don! (y)
Pode apostar, continuarei sim! Espero que goste!
Abração!
Postado originalmente por Edge Fencer
Muito bom, pena que acabou rápido esse capítulo
Agora complicou, todo mundo preso pela Esquecimento... Quero ver como eles vão sair dessa.
Estou notando há algum tempo que o Yami está mais... Amigável, talvez; será que ele vai deixar pra trás todo o passado dele? Espero que consiga fazer as pazes com a Yumi e virar um verdadeiro aliado pro Ireas.
No mais, fica a expectativa com essa situação do Sírio, não quero que ele morra :s
Aguardo o próximo! xD
Faaaala, Fencer!
Pois é, o Yami está passando por um processo de redenção... É um personagem muito interessante, e eu também estou na torcida... Os dois são muito turrões: vamos ver no que vai dar.
Abração!
Postado originalmente por Senhor das Botas
Olá.
Enfim, história tomando novos rumos. Pelo visto a história está ficando complicada para o grupo do Ireas, com a maioria sendo mantida cativa, e o Sirius no pó da gaita ;x.
Não vejo eles saindo da situação TÃO FACILMENTE, mesmo com o Don e o capitão pirata, afinal são... fuckin drakens. O que eu vejo de solução seria Zalamon e os rebeldes ajudarem o grupo, Esquecimento Eterno ficar MUITO arrogante, subestimar demais o grupo, deixando-os fugir, ou uma junção de ambos xD. Ou o Yami teleportar todo mundo pra fora.
No mais, acho que alguém do grupo se não morrer, vai ter sérias sequelas, que mesmo um druida poderoso teria dificuldades de curar (Corrupção talvez?)
Faaala, Botas!
Excelentes pontos levantados: de fato, a situação está complicada e não é como se as chances estivessem lá muito boas. A galera está no escuro e definitivamente não sabe para onde ir agora; vai tudo depender de quem vai ser juntar primeiro, como vai e quem vão enfrentar... Porque tem o Zhi na jogada agora AHUEHUAHEU
Abração!
Postado originalmente por Wixsxx DjaDje
Finalmente cheguei ao último capítulo postado, e devo dizer que o cansaço de rushar mais de dez capítulos em uma noite valeu a pena. O jeito que o Liive infelizmente morreu, mas "dando lugar" a pequena Skadi foi algo de outro mundo; senti por um tempo estar em vendo um filme. kkkkkk
Estou muito ansioso pela continuação, assim como o destino de Yami que uma hora não será mais "útil", e por fim a aparição de Esquecimento Eterno que espero não demorar.
Ooooh coragem, viu!
O capítulo final do Liive foi um dos mais tristes que escrevi até hoje... Eu gostava muito do dono do Liive, o qual finalmente consegui reencontrar! A morte foi necessária e inevitável, infelizmente, e fico muito feliz que tenha tido uma ótima experiência ao ler, apesar dos pesares.
Big mamma is coming, lads!
Abração!
Postado originalmente por Kinahked
Vai depender de Nós meu caro, sequestrarmos Iridium e a deixar em cativeiro até que termine de escrever todo o conto. `;,,,;´
@topic
É, pq eu estou começando a achar que foi uma má ideia atender ao pedido de Maximus...
O Rum já está pronto, aguardando o novo capitulo!
Me sequestre não T-T
Está vindo esse capítulo, e rezo para que o Rum seja suficiente, pq está beeeeem f*da pra galera aheuahauehuae
Capítulo 53 — De Fora do Planeta Escuro e Silencioso (Parte 2)
Vingança.
(Narrado por Icel Emonebrim)
Dez compressões.
— Acorda, Sírio! Acorda, pelo amor de Uman!
Vinte. Coloquei minha cabeça sobre seu peito inerte.
— Qual é, cara! Vai desistir assim mesmo?!
Nada. Tentei novamente.
— Vamos! Outra vez não… Aguente firme, por favor! — O desespero começou a tomar conta de mim.
Ele começou a dar sinais de vida novamente; dei uma última pancada forte contra seu peito e os olhos do Feiticeiro vandurano arregalaram-se de imediato; Morzan, que estava desacordado, começou a se mexer e se levantar enquanto Sírio deu uma forte cusparada de sangue, voltando à vida. Senti lágrimas descerem dos meus olhos diante daquela cena.
— Não me mata do coração desse jeito! — Gritei, dando-lhe um forte abraço — Se você morrer, eu te mato!
— Eu já vou estar morto, animal… — Replicou Sírio entre uma tosse e outra, retribuindo fracamente meu abraço.
— Ai, minha cabeça… — Murmurrou Morzan, sentando-se no chão lodoso e frio. — O que diabos aconteceu?
— Drakens e Esquecimento Eterno. — Repliquei, ajudando Sírio a se levantar. — Em um instante, estávamos lá, no outro…
Morzan parou para ver o estado de seu irmão caçula, aparentemente aflito.
— Como você está, irmãozinho? O que aconteceu? — Indagou Morzan. — Aguenta mais um combate?
— Talvez… — Replicou Sírio, respirando com dificuldade. — Meu coração, ele… Parou. Eu simplesmente apaguei… Mas acho que eu aguento sim… Urgith não me levou agora, e não acho que me levará tão cedo.
— Cadê o Lagartinho? — Morzan comentou, olhando para os arredores em uma vã tentativa de distinguir algo.
— Acho que ele escapou disso… — Repliquei, amparando Sírio. — Ele correu para o outro batalhão para frear os Drakens… Espero que ele ainda esteja vivo.
— Eu também. — Replicou o Vandurano. — Irmãozinho, consegue caminhar junto com Icel?
— Consigo. — Replicou Sírio a meio tom, ainda se recuperando da experiência de quase morte. — Precisamos achar o Ireas e os demais, e rápido.
Morzan assentiu e tomou a frente.
— Eu defenderei vocês. Fiquem atrás de mim e não sumam; se quisermos sobreviver, temos que ficar juntos.
Assenti e segui Morzan, que utilizou uma fraca magia de iluminação para abrir caminho; enfim pudemos ver as paredes: elas eram um misto de pedregulhos, lama e restos mortais em decomposição, expostos para todos que quisessem ver. Senti um calafrio intenso, mas mantive minha compostura. Ali não era local para fraquejar.
Morzan começou a caminhar lentamente com a espada e o escudo empunhados; Sírio começou a firmar-se melhor em suas pernas e logo conseguimos acompanhar os passos do Cavaleiro de Vandura. Estávamos todos apreensivos, pois Esquecimento Eterno certamente não estava para brincadeira.
****
(Narrado por Zhi, o Draken Tecelão de Feitiços)
Yami… Eu ACHO que vi um homem parecido com ele em meio àquela comitiva. Assim como vi o filho de minha mestra. O garoto estava bem maior do que a última vez que o observei…
Segui meu caminho pelos corredores de pedra da caverna, iluminados com tochas fracas de cor púrpura, da maneira que ela gostava e impunha; a pequena escadaria ligando seu aposento ao corredor estava livre, e subi os quatro pequenos degraus em direção ao seu trono.
— Venha à frente, Zhi. — Ouvi sua voz etérea e elegante me chamar.
Atendi seu pedido e entrei em seus aposentos. Envolta pela escuridão como um fino véu, com apenas o brilho avermelhado de seus olhos à vista, minha mestra esperava por mim.
— Grande Dama do Pavor, Esquecimento Eterno. — Falei e ajoelhei-me ao anunciar minha presença. — Eles já estão aqui… E seu filho está entre eles.
— O garoto ainda vive? — Replicou minha mestra, indicando surpresa. — Interessante… Ele parece mesmo estar determinado a saber quem sou… Para entender quem ele é e o quão cruel o destino foi conosco…
Ela se levantou, e o véu sombrio acompanhou com graça seus movimentos.
— Deixe que meu filho venha, Zhi. — Falou Esquecimento Eterno. — Deixe que ele venha e veja por si mesmo o que o espera. Quanto aos demais…
Minha mestra tornou a sentar, sendo graciosamente embalada pelas sombras. Seus olhos brilharam mais forte.
— Mate-os.
— Sua vontade é a minha força. Considere feito, Mestra. — Repliquei, acenando a cabeça e retirando-me do recinto.
Ajeitei minha capa e reforcei as chamas ao redor de minhas mãos. Aquele grupo conheceria o real poder de um Draken que não temia a escuridão e a morte.
****
(Narrado por Maximus Meridius)
Acordei sentindo uma dor de cabeça infernal, pior que qualquer ressaca que havia tido em minha vida; de um lado, estavam Jack e Kinahked, ambos ainda desorientados, mas acordados e vivos. Do outro, uma escuridão infinita e uma terrível sensação de agonia no interior daquele sistema de cavernas.
— Isso não parece nada bom. — Falei, checando os arredores. — Pouca iluminação, nenhum vento…
Calei-me; comecei a ouvir o som de passos vindo ao longe, mas que pareciam muito distantes de todos nós. Ainda assim, o som indicava tratar-se de um grande número, número esse que sequer teríamos condições de combater naquele momento.
— Jack, Ked! Como estão?
— Bem… Eu acho. — Replicou Jack, levantando-se devagar.
— Estou meio… Tonto. — Replicou Kinahked, imediatamente abrindo uma garrafa de rum e bebendo metade de seu conteúdo de uma só vez. — Aaaah… Agora sim! Bem melhor!
Revirei os olhos e meneei a cabeça; por sorte, estávamos todos bem, mas não havia nenhum sinal dos demais por perto.
— Vamos nos mover com cuidado. — Falei, tentando traçar uma estratégia às pressas. — Não podemos utilizar iluminação. Vamos todos ladeando a parede; façamos o mínimo de barulho possível para vermos o quão embaixo é o buraco e o quão ferrados poderemos estar…
Os dois concordaram comigo e se posicionaram. Eu estava à frente, separado a um metro do Kinahked e com ele separado a mais um metro de Jack; era uma boa distância. Enfileirados, seguimos adiante com muita cautela, sabendo que teríamos que confiar em nossa audição, tato e olfato em vez de nossa visão. Só conseguia pensar no objetivo final: em encontrar os assassinos de Xiao e meu sensei e vingar toda a aldeia que um dia me acolheu, e encontrar o druida Ireas Keras era minha maior prioridade a fim de ter a chance da vingança.
****
(Narrado por Yami, o Primeiro)
Keras e Walker pareciam bem; apesar da escuridão, eu conseguia reconhecer algumas partes daquele sistema de túneis. Eu sabia, no entanto, que tinha que me manter discreto: não sabia até onde tinha conseguido esconder de Esquecimento Eterno a minha existência. Entretanto, tinha total certeza de que se Zhi havia me identificado e certamente me delataria. Se não, ao menos Ireas com certeza ele viu.
De qualquer maneira, seguimos os três em silêncio corredor afora; mantive-me à frente da dupla para orientá-los. O local estava como me lembrava: as paredes com membros decrépitos expostos em plena decomposição, a fraca iluminação púrpura e o som das correntes carregadas pelas patrulhas da Irmandade dos Ossos.
— Façam silêncio. — Murmurrei. — A patrulha já passou por aqui… Mas acho que mudaram essa ala…
— Como assim? — Murmurrou Wind, confuso.
— Aqui era para dar direto no átrio central, conectando as outras celas e dando acesso aos aposentos da Esquecimento… — Repliquei. — Aparentemente… As coisas mudaram aqui. Há uma trifurcação nova à nossa frente, e não sei onde ela leva. Direita, esquerda ou meio?
Os dois se entreolharam e pararam um tempo a fim de pensar.
— Hmm… Geralmente eu optaria pela direita. — Falou Wind, reflexivo — Sou destro e, concidentemente, costuma ser o caminho certo.
— Sei não… — Replicou Ireas, indeciso. — Eu ficaria com o caminho do meio. Não sei, me parece melhor. Yami, o que você acha?
Walker ficou me olhando, aguardando minha resposta; sua rejeição natural por minha pessoa não era nenhuma surpresa, e eu sabia que isso não mudaria tão facilmente, mesmo depois de tudo que me viram passar.
Respirei fundo, cruzei os braços e fiquei pensativo: talvez a intuição de Keras fosse a mais certa; havia uma boa chance de os outros dois túneis terem sido feitos com o propósito de enganar possíveis prisioneiros em fuga para depois recolocá-los nas prisões – vivos ou mortos – e divertir-se com experimentos feitos com eles. Independente do resultado, teríamos que lutar de qualquer maneira; sendo as chances de estarmos certos de um terço, tomei minha decisão.
— Vamos pelo caminho do meio. — Repliquei, por fim. — Na pior das hipóteses, estaremos diante de uma armadilha. Darei um jeito de sairmos o mais ilesos possível dessa, isso eu posso garantir.
Ireas concordou e se adiantou, aproximando-se de mim; Wind, por outro lado, continuou vigilante até que, com um suspiro ressabiado e conformado, optou por nos acompanhar. Novamente, tomei a frente e entrei primeiro no túnel do meio, seguido por Ireas e Wind. O caminho estava permeado por um estranho vento frio; na medida em que seguimos, notei caveiras de cor azulada adornando as paredes, e a chama púrpura costumeira estava bem mais fraca que de habitual.
Algo de errado estaria prestes a aparecer.
— Fiquem de olhos abertos, senhores. — Falei em sussurro, vigilante e atento, sem tirar os olhos do caminho. — Essa parte está… Diferente.
Chegamos ao final do túnel e, como antes havia previsto, alcançamos o átrio. Entretanto, não era o mesmo átrio de que me lembrava: era um espaço vazio, largo e com nada além de pedras, limo e uma péssima iluminação.
De repente, uma risada grave e sibilante começou a soar baixo em todas as direções, logo aumentando gradativamente de intensidade; a risada, infelizmente, me era familiar; logo Ireas e Wind ficaram mais próximos de mim, e vi chamas púrpura serem conjuradas à nossa frente. Ali tive a confirmação de quem seria nosso adversário.
— Ora, ora, ora… — Ele sibilou por detrás das chamas que conjurara. — Eu sabia que tinha te reconhecido!
Metade Lagarto, metade Dragão e o dobro da capacidade mágica para dobrar matéria e render mentes. Respirei fundo e coloquei-me à frente dos demais.
— Zhi. — Falei em tom firme.
O Draken atravessou as chamas sem ser ferido, e sorria para todos nós um sorriso sinistro.
— Seu traidor vigarista… — Sibilou Zhi. — A nossa causa… É correta. E você optou por nos deixar, depois de todo esse tempo. Não aprendeu nada? Não há como fugir de Esquecimento… Companheiro.
— Se assim fosse… Ela teria notado meu embuste muito tempo antes. Ela está perdendo o jeito. — Repliquei, zombeteiro.
— Você serve minha mãe?! — Ireas bradou, já irritado. — Onde ela se esconde?! O que ela teme?!
— Humpf. Você faz muitas perguntas… — Zhi replicou, insensível aos brados do jovem druida. — Lembra muito sua mãe quando mais jovem… E talvez sofra da mesma sina que ela tanto diz. Sendo assim… Facilitarei as coisas. Quem você quer que eu mate primeiro: Yami ou o rapaz ruivo aí?
— Nem um… Nem outro! — Urrou Ireas, tomando a frente — Exori Gran Frigo!
Zhi foi pego de surpresa e o gelo o acertou bem forte, fazendo-o recuar. Entretanto, o Draken riu, inspirou ar profundamente e preparou-se para cuspir uma grande baforada de fogo.
— Cuidado! Para trás! — Gritei.
Naquele instante, o Draken cuspiu um misto de fogo e eletricidade, e eu levantei um escudo de mana para proteger Ireas. Uma grande cortina de fumaça se ergueu, e Zhi logo nos atacou com um muro de chamas.
— Utamo Vita! — Ireas gritou, quase sucumbindo ao calor.
Wind pulou em meio às chamas e optou por atacar Zhi de frente; ele estava furioso, quase em transe. Ireas ainda estava de pé; um pouco assustado, mas determinado a ajudar. Eu tinha que fazer algo. Outrora eu soube as fraquezas de Zhi, mas não estava mais tão certo disso: ele certamente progredira muito e talvez tivesse eliminado seus calcanhares de Aquiles pessoais.
— Exori Gran! — Gritou o Yalahari, em transe.
— Exori Frigo! — Reforçou Ireas.
O Draken soprou uma rajada ardente de fogo púrpura, e eu assumi minha forma verdadeira, conjurando projéteis de energia contra ele; mais uma cortina de fumaça subiu, e vi que Wind estava muito ferido; Ireas não demorou a usar sua magia de Cura em Massa, mas logo notei algo interessante: Zhi não parecia estar muito ferido. De fato, parecia que, fora meus danos, os ataques de Wind e Ireas pouco surtiram efeito contra ele.
— A vontade do Esquecimento é eterna! — Urrou o Draken por trás da densa cortina de fumaça. — E a vontade dela é que apenas você, Ireas, venha! Então, pergunto-lhe novamente: quem você quer que morra primeiro, o leal Yalahari ou seu servo Efreet?
Continua...
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E por hoje é só! É muito bom poder finalmente escrever aqui. No momento, estou com um pouco mais de trabalhos da facul, então demorarei um pouco. Entretanto, tentarei manter um ritmo maior de escrita mais para o final desse semestre. Até o próximo capítulo, pessoal! Deixem seu comentário e, se possível, recomendem a história pros seus amiguinhos
Recomende essa e outras que vocês gostarem da Seção, por favor!