Olá, pessoal.
Agora eu entrei na faze das histórias avulsas x]
Não vou escrever nada continuo por um tempo. Apenas divagações momentâneas sobre fatos e acontecimentos distintos e obscuros. Postarei os novos escritos em seus respectivos tópicos, e dedico este ao meu mais novo personagem de Arkanun, e, gostaria de dizer, o mais interessante de todos até agora.
Vale a pena explicar que "Bipolar" não refere-se ao transtorno psicológico da bipolaridade, mas ao fato de estarmos observando duas coisas totalmente opostas atuando em um único espaço. Bom... Com o tempo este aspecto da história ficará mais claro. Espero que gostem ^^
Sem mais,
Euronymous.
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Bipolar
Ele sempre conversava consigo mesmo, mas nunca tão avidamente como agora. Achava comum contestar suas próprias idéias e pontos de vista, procurando uma forma melhor para entender o que acontecia a sua volta. Por isso eles eram tão diferentes, seus dois “eu”; mas eles foram sempre um, até agora.
Eram diferentes, pois para haver um real entendimento, opiniões diferentes devem ser consideradas. Eram diferentes porque ele gostava assim: Ver-se de uma forma diferente e engraçada – pelo menos até aquele momento. Agora, em meio ao desespero, sua forma engraçada de si estava mais única e presente do que nunca, falando com tamanha força em sua mente que ele não podia resistir.
Havia outro homem na sala. Caminhando calmamente enquanto escolhia alguns instrumentos dentre tantos à sua disposição. Vez ou outra ele olhava para o garoto e sorria para ele, sentado na cadeira com olhos arregalados e o suor escorrendo em seu rosto. Ele gostava de ver a cena, e por isso se atrasava tanto vendo o desespero aumentar naquela criatura indefesa.
Indefesos. Eram todos indefesos. Ele sentia-se tão poderoso fazendo aquilo, não importava o quanto indefesos eles fossem. Era um prazer poder cortar e cortar para ver o vermelho tingindo a carne e o som de mais desespero enchendo o ar à sua volta. Ele amava isso; e ainda aproveitava para fazer um pequeno banquete quando tudo acabava, usando as melhores partes que ele sempre separava para si, pois o som da carne fritando na gordura levava-o ao êxtase; iguarias que poucos tinham o prazer de provar.
Seu outro eu o oprimia. “Covarde”, ele ficava repetindo. “Seu covarde de merda. Vamos morrer e vai ser por sua causa!” Ele sentia-se realmente discutindo com outra pessoa desta vez. Tentando se justificar sem êxito. Não era sua culpa estar ali agora, amarrado e amordaçado vendo tantas lâminas nas mãos de seu opressor e imaginando o porquê dele estar onde está. Entretanto seu outro eu o culpava, dizia que ele deveria tomar uma atitude, e ele não conseguia convencê-lo do contrário.
Seu opressor parou. Ele havia finalmente escolhido por onde começar. Com mais um sorriso sádico em seu rosto, o ser asqueroso que antes aparentara ser tão inofensivo emanava uma sensação muito clara agora: Perigo. Quando ele deu os primeiros passos na direção do garoto com a pequena lâmina na mão o rapaz entrou em desespero – ou melhor dizendo: em desespero total. Seu corpo contorcia-se enquanto ele se debatia na cadeira sem muitos resultados. Seu opressor deleitava-se com a visão, e saindo da sua vista, sumiu às suas costas.
Por um momento o garoto parou. O pânico o havia levado ao estado de alerta. Mas ele não escutava nada; nenhum movimento dentro da sala. Seus olhos de tão abertos pareciam prontos para explodir, quando finalmente o opressor voltou à cena. Ele não o viu, mas gritou bastante quando a lâmina começou a cortar precisamente suas costas. Ele sentia a ferro deixando um rastro quente e aterrador sob suas escápulas. Seu desespero tornara-se tamanho que seu outro eu finalmente parou. Agora não importava mais oprimir-se; seu ar mudara, e o agressor percebera o silêncio.
Sangue quente escorrendo em suas costas. Um corte preciso, grande; estava perdendo sangue. Ele sentia-se livre pela primeira vez na vida, mesmo sabendo que ia morrer. Percebeu que o seu agressor parou. “Achou estranho; não?” Ele pensou. “Está na hora de perder o controle”. E ele riu. Não havia mais desespero em si; ele conformara-se e agora estava apenas tranqüilo. Talvez fosse o calor do sangue em suas costas. Com o tempo ele pensaria assim: O sangue pode renovar. Tornar-se-ia uma boa idéia, mas não para outras pessoas.
O homem asqueroso que o torturava estava em sua frente agora, agachado diante dele, rindo de forma desconfortável. Pela primeira vez demonstrava-se inseguro. O garoto riu mais ainda, ao ponto da histeria transbordar de seu interior. O homem olhou-o de forma estranha e falou:
- Ora, Jonas. Mal comecei e você já enlouqueceu? – Ele ria levemente. – A dor não está tão forte assim, rapaz... Ainda.
O garoto parou de rir e o olhou de forma sinistra. Seu agressor abalou-se por um momento e depois se recompôs. “Ele te conhece”, o rapaz pensou. “Sabe o seu nome.” E voltou a rir histericamente mais uma vez.
- Você não me conhece. – Ele falou, com a voz rouca e perturbada. – Jonas não pode sofrer mais por suas mãos. Porque Jonas se foi.
Dizendo isso ele jogou-se com todas as suas forças em cima do homem, aproveitando sua perturbação momentânea. Ainda amarrado na cadeira ele caiu sobre a garganta do seu agressor e mordeu-lhe freneticamente, recebendo inúmeros golpes da lâmina em seu braço direito, mas, embora muito afiada, era pequena demais; apenas liberava seu sangue para esquentar sua pele, e ele gostava do calor. Sua boca estava ensangüentada e a garganta abaixo dele já estava aberta. Os golpes pararam, seu agressor, agora vitima, sofria debatendo-se, e ele comia, pois a dor lhe dava fome.
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Oi. Espere... Você acha que está falando com quem? Não... Não, seu idiota! Ele se foi... Agora quem comanda sou eu. hahahahahaha
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