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Tópico: Bipolar

  1. #1
    Avatar de Dark Psycho
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    Padrão Bipolar

    Olá, pessoal.
    Agora eu entrei na faze das histórias avulsas x]
    Não vou escrever nada continuo por um tempo. Apenas divagações momentâneas sobre fatos e acontecimentos distintos e obscuros. Postarei os novos escritos em seus respectivos tópicos, e dedico este ao meu mais novo personagem de Arkanun, e, gostaria de dizer, o mais interessante de todos até agora.

    Vale a pena explicar que "Bipolar" não refere-se ao transtorno psicológico da bipolaridade, mas ao fato de estarmos observando duas coisas totalmente opostas atuando em um único espaço. Bom... Com o tempo este aspecto da história ficará mais claro. Espero que gostem ^^

    Sem mais,
    Euronymous.


    ______________________

    Bipolar



    Ele sempre conversava consigo mesmo, mas nunca tão avidamente como agora. Achava comum contestar suas próprias idéias e pontos de vista, procurando uma forma melhor para entender o que acontecia a sua volta. Por isso eles eram tão diferentes, seus dois “eu”; mas eles foram sempre um, até agora.

    Eram diferentes, pois para haver um real entendimento, opiniões diferentes devem ser consideradas. Eram diferentes porque ele gostava assim: Ver-se de uma forma diferente e engraçada – pelo menos até aquele momento. Agora, em meio ao desespero, sua forma engraçada de si estava mais única e presente do que nunca, falando com tamanha força em sua mente que ele não podia resistir.


    Havia outro homem na sala. Caminhando calmamente enquanto escolhia alguns instrumentos dentre tantos à sua disposição. Vez ou outra ele olhava para o garoto e sorria para ele, sentado na cadeira com olhos arregalados e o suor escorrendo em seu rosto. Ele gostava de ver a cena, e por isso se atrasava tanto vendo o desespero aumentar naquela criatura indefesa.

    Indefesos. Eram todos indefesos. Ele sentia-se tão poderoso fazendo aquilo, não importava o quanto indefesos eles fossem. Era um prazer poder cortar e cortar para ver o vermelho tingindo a carne e o som de mais desespero enchendo o ar à sua volta. Ele amava isso; e ainda aproveitava para fazer um pequeno banquete quando tudo acabava, usando as melhores partes que ele sempre separava para si, pois o som da carne fritando na gordura levava-o ao êxtase; iguarias que poucos tinham o prazer de provar.


    Seu outro eu o oprimia. “Covarde”, ele ficava repetindo. “Seu covarde de merda. Vamos morrer e vai ser por sua causa!” Ele sentia-se realmente discutindo com outra pessoa desta vez. Tentando se justificar sem êxito. Não era sua culpa estar ali agora, amarrado e amordaçado vendo tantas lâminas nas mãos de seu opressor e imaginando o porquê dele estar onde está. Entretanto seu outro eu o culpava, dizia que ele deveria tomar uma atitude, e ele não conseguia convencê-lo do contrário.


    Seu opressor parou. Ele havia finalmente escolhido por onde começar. Com mais um sorriso sádico em seu rosto, o ser asqueroso que antes aparentara ser tão inofensivo emanava uma sensação muito clara agora: Perigo. Quando ele deu os primeiros passos na direção do garoto com a pequena lâmina na mão o rapaz entrou em desespero – ou melhor dizendo: em desespero total. Seu corpo contorcia-se enquanto ele se debatia na cadeira sem muitos resultados. Seu opressor deleitava-se com a visão, e saindo da sua vista, sumiu às suas costas.

    Por um momento o garoto parou. O pânico o havia levado ao estado de alerta. Mas ele não escutava nada; nenhum movimento dentro da sala. Seus olhos de tão abertos pareciam prontos para explodir, quando finalmente o opressor voltou à cena. Ele não o viu, mas gritou bastante quando a lâmina começou a cortar precisamente suas costas. Ele sentia a ferro deixando um rastro quente e aterrador sob suas escápulas. Seu desespero tornara-se tamanho que seu outro eu finalmente parou. Agora não importava mais oprimir-se; seu ar mudara, e o agressor percebera o silêncio.


    Sangue quente escorrendo em suas costas. Um corte preciso, grande; estava perdendo sangue. Ele sentia-se livre pela primeira vez na vida, mesmo sabendo que ia morrer. Percebeu que o seu agressor parou. “Achou estranho; não?” Ele pensou. “Está na hora de perder o controle”. E ele riu. Não havia mais desespero em si; ele conformara-se e agora estava apenas tranqüilo. Talvez fosse o calor do sangue em suas costas. Com o tempo ele pensaria assim: O sangue pode renovar. Tornar-se-ia uma boa idéia, mas não para outras pessoas.

    O homem asqueroso que o torturava estava em sua frente agora, agachado diante dele, rindo de forma desconfortável. Pela primeira vez demonstrava-se inseguro. O garoto riu mais ainda, ao ponto da histeria transbordar de seu interior. O homem olhou-o de forma estranha e falou:

    - Ora, Jonas. Mal comecei e você já enlouqueceu? – Ele ria levemente. – A dor não está tão forte assim, rapaz... Ainda.

    O garoto parou de rir e o olhou de forma sinistra. Seu agressor abalou-se por um momento e depois se recompôs. “Ele te conhece”, o rapaz pensou. “Sabe o seu nome.” E voltou a rir histericamente mais uma vez.

    - Você não me conhece. – Ele falou, com a voz rouca e perturbada. – Jonas não pode sofrer mais por suas mãos. Porque Jonas se foi.

    Dizendo isso ele jogou-se com todas as suas forças em cima do homem, aproveitando sua perturbação momentânea. Ainda amarrado na cadeira ele caiu sobre a garganta do seu agressor e mordeu-lhe freneticamente, recebendo inúmeros golpes da lâmina em seu braço direito, mas, embora muito afiada, era pequena demais; apenas liberava seu sangue para esquentar sua pele, e ele gostava do calor. Sua boca estava ensangüentada e a garganta abaixo dele já estava aberta. Os golpes pararam, seu agressor, agora vitima, sofria debatendo-se, e ele comia, pois a dor lhe dava fome.


    ____________________


    Oi. Espere... Você acha que está falando com quem? Não... Não, seu idiota! Ele se foi... Agora quem comanda sou eu. hahahahahaha

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  2. #2
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    Se isso não for transtorno psicológico de bipolaridade, eu não sei o que é.
    hauhauahuaha
    Mas eu entendi o que voce quis dizer, e espero novas postagens para saber o real motivo dessa "Bipolaridade".

    Gostei cara, gostei mesmo. Só a parte que descreve os pensamentos do assassino que confundiu um pouco com o do garoto, deixando meio confuso a situação... Mas essa sensação é bem rápida, logo no outro parágrafo, o que começa com o menino se chamando de covarde, isso acaba.
    Talvez tenha sido eu que na hora não entendeu (o mais provável), mas, de qualquer forma, não vejo uma forma de contornar isso. ^^
    Tirando isso, ficou 10!
    Espero mais coisas, Dark~.

  3. #3
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    Citação Postado originalmente por Pernalonga Ver Post
    Se isso não for transtorno psicológico de bipolaridade, eu não sei o que é.
    hauhauahuaha
    Mas eu entendi o que voce quis dizer, e espero novas postagens para saber o real motivo dessa "Bipolaridade".

    Gostei cara, gostei mesmo. Só a parte que descreve os pensamentos do assassino que confundiu um pouco com o do garoto, deixando meio confuso a situação... Mas essa sensação é bem rápida, logo no outro parágrafo, o que começa com o menino se chamando de covarde, isso acaba.
    Talvez tenha sido eu que na hora não entendeu (o mais provável), mas, de qualquer forma, não vejo uma forma de contornar isso. ^^
    Tirando isso, ficou 10!
    Espero mais coisas, Dark~.
    Não. Não é bipolaridade ^^

    E quanto à parte onfusa do texto, realmente ela existe, se, e somente se, você não otar um detalhe na estrutura do texto: A parte em que o homem pensa está separada do texto por dois parágrafos. Há um pausa, nos primeiros parágrafos, com separação normal, o garoto pensa, há uma pausa, com dois paragrafos, o homem pensa, depois de outra pausa, o garoto volta a pensar.

    Acho que isto que eu falei agora foi mais confuso dq a parte do texto em si :S mas tah valendo ^^

    Até mais,
    Euronymous.

    Agora, eu irei hipnotizar vocês: Comentem... Comentem... Comentem... Comentem... x]

  4. #4
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    Citação Postado originalmente por Dark Psycho Ver Post
    Não. Não é bipolaridade ^^

    E quanto à parte onfusa do texto, realmente ela existe, se, e somente se, você não otar um detalhe na estrutura do texto: A parte em que o homem pensa está separada do texto por dois parágrafos. Há um pausa, nos primeiros parágrafos, com separação normal, o garoto pensa, há uma pausa, com dois paragrafos, o homem pensa, depois de outra pausa, o garoto volta a pensar.

    Acho que isto que eu falei agora foi mais confuso dq a parte do texto em si :S mas tah valendo ^^

    Até mais,
    Euronymous.

    Agora, eu irei hipnotizar vocês: Comentem... Comentem... Comentem... Comentem... x]
    Eu entendi e tinha notado assim que escrevi meu comentário, mas preferi deixar escrito o que escrivera porque aquela foi a impressão em que tive lendo. Bota mais uns parágrafos lá ahuhauhauhauhauha
    To zuando cara... Como eu falei, dá para entender de boa.


    PS: Bipolaridade no sentido de separação de universos, ou dois centro dominantes, como o mundo bipolar da guerra fria. É isso, não é?

  5. #5
    Avatar de Tuelho
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    Ótimo!! Curti pra caramba! :riso:

    Vai ter continuação?




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    Comigo agora:
    Mão no peito!
    Mão no saco!
    Mão na xoxota!"

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  6. #6

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    (Ei! Hipnose não vale, viu?!)


    Gostei da história, mas tu sabe que tem confusão no texto. Uma hora o outro "eu" oprimi, e no parágrafo seguinte o torturador é chamado de "opressor", causa uma breve confusão. Até o leitor entender quem é o "opressor"/"agressor" pode acontecer um pouco de desentendimento. Aliás, não gostei dessa repetição. Além de maçante, mostra que tu só tinha as posições dos personangens na cena pra caracterizá-los. Espero que tu trabalhe os teus personagens nos próximos capítulos (e tu sabe que eu não tou falando da descrição "clássica" "olho+cabelo+detalhes do rosto").

    Interessante o personagem canibal doido. Se eu entendi direito vai ter continuação, então vou ficar na espera e ver no que vai dar.


    Próximo Capítulo?



    A.E. Melgraon I

  7. #7
    Banido Avatar de Hovelst
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    [Puta merda. Fui hipnotizado. – E o Melgraon ainda acabou com a minha graça.]

    Eu achei o texto um pouco estranho da primeira vez em que o li. Estranho, não. Confuso.

    Daí na segunda vez que li, eu entendi realmente. O texto está bem legal, algo bem sem noção acontecendo, sem sabermos o porquê. Sem saber a explicação, o texto soa bom, mas, e daí?
    É algo bem obscuro definitivamente.

    Sei lá o que esperar de você daqui pra frente, mas cada vez mais, tu me parece louco.

    Hovelst

  8. #8
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    Antes de tudo: Não prometo continuações.

    Também acho importante saberem que não estou trabalhando muito a história. É apenas um exercício de escrita, e estou continuando as histórias que fazia aqui apra isso. Como esta nunca foi um grande projeto, não tem problema em postar aqui antes de acabar - até porque provavelmente não terá fim xD

    Bom...
    Agora... Aos que me achavam louco antes disso...
    Acredito que apenas terão um pouco mais de certeza agora ;]

    Espero que curtam...

    ____________________

    II


    Ele sentiu um novo cheiro. O pequeno rapaz amarrado no chão sentiu o cheiro de sal pouco antes de acordar. Mas foi vermelho a cor que seus olhos captaram, e foi molhado que ele se sentiu sobre o corpo do açougueiro. Ele estava calmo, e aos poucos entendia o que se passara ali.

    Um homem o raptara.

    Um homem o amarrara e logo depois o torturou ao deixá-lo vendo lâminas sobre uma mesa suja de sangue a sua frente, pois ele sentia os nós fortes que o prendiam, e sabia o que logo aconteceria com ele.

    Além disso, ele o torturou através da dor.

    Mas Jonas nunca fora um garoto comum. Isso, o açougueiro não entendia. Ele sempre tivera uma companhia. Tommy era companheiro de Jonas em todos os momentos de sua vida. Jonas não lembrava quando Tommy havia aparecido, mas ele sempre estivera lá. Tommy era legal, astuto, e ajudava Jonas a se livrar das coisas. Eles riam juntos. Mas por algum motivo que ele desconhecia, Jonas nunca falava de Tommy. Era errado, ele sabia, e Tommy também gostava do silêncio, pois dificilmente aparecia quando havia alguém mais por perto.

    E havia mais.

    Jonas também tinha aquele ar sombrio.

    As pessoas não entendiam, mas viam Jonas de forma diferente também. Ele era inteligente, muitos o descreveriam assim, mas no fundo sabiam que ele era algo mais. Jonas aprenderia a disfarçar isso no futuro, todavia, ainda permitiria a si mesmo deixar algumas pessoas com calafrios apenas para se divertir.

    Mas antes de tudo há algo que é preciso saber para se continuar.

    Jonas Henning não era orfão. Ele não havia sido espancado ou abusado pelo pai. Ele não presenciara nenhum crime ou cena traumática quando era mais jovem. Nada disso, e nada mais que se possa pensar. Na verdade, nada violento havia acontecido com Jonas até aquela noite.

    Jonas Henning era apenas solitário. Suas idéias não se encaixavam com as dos outros, e por isso, Tommy o ajudava. E Tommy era de grande ajuda para Jonas. Eles se amavam.

    Não como se ama um amante. Mas como se ama um companheiro de luta. Eles se compreendiam. Jonas entendia Tommy, e Tommy o entendia. Foi assim que tudo começou. Jonas queria alguém que o entendesse, e brincou como se Tommy existisse, mas ele não lembrava mais disso. Era algo tão antigo em sua mente que fora preciso esquecer.

    E agora, ele estava sobre a carne e o sangue. Ainda era quente, e o gosto do sal estava na sua boca. Ele rasgara pescoço, e comera carne do rosto. Via os dentes. Ele podia ver os dentes podres do açougueiro, e sentiu nojo por ter comido a carne dele. Era gordo e seu suor fedia a dias no pescoço. Jonas pensava se ele pretendia comê-lo quando Tommy apareceu.

    Os pés do garoto estavam ao seu lado, todo arrumadinho estava o maldito, enquanto ele estava ensanguentado, sujo, suado. Tommy se abaixou e sorriu para ele descontraído. Parecia que via Jonas em uma cena comum de embaraço, não de horror.

    - Você vai ficar aí mesmo? – Disse.

    - O que você espera? Aposto que minhas mãos estão roxas, mal posso senti-las direito.

    Tommy levantou-se para dar uma olhadinha nas mãos de Jonas e logo voltou.

    - É... Elas estão roxas mesmo. – franziu os lábios um pouco para brincar com seu companheiro. – Mas esses nós não estão tão presos. Acho que os pregos da cadeira folgaram um pouco quando você se jogou sobre nosso amigo aqui. – E bateu no ombro do açougueiro logo após sentar no chão, do lado dele.

    Jonas balançou-se um pouco e sentiu a cadeira mexendo de forma estranha. Era verdade! Tommy sempre o alertava de coisas que ele poderia perceber facilmente se não fosse distraído demais. Ele balançou-se até sentir o nó na sua mão esquerda folgar um pouco, a cadeira estava se desmontando, e ele continuou. Logo depois, cansado, ele percebeu seu braço livre, enquanto Tommy brincava com a boca do açougueiro.

    - Acho que ele ia comer você. – Disse distraído.

    - Penso se ele também me serviria aos outros.

    A resposta de Jonas fez Tommy pensar um pouco. Tommy era esperto também. E ele gostava de fazer Jonas perceber isso. Suas expressões sempre brincavam um pouco com o que ele pretendia dizer. Quando fossem mais velhos, lá pelos quarenta anos, Jonas lembraria disso quando Tommy ainda falasse mais com o rosto do que com a boca sobre o que queria dizer.

    Ele se soltou.

    Estava de pé neste momento, e Tommy se levantara a sua frente.

    - Você está horrível.

    Jonas não respondeu.

    Ele saiu. Percebeu que conhecia o local onde estava. Era Brasil, Pernambuco, Vitória de Santo Antão. Estava no Maués, e era o ano de 1994, Jonas possuía 17 anos e parecia mais jovem do que realmente era. Ele voltou para dentro, limpou o sangue das mãos e do corpo e saiu sem camisa pelas ruas da cidade que conhecia tão bem.

    Sua calma não levantou suspeitas. Era tarde demais para observarem ele com suas calças jeans sujas de sangue. Ele logo chegou em casa e as trocou. Havia sido bastante simples. Seu pai o perguntara onde esteve, mas não se levantara a tempo de vê-lo, ele estava agora no banheiro. Limpo, Jonas deu uma desculpa que o pai aceitou, mas não sem brigar com ele, e logo livrou-se das calças suja de sangue. Ele foi para o seu quarto e sentou na sua cama; Tommy o acompanhou. Juntos, eles se olharam e Tommy disse:

    - Ele ia comer você. Tenho certeza.

    Jonas pensou um pouco, pois Tommy era geralmente quem falava nestes momentos, ele pensava e decidia.

    - Acho que decidi o que vou cursar na faculdade, Tommy.

    Tommy esperou sem dizer nada.

    - Gastronomia.

    Tommy achou engraçado, mas no fundo compreendeu. Era sério. Sempre pensaram qual era o gosto da carne crua. E a comeram. Sempre pensara porque sabiam que se tivessem nascido a alguns milhares de anos atrás, a teriam comigo assim.

    Iam além disso.

    Sempre pensaram qual era o gosto de belas bochechas.

    Eles sempre pensaram naquilo, era apenas algo que ia acontecer. E, agora, eles o viram acontecendo.

    - Foi porque tinha de ser, Jonas. – Falou pensativo.

    - Foi. – Jonas olhava para a parede a frente deles, assim como Tommy.

    - É o que deve ser.

    - Isso mesmo.

    - Vamos aprender a cozinhar, então. Vamos fazer isso direito. – Tommy olhou para ele e sorriu. Jonas sorriu também.

    - Já sei até quem vamos comer primeiro.

    - Hum... Nem precisa me dizer. – E Tommy jogou-se de costas na cama de olhos fechados com um sorriso em seu rosto. Estava feliz, e sentia-se livre pela primeira vez.

    ____________________
    Se vamos fazer... Façamos direito ;]

  9. #9
    Avatar de Pernalonga
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    Padrão

    Juro que tomei um susto com essa reavivada repentina... Juro por deus.
    ahuahuhauahuahau


    Anyway, lerei tudo quando tiver tempo, agora to um pouco na pressa. =x

    Abraço nega!

  10. #10
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    Padrão Hmmm...

    Acho que ficaria melhor se você juntasse as duas partes em uma só. Também ficaria legal se você apenas "sugerisse" o futuro da personagem. Pelo menos para mim, ficaria mais interessante se o final do texto fosse ele apenas dizendo: "- Gastronomia." Deixando o leitor pensar em como a experiência transformou ele, ou ao menos deu um impulso em sua verdadeira natureza.

    Quase me esqueci, foi uma leitura super divertida, mesmo eu tendo que ler o primeiro post infelizmente acho que a maioria dos leitores do Fórum não estão dispostos a fazer o mesmo, uma pena, pois é um texto muito legal...

    []'s

    Jotinha

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    19:31 GM Ryrik Danubia [2]: Good bye everyone, thanks for all of the great memories :-)



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