Obrigado a todos.
Aos que tiraram o chapeu, aos que acharam a história prazerosa, e os que reconheceram a sorte do meu querido, e as vezes desprezíel (lamentavelmente) Mudsher.
Venho aqui lhes pedir desculpsa pelo atrasoem que o capítulo está sendo postado, pois o meu caro amigo que tema paciência de emprestar seu computador para que eu faça as postagem teve determinados problemase com a máquina eu não pudevir aqui para agraciá-los com a continuação da história.
Bom, sem mais delongas, aqui vai a terceira, e antepenúltima, parte de O Diário de Mudsher.
Uma boa semana para todos e,
uma boa leitura.
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...Ora, ora, ora, se não estou aqui mais uma vez? Confesso meu querido, que está ficando difícil de resistir aos seus encantos de ouvinte mudo. Ainda mais quando acontece alguma coisa interessante por aqui.
Mas não vá pensando que comemos uns aos outros pela falta de comida em que estávamos. Não foi nada tão grotesco assim. Pois esse problema já resolvemos. O maldito do Flores, o tal guerreiro mais novinho, achou ter visto algum animal caminhando para o oeste, e combinamos todos, que ele deveria acompanhar uma das arqueiras para seguir na mesma direção, na esperança de que a tal criatura estivesse indo para o Oásis de que nos desviamos. Mas claro que com as instruções de que se andassem um dia sem encontrar nada deveriam voltar.
Bom, pelo que parece, inclinamos um pouco nossa “reta”, que deveria seguir o Norte, em direção ao Leste. E viemos parar onde estamos. Pois no anoitecer do mesmo dia pude ver os dois vultos vindo em nossa direção cansados e cheios de carga.
Ora diário, pude me animar. Chamei os outros e eles também ficaram muito felizes com o que viram. Pois além de água, eles traziam dois animais parecidos com cachorros de grande porte, mesmo que um pouco magros, amarrados ao corpo sendo arrastados na areia. Era carne, e carne fresca.
Pena que não foi só isso que percebi. Percebi também como logo que largou as coisas que carregava a arqueira correu para junto das irmãs, que fizeram o mesmo na direção dela. E começou a contar algo com muitas risadelas, das duas partes, sempre apontando para o garoto que fora com ela no Oásis. Ah, maldita, não iria ficar assim para ela, mas deixei isso para outra hora.
Quanto ao nosso problema, estava resolvido, sim. Mas não foi disso que vim falar com você hoje. Aconteceu algo, no mínimo, estranho. Pois andávamos pelas salas das ruínas, vasculhando e remexendo em todos os lados, na esperança de achar algo “vendível”, quando eu percebi que estava sendo seguido de perto.
Muito assustado (já imaginou, todo aquele clima de solidão e escuridão das histórias em que os monstros engolem as criancinhas, mas que elas sempre voltam de algum jeito?), eu me virei, para contemplar o meu “seguinte”. E lá estava ele, parado, imóvel, nem tentou disfarçar, coitado.
Por um momento pensei que forre o Dashma, o tal druida cego de um olho, não porque ele tremesse o tempo todo, ou porque gemeu ao som do nome que eu chamei, mas era magro e troncho como o druida, e pra mim era suficiente.
Porém, havia algo estranho. Não sabia dizer o que. Só que sentia algo como que me puxando para dar o fora dali. Uma força que se enganchava como uma bengala na minha cintura e tentava me arrancar do chão.
Até que eu tive certeza. Não era o Dashma de modo algum, a menos que ele tivesse sido atacado no meio do caminho até mim, mas isso era coisa pra se pensar depois. A tal criatura estendeu a mão na minha direção, e metade dos ossos estava pra fora. Ah, eu dei um grito! Pulei como uma moça quando vi aquilo e sai nas carreiras pelos corredores da tumba.
Até que eu vi uma luz mais adiante. Era a minha salvação. Monstros com metade da pele arrancada não usam tochas! Corri, e corri mais um pouquinho pra me certificar que corria mesmo. Até que cheguei lá, cansado, suado até demais, e me escorando nas paredes a ponto de cair.
Todos os que estavam ali pararam, olharam assustados para mim, como se eu fosse uma aberração. Imagine só. Eu! Tão lindinho, sendo olhado daquele jeito. Estavam ali Dashma, Flores e Angila, uma das arqueiras, mas ignorei esse fato e comecei a narrar o que eu vira. Por um momento todos ficaram calados, e logo depois, olharam assustados para o lugar de onde eu viera. Passaram-se uns vinte segundos, o que convenhamos, é um belo tempo quando se está no escuro, apenas com a luz crepitante de uma tocha, e assustado, esperando uma aberração qualquer aparecer na sua frente.
Mas logo desataram a rir. Assustei-me, será que o bicho que eu vira aparecera, mas tinha cara de palhaço? Olhei para o lado e não havia nada. “Bela brincadeira” eles disseram, e eu não pude acreditar, diário. Mas posso lhe garantir, a alegria deles não durou muito. Logo que eles começaram a virar as costas uma pancadinha surda foi ouvida no ar.
Fora assustador, mesmo não sendo nada, e todos pararam de repente como estátuas. Lentamente viramos, como que se tivéssemos combinado, para as trevas no corredor de frente ao salão onde estávamos. Nada lá, mas outra pancada surgiu, e outra. E logo não se ouvia mais nada, mas não fique alegre por nós amigo, pois nós vemos o que não queríamos ver. Do mesmo modo como eu dissera que a tal coisa aparecera para mim, lá estava ela. Bem no limite da luz da tocha, onde só podíamos ver seu contorno. E isso era de assustar.
Não passou muito tempo assim, como que nos observando. E logo deu outra pisada no chão em nossa direção, seguida por mais uma batida surda no ar. Amigo, era feio o bicho. Meio que podre, meio que vivo. Andava devagar, como se arrastando, e estava a uns seis metros de distância.
Parou bem à nossa vista, e nos observou calmamente. Como que me reconhecendo (Ah, maldita beleza a minha, que atrai até as criaturas monstruosas da terra!), veio direto em minha direção. Eu disse que ele andava devagar? Imagina, era rápido como uma flecha. Como que tomado pelo terror, comecei a gritar com aquela imagem horrível a me olhar e se aproximar, esperneei no chão tentando me afastar o máximo que podia, e tão inesperado como se eu pudesse me acordar e descobrir que nada era real, uma flecha transpassou a criatura mesmo no olho esquerdo, que se me lembro bem, já não existia.
Mas tão rápido quanto se poderia imaginar, a espada de Flores arrancou a cabeça da tal criatura fora, na hora em que ela se virou para contemplar seu agressor. Ah, diário, fico pesaroso em lhe dizer que até nesse ponto a tal coisa fez questão em me assombrar. Como se novamente atraída pela minha beleza, a cabeça do bicho voou em minha direção e parou bem no meio de minhas pernas; que horrível!
Mas foi isso. Levamos todos inúmeras críticas de Seadrin, a arqueira mais séria das três, pois fora ela que chegara seguindo os meus gritos e atirara a flecha que acordara a todos do estado de espanto.
Por fim, levamos a criatura para cima, e passamos um longo tempo discutindo o que seria. Parecia um homem, porém morto, claro. Mas que por algum meio voltara para me assombrar. Porém, meu amigo, o melhor de tudo foi o que eu ganhei, afinal, era atrás de mim que estava o bicho. Isso animou não só a mim, mas a todo do grupo.
Dentro dos fiapos podres que usava como veste, havia ouro, jóias, comida podre (esse eu não dispensei, claro), um conveniente mapa de parte do deserto e da tumba, e um machado belíssimo, que eu não vira, porém, estivera empunhado na outra mão da tal coisa. Compreenda-me, mas eu referi não imaginar por que ele carregava o artefato.
E é isso, amigo. Para mim o dia foi de fato lucrativo. O corpo fora incinerado e estão todos dormindo. Espero que você tenha gostado do que passei hoje. É uma pena que não possa falar. Mas pensando bem, é melhor que não fale mesmo! Assim não pode me criticar, ou me chamar de covarde por ter corrido de um homem que já estava morto.
Até amanhã e,
Uma boa noite.
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