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Tópico: SEGUNDO LUGAR DO CONCURSO~ - As Crônicas do Mundo Antigo - O Diário de Mudsher

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  1. #1
    Avatar de Dark Psycho
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    Obrigado a todos.
    Aos que tiraram o chapeu, aos que acharam a história prazerosa, e os que reconheceram a sorte do meu querido, e as vezes desprezíel (lamentavelmente) Mudsher.

    Venho aqui lhes pedir desculpsa pelo atrasoem que o capítulo está sendo postado, pois o meu caro amigo que tema paciência de emprestar seu computador para que eu faça as postagem teve determinados problemase com a máquina eu não pudevir aqui para agraciá-los com a continuação da história.

    Bom, sem mais delongas, aqui vai a terceira, e antepenúltima, parte de O Diário de Mudsher.

    Uma boa semana para todos e,
    uma boa leitura.

    __________________________

    ...Ora, ora, ora, se não estou aqui mais uma vez? Confesso meu querido, que está ficando difícil de resistir aos seus encantos de ouvinte mudo. Ainda mais quando acontece alguma coisa interessante por aqui.

    Mas não vá pensando que comemos uns aos outros pela falta de comida em que estávamos. Não foi nada tão grotesco assim. Pois esse problema já resolvemos. O maldito do Flores, o tal guerreiro mais novinho, achou ter visto algum animal caminhando para o oeste, e combinamos todos, que ele deveria acompanhar uma das arqueiras para seguir na mesma direção, na esperança de que a tal criatura estivesse indo para o Oásis de que nos desviamos. Mas claro que com as instruções de que se andassem um dia sem encontrar nada deveriam voltar.

    Bom, pelo que parece, inclinamos um pouco nossa “reta”, que deveria seguir o Norte, em direção ao Leste. E viemos parar onde estamos. Pois no anoitecer do mesmo dia pude ver os dois vultos vindo em nossa direção cansados e cheios de carga.

    Ora diário, pude me animar. Chamei os outros e eles também ficaram muito felizes com o que viram. Pois além de água, eles traziam dois animais parecidos com cachorros de grande porte, mesmo que um pouco magros, amarrados ao corpo sendo arrastados na areia. Era carne, e carne fresca.

    Pena que não foi só isso que percebi. Percebi também como logo que largou as coisas que carregava a arqueira correu para junto das irmãs, que fizeram o mesmo na direção dela. E começou a contar algo com muitas risadelas, das duas partes, sempre apontando para o garoto que fora com ela no Oásis. Ah, maldita, não iria ficar assim para ela, mas deixei isso para outra hora.

    Quanto ao nosso problema, estava resolvido, sim. Mas não foi disso que vim falar com você hoje. Aconteceu algo, no mínimo, estranho. Pois andávamos pelas salas das ruínas, vasculhando e remexendo em todos os lados, na esperança de achar algo “vendível”, quando eu percebi que estava sendo seguido de perto.

    Muito assustado (já imaginou, todo aquele clima de solidão e escuridão das histórias em que os monstros engolem as criancinhas, mas que elas sempre voltam de algum jeito?), eu me virei, para contemplar o meu “seguinte”. E lá estava ele, parado, imóvel, nem tentou disfarçar, coitado.

    Por um momento pensei que forre o Dashma, o tal druida cego de um olho, não porque ele tremesse o tempo todo, ou porque gemeu ao som do nome que eu chamei, mas era magro e troncho como o druida, e pra mim era suficiente.

    Porém, havia algo estranho. Não sabia dizer o que. Só que sentia algo como que me puxando para dar o fora dali. Uma força que se enganchava como uma bengala na minha cintura e tentava me arrancar do chão.

    Até que eu tive certeza. Não era o Dashma de modo algum, a menos que ele tivesse sido atacado no meio do caminho até mim, mas isso era coisa pra se pensar depois. A tal criatura estendeu a mão na minha direção, e metade dos ossos estava pra fora. Ah, eu dei um grito! Pulei como uma moça quando vi aquilo e sai nas carreiras pelos corredores da tumba.

    Até que eu vi uma luz mais adiante. Era a minha salvação. Monstros com metade da pele arrancada não usam tochas! Corri, e corri mais um pouquinho pra me certificar que corria mesmo. Até que cheguei lá, cansado, suado até demais, e me escorando nas paredes a ponto de cair.

    Todos os que estavam ali pararam, olharam assustados para mim, como se eu fosse uma aberração. Imagine só. Eu! Tão lindinho, sendo olhado daquele jeito. Estavam ali Dashma, Flores e Angila, uma das arqueiras, mas ignorei esse fato e comecei a narrar o que eu vira. Por um momento todos ficaram calados, e logo depois, olharam assustados para o lugar de onde eu viera. Passaram-se uns vinte segundos, o que convenhamos, é um belo tempo quando se está no escuro, apenas com a luz crepitante de uma tocha, e assustado, esperando uma aberração qualquer aparecer na sua frente.

    Mas logo desataram a rir. Assustei-me, será que o bicho que eu vira aparecera, mas tinha cara de palhaço? Olhei para o lado e não havia nada. “Bela brincadeira” eles disseram, e eu não pude acreditar, diário. Mas posso lhe garantir, a alegria deles não durou muito. Logo que eles começaram a virar as costas uma pancadinha surda foi ouvida no ar.

    Fora assustador, mesmo não sendo nada, e todos pararam de repente como estátuas. Lentamente viramos, como que se tivéssemos combinado, para as trevas no corredor de frente ao salão onde estávamos. Nada lá, mas outra pancada surgiu, e outra. E logo não se ouvia mais nada, mas não fique alegre por nós amigo, pois nós vemos o que não queríamos ver. Do mesmo modo como eu dissera que a tal coisa aparecera para mim, lá estava ela. Bem no limite da luz da tocha, onde só podíamos ver seu contorno. E isso era de assustar.

    Não passou muito tempo assim, como que nos observando. E logo deu outra pisada no chão em nossa direção, seguida por mais uma batida surda no ar. Amigo, era feio o bicho. Meio que podre, meio que vivo. Andava devagar, como se arrastando, e estava a uns seis metros de distância.

    Parou bem à nossa vista, e nos observou calmamente. Como que me reconhecendo (Ah, maldita beleza a minha, que atrai até as criaturas monstruosas da terra!), veio direto em minha direção. Eu disse que ele andava devagar? Imagina, era rápido como uma flecha. Como que tomado pelo terror, comecei a gritar com aquela imagem horrível a me olhar e se aproximar, esperneei no chão tentando me afastar o máximo que podia, e tão inesperado como se eu pudesse me acordar e descobrir que nada era real, uma flecha transpassou a criatura mesmo no olho esquerdo, que se me lembro bem, já não existia.

    Mas tão rápido quanto se poderia imaginar, a espada de Flores arrancou a cabeça da tal criatura fora, na hora em que ela se virou para contemplar seu agressor. Ah, diário, fico pesaroso em lhe dizer que até nesse ponto a tal coisa fez questão em me assombrar. Como se novamente atraída pela minha beleza, a cabeça do bicho voou em minha direção e parou bem no meio de minhas pernas; que horrível!

    Mas foi isso. Levamos todos inúmeras críticas de Seadrin, a arqueira mais séria das três, pois fora ela que chegara seguindo os meus gritos e atirara a flecha que acordara a todos do estado de espanto.

    Por fim, levamos a criatura para cima, e passamos um longo tempo discutindo o que seria. Parecia um homem, porém morto, claro. Mas que por algum meio voltara para me assombrar. Porém, meu amigo, o melhor de tudo foi o que eu ganhei, afinal, era atrás de mim que estava o bicho. Isso animou não só a mim, mas a todo do grupo.

    Dentro dos fiapos podres que usava como veste, havia ouro, jóias, comida podre (esse eu não dispensei, claro), um conveniente mapa de parte do deserto e da tumba, e um machado belíssimo, que eu não vira, porém, estivera empunhado na outra mão da tal coisa. Compreenda-me, mas eu referi não imaginar por que ele carregava o artefato.

    E é isso, amigo. Para mim o dia foi de fato lucrativo. O corpo fora incinerado e estão todos dormindo. Espero que você tenha gostado do que passei hoje. É uma pena que não possa falar. Mas pensando bem, é melhor que não fale mesmo! Assim não pode me criticar, ou me chamar de covarde por ter corrido de um homem que já estava morto.

    Até amanhã e,
    Uma boa noite.

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  2. #2
    Eu não floodo. Você sim Avatar de Dard Drak
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    Sei lá, não sei o que dizer, nada de erros ou nem coisa do tipo, aqualidade se mantém...

    Dard*

  3. #3
    Avatar de Dark Psycho
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    Citação Postado originalmente por Dard Drak
    Sei lá, não sei o que dizer, nada de erros ou nem coisa do tipo, aqualidade se mantém...

    Dard*
    auhsuhsuahs
    Muito animador...

    brincadeirinha ^^

    Vlw o coment, Dard.

    Quanto a você, Lupo:
    Citação Postado originalmente por Lupo Skiner
    muito massa, a história eh ótima!
    não tenho muito oq falar, a não ser q tah muito legal, q pena q vai acabar rapido
    esperando proximo cap.
    ate mais...
    Éh , realmente vai durar pouqinho.
    Só faltam dois capítulos para postar =/

    Msa enquanto esta acaba O Jogo dos Deuses & O Tesouro de Oberon começa!
    xD

    A história ainda ta no VI cap, considerando que já está maiorque eta e que ainda esta no "começo".
    Sem falar que eu dei uma parada a mais ou menos uma semana para pensar umpouco melhor no que fazer.

    Mas já tenho novas idéias para as próximas crônicas.
    AS melhores que eu acho sao:

    O CAmpeão das Almas
    &
    O Jogo dos Deuses & O Olho da Serpente.

    Que que vocês acham dos títulos?
    Comentem.
    xD

    Vlw pessoal!
    M uitoobrigado pelos elogios e leituras ^^
    Até mais.

  4. #4
    Avatar de Lupo Skiner
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    Dúvida

    uma pergunta: QUANDO EH Q SAI O PROXIMO CAP?????:confused: :confused:
    bom era isso:riso:
    esperando proximo cap e uma boa resposta...
    até mais...
    skiner...

  5. #5
    Avatar de Lupo Skiner
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    Unhappy

    pqp, vc parou a história??? faz (MUITOS) dias q vc não posta um novo cap nem um comentário, NADA!!!!!:mad: :mad2: isso desanima todo mundo a continuar lendo (lendo num sei nem oq, vc num posta nada:triste: ):wscared:
    volto aki quando vc botar otro cap, oq espero q não demore...:rolleyes:
    até mais...




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  6. #6
    Avatar de Ayakumus
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    Apesar de nunca ter postado aqui eu já acompanho a história a algum tempo.

    Se todos os capítulos estão prontos porque você deixa a gente nesse suspense todo?????????

    Meus parabéns pela história, está realmente muito boa.

  7. #7
    Avatar de Lupo Skiner
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    muito massa, a história eh ótima!
    não tenho muito oq falar, a não ser q tah muito legal, q pena q vai acabar rapido
    esperando proximo cap.
    ate mais...
    skiner...

  8. #8
    Avatar de Dark Psycho
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    Aushauhsuash
    Finalmente xD
    Consegui!!!

    Ayakumus,

    Enquanto vc postava isso ontem eu tava tentando postar new cap na casa do meu vizinho =/
    Eh que o pc lá ta muito ruim
    E toda vez que eu vinha no cyber eu esquecia o cd xD

    Eu agredeço a todos
    que tiveram paciência e que ainda estão lendo aqui xD
    E erspecialmente aos que votaram em mim lá no concursso xD
    vlw!


    Agora...
    Curtam o fim da história xD


    Até mais...
    Próximo post eu ponho o df ai xD

    ___________

    Ora, ora, meu amigo. Estou feliz em estar vivo para lhe contar o que
    aconteceu, e também muito triste em ter isso a lhe falar para lhe dizer a verdade.
    Ainda sinto o temor em minhas veias, pois o dia escureceu mais cedo hoje para nós.

    Lembra-te que eu falei que acabamos as buscas no lado leste da tumba?
    Bom, fomos para o único lado ainda inexplorado, o sul. E lá achamos algo que
    chamou muito a nossa atenção. Não era um monstro ou algo vivo, era uma esfera
    flamejante que pairava bem no meio de um salão. Possuía a altura de dois homens, e
    era como se uma luz azul saísse do seu interior.

    A princípio pensei que fosse fogo, mas me enganei. E o interessante é que
    pairava acima do chão. Ficamos assustados, pois parecia haver movimento dentro
    dela, mas não havia nada. Era como se a coisa se mexesse por si só.

    Bom, não demoramos muito ali e Flores logo atirou uma de suas facas no
    seu interior. Seja o que for que fosse aquilo a desintegrou logo que ela o tocou.
    Ficamos assustados, claro. Imagine só, algo com um poder de destruir tudo o que
    tocar.

    Mas o druida abriu os olhos de repente e saiu de trás do Derianon, onde
    estivera escondido com medo que algo saísse para devorá-lo. E como uma figura
    deprimente ele apontou o dedo trêmulo para a esfera suspensa no ar.

    Seus olhos esbugalhados demonstravam uma ansiedade que mais parecia
    horror, não sei se estava mesmo assustado ou se já havia se acostumado em
    preservar a expressão no rosto.

    Ele, então, falou para que todos nós ouvíssemos, o que foi um alívio, pois
    pensávamos pela cara do coitado que algo iria aparecer e nos devorar antes que
    pudéssemos perceber.

    “Eu já ouvi sobre esses... esses...” Ele exitou um pouquinho antes de
    continuar, o que era normal, pois o velho estremecia a cada dúzia de palavras que
    ousava falar. Mas em fim ele continuou. “...Portais” E com um sobressalto ele se
    virou e encarou todos nós.

    Eu pessoalmente diário, pensei ter ouvido mau. Portais? O que ele estava
    tentando dizer com portais? Havia uma bola gigante na nossa frente que destruía
    tudo o que entrasse nela e era isso que ele queria fazer? Usá-la como um portal?

    Bom, isso pareceu interessar o resto do grupo. Que começou a indagar
    sobre onde ele ouvira falar daquilo. “Lendas antigas” Ele dizia. “A respeito dos
    deuses e suas... brincadeiras com os mortais.” Hum... a princípio tomei tudo como
    baboseira, mas o chato-mor era o que mais estava interessado, quem o visse até diria
    que era isso que ele estava esperando escutar.

    “Dizem por ai, que os deuses... bom... eles teriam usado de determinados
    artefatos para atrair os homens a perigos e às vezes até a... a... morte! Apenas para
    sua diversão.” Era engraçado, sabe. Ele falava como se estivesse sendo observado,
    e fosse proibido falar tudo aquilo. Mas não demorou e o obrigaram a continuar.
    “Eles colocavam tesouros que o homem desejasse escondidos em um lugar qualquer.
    Porém, deixavam pistas, levando ao tal esconderijo, e eles geralmente escolhiam
    ninhos de monstros ou lugares repletos de maldições!” Olhou para os lados, vendo a
    face de cada um que ali estava e continuou. “E quando os lugares não podiam ser
    alcançados ou coisa assim, eles colocavam grandes esferas que envolviam os homens
    e os levavam para onde eles queriam ir.” Ele virou-se para a esfera suspensa no meio
    do salão e apontou mais uma vez para ela. “É isso que estamos vendo aqui! Um
    portal.”

    Mas o chato-mor, como sempre inconveniente, interrompeu o momento tão
    dramático que o velho custou para criar. “Então os deuses puseram isso ai?” Ah,
    que voz sonsa. Deu até vontade de girar nos calcanhares e sair daquela sala, diário.
    Mas deixei pra lá, queria ver até onde a história do velho iria.

    “É possível.” Continuou com sua voz rouca, quase um gemido no ar. “Mas
    às vezes, contam as lendas que magos muito poderosos podem enfeitiçar locais para
    criar essas coisas.” Ele olhou para os lados assustado e continuou mais uma vez.
    “Pode ser que um sacerdote a tenha feito para inibir desconhecidos a entrar. Pode
    ser que o tal faraó tenha a criado pessoalmente. Eu não sei... pode ser... qualquer
    coisa que se imaginar.”

    Bom, o que não me animou foram as palavras ditas depois pelo chato-mor.
    Não que elas já não me chateassem, sabe. Confesso que até estou começando a me
    acostumar com ele. Mas o que ele falou, tenha certeza, foi de preocupar. E pelo que
    eu vi não foi só a mim. Tenho a leve impressão que ouvi outros “Hum?” que não o
    meu quando ele disse: “Então... Vamos entrar!”

    Entenda, diário, o quão é complicado quando um superior manda você
    fazer uma coisa que o levará à morte, ainda mais quando o aluado pensa em ir junto
    também. Nesse momento eu não me agüentei, deixei a máscara cair e disse: “Então
    vá você primeiro! Afinal... não está nos pagando para morrermos. Vá e volte. Se isso
    acontecer nós iremos logo atrás de você.” E no final, ainda dei um sorriso, pois você
    precisava ver a cara de espanto dele ao olhar uma segunda vez para o circulo
    brilhante.

    Porém, quando ele voltou a vista para nós e se certificou que não possuía
    apoio de ninguém, encheu o peito e caminhou na direção da esfera. Ele parou bem
    no limite da coisa, seu nariz roçando na beirada da luz, acho que para tomar coragem,
    ou então pensou em desistir. Aí deu um passo a mais e sumiu na tal luz azul.

    Por um momento todos ficamos preocupados, afinal, ele também é gente.
    Passou-se algum tempo em silêncio e algumas cabeças começaram a se abaixar e
    lamentar. Tenho que reconhecer, meu amigo, que mesmo tendo sido o Lockmar eu
    também fiquei um pouco triste. Sabe, ele tinha sido até corajoso.

    Mas quando me dei por mim lá estava ele, saindo da esfera de novo, e em
    suas mãos, a faca que Flores atirou.

    “Acho que isso é seu” Ele disse, com voz de triunfo e importância, penso
    que estava se achando.

    Ah, maldita seja minha pena! Tive pena do maldito e lá estava ele, dando
    uma de herói corajoso em nossa frente.

    Logo estávamos todos entrando, um por um, na grande esfera azul. E vimos
    com nossos próprios olhos um salão mais adornado e glorioso do que o que
    estávamos.

    Havia grandes pinturas por toda a parede, contando a história da geração
    que provavelmente era a do faraó. Aparentemente também havia relatos do seu
    reinado, e da sua morte. Pois em um canto da sala havia uma pequena cidadela cheia
    de estátuas que lembravam a entrada da tumba acima, com os deuses guardando o
    rosto do faraó no centro dela.

    Ora, os cálices de ouro e jóias preciosas estavam por toda a parte.
    Aparentemente tudo aquele novo andar era cheio de riquezas e fortunas. E logo
    vimos uma luz que vinha de outra sala ligada por um corredor.

    Nós nos organizamos ali e resolvemos explorar juntos, pois não havia relato
    daquela área no mapa e nem sabíamos o que poderíamos encontrar. Enchemos
    sacolas com jóias dos cálices e penduramos nos cintos, as maiores deixamos perto
    dos portais.

    Assim, preparados para qualquer eventualidade, começamos a exploração
    e fomos em direção à luz. Quando lá chegamos ouvimos passos, havia alguém se
    movimentando lá dentro, e murmurava alguma coisa em tom baixíssimo.

    Silenciosamente Flores e Seadrin atravessaram a entrada do salão e se
    prostraram na parede do outro lado, fechando o cerco contra o que quer que
    estivesse lá. Com um sinal mudo de Seadrin, nós fomos para frente da entrada em
    silêncio e vimos quem andava e falava lá dentro.

    Era claramente um velho, meio curvado pela idade, porém, ainda assim muito
    alto, as suas roupas eram muito surradas, e ele carregava um cajado para lá e para cá
    de forma estranhamente ágil. Seus cabelos eram ralos e lisos, caindo suavemente
    pela sua nuca. Não parecia nem ter notado a nossa chegada, estava de costas
    mexendo em poções e revirando livros. Murmurava constantemente em outra língua,
    que nós não entendíamos.

    Até que quando avançamos para dentro do salão e buscamos fechar mais o
    cerco sobre ele, pois o ultimo ser que encontramos com aparência humana se mostra
    um verdadeiro horror para nós.

    Quando estávamos realmente perto uma voz rasteira como um sussurro,
    extremamente fria e cheia de desprezo, falou: “Tenham calma! Dêem-me um minuto e
    trato de vocês.” Nós nos olhamos incrédulos. Era conosco? O Velho estava
    falando conosco ou seria mais um murmúrio em sua loucura?

    “É claro que é com vocês, seus tolos!” O desprezo na sua voz aumentara
    irritantemente. “E agora... eu acabei.” Quando o velho se virou, não foi um homem
    que nós vimos. Era alguma criatura humanóide desprezível. Sua aparência era feia e
    morta, e seu rosto mais parecia o de demônio antigo. Estava sorrindo para nós e nos
    fitando com olhos de uma cor brilhante e sinistra.

    Ele ergueu o cajado na mão e um clarão branco invadiu toda da sala.
    Quando a luz sumiu havia raios igualmente brancos saindo da arma e adentrando o
    chão. Ele Estava com uma expressão louca nos olhos e um sorriso doentio na cara.

    Quando vimos, dos raios no chão surgir uma criatura, feita de ossos, com um brilho
    vermelho onde deveriam estar os olhos. E ela, embora parecesse um rato realmente
    gigante, se movia e nos encarava como um cão. Então a um comando do cajado do
    bruxo ela nos atacou.

    Todos nos movemos, a criatura vez ou outra fazia surgir espinhos do chão a
    sua volta e não podíamos ficar perto dela. Os raios mágicos saiam do cajado do
    bruxo para todos os lados. Uma grande bola de fogo quase acertou Flores, que se
    escondeu atrás de uma estátua, e uma pequena explosão atirou Derianon para
    longe de nós.

    Flechas voavam e as espadas brandiam contra a besta. Finalmente o druida
    parecia ter acordado, acho que percebeu o nível de perigo na situação. Ele ergueu
    sua varinha e começou a atacar o bruxo enquanto vez ou outra tentava sarar algum
    ferimento aqui e ali.

    Até que algo diferente aconteceu. Dalila, a irmã mais imprudente das três
    arqueiras, e a que geralmente se servia de mim e do Flores, mesmo que de uma só vez,
    foi ficar parada bem na frente do bicho. Ela ergueu o arco e preparou uma flecha
    enquanto Seadrin, sua irmã, gritou horrorizada com a cena. Ela estava vulnerável ali,
    e isso poderia lhe custar caro. Seadrin tentou alcançar a irmã a tempo, mas antes
    que essa sequer soltasse a flecha que segurava o pior aconteceu.

    Agora ela estava parada, seu rosto lívido e o arco no chão. Um enorme
    buraco havia sido aberto no sei peito esquerdo. Sua pele e roupas haviam ficado
    negras com o choque da esfera de morte súbita, logo depois as linhas vermelhas
    haviam tomado forma e começado a corroer a pele, dava pra se ver o outro lado pelo
    enorme buraco em seu corpo.

    Uma risada sombria fora ouvida no ar, e a criatura se contorcia, ria, ria mais
    e mais. Com uma nova pancada no chão ela havia convocado uma nova criatura, e a
    enviara para lutar.

    Nós estávamos lutando, mas ainda incrédulos com o que acontecera. Ainda
    não havíamos absolvido a crua realidade. Dalila estava morta, e caindo lentamente
    no chão.

    Mas o mais inesperado aconteceu. Uma nova esfera negra havia sido
    lançada no ar. Ela voara através da sala, e não havia sido lançada pelo bruxo com
    quem lutávamos, mas sim nele. Ele cambaleou, sua pele enegreceu, necrosou e
    depois queimou caindo ao chão. O buraco em seu estômago estava tão latente
    quando o na arqueira, mesmo que não o tivesse transpassado. Era uma reação tão
    rápida.

    Mas ele ainda estava de pé. Ficara furioso, e procurara o agressor. Todos
    ficamos intrigados quando vimos o jovem mago com o cajado na mão, as runas na
    outra. E ele não havia desistido, estava convocando um novo ataque.

    O bruxo ergueu a mão que estava livre e uma nova esfera saiu de encontro
    a cabeça do mago, pelo que parecia, ele tinha uma mira muito melhor que a do jovem.

    Mas a runa do jovem também estava no ar. E as duas se chocaram. Uma
    grande explosão negra se sucedeu no meio do salão, atingindo uma das bestas e a
    matando, enquando atirava o druida e o Lockmar para longe, pois estavam fora da
    mancha negra, mas não do impacto.

    O Novo movimento do jovem foi, de fato, impressionante, ele atirou uma
    outra esfera negra no ar. O que forçou o bruxo a convocar um feitiço para se
    defender, usando assim tempo, mas não fora uma runa, fora a bolsa negra cheia de
    terra que ele vivia carregando a todo o lugar.

    Quando o bruxo deu conta de si, o garoto já havia lançado a runa e
    acertou mesmo no rosto da criatura, bem a tempo de deixar uma expressão de horror
    invadi-lo.

    Bom, a outra besta sumiu imediatamente. Seadrin já estava sobre o corpo
    da irmã a chorar, enquando sua outra irmã caminhava lentamente, como quem ainda
    custa a acreditar no que viu.

    Todos estávamos cansados. Acredite, amigo, que até o chato-mor lutou
    contra as bestas e eu fiquei ali, parado. Nossa, até o druida, que teme as próprias
    sombras quando esquece de que lado Suon e Fáfnar estão e se depara
    repentinamente com elas.

    Foi um dia pesaroso, para todos nós, não só pela perda de Dalila como
    pela minha covardia na hora da luta. Mas afinal, eu articulo as palavras, os fatos.
    Essa é a minha arte, não a da espada e da magia.

    Não podemos negar que havia muitos tesouros ali. Tivemos que esperar
    acalmar as gêmeas para poder falar em levá-los sem parecermos rudes.
    Principalmente os livros de magia, que pareciam ter conhecimento inexplorado.
    Deixamos as poções, pois não sabíamos o que poderiam ser. E levamos todos os
    tesouros. O que deu muito trabalho para os malditos anões que estavam
    descansando no acampamento.

    Trocemos o corpo à superfície e o embalsamamos. A irmã das arqueiras
    será queimada amanhã. E nós não vamos descer nas tumbas mais. Já havíamos
    conseguido tesouros em demasia e uma morte já era o bastante. Sabe-se lá o que
    poderíamos encontrar nos aposentos mais fundos daquelas construções. Onde o
    mau e o ódio certamente dominaram tudo e sobrepujavam em tudo a nossa
    imaginação.

    Nunca pensamos em perder alguém nesta expedição. Pensamos que o
    mundo era pequeno e cheio de realidades que decidimos friamente acreditar. Mas
    vimos, infelizmente do jeito errado, que os deuses guardam mistérios maiores do que
    imaginamos para nós enfrentarmos.

    Espero que você, meu caro amigo, que venha a por os olhos nas linhas
    deste triste livro depois que eu morrer e ele se escape das minhas frias e moribundas
    mãos, tome consciência de que o mundo nunca foi e nunca será tão pequeno quanto
    você esperar.

    E quando você achar que ele se limita a dragões e aranhas gigantes,
    lembre-se do velho e podre Mudsher. E veja onde ele foi parar. Por uns trocados
    levou uma garota a uma morte cruel no deserto e, embora tenha ganho mais que o
    esperado, partiu para viver uma vida suja e podre nos prostíbulos de Fíbula.


    Estas foram minhas tristes lembranças,

    Este foi o meu diário,


    O Diário de Ankrarh Mudsher.

  9. #9
    Avatar de Ayakumus
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    Citação Postado originalmente por Dark Psycho
    O Novo movimento do jovem foi, de fato, impressionante, ele atirou uma
    outra esfera negra no ar. O que forçou o bruxo a convocar um feitiço para se
    defender, usando assim tempo, mas não fora uma runa, fora a bolsa negra cheia de
    terra que ele vivia carregando a todo o lugar.
    Essa parte ficou meio estranha, eu acho que você acabou trocando o jovem e o bruxo.

    E fim, muito bom, poderia ser um pouco mais comprido, mas foi um bom fim.

    Nada mais a dizer a não ser parabéns!

  10. #10
    Avatar de Ston Hargus
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    Meus sinceros parabens!
    uma historia curta, porém muito bem escrita que me envolveu e me deixou triste por ter acabado tão rapido. Uma bela narração de uma unica aventura, que teve seus momentos ironicos, tristes e dramaticos e etc.
    Tava otimo, valeu mesmo

    Ston

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