Nessa manhã eu trago-lhes mais uma disputa Roleplay, pessoal!
Os desafiantes são Joxkyz e Zath Elfir! Eles escreveram durante a semana um texto em cima do tenebroso tema:
Vamos investigar o mistério que nos espera? Boa leitura!
Spoiler: Texto 1Hospedagem Maldita
Castelo Real, Thais
Rei Tibianus estava inquieto, a população já estava ficando revoltada com sua governância por vezes questionável. Talvez alguma rebelião pudesse acontecer nos próximos dias.
Nos últimos meses vários forasteiros foram vitimas de inúmeras emboscadas na cidade de Thais. Bandidos tem se aproveitado de lugares estreitos ou de penumbra para fazer assaltos. A saída sul era constantemente palco de várias chacinas. A população cobrava uma segurança mais eficiente, ameaças ao Rei eram feitas todos os dias.
— Harsky — o Rei chamou um dos guardas em quanto acariciava seu poodle, Noodles.
— Glória ao Rei! — disse o guarda — O que deseja meu senhor?
— Escute com atenção. — suspirou o Rei, mostrando estar triste com o que iria dizer — Quero que chame o melhor arquiteto que nosso mundo conhece, não se importe com dinheiro, só com qualidade. — Encostou seu braço no trono e apontou o dedo para o guarda — Alugue a casa que indicarei para ele. Quero que ele reformule as principais áreas que estão sofrendo emboscadas na cidade. Não importa como ficarão, só quero que haja uma maior segurança para nossa cidade e para quem chega.
O guarda assim que recebeu as ordens do Rei, rapidamente foi para um dos quartos do Castelo. Preparou uma carta, com destino a Yalahar.
Três dias se passaram.
Aureate Court 3, Yalahar
Oscar estava muito cansado, sua vida como arquiteto estava acabada, não por falta de oportunidade, mas porque ele estava cansado de tudo isso. Porém, diferentemente dos outros dias, naquela manhã ele estava decidido a aceitar qualquer proposta que viesse. Oscar tinha cabelos pretos e curtos, alguns fios brancos mostravam que ele já estava velho. Antes de seguir seu sonho de arquitetura, ele era um grande paladino.
Richard, primo mais velho de Oscar estava tomando o café da manha quando alguém bateu à porta.
— Bom dia – disse Richard abrindo a porta.
Era um carteiro trazendo uma carta para seu primo. Richard quase semanalmente recebia mensagens com propostas para Oscar. O arquiteto e seu filho moravam na casa dele há dois meses, desde que ele abandonou sua carreira gloriosa.
Oscar calçou seus chinelos e desceu as escadas para ir tomar seu café da manha. Ao terminar de descer as escadas viu Richard com uma carta na mão, neste momento o arquiteto pensou: "Ai está, um trabalho depois de meses".
O arquiteto ficou ainda mais surpreso ao ver quem havia enviado a carta, seu envelope continha os seguintes dizeres:
“Remetente: Rei Tibiaunus III, Castelo Real, Royal Avenue, Thais.”
Alguns dias depois...
Upper Swamp Lane 12, Thais - Casa mal-assombrada
A Pacata casa era toda branca com alguns detalhes em mármore ou rochedos. Algumas madeiras sustentavam a casa. Apesar de parecer antiga, estava bem conservada até hoje. Como se alguém morasse ali.
Oscar abria a porta enquanto seu filho Mike começava a pegar algumas malas. Seu filho tinha quatorze anos, um cabelo preto e longo, não tinha um corpo atlético, sua vida de rico o fizera engordar nos últimos anos. Ele não queria iniciar sua vida de guerreiro, se recusara a ir para Rookgaard a alguns anos para aprender a lutar.
Oscar e seu filho ficariam hospedados por cinco dias, para que ele reformulasse algumas áreas de Thais. Todos os móveis foram providenciados pelo Rei, aquela casa não era alugada a dois anos.
Na última vez que foi alugada o filho mais novo do Rei e sua mãe Catalina morreram misteriosamente naquela casa, quatro dias depois de terem se hospedado. Por algum motivo o Rei escolheu logo esta casa para o arquiteto. Ele ouviu alguns boatos da casa ser mal assombrada, mas era cético em relação a isso. Não acreditava nessas bobeiras.
Quando entraram na casa, a primeira coisa que Oscar percebeu era que a casa estava brilhando. Pensou consigo mesmo: “O Rei deve ter feito mil e uma coisas para me receber aqui.”
Algumas horas depois...
Mike estava em seu quarto lendo um livro. O arquiteto estava fora, provavelmente visualizando os locais que deveria exercer seu trabalho.
Eram 17:58. Mike escutou um ruido vindo da sala, um barulho de porta batendo. O filho do arquiteto acho que era seu pai entrando em casa.
Alguns minutos se passaram e nada de seu pai se manifestar, o que era algo diferente do habitual. Sempre que Oscar chegava em casa cumprimentava seu filho, era algo corriqueiro.
Outro barulho de porta veio da sala. Mike resolveu checar. Não havia nada. O que será que estava acontecendo? — Pensou Mike.
Ele ficou andando pela casa por um momento, chamando pelo seu pai. Imaginou que aquilo era extremamente estranho.
Enquanto andava pela sala, sentiu vontade de usar o banheiro. Entrou no banheiro; ligou a luz; fechou a porta e levantou a tampa do vaso. Mike estava urinando, então repentinamente a luz se apagou.
Mike se assustou; tentou ligar a luz novamente mas ela não acendia; tentou de novo mas nada acontecia. Seu medo foi crescendo, pois sempre teve medo do escuro. Ele abriu a porta resolveu sair correndo do banheiro, se cuidando de levantar as calças.
O que estava acontecendo? — Pensou ele. — Tente esquecer isso — Pensou de novo.
Agora na sala, Mike olhava para a cozinha, para o banheiro e para a porta de entrada. Ouviu outro barulho de porta batendo. O adolescente sentiu vontade de sair correndo, mas sua curiosidade o fez olhar para onde vinha o barulho. Era seu pai entrando pela porta.
Depois de contar sobre o ocorrido com ele; Oscar simplesmente disse que picos de luz são comuns, e que o medo era fruto da imaginação dele; pediu para que ele não ficasse preocupado com coisas do tipo.
— Enfim filho, eu estou bastante cansado, vou ir para o quarto trabalhar um pouco e depois dormir. Não faça barulho. Boa noite.
Alguns dias se passaram, Mike teve pesadelos em uma noite e acredita ter visto vultos algumas vezes. Seu pai sempre dizia a mesma coisa. De que tudo não passava de um mal entendido.
Terceira Noite:
Todos estavam dormindo, o relógio apontava três e quarenta da manha. Mike acordou e sentiu vontade de ir no banheiro. Ele tentava resistir ao máximo. Desde aquele incidente do primeiro dia morria de medo de estar sozinho na casa. Quando seu pai saia, ele andava pela cidade, tudo para que não ficasse sozinho em casa. Naquela noite parecia que estava fazendo 10oC abaixo do normal.
A vontade de ir no banheiro era imensa. Ele não podia resistir, levantou se calmamente e foi ao banheiro. Olhou para seu pai que dormia em uma cama ao lado da sua, ele dormia tranquilamente.
Desceu as escadas procurando um interruptor para que pudesse ligar a luminária.
A porta do banheiro estava entreaberta, Mike sentiu que não deveria entrar no banheiro. Ele abriu a porta lentamente fazendo com que o breu se desfizesse com a pouca luz que vinha da sala o transformando em uma penumbra. Mike estava entrando no banheiro — A porta fechou sozinha.
Mike entrou em pânico e saiu correndo, subia as escadas já pensando em ir para à cama de seu pai, mas enquanto subia acabou tropeçando. Acabou batendo a cabeça na quina da escada, abrindo um ferimento.
Seu pé começou a ser puxado. Mike não sabia o que poderia ser, ele olhava para seus pés mas não havia nada, e mesmo assim algo lhe estava puxando. Balançava seus pés freneticamente; se agarrar no corrimão, mas parecia que nenhuma força que fizesse era suficiente para parar aquilo. Mike gritava muito alto, será que seu pai iria escutá-lo?
A porta do quarto de hospedes que ficava ao lado do banheiro se abriu. Não podia se ver nada dentro dele, tudo estava escuro. A luz da sala desligou. Ele foi puxado para os quartos de hóspedes, a porta se fechou em um estrondo que sacudiu a casa inteira, então ele perdeu a consciência.
Algumas horas depois.
— Eu estou dizendo Pai!!! — Os olhos de Oscar mostravam sua descrença e os do filho mostravam pânico.
— Filho... — Suspirou — Seu pai já enfrentou diversos monstros em sua vida... Nenhum pode entrar em casas e nem ficar muito tempo invisível.
— Então é algo sobrenatural ou alguma outra coisa! Eu não sei pai! Mas estava lá!!!
— Filho, esqueça isso, tome aquele remédio que está em um frasco que esse inchaço vai melhorar.
— Mas antes me diga algo — Insistiu o filho — Qual a explicação para os acontecimentos de ontem?
— Bem — O pai fez uma cara de quem pensava arduamente, mas contudo irônica — Sobre a porta ter se fechado sozinha, está claro que foi o vento. Ventava muito ontem a noite. Foi então que você subiu as escadas correndo, caiu, se machucou e correu para o quarto de hóspedes por algum motivo e em seguida desmaiou. Só isso!
— Só isso? — Ironizou Mike.
— É um grande mal entendido, eu concordo, mas é só isso. Nada de sobrenatural. — Olhou em seu relógio — Bem filho, estou atrasado, o dever me chama.
Horas depois
Castelo Real, Thais
Oscar, enquanto re-desenhava uma parte do projeto que o Rei não tinha gostado contou a ele e aos guardas, sobre o que seu filho dizia. O clima parecia ficar mais pesado a cada palavra pronunciada por Oscar. Os guardas e o Rei se entreolharam.
— Pronto. Está aqui.
O Rei se aproximou e pegou o papel, olhou atentamente e disse:
— Está perfeito. Amanhã mesmo começamos as obras e depois de amanha te pagaremos.
Oscar se levantou, cumprimentou a todos e saiu pela porta da frente. Alguns minutos depois, o Rei mandou um dos guardas verificarem se o arquiteto já tinha ido.
— Confirmado majestade. — Disse um dos guardas.
— Ótimo. — Bufou — Ele terminou o trabalho no momento exato. É nesta noite que deve acontecer?
— Sim, provavelmente Senhor. Sua mulher e seu filho morreram as duas horas da manha da quarta noite. Isso também aconteceu com os moradores de antes deles. Parece que tudo acontece quatro dias depois da hospedagem.
— Ótimo... — Fitou os guardas, sorrindo com o canto da boca — Nos livraremos de pagar uma quantia grande de dinheiro.
Alguns guardas pareceram ficar desconfortáveis e outros sorriram de volta.
O Rei caminhou lentamente a uma de suas mesinhas. Abriu a terceira gaveta. Puxou uma pasta, que em seu rodapé dizia "Altamente Secreto — Morte do Príncipe e da Rainha".
Pegou a última pagina da pasta, onde estava destacado em negrito " Resumo pelo investigador Arieswar".
Começou a ler algumas partes da página:
"... Uma Priestess... Fazendo sacrifícios humanos em rituais de magia negra... Casa pegou fogo e assim morreu... Dia treze de fevereiro, uma sexta-feira... Espirito... "
O rei lia pensando em sua mulher. Ele a amava, mas tinha medo de que os cidadãos não respeitassem ela por ser uma antiga prostituta, por isso a deixou morando de aluguel em várias casas, a ultima foi a Upper Swamp Lane 12. Uma lágrima caiu de seus olhos. Agora ele estava prestes a se omitir de um assassinato de alguém tão importante, que aconteceria do mesmo jeito que sua mulher e seu filho morreram.
Não! Preciso alertar Oscar sobre isso, minha consciência será pesada até o fim de minha vida. — Pensou o Rei.
O Rei começou a andar depressa, alguns guardas estranharam e começarem a acompanhá-lo.
— Fiquem aqui, eu já volto. Não me esperem. — Ordenou o Rei sem olhar para trás.
Alguns metros depois de sair da Royal Avenue, o Rei acelerava seus passos. A noite estava se iniciando. A rua asfaltada mostrava um certo desespero, a cidade não passava por reformas a anos, era a primeira cidade grande do mundo inteiro.
Eram 18:17. O sol estava se pondo. Em algumas áreas já havia penumbras. A rua estava vazia, nenhuma alma viva ousara sair hoje por algum motivo.
— Onde pensa que vai Senhor Tibianus? — Disse uma voz na calada da noite, uma voz que dava calafrios.
O Rei Tibianus se virou rapidamente, procurou de onde tinha vindo aquela voz grossa que lhe amedrontou de imediato.
— Quem é? Onde você está? — Olhou ao seu redor.
Ninguém respondeu. O Rei vendo que nada o respondeu, achou que ouvira coisas irreais. Então continuou a andar.
— Porque não me responde? — Disse a voz novamente. — Aonde pensa que vai!?
Tibianus olhou ao seu redor novamente e finalmente o viu. Era um homem de estatura media. Usava um manto marrom. Seu capuz escondia seu rosto, só era visível sua boca.
— Quem é você? — Disse o Rei com medo — O que quer?
— Sei que está tentando matar o arquiteto. — As palavras foram como uma faca sendo cravada no peito do Rei — E agora parece que está tentando mudar de ideia. Mas não vai conseguir. Não sem passar por mim.
Upper Swamp Lane 12
Quarta Noite:
Mike estava com dificuldades para dormir. Já era quase uma hora da manhã. Seu pai estava ao seu lado.
Ele sentiu fome. De alguma forma ele pensou que não teria problemas ir na cozinha fazer algo para comer. Havia passado o dia inteiro tentando esquecer o incidente. Tentava fazer com que ele mesmo acreditasse que tudo era parte de sua imaginação. Desceu as escadas; acendeu a luz.
A luminária da cozinha estava acesa — Mas eu desliguei isso antes de dormir — Pensou Mike. Estranhando o fato de que seu pai foi dormir mais cedo que ele. Mike esteve acordado desde então; seu pai não poderia ter ligado isso.
Sentiu calafrios que iam até suas entranhas, algo o dizia para parar — Não tenha medo, sacerdotisas e bruxas não existem. — Mike pensou. Estranhou esse pensamento, parece que tinha sido alguém que havia pensado por ele.
Mike entrou na cozinha e ficou arquejante. Aquilo não poderia ser ilusão. Na parede atrás da mesa estava escrito, em sangue que ainda escorria:
“Morte a qualquer invasor.”
Seu coração jovem palpitou. Saiu da cozinha correndo. Ao passar pela sala, viu ao seu centro alguns símbolos feitos também de sangue. Um Pentagrama. Os moveis que estavam lá não eram os da casa, pareciam ser de duzentos anos atrás. Quando olhou para o teto, viu um homem. Estava nu e com estacas em várias partes do corpo. Pingava sangue dele.
Correu em direção a escada, ao pisar no primeiro degrau olhou para cima e soltou um grito de horror.
Uma figura obscura. Usava um manto preto com detalhes em vermelho. Tinha uma pequena estatura e seus cabelos pretos e longos saiam de seu capuz, decaindo em seus ombros.
Oscar acordou com o barulho, levantou-se rapidamente notando que seu filho não estava dormindo. Uma aflição bateu em si. Pegou um arco e algumas flechas que guardava debaixo de sua cama.
Ao começar a descer a escada notou que seu filho estava correndo em direção a porta, e que uma entidade sombria estava ao pé da escada, ao olhar bem percebeu que era uma Priestess, uma sacerdotisa.
Oscar puxou uma flecha que continha veneno em sua ponta, aponto para o alvo e atirou.
O que!? — Pensou Oscar ao ver oque aconteceu.
A sacerdotisa se desintegrou. A flecha ficou presa na parede.
Mike estava quase alcançando a porta, quando de repente seu corpo foi jogado contra a parede em alta velocidade. — O que poderia ter sido aquilo? — Pensou Oscar.
O arquiteto pulou das escadas para poder chegar a seu filho mais rapidamente. Ele estava desmaiado, a solução era pegá-lo no colo e sair da casa. Ele pegou seu filho e rodou a maçaneta. Ele abriu a porta, mas antes mesmo que ele pudesse sair, a porta simplesmente fechou com uma velocidade sem igual. Agora a porta estava trancada.
Oscar se virou para a sacerdotisa, algo dentro de Oscar lhe dizia que nada poderia parar ela. Notou que toda sua sala estava diferente, viu o corpo que estava preso ao teto e quase chorou. Seu destino era inevitável. No breu do capuz, dois pontos vermelhos começaram a brilhar, eram os seus olhos.
Oscar se ajoelhou. O piso de madeira estava cheio de poeira. Ele encostou seu filho no chão levemente, fazendo ele deitar. Um ferimento enorme estava em sua cabeça, sangrava demais. Oscar abraçou e deu um beijo em seu filho Mike; um beijo que parecia o de boa noite. Em seguida olhou para a sacerdotisa, se levantou e correu na direção dela pronunciando um grito estrondoso:
— Exevo Mas San!!!
Algumas horas depois
— Tem certeza que foi aqui senhora? — Disse um dos guardas.
— Sim! Eu escutei tudo pela madrugada! — Disse a velha senhora enquanto o guarda batia insistentemente na porta.
O guarda de Thais já estava irritado com a situação, começou a tomar distância da porta, pedindo delicadamente que a senhora, que morava na casa ao lado se afastasse. Ele empurrou seu corpo contra a porta, mas nada aconteceu. Deu um chute forte, a porta caiu para dentro da casa.
— Pronto, agora vamos ver o que... — O guarda parou, ficou assustado com o que estava vendo.
O guarda sabia sobre a provável morte do arquiteto e de seu filho. Mas não aquilo.
— Olá? Alguém está em casa!? — Disse a senhora.
A casa estava intacta, tudo em seu devido lugar, não havia nenhum traço de que alguém tivesse morado ali nos últimos cinco dias. O guarda aconselhou que a senhora fosse para sua casa, que ele iria assumir a partir dali. Ele entrou na casa, olhando atentamente para cada local em busca de pistas. Subiu as escadas lentamente, com medo do que poderia encontrar. E tudo se confirmou. Não havia ninguém na casa.
Ao procurar por algo dentro do quarto do arquiteto e de seu filho, ele achou em cima de uma mesa um arco, uma pasta que dizia "Projeto" e um bilhete escrito a lápis. O guarda começou a ler o bilhete:
"Meu nome é Oscar Taylor, eu e meu filho Mike Taylor vamos partir em uma viagem às pressas. Não nos procurem, pois não irão nos encontrar. "
Castelo Real, Thais
— O que!? — Esbravejou o Rei enquanto acordava pulando da cama. Um dos guardas estava ao seus pés sorrindo pra ele.
— Serviço completo majestade, o arquiteto sumiu. — O Rei passava a mão no rosto e olhava para os lados. Estava muito confuso.
— Não foi encontrado nenhum corpo como das últimas vezes por motivos desconhecidos, iremos realizar algumas buscas. Apesar de em uma nota, o arquiteto ter pedido para não ser procurado. Não sabemos como ele teve tempo de escrever isso, ou quando escreveu, mas o que importa é que o projeto está com a gente, podemos começar as obras imediatamente.
— Hmm... Tudo... Tudo bem. — Disse o Rei enquanto se orientava — Como eu vim parar aqui? — Disse com um ar de desorientação que fez com que o guarda esboçasse um sorriso.
— Vossa Majestade, você chegou à noite, disse que estava muito cansado e foi dormir. Não se lembra?
O Rei se lembrou de tudo que aconteceu na noite passada. O homem de marrom, quem era? O que aconteceu? E como ele chegou em seu castelo? – Pensou.
O guarda começava a ir embora então o rei chamou sua atenção.
— Harsky... — Dizia o Rei enquanto fitava o guarda — Comece as obras. Use parte do dinheiro que iria para Oscar para construir um busto dele em todos os pontos reformulados por ele. Se sobrar algum dinheiro, envie para seus familiares. Eu soube que ele tem um primo que mora em Yalahar.
— Mas senhor...? — Estranhou o guarda
— Somente faça. Vai!
E assim termina a história da casa mal assombrada. Já se passaram treze anos desde então. Há lendas pela cidade de que Oscar protege a cidade da sacerdotisa. Outros dizem que já viram Mike andando durante à tarde, como fazia durante as horas que seu pai trabalhava pela cidade. A sacerdotisa? Ninguém sabe. Afinal ninguém ousou alugar aquela casa de novo, além disso, a cinco anos atrás, foi considerada patrimônio público da cidade de Thais.
Spoiler: Texto 2A Casa de Urgith
— Upper Swamp Lane 12? Há muito tempo atrás um homem morava lá, sozinho e exilado, se recusava a conversar com os vizinhos, e não abria a porta para quem aparecia, alguns dizem que ele ficou assim após sua mulher morrer e que guardava o cadáver, com o qual fazia as coisas habituais, sentava à mesa com o defunto, dormia com ele, alguns até dizem que ele até dava banho no corpo. Mas o tempo passou e ele morreu. Ninguém nunca se atreveu a habitar aquela casa, alegando ser habitada por fantasmas, e que a noite não é auspicioso andar na frente dela, mas não passam de boatos, eu acho, agora vá, vá brincar com seus amigos. — Contava Korier uma história sobre a casa assombrada.
— Obrigado vovô, mas você acha que é verdade? — Perguntou Teddy, seu neto.
— Não acredito nem desacredito, se existem demônios e deuses, por que não podem existir fantasmas?
—Mas eu não tenho medo deles, vovô, eu sou um bravo cavaleiro e não tenho medo de nada! — Disse Teddy empunhando sua espada de madeira, a qual chamava de agulha, saindo pela porta da casa.
— Hehe, jovem Teddy, é pequeno e frágil, mas é corajoso e tem um bom coração, espero que seja igual ao pai dele.
O velho se levantou de onde estava, foi até seu quarto e retirou do fundo de sua gaveta uma pintura velha e empoeirada, que apresentava a imagem de uma jovem e sorridente mulher.
— Você não sabe quanto eu sinto sua falta, minha doce Lobys. — O velho olhou mais uma vez para a foto e por fim guardou-a e retirou-se do quarto.
Após sair de casa o pequeno Teddy encontrou com outras cinco crianças da sua idade para brincarem pelas ruas movimentadas da cidade de Thais. Teddy tinha o espírito de uma típica criança agitada, por mais que o seu avô insistisse em deixá-lo limpo e bem arrumado, o garoto sempre dava um jeito de deixar seu curto cabelo castanho sujo e arrepiado, o mesmo acontecia com suas roupas, seu único apetrecho que sempre estava em bom estado era sua espada.
Ele era menor e mais magro que as demais crianças, mas era o que os encorajava a fazerem as típicas travessuras de moleques soltos pela cidade.
O tempo passava e as seis crianças continuavam a divertir-se por toda Thais, espantavam os pássaros, roubavam comida na taverna, derrubavam velinhas no banco.
Eis que surgiu um desafio, imposto pelo garoto mais velho do grupo, chamado Pervs, ele era o mais alto e mais gordo do grupo, mesmo aos dez anos já tinha a altura de um adulto.
— Estão vendo aquela casa? — Começou ele — é a casa assombrada, dizem que uma mulher foi assassinada lá dentro e antes de morrer ela lançou uma maldição sobre o lugar, e sua alma repousa ali até hoje, eu duvido algum de vocês irem até lá! — desafiou Pervs.
— Ouvi dizer que uma mulher morreu e o marido dela ficou com o corpo após a morte, para que eles jamais se separassem, e que suas almas continuam habitando esse lugar até hoje. — Comentou um garoto ranhoso de cabelos vermelhos.
— Vocês são muito medrosos, fantasmas não existem, eu vou até lá! — Disse Teddy com um tom heróico.
— É melhor você não fazer isso, dizem que quem lá entrou nunca mais voltou. — Protestou o garoto de cabelos vermelhos, puxando Teddy pelo braço.
— Essas histórias são contadas para assustar as criançinhas como você, e além do mais, eu tenho a minha agulha, ela vai me defender. — Disse Teddy desvencilhando-se do amigo.
— Bem, é você quem decide, boa sorte, e volte com vida.
O destemido garoto caminhou pelo pequeno jardim que levava até a porta da casa, parecia como qualquer casa desabitada, sem nenhum ruído, tudo estava calmo. Ele dirigiu-se até a porta, girou a maçaneta e abriu-a, neste momento os garotos que o esperavam na calçada deram um grito de espanto em coro.
Nada saiu de dentro da casa, parecia mesmo abandonada, Teddy começou a entrar na casa, cautelosamente, chamou por alguém para ver se alguém o atendia, mas sem resposta. Continuou andando com sua espada de madeira empunhada, passou pela sala, pela cozinha, por dois quartos, pelo banheiro, porém sem êxito. Se tinha algo naquele lugar era poeira, muita poeira, pensou o garoto.
Vendo que se tratava somente de uma casa velha e empoeirada ele decidiu voltar ao encontro de seus amigos que o esperavam apreensivamente.
— Viram, eu disse, é somente uma casa, não tem nada de mais aqui! — Exclamou Teddy estufando o peito, como se tivesse feito a coisa mais importante de sua vida.
Mal terminou de falar e seus amigos gritaram em uníssono e correram. Algo os assustara.
Temendo o pior, Teddy virou-se e avistou logo atrás dele uma entidade pairando no ar, parecia fumaça, mas não era, tinha forma de uma mulher. Teddy ficou sem reação e caiu, tentou fugir, mas o espírito o cercou, não teve escapatória, a entidade deu a volta nele e bloqueou sua saída.
— Teeeedy, não tenha medo. — Disse a entidade com uma voz fantasmagórica e sombria — Eu não irei te fazer mal, por enquanto.
— Não, por favor, eu sou muito novo para morrer, deixe-me ir. — Gritava desesperado o garoto.
O garoto encontrou sua espada que havia deixado cair e atacou o espírito. Não surtiu efeito, a espada atravessou a mulher como se estivesse atacando o vento.
— Tolinho, o que já está morto não pode morrer. — Debochava o fantasma.
— Não, não, me deixe sair, socorro, Vovô Korier, me ajude! — Gritava Teddy com todas as forças.
— Garoto tolo, ninguém poderá lhe ajudar agora, nem mesmo seu vovozinho. Você está condenado!
O fantasma se voltou para o garoto e encostou sua face na dele, soprou alguma substância branca, muito parecida com fumaça. O garoto desmaiou.
Tudo estava escuro a não ser três pequenos feixes de luz vermelha, violeta e amarelo. Que lugar era aquele, estava ainda vivo, parecia que logo iria descobrir. Passos foram ouvidos se aproximando.
A porta se abriu, dela surgiram três indivíduos que Teddy não podia distinguir, devido à escuridão da sala.
— Por favor, deixem-me ir! — Implorava o garoto.
— Sua sentença de morte já foi assinada, e sua alma pertencerá ao meu senhor Urgith. — Disse uma voz grave, que o garoto não sabia de quem era.
Uma vela em um crânio foi acesa, agora podia-se ver claramente quem eram aquelas pessoas, uma delas ela a mulher-fantasma, as outras duas não eram de seu reconhecimento, um deles usava uma capa preta e um capuz ocultava seu rosto, o outro era velho, mas parecia ser o mais influente dentre os três, os outros dois obedeciam suas ordens sem levantar questionamento.
A sala estava praticamente vazia, só havia uma pedra branca, de um tipo de mármore que o garoto nunca havia visto anteriormente, estava cheio de sangue, provavelmente era usada para rituais e sacrifícios, e acima dela um lustre avermelhado com cinco velas alinhadas, formando um pentagrama.
O homem encapuzado retirou um punhal preso a sua cintura e fez um corte em sua mão, deixando o sangue escorrer até entrar em contato com a pedra.
— Sangue do sacerdote para a mente libertar. — Começou ele.
A mulher-fantasma se aproximou da pedra de ritual, postou sua cabeça sobre onde o sangue pingou e de sua face escorreu uma lágrima.
— Lágrima da Noiva de Urgith para o espírito libertar. — Recitou ela.
O garoto logo percebeu o que acontecia ali, se tratava de um ritual muito antigo, que seu avô lhe contou uma vez, nele dava-se o sangue de um Mestre Necromante, a lágrima da Noiva de Urgith e a vida de uma alma jovem, em troca disso Urgith, O Senhor dos Mortos readquiria forças e poderia voltar ao mundo dos vivos, para espalhar terror e desgraça por entre os povos.
Percebendo que sua vida estava em risco, Teddy começou a se debater onde estava amarrado, esperando soltar-se de alguma forma, mas seus esforços foram em vão, as cordas que o prendiam eram grossas e estavam amarradas firmemente, e mesmo que conseguisse se soltar, não conseguiria combater as três entidades, não sozinho e sem armas.
O velho homem que acompanhava o Mestre Necromante e a Noiva de Urgith aproximou-se do garoto.
— E por fim a vida de uma alma jovem. — Recitou o velho. — Assim, eu, Urgith, Senhor dos Mortos terei vida novamente.
Urgith tomou o punhal do Necromante, soltou as cordas do garoto que se debatia, arrastou-o até a pedra cerimonial com um pouco de esforço, pois o garoto não desistia e lutava para escapar.
O punhal perfurou sua barriga lentamente, sangue começa a ser expelido pela sua boca, a morte estava demorando demais para chegar, Teddy pode ver Urgith adquirindo força e soltando urros. O Senhor dos Mortos foi em sua direção, abriu a boca e abocanhou o rosto de Teddy, há essa hora ele já estava morto.
— Não!
Teddy acordou deitado em frente à porta da casa assombrada com seu rosto encharcado, assim como sua calça.
Vendo a situação de Teddy, os outros garotos postaram-se ao redor do garoto e passaram a apontar para sua cara e dizerem coisas como “medroso”, “mijão”, “bebezinho da mamãe”.
— Ele teve um piripaque! Que medroso! — Dizia um garoto aos risos.
Mal sabiam eles do alívio do garoto em ver que havia acordado.
— Já chega, vamos lá ao castelo sacanear o Bozo novamente, é mais divertido. — Sugeriu um dos garotos.
Quando passaram pela cerca da casa uma voz sombria e gélida ecoou ao fundo.
— Teeeedy, vamos brincar...
Duas ótimas estórias, não? Agora votem dizendo qual mais gostou!
Os votos serão contados até dia 31/07/12, e, em caso de empate, o prazo será prorrogado por mais dois dias! Peço que não revelem quem é o autor dos textos.
Até a próxima disputa!
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 



Responder com Citação






