Pelo jeito estamos em uma onda de W.Os. Vamos agitar, galera, tá ficando morno :l
Texto da Luna:
Julga-me culpado
Era verão e estava fazendo um calorão insuportável quando resolvi me sentar em um banco da praça. Todos estavam, obviamente, ocupados. Coisa comum nas cidades pequenas o povo todo sair das casas quentes como o inferno e ir sentar-se na praça para aproveitar a tarde e festejar seja lá o que.
Tudo isso me apoquentava para diabo, mas minha cabeça estava para explodir e o calor do buraco em que eu vivia não ajudava em nada. Andei embaixo daquele sol escaldante até encontrar um tipo menos irritante para dividir um banco. Foi então que eu conheci o Tony. É realmente de impressionar encontrar um exemplar daqueles no fim de mundo em que eu vivia: Óculos escuros, bigode aparado, e, a despeito do calor, um terno marrom elegante combinando com seus sapatos pretos lustrosos. Lia um jornal estrangeiro quando eu perguntei se podia sentar. Ele meneou a cabeça e eu me sentei a seu lado, invejando seu chapéu de feltro. Eu realmente queria ser que nem um homem desses, aparentemente importante, sentado a ler a droga de um jornal sem se apoquentar com contas ou com o aluguel atrasado do casebre em que vive. Eu não sabia o azar que eu tive de encontrar aquele desgraçado, se quer saber.
Foi ele que deu a ideia do assassínio, assim, sem rodeios mesmo. Em uma semana já tinha se encostado na minha casa. Em um mês planejávamos feito um só a morte do Tadeu Moreira. O infeliz era um fazendeiro da região, sovina na mesma medida que era rico – e cá entre nós, isso não era pouca coisa.
Eu estava num mau momento, falando sozinho pelos cantos, e a miséria que estava minha vida me punha doido. Tony soube se aproveitar bem disso, ele já me conhecia bem, o diabo. Pintava um belo dum quadro, em que nós dois ricos íamos pro estrangeiro, deixávamos esse buraco pra trás e depois só salões de festa, champanha, mulheres bonitas, e tudo mais que um pobre coitado como eu podia sonhar.
Mas veja bem, seu delegado, quem puxou o gatilho não fui eu, mas o próprio Tony. Eu fui cúmplice, confesso, mas na hora não tive a coragem. Minha mão tremia pra diabo, eu não podia consumar o crime. Mas ele podia, ele não hesitava. Eu assisti em primeiro plano enquanto ele agia. Atirou três vezes na cabeça do pobre do Tadeu, à queima-roupa. Pegamos o ouro e corremos pra diabo, e então o Tony foi esconder tudo debaixo duma pedra, a uns 5 km da fazenda, e jogou a arma no rio.
No outro dia descobriram o corpo do infeliz e o cofre vazio. Eu acordei com uma baita duma dor de cabeça e vi que o cão tinha fugido.
Depois você já sabe a história. Fui pego e reconheço que tenho que prestar contas, mas não posso ser o único punido. O desgraçado do Tony, que é o verdadeiro culpado, tem que pagar. Melhor: mofar na cadeia. Não concorda?
O delegado observava com interesse o homem à sua frente que aguardava sua resposta.
- Concordo, senhor Antonio. O senhor há de ser julgado.
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