Capítulo 3 – A Família Martinez
As tapeçarias elegantes nas imensas paredes do castelo não apenas decoravam o ambiente como também o aqueciam. O mármore era do mais elegante, branco e estava por toda parte. As colunas que sustentavam majestosa construção eram trabalho não apenas de um grande engenheiro, mas de um artista. Em cada coluna havia um pouco da história da família, esculpidas por um gênio. Localizado na Floresta a Sudoeste de Thais, era uma grande fortificação. Sua planta era quadrada com quatro torres, aliando a arte militar e a necessidade de defesa com a procura de conforto. Um verdadeiro palácio-castelo. Palco das maiores vitórias dessa família de grandes navegadores, e agora de sua ruína.
Alícia estava chegando ao salão principal quando ouviu seu irmão gritar:
- Pelos Deuses! Continuas gastando todo tostão que encontra mulher!
- Sou uma pessoa muito visada! Não posso ser vista nos bailes com os mesmos vestidos... Não posso! – exclamou Catarina Martinez, mãe do barão e da baronesa – Onde está a fortuna que seu pai deixou?
- Mamãe... – falou baixando a voz o barão – sabe que estamos em uma situação difícil, preciso que a senhora se controle.
- Não me respondeu onde está enfiando todo ouro que seu pai nos deixou, Salazar – retrucou a senhora
Quando o pai de Salazar morreu deixou uma fortuna em ouro puro, fruto das grandes expedições pelos mares mais turbulentos, onde encontrava embarcações naufragadas perto da costa ou de uma ilha desconhecida. Ainda, há quem diga que era um pirata da pior espécie. Que suas tripulações eram de estupradores, gatunos e todo homem foragido que quisesse se esconder em alto mar. Porém, eram imbatíveis com suas embarcações velozes e bem armadas. Os Martinez eram respeitados e temidos pelos sete mares.
Salazar ao contrário do pai resolverá se instruir e não ser apenas um marinheiro como ele costumava dizer. Durante toda sua infância havia estudado em casa com padres e cientistas de todos os lugares do mundo, entretanto os odiava. Dizia que o olhavam com superioridade. O único que o cativou foi Norberto “O Louco” como era conhecido, fora ele quem despertara seu interesse em busca de relíquias.
- Estou no meio de uma busca mamãe, em breve seremos mais ricos do que...
- NUNCA! – interrompeu Catarina – ouço isso há muitas luas meu filho, abandone esse sonho e concentre-se no que essa família faz melhor, navios!
Alícia tenta passar despercebida pelo grande salão, mas quando está no segundo degrau da grande escada de mármore é reconhecida:
- Alícia! Minha querida irmã, não nos viu por aqui? – pergunta Salazar com ironia
- Salazar, não apenas os vi como ouvi seus devaneios – responde secamente
- Oh, minha adorável irmã... Não sabes o que dizes, não sabes.
- Salazar, conheço nossa situação! Conversei com nosso conselheiro e ele disse que o melhor a fazermos é pararmos com essa busca interminável que não nos rende um tostão! – esbraveja a baronesa
- Alberto? É um tolo, sem visão...
- Tolo? – interrompe a jovem - Quando não tivermos mais o que colocar em cima da mesa, tivermos que vender nossas embarcações, só os Deuses sabem o futuro dessa família...
- Não percamos nossas esperanças minhas rainhas – disse o barão no seu tom mais cínico, procurando confortá-las e acabar com toda aquela discussão – precisamos ficar juntos, sabem o quanto as amam e não deixarei que falte nada a vocês.
Quando eles se abraçam mutuamente, entra um marinheiro malcheiroso e completamente sujo. Com as botas encharcadas e sem camisa, dizendo:
- Senhor... – começa o homem
- Ah pelos Deuses Salazar! Meu tapete, meu tapete! – exclama Catarina
- Se acalme! Prossiga imundo – ditou o barão
- Notícias do Louco, perdão senhor, do historiador Norberto – se encaminha para entregar ao nobre o pergaminho – pediu para que fosse entregue em mãos imediatamente e que eu o defendesse com unhas e dentes.
O pergaminho tinha uma pequena mancha de sangue em cada ponta, um código criado por eles quando o assunto fosse ultrassecreto.
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