No projeto anterior que eu estava (trabalho com projetos, a cada +-6 meses muda tudo, muda o prédio, as pessoas, a vida, enfim) eu almoçava todo dia num restaurante que um dos garçons era um menino +- da minha idade, que tinha Down.
Ele executava as funções dele direitinho. Eu não sei qual é a capacidade intelectual de alguém com Down, mas pelo menos para garçom e coisas desse tipo, eu percebi que essas pessoas podem trabalhar sem problema algum, e com toda dignidade de cada profissão.
Uma ou outra vez, quando pressionado (tipo 3 pessoas reclamando do pedido ao mesmo tempo) ele ficava nervoso, mas rapidamente vinha uma garçonete acalmá-lo e resolver a situação.
Eu sempre tratei ele muito bem, me acostumei a chegar no restaurante, dar boa tarde, etc. As pessoas que também frequentavam também o tratavam bem, com carinho e tal.
Refletindo sobre isso, cheguei a conclusão que a sociedade hoje nos obriga a competir e sempre chegar em topos inalcançáveis, o que nos faz achar que pessoas com algumas deficiências são lixos que não conseguem nada. Mas, na realidade, o que importa mesmo é ser feliz, e aquele garçom parecia feliz, ficando lá no restaurante e cumprimentando os clientes, trabalhando honestamente e pagando impostos. É, ele nunca vai ser o cientista fodão, ou gostosão pegador, mas nem eu nem você seremos. Felicidade é o que importa.
Sobre filho:
Pessoalmente eu não gostaria de ter um filho com Down, e abortaria. A verdade é que eu sou egoísta demais e exigente demais, e nunca viveria bem sabendo que meu filho possui restrições mentais.