Ashari, amigos tibianos! ❤
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~ Contos de Kaditta ~
Spoiler: Dead Archer QuestDomingo, 06 de Agosto de 2017 – 07h13min AM.
Faz dois dias que eu tenho viajado com Lost Aisure à procura do meu primo desaparecido.
Estava eu dormindo em minha casa quando o carteiro de Ab’Dendriel me visitou. Enrolei-me em meu roupão, e fui sonolenta até a porta, ajeitando os meus cabelos no caminho. Os carteiros geralmente deixam as cartas e pacotes no Correio local, mas foi diferente desta vez. Ele parecia afobado, tinha gotas de suor descendo pela sua testa, e em seu rosto se formava uma expressão de piedade ao me ver. Carregava em suas mãos uma carta bem lacrada, mas dava para notar que ele conhecia o conteúdo dela. Cumprimentei-o com um bom dia num tom baixo e inseguro, por não saber se realmente aquele seria um dia bom para nós. Ele apenas acenou com a cabeça, desviando o olhar do meu. Hesitei em pegar a carta por alguns segundos, mas ele estendeu o seu braço, mostrando-me a urgência que ela tinha. Ao abrir, as palavras escritas ecoaram na minha cabeça até a sua assinatura final.
“Kaditta,
Como você sabe, Trevor e o seu irmão Gash viajaram recentemente para Thais, em busca de um tesouro perdido. Eles não falaram muito a respeito disto, são sempre bem misteriosos e adoram fazer esses teatros... Você conhece bem os seus primos. Porém, Gash veio me visitar em Venore à dois dias atrás, desesperado, delirando coisas sem sentido e envenenado. As poucas palavras que fizeram sentido foi que Trevor havia desaparecido. Kady, eu sei que isso não é da sua conta, mas também sei que você gostaria de ser avisada... Você cresceu com eles, eram como irmãos para você. Se desejar descer à Thais para procurá-lo, tome cuidado! Eu não sei no que eles se meteram, mas Gash está muito doente e a recuperação dele não está sendo nada fácil. Sei que você será mais cuidadosa do que esses dois... Mas, como mãe, eu sempre vou me preocupar além do necessário. O carteiro que vai enviar esta carta à você é amigo de Gash e Trevor, e se ofereceu para levá-la até as suas mãos pessoalmente, para se certificar de que você a receba em tempo.
Beijos e carinhos de sua mãe,
Asha Thrazi!”
Ao terminar de ler a carta, abri um sorriso tranquilo para o carteiro, que o fez relaxar os ombros instantaneamente. Eu estava muito preocupada por dentro, mas não queria que ele estivesse também. Agradeci gentilmente o ato zeloso de ele vir me trazer as notícias pessoalmente, e fechei a porta atrás de mim. Ouvi os seus passos descendo as escadas rumo ao deposito, e suspirei profundamente antes de acordar Aisure e me aprontar para a viagem. Em uma hora e meia já estávamos nos portões de Ab’Dendriel, acenando para o guarda e seguindo para o Sul. A viagem era longa e cansativa, então alugamos dois cavalos por tempo indeterminado. Era meio dia quando chegamos em Kazordoon, a cidade dos Dwarfs. Não são muito amigáveis, mas por uma boa quantia em dinheiro (ou cerveja), eles nos deixam usar os seus carrinhos para atravessar a montanha em segurança. Felizmente Lost Aisure é um viajante-nato, e o dwarf reconheceu-o assim que ouviu o seu cumprimento.
Não demorou muito e logo estávamos na trilha para Thais, cavalgando rumo ao destino incerto que nos esperava. Ao chegar à cidade, começamos a perguntar pelo elfo perdido, na esperança de que alguém tivesse visto-o. Trevor e Gash eram exímios arqueiros, então usei de todas as suas características na hora de perguntar sobre eles, para facilitar na nossa busca. Infelizmente, nenhum dos mercadores queria nos dizer alguma coisa. Desviavam do assunto oferecendo os seus produtos, sorridentes e dispostos a lucrar, então foi tempo perdido para nós. Quando anoiteceu, procuramos por um quarto na taverna e nos hospedamos ali, para continuar a nossa caçada ao amanhecer. Entramos então em uma loja de ferramentas, que fica localizada perto da taverna do Frodo, e conversamos com o simpático vendedor de nome Gorn. Ele tinha informações sobre dois jovens elfos que o visitaram a um tempo atrás, eufóricos. Os dois viajantes compraram cordas, picaretas, e perguntavam sobre uma montanha que existe ao leste de Thais. Era o suficiente para que eu e Aisure trocássemos olhares e suspirássemos satisfeitos, por finalmente ter alguma informação útil sobre o paradeiro de Trevor. Compramos também algumas cordas antes de sair, para garantir que conseguíssemos alcançar o objetivo dos meus primos, independente do que fosse.
Eu precisava achar Trevor...
Cresci em bibliotecas de Ab’Dendriel, sem nunca ter tempo para me divertir como uma criança normal. Minha dedicação para me tornar uma grande mago um dia era tanta, que eu me esquecia de que a falta de descanso poderia ser a minha ruína. Eu nunca dava pausas, mergulhando em livros atrás de livros, parando para comer apenas quando sentia as minhas mãos tremularem de fraqueza. Com este péssimo habito, acabei adoecendo. Foi quando os meus primos chegaram de Venore, e me fizeram companhia. Moravam com os meus tios, porém, quando o meu tio faleceu, a mãe deles não conseguiu sustentar a sua família por lá. Meus pais os acolheram com carinho, e os trataram como meus irmãos, e eu também tive esta atitude. Trevor e Gash me ensinaram a brincar e a agir como uma criança normal, e minha infância foi salva por causa deles. É claro que os meus estudos não foram deixados de lado, mas agora eu sabia como controlar o meu tempo sem me prejudicar.
Aisure e eu chegamos ao local descrito por Gorn, e ficamos surpresos. Não era bem uma montanha que havia ali, mas um pequeno morro, com cascalhos ao redor. Felizmente, Gash não é nada bom em esconder suas pegadas, e logo conseguimos encontrar a sua mochila e alguns copos de Milkbug que beberam, antes de descer em um enorme túnel para baixo da montanha. A bolsa de Trevor não estava ali, o que significaria talvez que Trevor ainda estivesse lá dentro. Esgueirei-me até próximo do buraco com cuidado, mas ele era escuro demais para termos uma visão por fora. Aisure decidiu descer primeiro, amarrando a corda na arvore com firmeza, para checar se era seguro antes de eu entrar também. Desci em seguida, quando ele me deu o sinal, e nos deparamos com uma enorme caverna escura. Peguei a minha varinha de luz e começamos a seguir pelos caminhos de rato que haviam na caverna, sempre juntos e preparados para não sermos surpreendidos. Caminhamos por longas horas, até que encontramos uma espécie de acampamento estranho. Barulhos de balbucios e palavras estranhas podiam ser ouvidas ali, mas ainda não víamos ninguém.
De repente, um enorme e grotesco troll veio em nossa direção. Ele era assustador; tinha grandes mãos e pés, um corpo esquisito com uma coloração avermelhada e olhos grandes e brilhantes. Balbuciavam furiosos em nossa direção, e precisávamos agir rápido para não encontrar o nosso fim ali. Aisure se colocou em minha frente num movimento rápido e instintivo, desembainhou sua espada e lutou bravamente com cada um deles, até que a caverna estivesse em silêncio. Fiquei de longe usando as minhas runas para ajudá-lo o máximo que pude, e no final, restamos apenas nós dois, ofegantes e preocupados. Joguei-me sentada no chão e coloquei as mãos no rosto, tentando engolir o meu choro, temendo pelo pior. Aisure me abraçou e me ajudou a levantar novamente; se o meu primo estivesse morto, ali não seria o local adequado para o meu luto. Continuamos a seguir os túneis, descendo por mais e mais buracos, e nos deparando com mais trolls de vez em quando. Eles sempre pareciam surpresos em nos ver, e corriam em nossa direção gritando furiosamente. Encontramos então uma placa, escrita com letras que podiam ser reconhecidas por mim, e nela estava escrito (com uma péssima caligrafia) “Jogue o lixo aqui”. Procuramos pelo tal lixo, olhando ao redor, sem entender exatamente para quê a placa servia. Aos nossos olhos, tudo aquilo parecia ser um lixão; trolls não são muito higiênicos ou organizados. Neste acampamento, haviam carnes e armas jogadas por todos os lados, mobílias quebradas e objetos humanos expostos com se fossem troféus.
Foi quando Aisure pisou em falso num buraco escondido próximo à placa e caiu lá dentro. Gritei na hora pelo seu nome, e ele me respondeu de lá de baixo, me mandando jogar a corda e descer também. Ao descer, me deparei com uma pilha de lixo e corpos de cachorros em decomposição. Tive que controlar o meu estomago com muito esforço para não vomitar ali mesmo (não que isto fizesse alguma diferença no cenário). Andando um pouco sobre a pilha de lixos, encontramos corpos humanos também. Parei de caminhar e fixei o meu olhar neles por longos minutos, e lagrimas começaram a molhar as minhas bochechas. Na pilha de corpos, não muito longe de nós, havia um corpo familiar. Ele trajava roupas de Ab’Dendriel, e uma aljava nas costas. Aisure se aproximou primeiro, virando o corpo que estava de bruços, e afastou-se dele com uma expressão triste. Eu me neguei a olhar para o rosto de Trevor. Aproximei-me com cuidado e peguei o seu arco, que estava gravado com o seu nome. Este arco era muito especial para ele; ele havia ganhado do seu pai, quando decidira ser um arqueiro para servir Ab’Dendriel um dia. O seu sangue agora decorava a madeira deste arco, deixando-o melancólico, e dando-o lembranças lastimosas a partir deste dia. Aisure me abraçou e me ajudou a subir pelo mesmo buraco que caímos, e em algumas horas estávamos fora da montanha de novo. Eu segurava o arco com a mão direita, com firmeza, desacreditada do que acabara de presenciar. Em minha mente eu planejava a forma como avisaria a minha mãe, Gash, e toda a minha família que esperava esperançosamente que Trevor voltasse para casa um dia. Nossa viagem de volta foi silenciosa e de abundante luto.
Quando passamos pelos portões de Ab’Dendriel, minha mãe nos esperava com Gash e meu pai próximo à porta da biblioteca. Desci do cavalo deixando as minhas bagagens para trás, carregando apenas o arco manchado nas mãos, me aproximando sem pressa. Minha mãe, ao ver-me chegando, se jogou no chão chorando, lamentando alto e rangendo os dentes de desolação. Gash estava com a boca meio aberta, desacreditado ainda, e os seus olhos também se banhavam com lágrimas de dor. Meu pai se aproximou de minha mãe para consolá-la, mesmo sabendo que isto não seria possível. Os elfos que estavam ao redor pararam para compartilhar do nosso luto, abaixando suas cabeças em silencio, respeitando a memória de Trevor. Nossos dias depois disto foram bem tristes. Não conseguimos enterrar um corpo, mas fizemos uma lápide para Trevor, deixando o seu arco em frente a ela. Gash está desolado, mas eu acredito que ele vai sobreviver a isto. Minha mãe não exclama uma palavra sequer desde aquele dia, e estou me esforçando para ajudá-la a superar esta tragédia.
Esta foi o meu primeiro relatório sobre as viagens que tenho feito, e farei futuramente com Aisure.
Local descrito no texto: Troll Cave
Missão feita no roleplay: Dead Archer Quest
Asha Thrazi!
Spoiler: O Nascimento do Oráculo"[...]Em dias que já muito se passaram, quando as guerras dos deuses devastavam a terra muito antes de qualquer humano pisar no mundo, haviam raças e civilizações que floresceram e decaíram. Muito antes até mesmo da civilização bonelord alcançar seu pico, somente para começar seu estável declínio que dura até os dias de hoje, havia uma raça de seres de tal nobreza e paz que eles se retiraram do mundo e deram as costas à guerra constante. Mas os deuses o consideraram traidores de sua causa e amaldiçoaram a raça inteira, os tornando em neve e gelo. E algumas vezes em noites frias de inverno quando o vento sopra por pesadas tempestades de neve, você ainda pode ouvir seu fraco gemido.”
Kaditta fechava o seu último livro do dia, suspirando cansada. Debruçava-se em cima da mesa, com um semblante frustrado, deslizando os dedos por cima da capa. Trajava um confortável vestido de linho vermelho, com detalhes de fustão em preto. Pendido em seus braços, estava uma longa echarpe negra feito de gaze. Era cuidadosamente fabricada a mão para não haver sinais de costura em seu tecido. Com os braços relaxados do lado do corpo, a echarpe agora estava arrastando em seus pés. Seus cabelos estavam presos para trás, numa longa trança grossa. Isto era uma novidade, visto que Kaditta preferia deixa-los soltos ao vento. Tal preferência condizia com o seu espírito livre; suas longas madeixas da cor do fogo era um símbolo de liberdade. Criando coragem para deixar a preguiça de lado, Kaditta se levanta da cadeira de madeira e leva o livro para a estante, guardando-o em seu devido lugar. Quando tudo está em ordem novamente, sai da biblioteca e tranca a fechadura com uma pequena chave de prata, levando-a em mãos pelos túneis do deserto até encontrar Hagor, para deixa-la com ele.
“Obrigada Hagor, eu volto na semana que vem.”, se despedia do senhor, enquanto ele se deliciava com pãezinhos frescos que Kaditta trazia semanalmente. Então se guiava em passos firmes até a saída, evitando passar pelo templo de Adrenius, porque achava-o “grosseiro e altivo demais”, e preferia não perder tempo sendo simpática com ele. Quando já está fora dos túneis, em Jakundaf Desert, sente-se mal por alguns minutos. Sua visão fica turva, e as suas pernas perdem a força, fazendo-a cair no chão, usando as mãos para amortecer a queda. De repente, tudo fica negro. Suas pupilas se dilatam ao máximo, e os seus lábios se descolam, soltando um grito silencioso e angustiante.
Em milésimos de segundos, Kaditta vê todo o universo se movimentando ao seu redor. As estrelas e asteroides movem-se em uma velocidade impossível de acompanhar com seus olhos, formando infinitas linhas, explodindo e coexistindo milhares de vezes, sem pausas. Então, o silêncio e a escuridão voltam a reinar. No meio do nada, uma pequena flor de fogo começa a desabrochar, aumentando de tamanho e engolindo a pobre elfa, sem que ela possa se proteger do fenômeno. Kaditta se contorce enquanto tenta fugir das violentas brasas da flor, sendo consumida por ela aos poucos, incessantemente. Quando percebe que está em uma ilusão, impossibilitada de se proteger, para de se debater e se entrega às chamas, deixando todo o seu corpo queimar até restar apenas cinzas. Suas cinzas agora estão pairando naquele vácuo sem fim. O silêncio e a escuridão não a perturbam mais. Uma leve brisa começa a dar formas para as suas partículas, usando-a como material para uma nova criação. Um amontoado de poeira começa a crescer, e aos poucos vai se formando algo familiar. Um planeta no meio do nada. Grandes raízes são formadas na terra, e pastos verdejantes vão sendo arrastados até o horizonte. Violentas ondas de água salgada formam os mares, e logo tudo está como sempre fora. Conforme suas partículas são manejadas pelos deuses, suas cinzas vão se dispersando acima dos céus, ganhando vida e brilho próprio. Estrelas.
De repente, se vê em uma noite estrelada acima de Jakundaf Desert. Observando com atenção, consegue notar o seu corpo estirado no deserto, sendo enterrado pela fina areia lentamente. Não está mais conectada com o seu físico, e a visão não há provoca perturbação alguma. Kaditta então desvia o olhar, retrocedendo no tempo usando apenas de sua vontade, assistindo agora os montes sendo formados demoradamente. Enquanto observa toda a natureza crescendo e se desenvolvendo, presencia o nascimento da primeira vida, seguido por outras, até formar grupos de espécies. Presencia a primeira tentativa de contato entre eles, o aprendizado, os desentendimentos e a formação das culturas milenares. Presencia as primeiras guerras, com armas feitas de pedras e paus, ocasionado por um cervo morto sem dono. Desvia então sua atenção dos seres que se intitulam racionais e volta a observar o nascimento. O desabrochar das flores, o quebrar dos ovos, o primeiro choro da vida. Assiste também a primeira morte, as flores murchando e voltando para a terra, o ultimo suspiro de um animal cansado de viver.
Tudo é fascinante para quaisquer olhos que tem a honra de contemplar tais milagres, mas não para Kaditta. Kaditta agora é incapaz de sentir qualquer emoção humana ou inumana. Como um sábio hipnotizado pelas palavras em um livro, Kaditta silenciosamente observa todo o universo se formar e acabar, regressando no tempo incontáveis vezes. A explosão acontece, a vida se forma, a vida se acaba, e tudo volta a ser negro novamente. Reinos são formados, guerras são travadas, melodias e cânticos são entoados, famílias se ajuntam e se dispersam, e tudo volta à escuridão no final. Quando as poeiras cósmicas começam a se moldar novamente, Kaditta sente um embrulhar de estômago. Tal sensação é inesperada, chamando sua atenção.
Em poucos segundos, sua visão vai embaçando, e a elfa finalmente acorda de seu transe. Assim que abre os olhos, leva um tempo para se localizar, se familiarizando aos poucos com os rostos que a encaram. Kaditta está em Ab’Dendriel, na montanha sagrada, rodeada por incontáveis anciões de elfos que conversam entre si com semblantes preocupados. O único a falar com ela é o Sacerdote Maealil. Com as mãos trêmulas, ele aproxima um copo de água fresca até os lábios da elfa, pedindo com a voz baixinha para que ela beba. Kaditta permanece imóvel por um tempo ainda, sentindo todo o seu corpo formigar. Esquecera como é estar em um físico, e a sua mente está se adaptando aos poucos. Apesar de estar acompanhada, nenhum dos anciões se atreve a falar com ela, ou mesmo olha-la em seus olhos. Somente o sacerdote se aproxima de vez em quando, com hesitação, para dar-lhe mais água da fonte sagrada.
Quando sente forças para levantar da cama de folhagens, tenta em vão se comunicar com o sacerdote. Sua mente forma frases simples, mas a sua língua teima em desobedecer. A elfa desaprendeu a falar sua língua de nascença, proferindo palavras da linguagem antiga, que infelizmente nem o mais sábio dos anciões consegue decifrar. Por mais alguns dias então, permanece em silêncio, paciente, sob os cuidados do sacerdote. Depois de algumas semanas, consegue se comunicar de novo, e já está tomando a água por conta própria, todos os dias ao acordar. Tal ritual serve para purificar o seu corpo e manter o seu espírito aprisionado em seu físico, limitando suas ações sobrenaturais. Em outras palavras, a água está mantendo-a presente no universo, evitando que a sua mente saia do corpo novamente.
“Você passou cerca de três meses inconsciente, excelentíssima Môirai.”
Sempre que Kaditta conversava com o sacerdote, ele a chamava de Môirai, usando algum título de respeito antes do nome. Os outros habitantes de Ab’Dendriel desviavam-se do caminho da elfa ao encontra-la na cidade, com os olhos aterrorizados. Sem entender o que se passara, Kaditta evitava sair da montanha, tendo apenas a companhia do sacerdote, que realizava os mais variados rituais com ela todos os dias. Um dia, cansada de todo o mistério que a rodeava desde o seu incidente, forçou Maealil a abrir o bico. Ele então lhe contou uma longa e cansativa história sobre os deuses, sobre como se comunicavam com os seus filhos que viviam no planeta, sobre mensagens divinas, profecias e clarividências. Explicava tudo com cautela, dando importância até aos pequenos detalhes, até que Kaditta compreendeu e parou de fazer perguntas.
Em uma noite de lua nova, o corpo adormecido da elfa começou a levitar e a resplandecer. O sacerdote levantou assustado e, prostrando-se ao chão, encostou sua testa em terra e esperou. Os longos cabelos ruivos de Kaditta começaram a perder a sua cor, desbotando, e a Iris de seus olhos se desmanchou, tomando uma coloração violeta e brilhante. Sua pele ficou pálida e símbolos sagrados começaram a se desenhar por todo o seu corpo, queimando. O olhar da elfa se voltou para Maelil, e os seus lábios arroxeados se abriram. Então, uma metálica e estrondosa voz pôde ser ouvida pela primeira vez em milênios. A voz do grande deus Fardos, o Criador.
“ זה טוב יותר מסוכר “
O renascimento do Oráculo se concluía.
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