Olá, obrigado por ler a história e comentar sua opinião!
Não entendi bem o que você quis dizer sobre eu não usar parágrafos e escrever depois do diálogo. :/
Pode deixar que jájá passo e leio sua.
Espero que continue acompanhando!
Aniway, vou adicionar um índice ao começo do tópico para melhor visualização dos capítulos.
De qualquer forma, vou postar o capítulo dois. Refleti por um tempo e resolvi mudar orc para ogro, talvez seja melhor mesmo. Mas se vocês acharem um "orc" perdido no texto, por favor avisem.
Capítulo II - Estandarte vermelho
Will despertou de súbito, e a primeira sensação física que teve foi uma dor excruciante que se estendia por toda a sua face. Sua cabeça latejava tão horrivelmente que era como se alguém estivesse dando marteladas em seu crânio, fazendo o cérebro chacoalhar. Em seguida, tentou abrir os olhos. Por um instante de pânico, pensou que tivesse ficado cego, mas logo percebeu que era apenas a noite que havia chegado. À medida que seus olhos se acostumavam com a falta luz ele captava mais detalhes do ambiente.
Achava-se ainda na mesma campina, mas em uma região onde as árvores cresciam mais juntas, formando um pequeno bosque. Sua mente estava confusa, mas Will conseguiu somar dois mais dois e concluiu que fora nocauteado e arrastado para fora de vista desajeitadamente, pelo modo como estava escorado em uma árvore. Suas mãos e pés estavam atados, e haviam lhe tirado a espada.
Por entre algumas árvores, bem ao longe, surgiu uma claridade, e Will teve esperanças de que alguém estivesse indo a sua procura. Mas logo ficou claro que não era uma tocha, uma vela ou qualquer outra forma que os homens conhecessem de fazer luz. Era uma esfera amarelada e brilhante, que ia lançando sua luz fantasmagórica sobre as folhas das árvores à medida que se aproximava dele. Quando estava a uns três metros de Will, a estranha entidade parou, observando-o. Devia ter três vezes o tamanho de uma cabeça humana.
Mesmo no silêncio absoluto da noite, ele julgou ouvir um levíssimo sussurro emanando da criatura. A frequência do som era tão baixa que não passava de uma sugestão de ruído, algo captado mais com a mente do que com os ouvidos. Ele não entendeu as palavras murmuradas, mas pensou ter ouvido a entidade chamando por ele. Havia algo de sobrenatural naquele som, e Will sentiu-se tentado a levantar e seguir a criatura aonde quer que ela fosse, eternamente.
Ele não se encontrava em seu perfeito juízo, e tentou levantar para tocar a esfera de luz, maravilhado. Só o que conseguiu foi fazer com que sua cabeça latejasse ainda mais forte, e acabou desistindo, estatelando-se novamente contra a árvore.
Will...
Deuses, estou delirando. Queria que Sara estivesse aqui, ela saberia o que fazer.
Foi o último pensamento que teve antes de apagar novamente. Os intensos olhos azuis e cabelos louros escorridos de sua irmã encheram seus sonhos.
— Acorde, imprestável. — Will sentiu alguém o segurando por baixo dos braços e levantando-o. Quando o soltaram, ele por pouco não desabou novamente. Haviam desatado seus pés, mas suas mãos continuavam firmemente presas. Ainda era noite. — Maxwell está esperando, e está impaciente. — O homem começou a guia-lo para algum lugar fora do bosque.
Will o conhecia, era um dos soldados de sua missão, embora não lembrasse seu nome. As memórias começavam a reaparecer em sua mente. Retornava de sua bem sucedida batalha junto com o comandante Artos, e fora conversar com o Sr. Maxwell. Estivera esperando palavras amigáveis, quem sabe até mesmo um parabéns por ter se saído bem. Ao invés disso, recebera um punho... Vindo de encontro à sua face. Um soco do homem que costumava admirar, e sempre fora tão bom para com os seus subordinados.
— O... O que aconteceu? — Indagou Will. Desejava respostas, mais do que nunca.
— Perdeu toda a inteligência depois de levar aquele soco, foi? — Perguntou o soldado desdenhosamente. — Bem, suponho que agora já não haja mal em lhe contar, visto que não deduziu por conta própria. A nossa... Raios, a sua missão falhou. Dos quinze homens que foram destacados, só restam dez. Oito estão do nosso lado, e os outros dois são você e Artos. Basicamente, esperamos a oportunidade perfeita de assassinar os outros homens enquanto estavam desprevenidos. Foi feito imediatamente após você ser nocauteado. Não sei se chegou a ver os homens com suas gargantas cortadas caindo a sua volta antes de apagar.
O homem soltou uma sonora gargalhada, e continuou.
— Maxwell precisa de você e o... Ex-comandante vivos para o que vamos fazer, por isso foram poupados.
Não é verdade. Não podia ser, de jeito nenhum. Will viajara por muitas milhas desde Thais com todos aqueles soldados, seus companheiros de missão. Lembrou-se das piadas que contavam no caminho, e de como sempre recebia elogios, por, de todos, ser o que lia e escrevia melhor.
Podia acreditar que os outros fossem traidores, mas Maxwell nunca. Não o grande cavaleiro de elite, que era tão habilidoso na espada e sempre fora tão leal ao serviço do reinado de Thais. Então se lembrou da expressão tensa que o homem fizera quando voltavam da caçado ao orc, e havia o soco... Sentiu uma pontada de dor na face onde fora atingido, e teve um choque de realidade. O que ele dizia fazia sentido, não haveria outra razão para o gesto de Maxwell. Uma sensação de raiva e ultraje o dominou, e em seu ódio, explodiu:
— Vocês eram cavaleiros juramentados a serviço de Thais! Será que guardam algum respeito por seus votos ou por seu povo? Essa missão era de extrema importância para o reino, e vocês jogaram ela no lixo! São desprezíveis, como podem trair seus próprios companheiros de equipe? E Maxwell... — Mas neste momento as palavras lhe faltaram, pela primeira vez na vida. Só o que queria era enfiar uma espada pela barriga do homem, e vê-lo agonizando no chão.
— Garoto tolo. Já não somos homens de Tibianus III há anos. Nossa lealdade pertence à outra pessoa. E em resposta à sua pergunta, não, não guardamos respeito algum pelas leis e costumes ridículos do reino. — O homem empurrou-o, obrigando Will a apressar o passo. Já estavam quase fora da floresta. Will podia ver onde as árvores acabavam, e a paisagem da campina mudara. Agora havia tochas e fogueiras em vários pontos dela.
— Mas não fique assim! — Continuou o homem. — Console-se imaginando que a missão teria provavelmente sido um sucesso, caso não fossemos traidores. — Gargalhou novamente.
Enfim chegaram ao fim da pequena floresta, e o campo aberto estendeu-se à frente deles. Ao ver a paisagem em sua frente, Will teve um choque, e engoliu em seco.
As tochas e fogueiras mais a frente eram muito mais numerosas do que ele esperara. Estendiam-se por toda a campina a perder de vista, enchendo a noite escura de pontos iluminados. Junto a elas haviam um sem número de tendas, várias torres e até mesmo pequenas fortificações de pedra aqui e ali. Muito mais ao fundo, sobre um morro, as terríveis muralhas de uma gigantesca fortaleza erguiam-se, fazendo todas as outras construções parecerem minúsculas.
Pior do que as habitações eram seus habitantes. Ogros, centenas deles, pululavam na grama, indo e vindo, rosnando e gritando em sua pavorosa língua. Em alguns lugares, eles trabalhavam incessantemente, derrubando árvores e construindo enormes e terríveis armas de cerco. Will não havia se enganado. A guerra era realmente o que eles sabiam fazer. Ele nunca havia sequer imaginado engenhos como aqueles. Se algum dia atacassem o reino, ele não sabia qual poderia ser o resultado.
O medo dominou-o, e o ódio que sentia até alguns poucos instantes atrás foi esquecido.
— Pelos deuses, homem, é insano? Por que está nos levando para a morte? No momento em que nos virem, os ogros cairão sobre nós e em questão de segundos ficaremos sem nossas cabeças!
Ao ouvir o tom de medo na voz de Will, seu antigo companheiro soltou outra gargalhada.
— Não se preocupe com os ogros, são aliados da nossa causa. Veja, Maxwell o espera. — E apontou para um ponto um pouco a frente, onde Maxwell e os soldados traidores estavam. Eram ladeados por dois gigantescos líderes dos ogros, vestidos em suas maciças armaduras e empunhando um par de espadas cada um. Não era possível dizer quem era maior ou mais intimidador, se Maxwell ou os líderes ogros. Eles erguiam um estandarte, cujo símbolo era uma muralha em ruínas, sobre um fundo vermelho. Havia alguns dizeres, mas Will não pode lê-lo à distância.
— Chega a ser engraçado ver o povo do reino vivendo suas vidinhas como se não houvesse nada de errado. — Continuou o soldado. — Que acha dessas belezinhas? — Perguntou, referindo-se às armas de cerco. — Do modo como vejo as coisas, Thais como você a conhece está com os dias contados, e Tibianus poderá lamber minhas botas se quiser.
Foram se aproximando mais e mais, e Will pode ler o que estava escrito no estandarte.
“Libertários." E logo abaixo:
"Por uma existência sem limites."
Ele não conhecia a frase, e naquele instante as palavras pareceram-lhe vazias. Mas, em breve, elas se tornariam famosas no mundo todo. Os que empunhavam o estandarte vermelho eram parte de uma ordem ainda obscura e envolta em sombras. Seus líderes eram anônimos, e seus motivos, desconhecidos a qualquer um que não fizesse parte da ordem. Em breve, porém, outra pessoa, em uma ilha em outro lugar do mundo, começaria a trazer luz sobre a existência dos Libertários.
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