Citação Postado originalmente por Professor Girafales
Achei o conto interessante. O final deixa a dúvida no ar. Estaria Bruno se referindo aos cigarros, ou a outro vício?
Ééé..

Citação Postado originalmente por Lord Sauron
Ceasar Park? Finalmente um conto com personagens no Brasil, ainda mais no calçadão de Copacabana...

Texto pequeno, não tem muito o que dizer, mas gostei.
Wu Cheng já corrigiu, não que isso faça muita diferença pro leitor. Valeu, de qualquer jeito.

Citação Postado originalmente por Wu Cheng
Quem fazia isso de correr e fumar era o Gerson, campeão do mundo em 70. Mas é uma heresia entre os corredores...rs

Legal a história, lembrou um conto do Rubem Fonseca, quando resolve investigar o passado amoroso de seus personagens.

Reencontros promovem bons flashbacks. A moça pareceu mais interessante do que o protagonista/narrador.
Eu também não achei muito lógico alguém correr e fumar enquanto estava escrevendo, mas aí eu pensei: porra, fumar e correr são duas coisas tão comuns, não é possível que alguém que faça ambos seja assim tão incomum. Valeu também, de qualquer jeito.

Citação Postado originalmente por zack746
Um conto otimo e clichê com esses desfechos engraçaduchos.

Não agradou-me muito a narrativa, na verdade só gostei mesmo do final e mesmo tenho que alegar que ficou clichê. É bom, mas não muito diferente do que coisas que já vi...
O objetivo era esse mesmo: clichê com esses desfechos engraçaduchos. Pelo menos eu gosto dessas coisas haha

Citação Postado originalmente por Thomazml
Concordo com Wu Cheng, no que diz respeito a mulher ser mais interessante do que o narrador. Não achei nada demais o texto. Muito pequeno para eu me "aprofundar". Não gostei do final. Vai ter continuação?
Beem, a graça do conto era o final mesmo, nem terá continuação.



Agora lá vai outro continho, seguindo a mesma linha. Não esperem nada de muito inovador, ou muito diferente do primeiro (no máximo a imagem...). Afinal, o objetivo do tópico é postar coisas "inúteis" mesmo...




***




Céu na Terra



Os primeiros raios do Sol escaldante do Rio de Janeiro entravam pelas frestas da janela, e já anunciavam que aquele seria mais um longo dia do verão carioca. Acordei aos poucos, meio molenga, tateando o relógio da cômoda pra ver que horas eram.

Sete da manhã. Mas que sono pontual.

Levantei - ainda cambaleante - desliguei o ventilador que já havia trabalhado a madrugada inteira e fui direto tomar uma ducha gelada enquanto escovava os dentes. A bermuda, a cueca, as latinhas e a garrafa d’água da noite anterior ainda estavam espalhadas pelo banheiro, mas eu bebi água da bica mesmo, só pra não perder o costume.

Ainda pelado, fui até a cozinha comer umas torradas com frutas e Nescau. Depois, fui até o armário e peguei uma cueca e uma bermuda quaisquer, botei quinze reais e chaves no bolso, enfiei o dedão no chinelo e saí de casa daquele jeito mesmo, sem camisa.

Santa Teresa era sempre um bairro calmo, pelo menos naquele trecho. Rua deserta, Sol brando, o canto dos pássaros acordando e aquele cheiro que só a manhã possui. Caminhada boa, subir a minha rua, especialmente logo depois de acordar. Soava-me como uma atividade saudável, embora francamente eu estivesse pouco me lixando pra isso. De qualquer forma, sempre apreciei o lado poético da coisa.

E quanto mais eu subia, mas eu sentia algo diferente no meu peito. Uma vibração estranha, que acabava com toda aquela harmonia, mas que não era ruim, na verdade era até revigorante. Não sei explicar direito, só sentindo mesmo pra entender. E ia aumentando na medida em que meu corpo avançava, na medida em que meus passos despreocupados faziam-me subir aquela ladeira.

E quando eu vi um rapaz gargalhando pela rua, usando uma cartola e segurando uma latinha de cerveja, do lado de uma morena gostosa, não tive dúvida.

É carnaval.