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Tópico: A História de Ralf Greenwood

  1. #11
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    Erros corrigidos. Desculpem, mas o novo capítulo vai sair em partes, ou não sai cedo. Estou com muito pouco tempo para escrever (lan-house cara aqui).

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  2. #12
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    Padrão Capítulo 1

    Capítulo 1 - Bolos e histórias.



    Ralf não saberia dizer depois porque acolhera dois estranhos em sua casa. Talvez pela cara respeitável de Hyacinth, ou a carranca mal-humorada de Helidan impedira que ele não o fizesse. Com certeza, a promessa do velho sobre a história maravilhosa pesou muito. O fato é que, menos de um quarto de hora após conhecer os dois, eles estavam acomodados na sua sala escura e esfumaçada.

    Bom, acomodados talvez não seja a palavra certa. Helidan estava num tripé de madeira gasta, se equilibrando parcamente (o tripé era bambo), enquanto tomava goles de cerveja amarga. O velho, sentado na melhor cadeira que Ralf tinha, fumava num grande cachimbo uma erva desconhecida ao dono da casa. Este estava compenetrado em aquecer na pequena lareira um pouco da carne estocada para o inverno. Na mesa, coberta com uma toalha remendada em muitos pontos pelo próprio anfitrião, uma cesta de pães e um belo bolo que o jovem tinha preparado anteriormente para comer depois da ceia.

    Uma das coisas sobre Greenwood que não contei para vocês é que ele é simplesmente tarado por bolos. Comia-os vorazmente, sabia como ninguém fazer um e, deixar que desconhecidos comessem um em seu lugar era, talvez, o ato de maior gentileza que já tinha feito em sua vida. Ainda mais, tendo que ver os desconhecidos comerem.

    Afastando o prato vazio, depois de um lauto “lanche” que deixara todos mais que satisfeitos, Ralf soltou um suspiro profundo. Ele mesmo não sabia se era por estar curioso pelos desconhecidos, ansioso pela história ou horrorizado pela ferocidade e rapidez com que os visitantes devoraram o bolo. Virou-se calmamente para Hyacinth, que tomava mais um gole de cerveja. A barba branca do velho estava impecável, diferentemente da sujeira que Helidan chamava de barba, cheia de migalhas de bolo e molhada.

    O vento frio do outono batia nas janelas de madeira e couro. Ouvir o barulho dos galhos da floresta perto, enquanto ficava na pequena sala aquecida pela lareira era muito confortável. Hyacinth acendeu novamente o cachimbo, esfumaçando ainda mais a sala, e preenchendo o recinto com um cheiro doce. Ralf pigarreou, atraindo atenção de todos. Subitamente, estava muito nervoso.

    - Bem, qual seria exatamente a história e o que, digo, quem são vocês? – perguntou o jovem, nervoso. Tentou não deixar transparecer a ansiedade pela história, mas não conseguiu. Helidan lançou um olhar desconfiado para Ralf, que tremeu e desviou os olhos. O velho riu do gesto, enquanto tragava mais um pouco. Fez um pequeno gesto para o anão, como que sinalizando que ele iria contar.

    - Vou responder a primeira pergunta primeiro, talvez ela seja a resposta da segunda. A história que vou contar, na verdade, é só parte da fabulosa história. A outra parte, você será capaz de contar. Sim, você. Agora escute e preste bem atenção.

    “Há muito tempo mergulhei nos mistérios desta ilha. Dediquei-me inteiramente a isso. Por diversas bibliotecas de diferentes tamanhos procurei. Inúmeros pergaminhos desbotados e empoeirados, escritos em línguas hoje esquecidas, li. Ouvi das mais bizarras criaturas depoimentos assombrosos em diferentes dialetos. Por todo reino de Thais fui reconhecido pelos meus esforços.
    Devido à fama, o rei Tibianus II me convocou ao seu suntuoso castelo. O verão começava a despontar e eu estava de partida para o templo das flores. Em meio aos seus conselheiros mais distintos, me incumbiu de eliminar o mal dessa ilha. Entenda, não todo o mal, pois isso é impossível. Ele me mandou eliminar O mal.”

    Nessa parte, o silêncio pesou na pequena sala. Helidan encarava Ralf, que por sua vez mirava fascinado o velho homem. Todos pareciam presos as palavras dele. Com um pigarro, Hyacinth retomou a narrativa da história.
    “Fui aconselhado por Seymour, um dos habitantes mais velhos da ilha a aceitar Helidan, o anão, como companheiro. Desde então, já vasculhamos toda essa floresta, não encontramos nada. Não que eu esperasse encontrar algo, na verdade sim eu esperava. E encontrei. Encontrei você Ralf.”

    Hyacinth terminou a história olhando fixamente para Ralf que estava todo branco. Suas mãos suadas agarravam o banquinho. Seus olhos brilhavam. Por Crunor! Uma das melhores histórias que já ouvira. Claro que o velho não soubera contar bem, não tinha dado emoção, nem riqueza de detalhes. Mas que história boa!

    - Bem, pelo que eu entendi vocês estão aqui para eliminar o mal de Rookgaard, mas, o que exatamente é esse mal? E, porque queriam me encontrar?

    Nesse momento, Helidan encarou o velho com uma expressão mal-humorada. Parecia incomodado com a última pergunta, como se perguntasse a Hyacinth o porquê de estarem ali. O velho riu e olhou para o jovem imberbe com seus olhos pretos. Uma luz incandescente parecia emanar deles. Ralf não sabia dizer se era uma luz própria ou as chamas da pequena lareira refletidas.

    - Você sabe, Ralf, que mal é esse – falou Hyacinth num sussurro. O mundo em volta silenciou. Até o crepitar do fogo cessou – Ele é comentado por todos, nunca diretamente, embora esteja sempre presente. Ele é usado para amedrontar crianças na hora de dormir. E você sabe quem é.

    Ralf olhava, aterrado para o velho. O coração pareceu congelar no peito. As entranhas estavam dando uma volta pela floresta e o corpo tremia, como que de frio. Quis falar algo, mas sua garganta estava seca. Lambeu os lábios e mordeu a parte interna da boca, consternado. Não queria saber a resposta da segunda pergunta, pois já podia adivinha-la.

    Hyacinth suspirou e recostou na cadeira. Sua capa surrada caia por seu corpo e um cansaço enorme era visível em seu rosto. Pareceu envelhecer trinta anos. De repente, pôs-se de pé num salto, o cansaço sumira e uma estranha energia parecia ter se apoderado do seu corpo. Olhou para Helidan de relance e virou-se para o anfitrião.

    - A sua pergunta segunda pergunta é mais difícil de responder. Não que realmente tenha uma resposta. Há coisas entre o céu e a terra que somente Fardos e Uman entendem. Tive um sonho, caro Ralf. Nesse sonho você aparecia, já velho, contando para uma criança suas aventuras.

    Ralf percebeu a ênfase no “suas”. Mas ele ainda estava divido. Sabia o que viria em seguir. E, mesmo começando a ter um enorme respeito por Hyacinth, sentia um enorme pavor se apoderar dele. Seus pensamentos vagueavam pelos contos, poemas épicos. A possibilidade de participar de um era por demais tentadora. Mas a quase certeza de uma morte extremamente dolorosa não lhe aprazia muito. Vendo essa indecisão, Hyacinth se curvou. Seu nariz adunco ficou a centímetros dos olhos escuros de Greenwood.

    - Pense Ralf. Você, contando para todos no Festival de Verão sobre as suas aventuras. Imagine o que terá para contar! Contratado pelo próprio rei para destruir O mal! A glória de poder alardear aos quatro ventos que garantiu a segurança da vila!

    Os olhos do velho prometiam aventuras inimagináveis. Helidan estava sentado, com sua cara feroz, um escudo contra os desafios da viagem. Agora Ralf via claramente o esboço da melhor história que já tinha existido. O jovem se decidiu.










    Só consegui escrever isso, infelizmente. Críticas, sujestões, correções e elogios são bem vindos.

    Quer conhecer a verdadeira magia do Tibia? Quer falar com o próprio Ralf sobre sua vida de aventuras? Vá para Neptera e entre em contato com a Langobardis. Descubra o RPG que existe no jogo!
    Última edição por Thomazml; 20-01-2009 às 11:50. Razão: Corrigindo Erros.
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  3. #13
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    Bem... interessante.

    Vamos ver o que vem nos próximos capítulos.
    Tuelho~


    ---------------------------------------------------------

    "Atenção, povo de Metal Land!
    Chegou a hora de cantarmos o nosso Hino!
    Comigo agora:
    Mão no peito!
    Mão no saco!
    Mão na xoxota!"

    ---------------------------------------------------------

  4. #14
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    Como eu já havia dito anteriormente... "O hobbit" puro e simplesmente.

    Tudo é parecido, as coisas, os moveis o jeito. Pra mim parece diferente, mas a intenção é a mesma. Não se desmereço a historia por causa disso, ou dou glorias por não ver uma historia a sim a algum tempo neste forúm.

    De qualquer forma, eu irei imaginar que talvez não tenha lido mesmo O hobbit, e irei esquecer destas coisas. Tirando o que eu disse a historia está boa e pra mim muito agradavel.

    Parabens pelo trabalho e boa sorte no proximo capitulo.
    Até meu bom Homem...

  5. #15
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    Concordo em 100% com o zack~.

    Realmente, continua parecendo "O Hobbit". Barba branca e longa, cachimbo de ervas... Mas isso não torna a estória ruim. Ela está agradável de se ler, e muito bem escrita.

    E, mesmo começando a ter um enorme respeito por Hyacinth. Seus pensamentos vagueavam pelos contos, poemas épicos.
    Não entendi o que você quis dizer aí. Outra vez você pode ter colocado um ponto final aonde deveria haver uma vírgula (depois de "Hyacinth"), ou então ter colocado uma vírgula no lugar de uma palavra (a primeira vírgula, no lugar de uma palavra como "estava")...

    De qualquer maneira, ficou confuso. Mas isso foi claramente falta de atenção, e não desmerece a sua boa escrita.


    Parabéns, e continue. :happy:




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  6. #16
    Banido Avatar de Hovelst
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    É Hovelst, viu?

    Olha, eu acho que uma coisa é pegar o estilo, mas pegar alguns trechos e dar uma mudada é outra coisa bem diferente. O começo lembra bastante “O hobbit” mesmo, não porque você pegou o jeito de narrar, porque você pegou o trecho de início.

    Está claro que você leva bastante em consideração o livro, mas ainda tenho uma leve impressão, mesmo que seja bem fraquinha, que você ainda está pegando algumas características de personagens famosos como Gandalf, mesmo que isso seja no seu subconsciente.
    E Ralf Greenwood ficou muito parecido realmente com Bilbo e seu modo de viver.

    Ninguém vai te impedir de fazer isso, penso eu. Mas mesmo que você tenha um enredo fantástico, o brilho da sua história vai ser ofuscado por isso.

    E mais uma coisa. Ninguém quer dizer que por ser de Tibia, a história não tem brilho. Para mim, o universo do jogo também é bem atraente, mas muito dele foi pego de outros jogos e muito dos nomes foi baseado do universo do Tolkien. Mas você usar isso como pano de fundo é até bacana e usar também a mitologia ainda sim vai, mas na minha opinião, explorar as lendas e tudo mais significaria deixar a história bem ruim.

    Mas isso é minha opinião e não a sua e não a de ninguém mais.

    De qualquer forma, o prólogo ficou razoável, mas está fácil de ler. Só falta explorar mais as descrições.

    O próximo leio depois.

    Hovelst

  7. #17
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    Bem pessoal, eu ainda estou escrevendo o capítulo dois.

    @Zack: Estou tentando me afastar do "O Hobbit". Prometo.

    @Steve: Estou seguindo um esteriótipo, criado por Tolkien. Não acho que seja muito ruim, já que eu interpreto no Tibia assim. Meus personagens fumam ervas e eu vejo Hyacinth como um velho de barbas brancas. Erro corrigido.

    @Hovelst: Pode parecer que eu copiei parte da história para você. Mas pessoalmente eu não acho. Nem creio que Bilbo se pareça com Ralf. Talvez tenho de deixar mais claro os pensamentos do contador de histórias. Quanto ao fato da minha história ser sobre o Tibia, bem... Eu amo o rpg do Tibia, e foi justamente para estimular o mesmo que eu criei a história

    @All: Capítulo provavelmente sairá sábado/domingo.
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  8. #18
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    Primeiro, mil perdões pelo atraso. Desculpe mesmo. Deu um problema no laptop em que escrevo a história, e só consegui finalizar o segundo capítulo hoje. Não saiu um capítulo muito bom. E, não se espantem. Eu amo por nome nos acidentes geográficos inominados pelo Tibia. Se quiserem, eu faço um glossário.


    O Pórtico de Partida

    A manhã seguinte estava clara e fria, uma perfeita manha de outono, boa para tomar um desjejum quente fora de casa. Coisa que Ralf estaria fazendo, se não estivesse empacotando tudo necessário para a viagem. Sua mochila de acampamento estava cheia assim como sua sacola de caça. Toda a casa estava quieta, só os resmungos de Greenwood e um ocasional passarinho perturbava o silêncio.

    Helidan e o Hyacinth tinham saído de noite, depois de ter acertado todos os detalhes da viagem com o jovem. Diziam eles que iriam para a vila, que precisavam resolver assuntos. “Me encontre, no mais tardar, três horas antes do dormir dos dois sóis. Vou estar te esperando na soleira da biblioteca. Precisamos conversar com Seymour antes de partirmos” aconselhara Hyacinth, pedindo para que não se atrasasse.

    Ralf dormira uma noite cheia de sonhos terríveis, repletos de aventuras com finais desastrosos e mortes horripilantes. Acordara mais cansado do que quando fora dormir e com um mal-humor de matar. Tomou um desjejum magro, sem nenhum bolo, e começou a selecionar os pertences. Passou o resto da manhã aprontando tudo para viagem. Quando faltava pouco tempo para a terceira hora de sois, trancou, com um grande pesar no coração, a porta da frente e saiu, entrando pela trilha da floresta.

    O jovem não olhou para trás, talvez porque soubesse que se olhasse, seria difícil deixar o lugar. A temperatura estava muito agradável, mesmo para meio-dia. Os pássaros estavam alvoroçados, cantando com suas vozes agudas algo que Greenwood não entendia, por estar em suas línguas estranhas ao homem. A trilha, bem conservada pelos funcionários reais, entrava na floresta até o sul da vila, passando por pequenos montes e vales rasos. Riachos despontavam pela mata e cervos corriam, se afastando do rapaz.

    Ralf estava em silêncio, apesar de apreciar muito cantar enquanto caminhava. Seus pensamentos vagavam pelos pesadelos da noite anterior, assim como o destino incerto à frente. A mochila estava pesada nos ombros, mas não incomodava mais do que o peso que anuviava o coração do jovem. Apesar disso, o entusiasmo de estar participando de uma aventura animava-o a prosseguir.

    Greenwood continuou a andar, parando ocasionalmente para descansar um pouco. Cobriu a metade da distância rapidamente. A trilha, que antes seguia para o leste, inclinara um pouco para noroeste. O rapaz sabia que a vila estava perto, mas, devido aos montes que a circundavam, não era possível ver nada, nem a fumaça dos fornos. Parou para descansar aos pés de uma elevação, a norte da estrada. Ralf preferiu entrar na floresta e deitar na grama, à sombra de um grande abeto. Um riacho, com nascente nos montes, caía numa bonita cascata, ali perto.

    O jovem deixou a pesada mochila cair e armou uma pequena fogueira. Meia hora depois já tinha água fervendo e estava preparando um pouco de carne cozida, junto com umas ervas que encontrou perto. O local era um dos seus favoritos para fazer piqueniques ou descansar no meio de caminhadas, vinha muitas vezes ali, principalmente quando ia para vila vender carne ou ouvir histórias. Ralf olhou o sol e viu que tinha feito o percurso num bom tempo, por isso, depois de comer, resolveu dormir um pouco.

    Com o bom-humor restaurado pela comida e pelo sono, o rapaz prosseguiu viagem. Cantarolava pequenas canções e caminhava devagar, apreciando a paisagem. Parecia que as cores do verão ainda resistiam, e, embora o tom melancólico do outono estivesse presente, estava ofuscado pela exuberância restante. Um dos únicos indícios de que o inverno estava próximo era o chão de folhas, que atapetavam o solo e abafavam as passadas de Greenwood.

    A trilha virou-se para o norte e os espaços entre as árvores aumentavam. Baldwin, o monte à sudeste da vila e Trescodin, o monte sul, se aproximavam. Um pequeno vale se formava entre eles e a trilha seguia por ali. Nas encostas escarpadas dos montes se multiplicavam trepadeiras e liquens. Em pouco tempo, as árvores escassearam e se agruparam em pequenos bosques até desaparecerem. A trilha se alargou e virou subitamente para leste.

    Mesmo indo freqüentemente para a vila, Ralf ficava sem fôlego com aquela visão. O vale se alargava, a trilha era pavimentada e, encravada na encosta norte de Trescodin, ficava o magnífico templo, dedicado a Crunor. Construído há séculos atrás, por mãos agora desconhecidas, o templo era um prédio alto e grande. Era feito de pedras que pareciam não se deteriorar, se por reparos ocasionais ou por habilidade do artífice misterioso não posso dizer, e suas janelas eram adornadas com vitrais belíssimos, representando lendas do passado.

    O pórtico de pedra era virado para o norte, para a vila. Mais precisamente, para a praça principal da vila, onde todas as construções importantes estavam. Foi para lá que Ralf andou, acelerando o passo. A expectativa de ver de novo Hyacinth ou até mesmo Helidan, o animava, além de que os sóis já estavam descendo, a oeste. Por isso prestou pouca atenção aos moradores da vila que passavam por ele, ou o cumprimentavam a distância o conhecido contador de histórias.

    Pouco depois, quase em frente a entrada do templo, a estrada se ramificava em três. Uma continuava a leste, e levava ao sul novamente, só que pelas as encostas orientais de Trescodin. Outra estava voltada para o sul, levando ao pórtico do imponente templo. A última ia em direção norte, para a vila. Rumando para a mesma, Ralf chegou na praça principal sem grande esforço.

    O jovem então contemplou Rookgaard, feliz. Os sóis ainda iluminavam o suficiente para que o rapaz reconhece os prédios. No lado direito, uma grande casa de madeira se erguia. Lá viviam os mais ricos comerciantes de toda a ilha: Obi e Dixi. A esquerda, a estrada continuava por uma centena de metros e dava em outra casa de dois andares, encravada no monte Baldwin, a casa do curtidor da vila, Tom.

    O celeiro para armazenagem de grãos podia ser visto, ultrapassando as altas casas, a noroeste. E, se Ralf forçasse a visão mais um pouco, podia divisar as muralhas de pedra resistente que protegiam a vila de qualquer incursão inimiga, seja humana ou não.

    Mas o prédio que atraiu imediatamente a atenção do rapaz foi a biblioteca, logo ao norte. Não era o grande tamanho, nem a posição privilegiada, que fazia qualquer visitante olhar primeiro para ela. Não, o que fazia Greenwood olhar tanto para a construção era a importância de chegar lá o mais rápido possível.

    O jovem foi correndo para o prédio, com sua pesada mochila balançando atrás do seu corpo. As cores da tarde estavam começando a desaparecer. A fumaça dos fornos e das pequenas fogueiras das casas da vila já começavam a empestar o ar. Uma menininha que brincava com sua boneca quase foi atropelada pelo rapaz, que pediu desculpas num sopro de voz. As faces magras de Ralf estavam vermelhas, e seu peito subia e descia rapidamente, tentando repor o oxigênio perdido.

    Com as mãos nos joelhos, Greenwood parou um pouco arfando. Estava na soleira da construção. Uma estranha penumbra impedia o jovem de ver qualquer coisa no interior da biblioteca. O pórtico de entrada era de mogno escuro, com runas estranhas esculpidas nele. Ralf se aproximou, apreensivo. Um silêncio estranho parecia cair sobre a vila. As figuras reluziam, iluminadas pelos sóis que se encaminhavam para o horizonte à leste.

    O rapaz andava em direção a escuridão, hesitante. Suas pernas estavam pesadas, como que se não quisessem ser conduzidas ao pórtico. Uma figura esculpida no mesmo atraiu a atenção de Ralf, que estreitou os olhos e se aproximou da madeira. A imagem, habilmente esculpida, representava um homem jovem, com uma mochila nas costas. Fosse por magia ou por um efeito de iluminação, Greenwood jurava que a figura estava se mexendo.

    Atônito, o rapaz esticou os dedos para tocar na imagem. Depois recuou, horrorizado. O que pensava ser um homem, na verdade era um cadáver, com carne putrefata e ossos aparecendo em diversas localidades. Como que hipnotizado, Ralf viu o morto se virar para ele e abrir um sorriso sarcástico, como que dizendo algo.

    O jovem gritou quando percebeu o que a figura representava. Era idêntica a ele mesmo, uma cópia perfeita. E mostrava certamente o que a aventura resultaria. No destino inevitável que o acompanharia se partisse. A figura abriu o sorriso e começou a se mexer, aumentar de tamanho. Seus olhos brilhavam de um vermelho maléfico que fazia o jovem tremer. De repente, uma mão da escuridão agarrou Ralf e o puxou para dentro do prédio. Assustado, o rapaz tentou se soltar, mas a mão era firme e não relaxava. De súbito, uma voz zombeteira falou em alto e bom tom:

    - Está atrasado, Ralf Greenwood, contador de histórias.





    Por favor, comentem o que acharam sobre o capítulo.
    Última edição por Thomazml; 29-01-2009 às 21:22.
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    Bem, mesmo sem ninguém comentar, o que é deveras desanimador, vou continuar a postar, pois gostei da história. O próximo capítulo sai semana que vem, provavelmente.
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  10. #20
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    Desculpa, e que eu sou muito esquecido mesmo...
    Acabei lendo a historia, mas por algum motivo não comentei [+fato], não me lembro porque fiz tal idiotice, acho que é porque eu estou ficando velhinho [+outro fato]...

    Mais vamos ao que interessa, não é?
    Bom, eu gostei do capitulo e das descrições do relevo [um toque a mais nas coisas], isto mostra uma identidade propria, o que pra mim vale uns bons ponto na média. Em resumo e descrição estava boa, quase impecavel, a unica coisa que ficou ruim foi na parte em que ele se vê "semi-morto", eu falo isso porque não entendi direito está parte, talvez seja eu mesmo que tô lerdo, lerdo...

    Está semana passada eu pensei em seu texto e acho que não posso ficar com um pé atras porque você usa o estilo peculiar do Tolkien, porque eu mesmo nunca iria conseguir se quer imita-lo, já você faz isso com destreza e com uma fluidez muita boa...

    Acabei então, por assim dizer, um leitor presente apartir de hoje, que vai esperar o proximo capitulo como se lê-se um livro. Espero que se esforçe pra continuar escrevendo mais e melhor. Meus sinceros comentários de boa sorte e até o proximo capitulo [ou comentário].

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