Eu não induzi o Elementals a postar aqui.
Fake.
Ok, pro tio: A "saga Ava" é a parte principal da história. Ava é o protagonista u-u E Khas é um pseudo-antagonista ô.- Simpatia pelo mal? Bom eu não posso dizer que vou tornar o Ava mais simpático ou as cenas melhores, mas o que eu posso dizer é que ele ainda vai protagonizar muitas coisas legais na história. E a visão dele como "foda" que com certeza muita gente tem, é só uma visão. Explico melhor futuramente.
O número do azar vem aí. E bom, pode parecer "desnexado" o capítulo, mas é um capítulo se maior importância que desencadeará efeitos futuros determinantes.
Capítulo XIII
Eufemismos
Baxter entrou sem muita cerimônia no suntuoso quarto do rei Tibianus III. Era grotescamente enorme, com um longo tapete felpudo vermelho bordado de dourado cobrindo o chão de mármore negro, que se deixava aparecer nos cantos e na porta de madeira escura. Havia criados-mudos e um mar de mesas com candelabros, documentos, cartas e um único elmo dourado com uma plumagem vermelha como o tapete brotando de seu topo.
Ao lado da única cama, postada ao lado da porta, jazia uma estante bem polida com três prateleiras para livros. Estavam vazias. Não havia mais livros. Não havia mais razão para ler. O único que tocava neles estava deitado na cama, com a expressão de derrota cravada na face. O cobertor verde com um enorme “T” dourado cobria-lhe o corpo. Os longos barba e cabelo brancos como a pele daquele homem estavam desgrenhados, mal posicionados. Os olhos azuis apertados se escondiam nas rugas da face. Face de um velho que babava e tentava falar algo.
- Baxter... - Disse com suas forças ao máximo, na tentativa de falar alto. Mas o que saiu foi um murmúrio - Venha cá...
O homem se sentiu honrado em estar na presença do rei, mesmo naqueles momentos de doença. Não se sabia o que havia com ele, apenas que era grave. Espirrava, tossia, gemia, se contorcia... Era terrível ver. Muitos já perderam as esperanças, já se perguntava quem seria o novo rei. Mas Baxter sabia que ele sobreviveria, era um exemplo de força de vontade. Comandara Thais nos piores momentos e sempre se saíra bem, era um vencedor. Só lamentava dele ter adoecido ali, justo quando os orcs resolveram atacar! Se tinha alguma relação com aquilo, não sabia... Mas que era lamentável era. E perigoso para ele, por isso precisavam impedir que as torres chegassem à cidade... Mas será que era preciso confiar no traidor que Khas arrumara para aquilo?
- Meu filho? - Disse a voz fraca e distante de Tibianus, penetrando em sua mente e fazendo-o voltar a realidade. Sentiu-se pior ao ouvir aquelas palavras. Apenas velhos fracos e deprimidos viviam arrumando filhos por ali. Suspirou e se virou, caminhando para perto da cama, tentando esquecer o que Khas lhe dissera há pouco.
- Sim vossa alteza? - Disse em alto e bom som, a voz firme e os olhos penetrantes encarando-o com confiança. Era imensamente importante transmitir-lhe fé naquele momento. Tibianus forçou um sorriso com alguma dificuldade e fez um gesto para que senta-se. Buscou uma bela cadeira estofada vermelha, dava dó só em sentar nela. Se postou ao seu lado e ouviu.
- Os orcs... - Tossiu - ... Eles estão... - Tossiu de novo, dessa vez sacudindo-se todo. Quem contara sobre aquilo para ele? Não precisava que seu rei finalizasse a frase para ele saber o que diria. Khas! Devia ter sido Khas, só para depois destruir as torres e esconder tudo do rei, só para ganhar honrarias e dinheiro. Era típico dele, só podia ser ele! Haviam feito um pacto, todos os guardas, ninguém iria contar para ele sobre a guerra. A única pessoa com livre circulação no castelo naqueles dias eram os druidas - os melhores de Thais - que também foram obrigados a manter segredo e o palhaço real. Mas Bozo vivia infeliz naqueles dias, escondido em algum canto do suntuoso castelo. Não devia ter contado, aliás não devia nem saber daquilo. Suspirou.
- Sim, meu rei - Baixou a cabeça, temendo a reação dele em saber que sua filha mais bela estava em perigo justo quando a doença o atacara.
- Por que ninguém me contou a respeito? - Disse, a voz mais firme e decidia e o olhar espantado perdido na janela que dava para o corredor. Engolia em seco o tempo todo, tentava tirar a idéia da cabeça mas era difícil. Terminou por olhar nos olhos de Baxter, querendo a verdade.
- Eu... - As palavras prenderam-se em sua garganta. Não conseguia pensar no que dizer e muito menos dizer aquilo que queria. Embalava as mãos no ar tentando encontrar uma saída, olhava desesperado para o rei e se movia inquieto. Perdera as palavras.
- Ouvi-o grit... - Tossiu mais alto, como se seu coração fosse saltar pela boca - ... Tar da rua...
Claro. Por um momento esquecera-se que era o réles guarda da ponte de acesso ao castelo. E que fora lá que berrara para a cidade inteira ouvir que procurava voluntários para a tal guerra. Era um retardado mesmo, como fora tão imbecil? Achara que mesmo naquele estado ele não ouviria, ou até quem sabe não entenderia?
- Me perdoe por manter o segredo - Decidiu por falar, cabisbaixo, refletindo sobre seus dois erros. Omitir aquilo dele e gritar aquilo para a cidade toda. Erros paradoxais que o comprometeriam. Mas agora entendia o porquê de ser chamado ali. O rei iria lhe falar palavras duras. Sabia disso.
- Não vou lhe culpar por tent.. - Tossira muito alto e muito forte, parecendo que explodiria. Parou de falar e deu uma respirada funda, terminando a frase rapidamente, parecendo que ia morrer em seguida. Que Banor não o fizesse! - ... Por tentar me poupar.
Baxter, surpreso, voltou a olhar seu digníssimo superior.
- Mas por favor - Era fantasioso imaginar que o rei lhe pedia um favor - Não me poupe do que diz respeito a minha cidade - Incrivelmente aquelas últimas palavras foram duras e confiantes, transmitindo exatamente o que tinham de transmitir - Agora vá. Preciso descansar e você... - Tossiu mais baixo - ... Arrumar mais gente para a guerra.
Saiu sem cerimônias, como entrara. Deixou o rei dormir e saiu a passos largos pelos corredores, decidido a falar com Khas. Não queria nem pensar o que ia acontecer com Tibianus se descobrisse das máquinas de guerra.
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Manteiga.