Finalmente!
bem galera, sem querer me vangloriar, mas peço desculpas pro pessoal que lê minha história pela demora pra postar o próximo capítulo. As aulas de noite no cursinho recomeçaram e meu trabalho voltou semana passada, logo meu tempo ficará bem escasso, mas prometo continuar minha história até o fim

Agradeço àqueles que continuam acompanhando e comentando, àqueles que estão gostando, àqueles que não estão gostando, pois quem não gosta está falando porque, e acreditem, isso é muito bom pra mim.
Não vou demorar muito escrevendo isso, vamos ao que interessa, não é mesmo?
Capítulo 6 – Vizinho invisível
John tentava chegar à frente para poder observar o que acontecia na praça. A multidão estava eufórica, não deixavam o rapaz passar. Assim que conseguiu um espaço, olhou para o centro da praça.
Um homem estava pronto para discursar às pessoas da multidão. Este homem era Norman, ao seu lado alguns soldados e seu filho, Sig.
- Homens de Terris! – dizia o ancião, começando seu discurso.
John agora já estava numa posição boa, onde podia ver e ouvir claramente o discurso.
- Creio que todos na vila notaram que nosso ferreiro mais famoso está ausente há muito tempo. Herbert não abre a sua loja a pelo menos 20 dias e também não está em sua casa. Sabemos que o nobre ferreiro viaja com freqüência para encher sua loja com belos produtos, mas eu receio que desta vez foi diferente.
Norman fez uma pausa, olhando para os que ali estavam presentes, logo continuou:
- Recebi uma carta ontem, vinda do vale dos ladrões. Nela, o chefe deles avisa que o nosso ferreiro foi raptado por eles e exigem uma alta recompensa por ele.
A população ali presente demonstrou claramente um ar de surpresa, um alvoroço estava se iniciando, mas o ancião continuou:
- Por isso, comunico a vocês que, ao anoitecer, partiremos com o exército rumo ao norte para resgatar nosso ferreiro!
- Não é possível, o senhor Herbert viajou, o vizinho dele é prova disso! – Pensou John.
A multidão que estava abismada com a notícia ruim começou a comemorar e a gritar “Força exército de Terris!”, visivelmente feliz, pois o exército da vila era muito bem treinado e dificilmente falhava em suas missões. O ancião agradeceu a presença das pessoas e se despediu. Logo a multidão se dissipava.
- Senhor Norman! – gritou John, saindo da multidão.
- John, meu jovem! – disse o ancião após virar-se para o rapaz.
- Eu acho que o senhor Herbert não foi raptado.
- Como é? Explique melhor, meu jovem.
O senhor Herbert fez um pedido de filés há dois dias para a minha mãe.
O ancião que apresentava uma feição carismática tornou sua face séria e gesticulou com os dedos, pedindo que John continuasse.
- Quando fiz a entrega em sua casa, o vizinho do ferreiro me avisou que ele havia viajado. Eu também achei estranho esse sumiço, mas me parece que ele não deve estar em perigo.
Norman ficou visivelmente apavorado. Seu filho, Sig, tentou acalmá-lo, este também parecia nervoso.
- Guardas! Vão até a casa do ferreiro Herbert e invadam todas as construções próximas!
Os guardas atenderam à ordem do ancião e passaram correndo por John, que temia ter falado alguma besteira. Sentiu-se pior com a fala de Norman:
- John, me acompanhe até o quartel.
- Tudo bem, senhor Norman – Disse John um pouco assustado.
Andaram pouco, o quartel era próximo dali. Entraram pelos portões guardados por soldados. Enquanto seguia o ancião e seu filho, John olhava para os soldados que ali estavam se preparando para a expedição, ao anoitecer. Após atravessar o pátio principal, entraram numa sala composta por algumas cadeiras e uma mesa, algo bem simples. O ancião gesticulou, apontando a cadeira para John se acomodar. O jovem, um pouco assustado e retraído, sentou-se.
- John – Dizia Norman, sentando-se do outro lado da mesa – Explique novamente o que você me disse na praça, por favor.
Tentando manter a calma, John explicou novamente, se controlando para não falar nenhuma besteira. O ancião ouviu calmamente a mesma história de antes. Após ouvir tudo, falou ao jovem:
- Acho que temos um problema bem grande.
- Não estou entendendo, senhor Norman – Disse John.
- Herbert não tem vizinho algum – Concluiu o ancião.
John estava conseguindo se acalmar, mas a noticia de Norman o fez levar outro susto. Antes que alguém ali falasse mais algo, um dos guardas que haviam ido inspecionar as redondezas da casa do ferreiro abriu a porta da pequena sala:
- Senhor! Invadimos todas as construções próximas à casa do ferreiro e nada encontramos.
- Pronto, agora vão dizer que sou louco – Pensou John.
O ancião olhou com dúvida para o rapaz. Sig também o encarava com seriedade.
- Tinha alguém lá sim! Eu entreguei a encomenda de filés a esse vizinho, pedi ainda que a entregasse caso ele visse o ferreiro! – Exclamou John, um pouco desesperado.
- Faz sentido. Trouxemos isso como única pista do local – Disse o guarda, deixando um saco sobre a mesa.
Os soldados abriram o saco e dentro estavam os filés, que mesmo sendo cozidos a tempo, ainda preservavam um cheiro bom. O ancião, olhando as pistas, acreditou em John.
- É mais delicado do que pensávamos. Não bastava terem raptado o ferreiro, mas deixaram um espião infiltrado na vila. E pior, ele conseguiu escapar! – Disse Norman abalado.
- O que faremos senhor? – Perguntou o guarda que antes entrara.
- Diga aos soldados para se arrumarem já, partiremos em duas horas! Não podemos dar tempo a espião algum de contar o nosso plano aos ladrões! – Afirmou Norman.
- Entendido! – Disse o guarda, retirando-se da sala.
- John, quero que chame a sua mãe, como você já sabe, ela é uma das pessoas que prestam serviço médico aos soldados após as missões. Faça isso, por favor – Disse o ancião.
- Tudo bem – Disse John se levantando.
O jovem saiu apressado do quartel. Corria em direção aos portões da vila. Algo realmente estranho estava acontecendo, não estava tudo muito esclarecido, mas a pergunta principal que ele fazia enquanto ia em direção aos portões da vila era justamente quem teria feito a encomenda no lugar do ferreiro. Acelerou o passo, precisava chegar logo em casa e avisar a mãe de todo o acontecido. Outra coisa banal em que pensava enquanto percorria o caminho era por que os guardas trouxeram a carne envolta em um saco, não no pano de florzinhas de sua mãe.
Saiu da vila sem falar nada aos guardas, enquanto corria, avistou uma pessoa escorada numa árvore no caminho. Ao se aproximar em sua corrida, notou que era um homem, vestido inteiramente de preto com uma bandana amarela bem clara, na mão havia uma espécie de tecido. Passou correndo por ele. Depois de alguns segundos, parou bruscamente.
- Aquele tecido que o homem tinha na mão... Familiar – Pensou John.
Virou-se e não viu ninguém escorado na árvore. Achou estranho.
- O pano da minha mãe? – Pensou.
Antes que pudesse pensar em mais algo, John foi atingido na nuca, caindo inconsciente.
- Jovem entregador, você já viu coisas demais por hoje.