@Dard: Eu parei de escrever a história e o tópico foi fechado por pedido meu. Agora que estou com um bom tempo livre (não tanto) novamente, vou retornar com o projeto.
Como estou em época de provas vou repor os capítulos enquanto escrevo os inéditos.
@Hutch: Eu gosto de underline.
@Blarow: Sim senhora, é você. :*
Bem, aproveitando que estou aqui...
Capítulo 1 – O filho de Edgar Fall.
- No início havia apenas um grande vácuo. – suas palavras ecoavam pelo saguão e era rapidamente absorvida pelos pequenos que o observavam com curiosidade e respeito – Neste vazio duas poderosas entidades apareceram, sendo por fim conhecidos como os deuses anciões: Fardos, o Criador e Uman Zathroth, o Destruidor. – um sorriso de desdenho surgia no canto direito de sua boca, enquanto seu óculos redondo e pequeno descansava sobre seu nariz levemente curvado.
Um livro repousava sobre o colo do ancião, aberto e um dos seus dedos cumpridos e finos tocava a primeira página deste. O velho deixara o livro ali, mas não havia olhado nem sequer uma vez para ele. Contara tantas vezes a mesma história que as palavras saiam quase como automaticamente de sua boca, enquanto os pequenos ouviam as palavras do velho e seus olhos cintilavam quando o mago movimentava sua mão levemente e no ar surgiam, com cores e brilhos mágicos, as cenas de criação do continente, das águas, das guerras, do início da vida... As palavras se perdiam no vento. Com suas pálpebras pesando enquanto a voz doce e bela do velho dizia com detalhes todo o surgimento, o pequeno jovem adormeceu.
No dia seguinte, Fafnar surgia no vasto lençol azul no alto, iluminando os rios e as choupanas de madeira e palha do vilarejo, ao mesmo tempo Suon surgia no outro horizonte ocupando seu local no belo céu. Os raios de Fafnar e seu irmão Suon, os sóis, adentravam pela janela acordando um por um.
Argos esfregou os olhos ao sentir um leve calor no seu rosto, ainda de olhos fechados bocejou em alto e bom som enquanto sentava na cama.
- Bom dia! – murmurou o rapaz para si mesmo, enquanto esticava os braços e tornava a bocejar. – Que sono! – o garoto abria os olhos verdes enquanto mexia nos cabelos negros e bagunçados, e olhava pela janela do seu quarto vendo alguns homens que já trabalhavam ao amanhecer.
Argos caminhou sonolento até a cozinha, às vezes trombando contra a parede, o cheiro do desjejum apurava seu olfato e sua barriga roncava. Sua mãe estava servindo a mesa quando o garoto se sentou e recebeu um beijo carinhoso no rosto seguido por um bom dia. Os olhos de sua mãe estavam levemente vermelhos, assim como seu rosto, mas ela escondia para não preocupar o filho, que como estava com sono não notou nada.
- Gadembler Elendar esteve aqui há alguns minutos, queria saber se você já havia acordado – sorriu a mãe, enquanto se sentava junto ao filho na mesa – Ele disse que mais tarde voltaria, parece que será amanhã o dia que os garotos da vila vão para a ilha.
- Porque a senhora não me acordou? – perguntou o garoto ansioso, limpando os olhos para enxergar melhor – Senhor Elendar queria falar comigo? Ele já quer que eu arrume as malas?
- Não Argos, não. – sussurrou sua mãe, enquanto apertava sua própria mão. – Ele voltará mais tarde, vocês terão todo o tempo do mundo para conversar.
- Eu vou procurar ele! – o garoto se apressou a comer, enfiando pedaços de pão maiores que sua própria boca e virando a caneca com chá. Após terminar saiu correndo de casa escutando sua mãe gritando ao seu encalço. Seu nervosismo e sua ansiedade aumentavam conforme ele corria, não conseguia imaginar que o dia finalmente chegara e havia passado tão rápido: Finalmente ele poderia ser como seu pai.
Ele avistou o mago conversando com uma senhora que sorria e dava gargalhadas com algumas piadas que o velho e bondoso Gadembler contava, o rapaz ficou observando o homem até ele se despedir da senhora para poder chamar sua atenção.
- Senhor Elendar! – chacoalhava ambas as mãos por trás da fonte, sorrindo.
- Oras, se não é o pequeno Argos! – o homem começou a caminhar na sua direção, os olhinhos espremidos por trás do pequeno óculos de lentes circulares. – Eu fui a sua casa logo hoje de manhã garoto, mas sua mãe me disse que estavas dormindo e eu não quis acordá-lo. Mas bem, o que quer?
- É... Bem, eu procurei o senhor porque o senhor foi a minha casa. – coçava a cabeça e se mantinha sorrindo – Então, o que o senhor quer?
O velho fitou-o. Seus olhos percorreram toda a vila antes de voltar para o rosto do garoto, ele sabia que o que seria dito não seria bem recebido pelo jovem Argos, aspirante a cavaleiro.
- Você sabe que amanhã irei levar todos os garotos para a ilha de Rookgaard, certo meu caro? – o velho encarou o garoto, que conseguiu ainda sorrir mais. Sua boca estava anormalmente aberta.
- Sim senhor! Sim! – dando socos na palma da mão esquerda.
- Porém, hoje de manhã tivemos um problema. – o mago abaixou a cabeça brincando com as folhas que caiam das árvores – Sua mãe Argos, ela não quer que você vá.
O sorriso sumiu do rosto do garoto, instantaneamente.
Ele não respondeu nada, suas pernas o ajudaram a correr o mais rápido possível. Como sua mãe havia feito algo assim com ele? Era o sonho de sua vida e ela sabia, e não seria ela que o faria desistir desse sonho.
A porta da sua casa foi aberta com ódio, escancarada. Ao ver o garoto entrando sua mãe não se conteve e começou a chorar.
- Filho, eu não quero que você tenha o mesmo fim que... Filho! – as lágrimas escorriam pelo seu jovial rosto, mas o garoto não havia ouvido uma se quer palavra.
Correndo até o seu quarto e trancando a porta, Argos então ficou o resto das horas desse dia parado, olhando os raios solares de Fafnar acariciar as águas do rio.
Um apito ecoou no ar ao amanhecer do dia seguinte, garotos e suas famílias se despediam no cais da pequena vila de Filars Porl, extremo norte de Thais. Gadembler Elendar recebia os garotos e cumprimentava suas famílias.
- Vamos garotos! – tão empolgado quanto os mesmos, o velho Gadembler os apressava a subir no barco.
Quando o apito do barco tornou a soar todos foram até a proa, se despedirem. As águas do rio começaram a bater contra o barco e as velas estavam prontas, ele partiu. O sonho de muitos estava apenas começando e nunca estiveram tão próximos, logo essas águas desaguariam no mar e ao anoitecer muitos estariam chegando na famosa ilha.
Gadembler viu uma mulher, sumindo conforme o barco se distanciava do cais, e lembrou do pequeno Argos. Como ele teria reagido à notícia.
A viagem fora longa e a noite já caia sobre os mares de Tibia, o continente. Alguns garotos ainda simulavam uma batalha entre dois guerreiros usando pedaços de madeira e murmurando frases de grandes cavaleiros conhecidos por todo o mundo, ou usando palavras mágicas que Gadembler havia contado em suas histórias. Enquanto os sóis se ocultavam, terra ia surgindo ao horizonte. Os garotos ansiosos, e agora até algumas garotas, ficaram a frente do barco vendo a tão sonhada ilha que chegava.
Ao aportar, Gadembler desceu e foi recebido por um homem de aparência jovial e de longos trajes marrons, um sorriso amigável no rosto. Os dois conversaram por um momento até que Gadembler se virou para os novatos empolgados.
- Aqui começa a vida de vocês, o caminho para se tornarem grandes e conhecidos por todo o continente tibiano. Espero vocês no continente, daqui algum tempo. – e abrindo caminho, todos correram dando gritos de empolgação.
Quando Gadembler tornou a subir para o barco, um garoto jovem, de cabelos negros, rebeldes e bagunçados passou por ele. A cabeça baixa, uma clava de madeira em punho, com alguns espinhos. Carregava uma bolsa com uma maçã e trajava as mesmas roupas do dia anterior quando havia recebido a notícia.
- Com licença. – disse o garoto ao passar por Cipfried, o homem de vestes longas, guardião de Rookgaard.
- Seja bem vindo a esta ilha, meu rapaz. – disse Cipfried, ainda sorrindo, sem se preocupar com a situação em que o garoto se encontrava.
Rookgaard, o início de uma vida de batalhas.
Divirtam-se...
Sem mais;
Asha Thrazi!![]()
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