Bem,depois de muita ausência e enrolação, estou aqui postando.Antes de começarmos,quero pedir à todos que comentem neste capítulo.Estava meio enferrujado,e quero saber qual foi o resultado.
Mais uma coisa:neste capítulo abusei de descrições futurísticas e cultura japonesa.Se não entenderem uma palavra,consultem o glossário no final do capítulo.Caso nãohaja esta palavra no glossário,postem e responderei.
Sem mais de longas:
Abram-se, Portas do futuro!
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Simplesmente Futuro, Capítulo 10: Brumas
O Lobo estava parado, a lâmina ainda pingando o líquido rubro. Aos seus pés, a carcaça de mais um dos robôs daquele maldito “Hitler 3000”, que insistia que ele continuasse a treinar com aqueles oponentes ridículos, mesmo não precisando. Limpou ambas as katanas no chão, devolvendo-os na bainha em forma de X fixas em suas costas. Tinha certeza que aquele massacre de robôs não levaria à nada. Sabia que seu estilo era perfeito, não poderia ser aprimorado. Utilizar a espada japonesa fazia-o lembrar de seu pai. Vestiu novamente o robe, se dirigindo ao seu quarto. Porém, mais tarde, ele não se lembraria de chegar ao quarto e despir a armadura, muito menos se lembraria de ter tomado mais um banho reconfortante. Suas memórias eram só brumas.
Sentia o corte no antebraço, o sangue banhando a lâmina, o corpo pequenino demais para segurar a lustrosa espada japonesa.Havia se cortado praticando o ookami¹, estilo de seu pai.No momento estava no dojo, o braço ensangüentado e as lágrimas caindo pelo rosto.
-Simon!?O que houve?
Logo a casa estava um rebuliço.A mãe, a irmã, seu pai e John, todos estavam ali.John não fazia parte da família.Na verdade, ele fora mais uma vítima da cruzada de seu pai contra o governo.Ficara órfão à apenas dois meses, e desde então, por respeito de seu pai, pelo pai dele, ele ali.Não só morava, mas a ele era delegado o futuro da organização, mesmo posto que ocuparia quando crescesse.Também treinavam juntos.Porém, hoje, ele entrara no dojo escondido e pegara ambas as katanas.O resultado se via no piso, já começando a secar.
-Simon!O que foi isso?!- este era seu pai, Edward, sempre austero e ditatorial, agarrara seu braço bom e o forçara a largar a espada.A atitude parecia rude e forçada aos olhos de todos, mas a sua face revelava seus sentimentos.Estava preocupado, transtornado. – Já lhe disse que só pegarão nas espadas aos 14 anos!Estas espadas não são brinquedos!São armas mortais!E se você cortasse sua carótida?- Ele conduzira rapidamente Simon ao banheiro e limpara a ferida, a enfaixando. –Olha Simon, eu entendo que esteja curioso sobre as espadas.Mas você viu o que elas podem fazer, não viu?-Agora seu tom de voz baixara, e ele estava ajoelhado à frente de Simon, que se sentara no vaso.-Me prometa que não voltará a acontecer.Sabe, eu não quero te perder, filho. –Se abraçaram então.Edward era assim, mudava de temperamento de uma hora para a outra e chegava a amar os filhos mais do que tudo.Mas nada mudava sua impetuosidade.Finalmente os dois se separaram e ele recebeu sua resposta.
-Prometo, Papai!
Acordara na banheira assustado.O Lobo cada vez mais se remoia, adentrando cada vez mais fundo no seu passado.Não podia ser uma mera crise de consciência, já que estes flashes vinham de antes de sua traição.Havia algo que seu passado não queria manter esquecido, queria relembrá-lo a todo custo.Começou a ouvir alguns grito.Tapou os ouvidos e afundou a cabeça.Não era a hora de lembrar delas.Não mesmo.
As leves pancadas na porta o acordaram.O local continuava a ser uma banheira, mas o tempo era outro.Havia um som diferente ao fundo, algo ritmado, batidas.Tirou a cabeça de dentro d’água, devagar.Era o banheiro de sua casa, os misteriosos sons vinham da porta de carvalho, alguém batia.
-Entra!
A voz que o respondeu parecia a de um anjo.E a figura que adentrara devagar ela porta lembrava muito um.Sua irmã, Katherine estava ali parada na porta, trazendo uma toalha e algumas ervas aromáticas.Ela viera para cumprir um pacto entre eles, um compromisso,viera para banhá-lo, como ela prometera a muito tempo atrás.Aproximou-se devagar e se sentou no banco ao lado da banheira
-Não acha que já enrolou demais neste banho, pequeno?-o tom era carinhoso, bem-humorado-Vamos, deixe me ver este corte.
Ele lentamente sentou na banheira e estendeu o braço para que ela admirasse.Fez uma careta de dor quando ela o tocou,mais por manha do que por estar sentindo o corte.Mas isso sempre fora motivo para que ela risse.
-Vamos- disse ela entre gargalhadas- deixe de frescuras.Trouxe uma pomada que ajudará.
-Obrigado,mana.E desculpe por ter te preocupado tanto.Não sabia que seria tão difícil manejar as duas katanas..
-Não foi nada.Só não se repita, certo?
-Certo.
O tempo passou como um raio pelas memórias do Lobo e, quando a noite fatídica se apresentava ele despertou, já inteiramente submerso, quase sufocando.Tirou a cabeça de dentro d’água, os pulmões ardendo,clamando por ar.
-Malditas sejam estas memórias! Maldito seja este maldito governo.Maldita seja a hora em que aceitei esta chantagem!
Ele gritava e gesticulava enquanto andava pelo quarto em direção ao guarda-roupas.Lágrimas escorriam pelo rosto e se misturavam á água que ainda pingava dos cabelos grisalhos.Sua alma uivava de tristeza.
John acordou bem disposto naquela manhã.O sol ainda não havia se levantado,mas ele já havia tomado banho e comido. Iria se exercitar, queria se recuperar o mais rápido possível.A lesão no ombro ainda incomodava, mas melhorara sensivelmente.Pegou as duas Sais³ na boa e velha YW-627.Navy chegara a fazer um estardalhaço quando entrara
-Hei, moleque!É bom te ver.Soube que quase se suicidou!Informações voam na Intranet²,e eu fiquei sabendo de tudo!Queria o que atacando Zeus daquela forma estúpida?Se suicidar, é óbvio!
Ele somente ignorou os bramidos do computador de bordo e pegou as duas Sais³ de mitral, uma das poucas lembranças que tinha do seu tempo de criança, quando ainda morava com Simon.Sentiu o coração se apertar ao lembrar do amigo,de Katherine, de Edward.Foram bons tempos aqueles, vividos com a família do companheiro.
Dirigiu-se à estufa de Ceres.Um dos melhores lugares para se praticar o ookami naquele planetóide.Parou junto às cerejeiras.Olhou para as delicadas pétalas que caiam.Lembrou-se dos ensinamentos.Aquele lugar quase brilhava com a energia da vida.E John podia sentir isso.Concentrou-se no seu chi*, deixando a mente relaxar.E logo estava cortando as pétalas de cerejeira em pleno ar, na dança mais mortífera do universo.A dança do Lobo.
John abriu os olhos marejados.Ao seu lado estava Simone á sua frente o pai de seu amigo,Edward.Ele estendia as Sais e a faixa preta,que simbolizavam o completo domínio da técnica.John aceitou de bom grado, pronunciando o juramento de honrar aquelas armas.Esperou o amigo ser graduado e quis abraçá-lo.Mas Edward os interrompeu.
-Estou muito feliz pó poder passar a tradição que me foi confiada.Aqui,diante dos amigos da organização, e destes dois discípulos meus, me orgulho em anunciar que o treinamento de mais dois guerreiros está completo.Quero também anunciar que estes dois jovens, junto coma graduação, receberão o comando da organização.Estou me aposentando,colegas.
Uma salva de palmas foi dada à ele, e logo após a festa começara.Todos estavam felizes e acreditavam no futuro que estava por vir.Mas infelizmente a felicidade de todos nunca mais seria tão completa quanto a que sentia naquele momento.E talvez aquele fosse um dos últimos dos momentos felizes para aquela família.
John fora retirado de suas memórias por Armand,que entrara correndo na estufa.
-John! John! Venha rápido!Parece que descobriram onde estamos!
Em Zeus, O Lobo fora chamado à presença de Copperville. Atravessara corredores ao som de saudações.Viver naquele palácio começara a ficar entediante.Adentrou a sala do Füher, e lá estava o supremo governador do universo comendo em seu trono.Mudar de lado não mudara sua opinião. Copperville ainda era um porco.
As ordems recebidas haviam sido explícitas explícitas e claras.Ele haveria de achar os rebeldes e acabar co todos os que restassem.Simon tivera de pensar apenas 5 minutos para descobrir que Ceres seria a única opção viável.Em menos de uma hora uma frota interestelar havia sido recrutada e voava em direção à Ceres.
A sala de reuniões parecia um túmulo.A organização se encontrava fragilizada depois dos ataques à Zeus.Perdera-se o exército e a confiança.Agora,ao que tudo indicava,era a vez do império atacar.O pânico era quase palpável na sala.Afinal,ali haviam pessoas comuns que nunca tinham assistido uma guerra.Ceres sempre fora um refúgio seguro.
-Qual é a situação?- John entrara na sala.A camisa e os cabelos molhados.O passo, apressado.
-São 14 naves de batalha e mais 25 cruzeiros espaciais.
-Cruzeiros de que porte?
-Pesados,senhor.Capacidade aproximado,em naves, é de 37000 caças por cruzeiro.
-Meu Deus, isto é uma frota de conquista Solar!Evacuem Ceres, imediatamente.
-Mas senhor,não temos um plano de fuga arquitetado.
-Quero que todas as naves sem exceção sejam usadas.Quero as casas e os combustíveis queimados.Todos eles.Levem só o que puder carregar.Se eu conheço a estratégia imperial, eles vão tentar usar somente o combustível necessário para chegar aqui.Em Ceres inutilizaremos os 15 cruzeiros e as naves de batalha, não têm velocidade para nos alcançar.
-E os caças?
-Não sei, estes terão combustível para uma batalha.Precisamos estar fora da linha de alcance.
-Mas senhor..
-Mas nada.Comece a evacuação.Eu acho um porto seguro.
Meneou a cabeça, derrotado.Não havia tempos nem recursos.Era aqui que os sacrifícios começavam,e John não sabia se estava pronto para assumir esta culpa.A culpa de vidas inocentes que morreriam por sua causa.Vidas como a de Katherine.
O Lobo se olhava em frente, vendo o espaço passar lentamente.Neste momento estavam atravessando a galáxia de Andrômeda, e ele observava o espaço em seus raros momentos de calmaria.De certa forma ele ainda lutava por um equilíbrio,apesar de ser uma outra estabilidade.Uma estabilidade mórbida, lembrou ele,ao passar por um dos maiores asteróides de concentração da galáxia.
Olhar para aquele monstro,aquele câncer na galáxia, pensou que talvez ele estivesse errado.Muitos perderam suas vidas naquele lugar, e muitas mais se esvaíram na guerra.Duas em especial.
A noite era calma em Narciso, e todos dormiam.A colônia acabara de ser fundada, e não chegara á extensão de 100km², permitindo que ainda se levasse uma vida sossegada.E era ali que os anti-neo-humanos criaram uma pequena base de operações.
O mais importante de todos os líderes, Edward dormia tranqüilo, após a maior festa que ele dera nos últimos anos.Fora uma data alegre.Fora.
Os ruídos começaram ,inicialmente imperceptíveis, aumentando de intensidade rapidamente.Ruídos de passos. A porta do quarto fora aberta,e dois vultos mascarados adentraram.Um deles carregava Katherine nos braços.
O que tinha as mãos livres sacou uma adaga e se aproximou do pescoço do líder da resistência.Porém um deles cometeu um erro fatal e não vigiou a menina.A garota, em seu sono se espreguiçara,e um dos muitos vasos fora derrubado.
Este ruído acordou o alvo, que com um movimento de braço desarmou e matou o primeiro assassino.A casa rapidamente se encheu de vida, guarda,familiares e, principalmente, Simon.O mais novo líder,ao ver a cena, correu a seu quarto.Buscaria as katanas.
Quando voltou, a luta havia sido decidida.Porém não havia acabado.Simon chegara a tempo de ver um dos algozes arrancar a cabeça de seu pai e mestre com único golpe.Olhou em volta e viu os corpos de sua mãe e de sua irmã.Atiradas ao chão, esquartejadas,como ração canina.
Ainda ouviu um dos assassinos proferir:
-Da próxima vez que o Füher oferecer uma trégua, aceite, miserável
Simon lançou a primeira katana,que trespassou a traquéia do infeliz que havia profanado o corpo de seu pai.No entanto, não matara o infeliz.Queira que ele pagasse.O outro assassino não teve tempo de reagir.Quando viu,Simon já estava em cima dele, ambas as katanas em punho.Os golpes foram perfeitos.Um em cada articulação.A lâmina de mitral fazendo seu trabalho com absoluta eficiência,esquartejando o algoz vivo.Pisou no tronco e empurrou o peito para baixo.O sangue espirrando.O esquartejado ,gemendo.
-Você vai viver,seu bastardo.Vai viver em desonra, tendo que depender dos outros para tudo.Servirá também de aviso a todos aqueles que me desafiarem.
Dizendo isso, Retirou o portas-brasa da lareira e cauterizou todas as feridas.Partiu com a aurora rubra de sangue.
O Lobo despertara de suas lembranças coma seguinte frase:
-Fogo!
O Lobo olhou para baixo, e viu Ceres queimada e devastada.Aquilo fora demais.Os malditos tinham escapado, e era culpa dos pilotos, que se deixaram detectar.
-O que acontece aqui?Pedi para que levassem a nave do ponto A até o ponto B, e vocês se deixam detectar?Cabeças vão rolar aqui se não os pegarmos!
-Mas senhor, os cruzeiros estão sem combustível.Trouxemos menos do que o esperado para poder acelerar a viagem!
-Como?!
-Isso mesmo senhor.E tudo indica que eles previram isso,e não deixaram combustível.
Fora um golpe preciso, e o sangue do infeliz piloto jazia no Fibrilum do pára-brisa.
-Quero estas naves prontas para a perseguição em 10 horas.
Os soldados tremiam enquanto pousavam a nave e tentava conseguir combustível.O Lobo só fazia imaginar quem comandaria uma estratégia daquelas.Começara a perseguição.
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Glossário e alguns fatos sobre a tecnologia.
¹ Ookami
Lobo,em japonês.Quis fazer uma referência ao nome do general.Mais uma explicação de por que “O Lobo”.
² Intranet.
Evolução da Internet.Foi criada em 2750se aproveitando do armazenamento atômico e da aceleração luminosa**
³
Sais
Não,nãosãosais de sal.Sais são as armas japonesas em forma de garfo.Sabem as armas usadas por Rafael,das Tartarugas Ninjas?Então,aquela.
* Chi.
Esqueça Dragon Ball.O Chi aqui se refere às energias da vida.karatê e as outras artes marciais ultilizam deste conceito.O ookami também.
**Aceleração Luminosa
Base das viagens espaciais.Consiste em acumular energia através de geradores de fusão solar para que o corpo possa atingir, primeiramente a velocidade da luz,e depois a velocidade de Dobra.