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Ozco
Menosprezar a zumbificação da população que o uso das drogas por si só causa, e não a guerras drogas, é subestimar o quão destrutivo pode ser uma sociedade desmoralizada.
Não menosprezo pô, isso já faz parte da conta. O meu comentário lá atrás foi um apontamento sobre como tratar a questão das drogas dentro da democracia é um cobertor curto: ou você assume posturas autoritárias em relação ao uso como um todo ou busca métodos para lidar com a questão dentro de uma lógica de liberdade. O meio termo não está funcionando, já é destrutivo, e a destruição é desigual e muito pior nas periferias. Veja como estão Bolívia, Colômbia, Peru e México, que são praticamente narcoestados, com pouco consumo mas muita violência gerada pela grana do tráfico. Para esses países o desastre já chegou há muito tempo, a quebra do tecido social é o dia a dia.

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Ozco
Se for pra você ficar feliz, eu gosto dos anos 80~00 onde tinha um balanço sadio entre tecnologia e civilidade, fora a excitação e sentimento positivo sobre o futuro que já quase não existe mais.
Imaginei que fosse isso. Você não acha que o fato da sua "época de ouro da humanidade", que tem mais de 10k de civilizações registradas, ser exatamente no período da sua infância e o exatamente anterior a ela, uma coincidência muito grande? Não acha que pode ser simplesmente uma questão geracional, observada desde os primeiros registros socráticos?

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Ozco
Vou tentar explicar em poucas linhas, e já que você citou a pirâmide de Maslow vamos falar sobre ela:
Comida e sexo estão na mesma faixa, ele colocou a conexão com outra pessoa na mesma importância que comer e respirar, mas porra, tu vai morrer se não trepar? Não, mas o psicológico vai ser abalado fortemente, vai gerar maluco e munição pra uma convulsão social, aí temos o incelismo cultural que eu citei e que o problema é maior que misoginia, é um monte de homem jovem excluído da sociedade e com um instinto primitivo não realizado...
Aí você menospreza tal problema, o fator humano animal, chama de problema de primeiro mundo e talvez esteja até ok em sacrifica-lo por segurança alimentar, então o seu ápice de humanidade é a porra da Matrix (ou Cuba). E talvez o sacríficio nem vale a pena, troca menos gente morrendo de fome por mais gente morrendo por outros meios, fora o custo mental do constante estado de pânico e mal estar social que isso gera.
Sei lá, cara. Acho que você está exagerando totalmente na magnitude dessa parada de "incelismo". Mesmo se tudo o que você infere for real, é um problema totalmente localizado a setores da sociedade ocidental sob influência americana. Até o nome do problema é americanizado, por falta de termos que descrevem esse comportamento em outras línguas. A gente importa uma porrada de proselitismo ideológico americano, essa é só mais uma dessas merdas importadas, junto de toda essa cultura identitária e esse conservadorismo conspiratório.
Mas você for em uma periferia de qualquer país de terceiro mundo, o conceito de "celibato involuntário" é até uma piada. A novinha continua sentando e os moleques continuam fazendo filho e vazando. A Índia acabou de bater recorde na taxa de natalidade, o continente africano tem taxas de natalidade superiores a 103 nascimentos por mil habitantes. Os caras andam metendo com força.
Acho que existe um problema de magnitude maior, que é a taxa de natalidade decrescente em países de primeiro mundo, que é proporcional à taxas de bem-estar social. Isso é um potencial problema mesmo, principalmente quando esses países não sabem como lidar com a questão da imigração que vem de suas ex-colônias. Talvez seja até o começo da derrocada da supremacia econômica e cultural das sociedades judaico-cristãs ocidentais. Pode ser que sensação que você tem de "fim eminente" seja essa: em breve, provavelmente o 2/3 da população mundial vai subjugar o outro 1/3 economicamente e, quem sabe, também culturalmente.