Há males que testam sua fé. Outros males, testam teu coração. Outros, sua capacidade de resistir ao "Inferno". Este ultimo, sempre vem em doses duplas ou triplas.


Prometi não voltar mais as redes sociais. Mas infelizmente, ou eu volto, ou certamente morro. Toda vez que tento deixar a "missão" que certamente me foi designada, Deus pesa a mão sobre mim. Querendo ou não, ou cumpro a “missão” (sequer sei se tenho uma), ou sofro as consequências. E elas são doloridas.


Desde o ano passado tenho uma faca cravada no coração. São vários meses sentindo todo dia a ferida aberta. Por isso e já cansado, propus a mim mesmo deixar de lado estas postagens nas redes sociais, e cuidar da minha "vida", ou do que resta dela. Mas se com Deus e sua missão está ruim, sem os dois, as coisas só pioram.


Meu mês de aniversário é abril (dia 30). Era o mês tão aguardado, quando faço 40 anos e pensava eu que, por ser um número espiritual, que representa os 40 anos de Israel no deserto, minha vida sofreria uma mudança. Eu sairia do deserto. Sim, esta era minha esperança, mas para que esta esperança se cumprisse, eu tive que passar por duas duras provas.


Um evangelista americano, de nome William Branham, considerado por muitos como profeta, disse certa vez que 3 coisas destroem o homem: "Dinheiro, Mulher e Fama". E na minha idade, 39 anos, os dois primeiros são minha Nêmesis: Dinheiro - não por tê-lo - mas por me ser negado. Fui prejudicado insistentemente. Minha Lan teve seu sinal de internet cortado pela Oi por 3 anos, sem justificativa, fazendo-me perder clientes de jogos que não recuperei. Quanto a "Mulher", este item, que derruba o homem, me destruiu não pela quantidade que conquistei...mas exatamente por não ter conquistado nenhuma em 39 anos. As que tentei conquistar, acharam mais divertido me humilhar. E essa é uma das causas da ferida aberta em meu coração dia e noite.


Como disse anteriormente, desde o ano passado o "Inferno" chamado coração resolveu mais uma vez me pregar uma peça. Uma dentre dezenas nos ultimos 20 anos. Mesmo sabendo que seria humilhado, mesmo assim esse "Inferno" chamado coração resolveu me conduzir a mais uma humilhação em vida. Mas, sabendo que seria humilhado, como certamente fui, procurei de todas as formas me preservar. Não adiantou. No mês do meu aniversário, além da faca no coração sangrando dia e noite, uma nova prova surgiu para me testar: uma alergia na virilha, dos dois lados da perna. Uma alergia extremamente doÃ*da. Começou 3 semanas antes de meu aniversário, dia 30 de abril.


Foram as 3 semanas mais dificeis da minha vida. 3 semanas convivendo com a humilhação proporcionada pelo "Inferno" (Coração) e com a dor crescente da alergia na virilha. Na ultima semana, a alergia passou para a bolsa escrotal. Primeiro veio uma vermelhidão e depois a região que ficara vermelha, passou a preto, como se estivesse necrosado. Pensei em recorrer a medicina, mas sabia que se eu entrasse em um hospital, sairia de lá eunuco, isso na véspera de meu aniversário.


Mas como o inferno não descansa nunca, e sempre vem em dose dupla: doente e sabendo que poderia ficar eunuco, vi que minha prova não ficaria ali. Na mesma semana em que parte do meu corpo começou a morrer, ou ser tomado pela doença a ponto de cheirar mau, uma das pessoas responsáveis pela faca sangrando em meu coração, apareceu na Lan. Provavelmente ela deve ter pensado: "Bem, o crente safado do Eliel já deve estar com a alma em frangalhos. Vou lá retorcer a faca no coração dele, vai que ele se mata e nos livra de sua existência". Mesmo sabendo que seria humilhado, sorri para a pessoa. Mesmo sabendo que a faca sangraria ainda mais, mesmo assim, sorri. Sorri como meu avô Orcilis sorria diante da doença. Isso eu vi que puxei dele. Meu avô enfrentou a doença e a morte várias vezes. Nunca deixou de sorrir.

Bem, a pessoa chegou, e em seu propósito obscuro, retorceu a faca. E depois, no zap, deu o golpe "Fatal" na humilhação. Mesmo assim, fiz como meu pai sempre faz: "Com palavras brandas", respondi a mesma, e ainda tentei ajuda-la. Isso foi dia 29 de abril, véspera de meu aniversário de 40 anos. Se essa pessoa soubesse que além da faca em meu coração, eu ainda poderia ser castrado por causa de uma alergia, certamente a festa que programaram não seria regada somente a cerveja, sertanejo e funk proibidão: teria fogos de artifÃ*cio também.


Mesmo sentindo a dor e coceira excruciante na virilha e mesmo com o coração sangrando, sorri. Mesmo sabendo que além de ser humilhado pela minha paixão, e que poderia me tornar um eunuco por causa da doença, eu sorri. “Obrigado, vô Orcilis, por ter me dado essa parte de sua genética: a capacidade de sorrir diante da morte, da doença e da humilhação”.


A noite de 30 para 1° de maio foi pior: enquanto os que me odeiam sem causa (ou com causa, já que certamente devo ter causado isso) festavam, eu rolava na cama de dor e coceira na virilha. Enquanto os que fazem do ódio um estilo de vida gozavam a boa vida, eu tresandava emocionalmente e fisicamente. Enquanto dançavam e festavam, meu pesadelo acordado continuava. Mas, se porventura estes viessem ao meu quarto, podem ter certeza que eu os receberia sorrindo da mesma forma.


Dia 1° de maio, sabado (creio), um amigo nosso veio em nossa casa e nos aplicou uma terapia de sangue, chamada “HEMOTERAPIA”. A noite foi um alÃ*vio. No dia seguinte já houve uma melhora substancial, com o desaparecimento da pele preta na bolsa escrotal. E graças a Deus, continua melhorando.

3ª feira, conversando novamente com a pessoa que citei, explicava para ela, com palavras brandas, o porque ela me odiava. 15 anos atrás, saindo pelas ruas, passei por essa pessoa e sua famÃ*lia. Já tinha ouvido falar dela pela boca de terceiros, mas nunca tinha visto essa famÃ*lia. Ao passar pelos mesmos, ouvi um insulto dito em alta voz: “Esse é gay, é gay”. Na hora, pasmo, me perguntei: “De onde vem tanto ódio”? Odiar a primeira vista é o pior tipo de ódio que existe: a pessoa odeia instantaneamente e todo dia que ve a causa do ódio, ela encontra um mótivo a mais para aumentar esse ódio. A pessoa odiar outra por 15 anos é muito tempo, mas para quem não tem Cristo, somente ódio no coração, isso é comum. Esse tipo de pessoa, quando em dificuldade ou para destruir alguém, prefere recorrer a turma da “Vela Preta” (risos) do que a Deus.

Para encerrar: creio que Deus tem um propósito para nossas vidas. As provas que vêm são para nos preparar, para nos fortalecer. Só peço a Deus para que eu não perca a fé neste processo.

Reflexão 40 anos para minha página no facebook