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Tópico: Bourée [Finalizado]

Visão do Encadeamento

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  1. #1
    Avatar de Zath Elfir
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    Padrão Bourée [Finalizado]

    Olá, o pessoal de 2012 (?) deve se lembrar de mim, tive alguns contos aqui (nenhum concluído, e nem serão, pois não lembro os plots).
    Desde aquela época nunca mais escrevi, não sei se estou melhor ou pior. Estou postando aqui apenas para ter um novo passa tempo, espero que gostem.







    - Melhor conferir novamente. Uma frigideira, duas garrafas vazias, três frascos de óleo, uma vara de pesca, algumas iscas, uma machadinha, dois metros de corda, uma machete, e claro, meu alaúde.


    Bourée


    Na vida há aquele momento onde todas as outras coisas passam a perder importância, os laços se desprendem, e aquela chama interior, antes apagada, acende, e queima como nunca, a vocação, o sonho, o objetivo. Com Jethro não foi diferente.
    Jethro viveu toda a sua infância e parte de sua adolescência na cidade de Carlin. Sua mãe prestava serviços como jardineira na loja de flores de Florentine e aos finais de semana auxiliava Rowena com seu estoque de armas, mas não era o suficiente para servir a mesa da família todos os dia. O pai de Jethro faleceu quando ele ainda era um garoto, com nove anos ele viu seu pai falecer na mesa de jantar ao se intoxicar com um cogumelo mal cozido. Mas a morte do pai foi a primeira fagulha para a chama de Jethro, o garoto percebeu que deveria fazer alguma coisa, ajudar sua mãe.
    Seus lucros ainda eram baixos, varrer o chão e realizar entregas não rendiam muitas moedas ao garoto, mas sua simpatia lhe rendia alguns presentes, sendo um alaúde o mais querido e importante deles, com os primeiros acordes ainda mal executados ele descobriu sua paixão.
    Os tempos passaram, agora aos dezesseis anos, crescido e responsável, Jethro já dominava seu instrumento, seus amigos, que eram poucos o chamavam de ministrel, devido a sua habilidade, e suas aprensentações na taverna em troca de um prato de comida se tornaram rotineiras.
    Eis que chegou o fatídico dia, sua mãe realizava a limpeza das clavas em exibição no balcão da loja de armas de Rowena. Era o último dia do mês, e Rowena precisava encomendar um novo lote de espadas, portanto teve que se ausentar do serviço para ir ao serviço de postagens locais, e mandar uma carta a Kazzordoon. Esmeralda, mãe de Jethro, ficou na loja em seu lugar. Minutos após a saída de Rowena, um bandido invade a loja, as patrulhas da cidade estavam reduzidas ultimamente e a rua estava vazia. Esmeralda gritou por ajuda em vão. Intimidado pelo grito e sedento por pilhagem, o bandido apunhalou a mãe de Jethro e a deixou no chão agonizando, consigo levou dois machados de ferro e uma espada de bronze, tudo que conseguiu carregar. Ao retornar, Rowena viu Esmeralda no chão, sem seu leito de sangue, a vida já tinha abandonado seu corpo.


    Duas semanas depois, na taverna.
    - Você não pode ir embora Jethro, eu não faço ideia do seu sofrimento com a morte da sua mãe, mas isso não é razão para largar tudo e viajar o mundo contando apenas com a sorte. Olhe em volta, veja o sorriso dessas pessoas, elas estão assim por causa sua, você e suas canções. Essa taverna precisa de você.
    - Já está decidico Tim, eu sempre quis fazer isso, mas eu não podia abandonar minha mãe. E além disso, não quero ficar tocando num bar nos boeiros da cidade por um prato de comida o resto da minha vida. Imagine as glórias que um bardo pode alcançar, viajar com os piratas, motivar os guerreiros em batalhas e depois contar suas glórias, o mundo é muito mais que esse bar, Tim, entenda isso.
    - Mas você mal sabe empunhar uma adaga, como você pretende sobreviver aí fora, e se um ciclope te atacar? O que você vai fazer, tocar seu alaúde até ele dormir?
    - Tim, nós somos amigos há mais de dez anos, e eu sei que você está preocupado comigo, mas não há mais nada que você possa fazer ou dizer que irá me fazer permanecer aqui.
    Jethro se levantou, estendeu a mão para o amigo de longa data, este, por sua vez, recusou o comprimento, em vez disso, se levantou e deu um forte abraço em Jethro, aquele tipo de abraço que somente grandes amigos conhecem.
    - Ao menos mande notícias de vez em quando.
    - Sempre que possível.
    Tim ficou ali, vendo o amigo saindo da taverna com um caminhar determinado e um sorriso no rosto, os escuros cabelos longos de Jethro balançavam no rítmo do seu caminhar. Tim entendia, mesmo que seu amigo ainda fosse jovem, fraco e inexperiente, ele tinha a persistência e a capacidade de ir adiante, independente das adversidades. Quando perdeu Jethro de vista, a verdade o atingiu como um soco no estômago, ele nunca mais iria ver o seu melhor e único amigo. Uma lágrima caiu.


    Naquela noite, no cemitério.
    - Eles me dizem que vocês estão melhores onde estão agora, mas eu não ligo, também me dizem que suas dores se foram, bem, vocês deixaram elas comigo. Eles dizem que eu preciso ser forte, bravo, que preciso botar fé em alguma coisa, por isso estou indo agora, tentar aliviar essa dor de outra forma.
    Uma flôr é posta sobre cada túmulo.
    Ele se levanta, e fica face a face com as lápides de seus pais, uma visão que ficará para sempre na sua memória, por mais que ele tente esquecer.
    Nos portões da cidade, ainda sem saber o que o espera pela frente, ele não hesita e segue seu caminho.

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    Última edição por Zath Elfir; 15-10-2016 às 16:49.



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