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Tópico: Medo

  1. #1
    Avatar de Meltoh
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    Medo


    Pela trilha de gramíneas, caminhava o velho Castor. Na sua mão esquerda trazia o seu velho lampião, cujo fogo crepitante iluminava tudo à sua volta. Era tão tarde que não havia sinal de estrelas no céu escuro, deixando a terra imersa num profundo breu.

    Era meia-noite quando Castor havia se aprontado para começar a sua busca no matagal de Riacho das Três Pedras. Entre outros motivos, queria acabar com a superstição que havia tomado conta da comunidade. Diziam que o fantasma do coronel Jerônimo estava assombrando a cabana que ficava no meio do matagal.

    Até então toda essa conversa pouco importava para Castor Gonçalves, fazendeiro aposentado de quarenta e três anos, que sempre foi de ficar na dele, cuidando de sua pequena propriedade em Riacho das Três Pedras. Mas um dia antes de sua empreitada pelo matagal, seu compadre Jucelino apareceu para lançar um desafio.

    - Ocê num vai cumpadre, causa que cê é muito medroso. Eu duvido que ocê vá lá na cabana e traga o pijama do coroné Jerônimo - disse Jucelino Feitosa, um homem corpulento que lembrava muito uma morsa.

    - E por causa de quê que eu ia me dá o trabaio de sair da minha confortável rede e embrenhar nesse mato véio cheio de inseto?

    - Uai, se ocê trouxer as roupa do homi, vai provar pra toda essa gente que ocê é corajoso e num acredita em fantasma coisa nenhuma. E eu conheço umas cumadre que gosta de homi corajoso. Ocê sabe a Gina? Aquela que era casada com o cumpadre Ernesto?

    - Ora se sei - disse Castor abrindo um sorriso largo - E tá sorteira é?

    - Pois é.

    Castor bateu com tanta força na mesinha que suas pernas acabaram cedendo, fazendo desabar o móvel ao chão. Ele fingiu não prestar atenção e levantou-se tão rapidamente que chegou a espantar Jucelino - Então tá certo, amanha cedinho eu vou bater na sua casa com as roupa do homem.

    - E num tente me enrolar não. Que eu trabaiava pro coroné e lembro muito bem do pijama que ele usava toda santa noite.

    - E eu lá sô homi de ficar enrolando os outro? - Castor coçou a barriga e foi levar Jucelino até a porta. Mas ainda tinha uma pergunta engasgada na garganta - E por causa de quê ocê quer logo o pijama do homi?

    - Homi, cê tá criando causo? Tá cum medinho, é?

    - Não. Dexa pra lá. Ocê me responde amanha quando eu trouxer as ropa.

    Castor passou o resto daquele dia se preparando. Foi em tudo quanto era loja comprar alho e algumas outras coisas que, acreditava ele, afastariam os maus elementos. A noite chegou rápido. Apanhou um casaco surrado e sua espingarda do século dezenove. Na cozinha pegou o velho lampião e guardou alguns lanches na mochila de couro. Estava pronto para sair à caça do pijama do coronel Jerônimo.

    A trilha de gramíneas era sinuosa e acabava aos pés de uma enorme rocha que mostrava a entrada do matagal. Castor suspirou e adentrou a mata. A vegetação, antes rasteira, agora batia-lhe nos joelhos, causando incômodo e coceira. Pensou em voltar para pegar calças mais grossas e confortáveis, logo desistiu da idéia, queria pegar o pijama e sair dali o mais rápido possível.

    Castor sabia que teria que andar mais alguns metros até chegar à cabana. Começou a se perguntar o porquê de alguém tão rico e poderoso como o coronel Jerônimo ter uma casa tão simples num lugar abandonado, já que já havia estado na cabana uma vez, e na época era bem diferente do casebre abandonado que agora estava diante dos seus olhos.

    Engoliu em seco ao ver a degradação do lugar. Duas janelas pendiam soltas, presas à uma dobradiça enferrujada, balançando e emitindo um rangido desconfortável, que cortava a noite junto com o som do vento vindo da calha. As paredes estavam cobertas de musgo verde, e algumas partes continham grandes sulcos. A única porta, ainda estava intacta, alheia à destruição do lugar. Era a mesma porta, o mesmo cedro, a mesma maçaneta de ferro. Era um contraste perturbador, mas Castor não sabia o motivo.

    Deu mais alguns passos, até que algum temor desconhecido o fez retirar a espingarda da bolsa. Seus olhos percorreram toda a fachada da casa. Mais detalhes do abandono ficavam visíveis, à medida que se aproximava, iluminados pela chama do lampião. Os restos do que foi uma cadeira de balanço, agora jaziam abandonados sobre uma varanda fria, como a noite. E o outrora luxuoso tapete, que servia para intimidar os visitantes por causa do incomum desenho, agora se encontrava preso a um prego de uma viga da varanda, não passava de um pedaço de pano sujo, que dançava ao vento, feito uma bandeira.

    Castor pousou o lampião no chão e girou a maçaneta de ferro, que não estava enferrujada, ao contrário das dobradiças das janelas. O interior da casa estava devastado. Logo na sala uma mesa, de uma perna só, caída ao chão, bloqueava a passagem a um quarto. Um pano branco e empoeirado, mal cobria o armário desgastado, cujas portas escancaradas, revelavam um interior coberto de teias de aranha e corroído por cupins. Na cozinha, pratos e talheres misturados à panelas sujas de barro e dejetos de animais.

    Castor afastou a mesa e, segurando o lampião na mão esquerda e a espingarda na direita, adentrou o quarto.
    Parecia ser mais escuro que o resto da casa. Os lençóis da cama estavam desarrumados e sujos de terra, assim como várias roupas que estavam caídas do lado de um espelho. Enquanto vasculhava o monte de roupas à procura do pijama, Castor escutou um baque surdo do lado de fora da casa. Correu imediatamente até a porta e analisou a escura sala. Nada estava fora do lugar.
    Ao ver o tapete balançando ao vento, em devaneio, tentou distinguir alguma coisa daqueles desenhos misteriosos.

    Despertou, num susto, ao presenciar a queda da janela, que antes mantivera-se erguida por causa de uma dobradiça enferrujada. Depois voltou-se para o quarto de modo a achar o pijama e sair logo dali. Primeiro procurou na cama, depois na cômoda perto do espelho, sob o colchão, atrás do armário...
    Nada.

    Quando estava para desistir, ouviu um barulho atrás de si. Ao tentar se virar, sentiu algo o empurrando pelas costas, derrubando-o. Garras cravaram-se no seu ombro, fazendo-o berrar de dor. Enquanto lutava para se soltar, olhou pelo canto dos olhos, e conseguiu ver que era um animal que estava o atacando.

    Uma cotovelada certeira no focinho do bicho o fez recuar, dando espaço para tatear a procura da arma, perdida durante a queda. Na sua frente, uma onça, de mais ou menos um metro, preparava um novo ataque, obrigando Castor a agir rapidamente. Rolou até a saída do quarto, e tentou se levantar. A porta que levava para fora da cabana estava fechada.

    Enquanto corria pela sala, procurou desesperadamente algum outro lugar para se esconder. Foi então que lembrou da cozinha. Entrou e tentou fechar a porta, não conseguindo, pois estava emperrada devido à ferrugem. Procurou alguma faca, ou coisa semelhante. Só achou uma panela de ferro, a qual apanhou e virando-se para a onça, começou a encará-la, tentando deixar de lado o medo.

    - Calma bichano, num quero te machucar. Vai embora.

    O animal pareceu vacilar por um instante. Abriu a boca arreganhando seus enormes dentes. Castor começou a jogar colheres para perto da onça. Esta recuou e pulou pela janela aberta.

    Castor respirou aliviado e olhando ao redor, viu que a cozinha estava iluminada por uma fonte de luz que vinha de outra porta à esquerda. Caminhou lentamente e entrou no que parecia ser um porão. Havia caixas e mais caixas estocadas uma em cima da outra, mas o que chamou a atenção foi uma grande rachadura na parede. Castor se aproximou, e espiando pelo vão, enxergou um corredor iluminado por uma luz opaca.

    - Num to ligando pra isso não. Vou pegar o pijama e cair fora daqui – sussurrou ele, indo novamente para o quarto.

    O lampião estava caído ao chão, mas por sorte não havia quebrado, e sua chama crepitante ainda iluminava o quarto. Castor apanhou a arma, que havia caído do lado do espelho, e depois recomeçou a busca pela peça de roupa. Após mais alguns minutos, um pensamento absurdo tomou conta de sua cabeça.

    “E se o pijama tiver lá no porão? Ah... besteira... Mas num faz mal nenhum dar uma olhada, vai que eu encontre alguma coisa boa...”

    Em poucos segundos, Castor viu-se novamente diante do vão na parede, só que desta vez carregava consigo o lampião e a espingarda. Tentou alargar a rachadura batendo com um pedaço de pedra encontrado no porão. Não demorou a abrir uma passagem grande o suficiente para que um homem do seu tamanho pudesse passar.

    O longo corredor possuía várias janelas minúsculas que se projetavam em cada parede, de onde saíam pequenos raios de luz que iluminavam todo o caminho. Parecia que havia algum rio, ou algo semelhante por perto, pois Castor conseguia ouvir claramente o som de água em movimento.

    Não foram necessários muitos passos até chegar a uma sala pequena, onde se encontravam uma escrivaninha e uma única poltrona de couro. Havia também um cabide, e pendurado nele, um pijama prateado feito de seda.

    Boquiaberto, Castor se aproximou da roupa. Entusiasmado pegou-a e a guardou na bolsa, para depois examinar o lugar. Na escrivaninha, dois livros chamaram sua atenção, estavam cheios de mapas e anotações.

    Castor abriu a única gaveta da escrivaninha e tirou de dentro um retrato empoeirado. Nele, dois homens sorridentes estavam lado a lado. Castor conhecia muito bem um deles, e o outro possuía um rosto bem familiar. Imediatamente, largou o item e continuou a mexer na gaveta. Encontrou um pequeno álbum de fotografias datado de 1979. Viu os mesmos dois homens em várias páginas, pareciam ser grandes amigos. Encontrou também uma anotação que lhe chamou muito a atenção. Mas o objeto mais intrigante veio a seguir.

    Um papel envelhecido e bem fino mostrava um outro desenho, igualmente estranho ao presenciado por Castor do lado de fora da cabana. Eram diferentes, mas de certa forma eram muito semelhantes.
    Sem pensar duas vezes, Castor guardou tudo e saiu triunfante da pequena câmara. Do lado de fora da cabana, tomando cuidado para não ser surpreendido por nenhum animal selvagem, despregou o tapete e também o guardou na bolsa. Estava voltando para casa e trazia consigo um grande presente.


    -Jucelino, vai ver quem é homi – gritou uma voz esganiçada.

    - Calma muié – bradou um sonolento Jucelino - mas quem será as seis da matina?

    As batidas fortes na porta pareciam ter acordado o cachorro do vizinho que agora latia incessantemente. Jucelino vestiu o seu roupão e coçando a cabeça foi abrir a porta.

    Encontrou Castor Gonçalves, seu velho amigo.

    - Ora, tinha esquecido de ocê, vamo sair daqui que a muié ta brava – Jucelino colocou a cabeça para dentro de casa – Joana, eu volto já, vou ali com o Castor.

    O amanhecer trazia um cheiro agradável da chuva fina que caía no povoado. Castor e Jucelino agora procuravam um lugar para conversarem sossegados. Encontraram o refúgio na soleira da propriedade dos Gonçalves.

    - Ocê duvidava de mim, mas mesmo assim eu trouxe seu pijama – disse Castor, tirando de dentro da bolsa a requintada peça de roupa.

    - E num é que ocê foi mesmo? Essa lenda do fantasma num ta com nada. Ocê viu o fantasma?

    - Vi foi uma danada de uma onça. Mas também vi outras coisas bem mais interessantes.
    Castor mostrou as fotografias do álbum, e com um sorriso perguntou:

    - Reconhece o homi da foto? Esse da esquerda?

    - Ora, é ocê! E do lado do coroné Jerônimo.

    - Não. É o meu pai, João Gonçalves.

    - O que que o seu pai ta fazendo junto do coroné?

    - Eu andei olhando essas anotações aqui – Castor pegou um dos papéis que havia trazido da cabana – e vi que meu pai trabalhava para o coroné Jerônimo. Ele era o braço direito do homi, e depositava muita confiança nele.

    Jucelino caiu na gargalhada – Uai, eu trabaiava pro coroné e nunca que havia visto ele lá.

    - Sabe que o coroné era rico, e que possuía muitas terras depois do rio né? Meu pai administrava a terra mais produtiva enquanto o coroné tratava dos negócios dele aqui em Riacho das Três Pedras.

    - Não to entendendo aonde ocê quer chegar – comentou Jerônimo.

    - O coroné morreu e ninguém soube na verdade com quem ficou as terras não foi?

    - Foi. E o que isso tem a ver com o falecido seu pai?

    - Aí vem a parte mais interessante – Castor esfregou as mãos de prazer - Encontrei essa cópia do testamento, que deixava metade dos bens do coroné para João Gonçalves, o meu pai.

    - Isso quer dizer... – Jucelino se levantou num salto – Ocê ta rico!

    Castor riu – Calma, essa ainda não é a melhor parte. Ocê viu a data do álbum? 1979. E quem que aparece nas foto? Meu pai.

    - E o que que tem?

    - Meu pai só tinha morrido em 77.

    Jucelino fechou a cara – Então isso aí na foto é um fantasma?

    - Claro que não. Significa que meu pai ainda tava vivo quando tirou esta foto.

    - Ainda num to entendendo essa história. Ocê andou bebendo Castor? Se ele ta vivo, aonde é que ele ta então?

    - Num tenho certeza, mas talvez saiba por onde começar a procurar – E finalmente
    Castor tirou da bolsa, o tapete e a outra folha fina. Colocou esta por cima do primeiro. As figuras formaram um confuso mapa.

    - Esse num é o mapa da capital? – perguntou Jucelino.
    - É. Tentei relacionar os desenhos durante boa parte da noite inteira. – Castor olhou para Jerônimo com os olhos molhados de lágrimas – Jucelino, meu pai pode estar vivinho da silva. E vou procurar por ele. Na capital.
    As vozes cessaram, deixando o tranquilo som da chuva preencher completamente o ar. Jucelino batendo as mãos subitamente, disse:

    - Então ocê num quer saber da cumadre Gina?

    Castor riu e pondo-se de pé deu uma batida amigável no ombro de Jucelino – Só descobri essas coisas por causa de que ocê me ajudou. Só então pude superar o medo. E por causa disso encontrei essa grande surpresa – Castor suspirou - Quero que cuide da minha propriedade enquanto estiver fora.

    - Ocê é esperto né? Só olho sua casa se me trouxer da capital, aqueles doces enlatados que eles fazem lá.

    Os dois se abraçaram repetindo o gesto feito pelo pai na última fotografia do álbum.

    Pela estrada de gramíneas caminhava o velho Castor. Trazia na mão esquerda a coragem para expulsar os medos, e na direita a determinação para encontrar o pai.
    Enfrentou os temores e descobriu tesouros que jamais poderia imaginar. Agora Castor segue para a capital e sabe que irá enfrentar outros medos para só assim encontrar por trás deles a verdade e a grande recompensa que o espera. Seu pai.

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  2. #2
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    O maior conto do concurso e um dos poucos que não me fez perder a atenção.

    De fato, é diferente de tudo o que eu havia lido de você.

    Os diálogos foram conduzidos com maestria, reproduzindo fielmente este tipo de fala; foi um dos pontos mais significantes do seu texto.

    As descrições foram bastante suaves, de modo que o texto fluiu com naturalidade, sem pausas desnecessárias.

    Acredito que você tenha pecado no desfecho, uma vez que o enredo foi bem tecido. Ficou parecendo como se houvesse continuação, como se a história não houvesse sido concluída; e foi bastante chato, ao menos para mim.

    Excelente conto, parabéns Meltoh.

  3. #3
    Avatar de Thomazml
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    Concordo com Ldm. Seu texto realmente não está difícil de ler, mesmo sendo "grande". A leitura flui muito bem. Para quem acompanha seus textos, isso é um ponto bem positivo! Cosneguiu passar as informações necessárias sem atropelar nada (como você infelizmente faz n' Os Oito).

    O que mais me decepcionou neste conto (além da confusa luta com a onça) foi o final. Muito vago... como se este fosse só um capítulo de uma grande história.

    Mesmo assim, um conto que eu jurava que não era teu. Escreveu em outro estilo, e muito bem! Você está melhorando muito, Meltoh =)


    PS: Depois fica de "mimimi não sei fazer diálogos mimimi"! Os diálogos aqui estão bons! Não excelentes, mas muito melhores do que nos outros contos, menos confusos e mais realísticos!
    Última edição por Thomazml; 11-04-2010 às 11:55.
    Quer participar de uma alta aventura com essa turma do barulho? Quer escrever sobre Tibia, ser enganado por um monge pra lá de pestinha? Achas que tens o que é preciso para esma... digo, para entrar no Hall da fama? Passa lá na Biblioteca-imensa-cheia-de-coisa-e-mundialmente-conhecida!

    Escritos no TebeaBeerre

    -=R.I.P =-
    Aqui já Lucius Cath
    Eterno troll

  4. #4
    Avatar de Emanoel
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    Curti a ambientação chicobentesca e o clima descompromissado de aventura (apesar de ter sido difícil de engolir a luta contra a onça), mas concordo que faltou um final bem amarrado para dar um tchan na história.

    Beleza que o conto prendeu a atenção, mas é muito para ler e pouco para se falar sobre, ficou parecendo que você foi escrevendo a esmo e não conseguiu fechar alguns pontos.

    De qualquer maneira, demonstrou que pode ser versátil (característica rara nessa seção), então eu bato palmas.

  5. #5

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    Gostei deste conto, que acabou recebendo meu voto no último concurso hospedado por estas seções.

    Foi um texto gostoso de se ler, não tive que parar para bocejar e nem me distraia com qualquer coisa :yelrotflm
    A melhoria da formatação, sugestão deixada em outro conto, foi um dos pontos que contribuiu para isso, fica mais fácil ler e mais difícil de fazer confusão e se perder.

    Contribuiu também a história, muito legal, que prendeu o leitor que vos digita, que gostou também do final com "gostinho de quero mais". Apesar de ser um conto, seria interessante uma continuação bem escrita como este daí.




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  6. #6
    Avatar de Drasty
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    Eu não me lembro a nota que dei pra você no MSN, então não vou colocar aqui (estão todas arquivadas num outro computador, depois eu edito).

    Esse foi de longe o conto que mais me decepcionou. A parte tosca entre a onça e o protagonista é relevável, não afetou em nada o texto ao meu ver. As descrições foram ótimas, a ambientação idem e os personagens são muito bem montados. O texto longo me mostrou que você é capaz de trocar de cenários com delicadeza e me revelou um lado seu que eu não conhecia, parabéns.

    Assim como em Cerco em Carlin (que tinha um enredo ótimo, mas uma narrativa não tão boa assim), esse aqui usou o mesmo tipo de desfecho. Um fato completamente desfocado do enredo principal, uma relação familiar (maternal no primeiro caso) pouco clara e misteriosa sendo revelada para nós e para as personagens. Faltou um pouco de originalidade de certa forma, afinal são dois desfechos praticamente idênticos.

    Medo é um conto redneck brasileiro, que me lembra obras do Graciliano Ramos. E eu li o conto procurando algo substancial, algo que me levasse de vez a aquele ambiente onde tudo é pacato, onde uma simples brincadeira com fantasmas é motivo pra cidade toda parar. E eu estava ali na fazenda, no mato e com medo, me assustei com a onça inclusive e quase saltei da cadeira! Daí pra frente o conto ginou para uma série de surpresas e revelações (novela das oito mode) e acabou numa prateleira de suspense da blockbuster.

    O discurso final é tão fraco que eu desejei não o ter lido. E olha, podia ter sido tão bom!

  7. #7
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    @Ldm - Obrigado pelo comentário. Realmente eu tentei inovar meu estilo de escrita, coisa que eu já havia tentado em Os Oito, mas acabou por não dar certo naquela situação. Quanto ao desfecho, pareceu-me que eu podia ter terminado o conto ao invés de ter deixá-lo em aberto, talvez isso de certa forma contribuiu(juntamente com a questão da onça) para que Medo obtivesse menos votos do que teve. Mas estou feliz pela grande aceitação que meu conto teve. Obrigado pelos elogios.

    @Thomazml - A questão da onça era uma coisa muito delicada. Eu cheguei a pensar em criar uma relação entre o animal e a história do fantasma do coronel, mas resolvi deixar de lado isso.

    Mesmo assim acabaram sendo criadas algumas coincidências como o fato de a onça ter aparecido justamente quando Castor estava no quarto do coronel, e depois ter atraído ele até a cozinha, onde a partir daí ele descobriria a verdade. Se for analisar tudo isso, pode-se pensar que a onça poderia estar representando o coronel ali mesmo. O fato de a onça também ter deixado de atacar o Castor.

    Mas a interpretação desses fatos cabe ao leitor, afinal o conto não dá margens para o esclarecimento real dos fatos. Enquanto alguns podem pensar que era somente uma onça, outros poderiam pensar que não era o animal, mas o coronel. Enfim... Agradeço os elogios Thomaz!

    @Emanoel - De fato fiquei surpreso em contar uma história a qual não estou acostumado, com uma ambientação bem diferente, mas acho que consegui. Faltou uma melhorazinha no desfecho da história realmente! Obrigado.

    @Professor Girafales - Fico satisfeito que você tenha gostado. Eu pensei mesmo numa continuação para esta história, assim como Cerco em Carlin. Mas no momento ainda estou escrevendo Os Oito. Quem sabe no futuro, não possamos ler as aventuras de Castor? Agradeço seu comentário!

    @Drasty - Agora que você disse, realmente parece que Medo e Cerco em Carlin tiveram uma parte do enredo em comum. Não havia notado isso... Para o próximo concurso tentarei inovar mais ainda! Sobre a onça leia o comentário que fiz ao Thomaz. E obrigado pelos elogios, e pelo seu comentário!

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  8. #8
    Banido Avatar de Hovelst
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    Citação Postado originalmente por Hovelst
    Esse conto fluiu muito bem e me lembrou Monteiro Lobato, como também Guimarães Rosa com esse tipo de fala interiorana.

    O conto fluiu bem e tal, apesar da parte da onça ter sido bem inverossímil, pois acredite, já mataram várias onças na fazenda do meu pai, e foram vários cães que já se perderam quando iam caçá-las, então, não é colheres que ia afastá-la.

    Esse foi um detalhe crucial, que diminuiu legal a verossimilhança do conto, além do fato de que no final do conto deu a entender que haveria uma continuação, o que me deixou puto da cara de não saber o futuro de Castor.
    Baseado no que eu falei no concurso, tem uma coisa que eu não gostei tremedamente, e é a única coisa que eu tenho a acrescentar. Tu estragou o conto inteiro com o final. Foi um final mó "babaca", onde ele vai supostamente encontrar o pai, e termina naquilo, num clima de continuação, que simplesmente não cabe ao conto.

    Foi um final fraco. Sinceramente, esperava mais para o desfecho do conto, e olhando agora, simplesmente não sei porque votei nele.



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