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Tópico: A Guerra por Tibia

  1. #31
    Avatar de benoronha
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    pow...vai logo estou ansioso pra ler....
    gogogogo!
    ta muito boa a historia...
    abraços

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  2. #32
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    Bem, já li prólogo inteiro, e a história me parece bem interessante! Até agora estou gostando bastante, parabéns! Só duas coisinhas: 1-Em alguns momentos há repetições, evite isso, e sua história ficará 10 vezes mais envolvente. 2-Em uma parte do diálogo dos dois guardas vi algumas "gírias" q n costumavam ser usadas nesse ambiente.
    Fora isso, sua história está ótima.
    Ah, vi alguns errinhos de digitação... mas são poucos. xD
    Adorei, parabéns mais uma vez...

  3. #33
    Avatar de Enriador
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    Devido à certos problemas em minha vida pessoal, vou parar (temporáriamente de escrever.Lamento muito mesmo, pois adoro inventar histórias.Mas não deixem de postar, se puderem.

    Saudações e Abraços,

    Enriador

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  4. #34
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    Caros leitores...Tomei a decisão (muito boa, eu acho) de retomar á escrita de histórias.Editarei "A Guerra por Tibia" nos primeiros cápítulos,e farei o Terceiro em breve...Sabe quando dá aquela preguiça na hora, e você fica adiando? É... Mas este épico TEM QUE SAIR!

    Divirtam-se...E ouçam: ainda faço desta História uma História Inesquecível...

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  5. #35
    Banido Avatar de Hovelst
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    Vou esperar para ver...




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  6. #36
    Avatar de Krirror
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    Muito legal...

    A introdução ficou ótima, não cheguei a ler o resto...

    E... Pra Dard Drak gostar, só pode ser boa a mercadoria...
    ALISTE-SE!

    Exército Brasileiro.

    Marinha do Brasil.

    Força Aérea Brasileira.

    O Brasil precisa de VOCÊ para tornar nossa pátria mais forte.

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  7. #37
    Avatar de Enriador
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    Capítulo 3: A Estrada para o Norte


    O sexto dia chegou mais rápido do que esperavam. Dizem que, quando uma coisa nos prende a atenção, o tempo voa. Também dizem que coisas boas passam rápido. Devia ser por isso que a viagem de Enriador, Elofor e Rudolfo pelos Feudos da Glória foi tão veloz.
    Os Feudos eram vastos, belos e verdejantes. Lobos habitavam a região, mas era incomum que eles atacassem humanos em grupo. Bem alimentados devidos aos alimentos achados na mata dias atrás - alimentos que o tal Oráculo havia deixado, embora Enriador tenha ficado em silêncio quando Elofor supôs que algum viajante infeliz os esqueceu ali. Afinal, foi apenas uma alucinação causada pelo cansaço das pernas e o território estranho.
    - Garotos - disse Elofor, com sua voz calma e jeito tranquilo - já escureceu. Vamos descansar.

    Depois de arrumarem suas camas de palha e folhas e terem feito a fogueira, o trio se sentou ao redor desta.
    - Muitos anos atrás - disse o druida ancião, quase num sussurro - hordas de orcs invadiram os Feudos do Norte, pilhando, matando e destruindo os acampamentos locais. A vila de Northport foi queimada, e a grande força de invasão, vinda da Pedra de Uldereck - a infame Fortaleza dos Orcs - impôs um cerco contra a cidade de Carlin. A grande batalha que se seguiu foi uma das maiores de nossa era, encharcando os campos que aqui estamos de sangue vermelho e de sangue negro orc. Carlin venceu, no fim, mas jamais se esqueceu do custo. Milhares morreram naquele dia, a maioria amazonas. Os orcs restantes se espalharam pelos Feudos, eventualmente sendo caçados pelo recém-fundado Reino de Carlin. Poucos conseguiram retornar com alguma pilhagem para sua fortaleza negra, do outro lado do continente. Dizem, porém, que descendentes daqueles guerreiros orcs ainda perambulam por essas terras, clamando pelo dia em que finalmente terão sua vingança negra contra Carlin e os carlinienses...

    De repente, um estopim atrás deles deu um susto enorme em Enriador e Rudolfo. Ambos se erguerão, cajados em punho, tentando distinguir o inimigo em meio as trevas. Então, um vulto sombrio se aproximou... e viram, finalmente, o seu adversário.

    Um coelho.
    Elofor caiu na gargalhada. - PEGUEI VOCÊS! Hahahahahaha.
    - Isso não tem a menor graça, Elofor! - disse Rudolfo, rubro.
    - Que coisa! Achei que fosse um orc, ou besta semelhante. - Enriador também estava vermelho de vergonha. - Não brinque assim!
    - Peço desculpas, garotos, mas não resisti. Vamos dormir, e eu faço a primeira guarda, que tal?
    - Somos magos, Elofor. Não precisamos montar guarda. O que temos a temer? Os animais não ousarão se aproximar da fogueira. - Rudolfo afirmou.
    - Há coisas mais perigosas do que lobos ou orcs no mundo, meus caros amigos de viagem. Se não aguentam, eu faço a guarda noturna inteira, podem deixar!
    - Tudo bem, eu faço depois de você - resmungou Enriador, a contragosto.

    O dia finalmente raiou, o dia em que finalmente chegariam a Northport, a Flor do Norte. Foram sete dias de aventura e brincadeiras, que seriam seguidos por mais três dias explorando as redondezas e lojas da vila.

    - Em umas duas horas chegaremos lá. Já expliquei a história de Northport pra vocês?
    - Sim Elofor, umas quatro vezes. - disse Enriador.
    - Como eu estava dizendo - prosseguiu, impassível, o velho druida - Northport foi fundada primeiro como posto avançado da Coroa thaiana, depois como vila por oficiais carlinienses, após a independência de Carlin e a destruição do posto antigo. Um novo foi criado, e em pouco tempo colonos de Carlin fundaram uma vila ao seu redor. Ela foi crescendo, e se tornou um dos principais postos comerciais dos reinos humanos nesta parte do mundo. O povo daqui é feliz e alegre, retirando seu sustento, acima de tudo, da pesca, e um pouco, mas bem pouco, da agricultura. É um local adorável, como vocês bem sabem. Afinal, já viemos aqui juntos três vezes.
    - E você, mestre Elofor? Antes mesmo de nascermos, já não andava por aqui? Meu pai já me contou algumas boas histórias de suas andanças por toda Tibia. - Enriador disse.
    - Rapaz, devo ter vindo aqui umas vinte vezes. Cinco delas a serviço do Conselho dos magos, em Edron. Seis delas porque eu paquerava uma sujeita, que era maravilhosa...

    -Tudo bem! Sem mais detalhes. - disse Rudolfo, antes que Elofor vagasse por suas memórias de juventude. Enriador e Elofor riram.

    E foi assim, aos risos e de coração leve, que o trio de magos chegou a Northport. A pequena vila não tinha muralhas, talvez porque a pequena força de guardas dentro dela fosse suficiente para combater os pequenos crimes que assolavam todas as cidades humanas. Chegaram cansados devido a caminhada longa, mas satisfeitos só de pensarem na cama quentinha que os aguardava na taverna do Salmão Voador.

    Logo que chegaram, notaram que a vila estava um pouco mais vazia do que de costume - apenas uns poucos homens descarregando caixas de uma carroça. Um guarda solitário observava o processo, quando sua atenção se voltou para os recém-chegados. Dirigindo-se até eles, os saudou.

    - Sejam muito bem vindos à vila de Northport. Em que posso ajuda-los?
    - Tobias! Velho Tobias, sou eu! Elofor! - disse o mago, com entusiasmo.
    - Elofor? Ah, seu velho charlatão! Quanto tempo! - deram um ao outro um abraço forte.

    - O que o traz aqui? Já fazem dois anos da última vez que você veio comprar algum do nosso salmão! E vejo que trouxe seus fiéis escudeiros de novo! Vocês cresceram, rapazes!
    - É ótimo te ver, Tobias. - disse Enriador, apertando sua mão.
    - De fato, é sim! - disse Rudolfo, repetindo o gesto.
    - Elofor, é um benção dos deuses ter você aqui. Lamento muito informar, mas não chegou aqui na melhor das horas. - O semblante do experiente guarda, já com cabelos grisalhos, passou de amigável a sério. Muito sério.
    - O que houve? - disse Elofor, sua expressão mudando também.
    - Temo dizer, mas temos um problema extremamente sério. - Tobias suspirou, antes de finalmente dizer, após uma pausa - talvez você possa nos auxiliar.
    - O que houve, homem? Desembuche! - disse Elofor.
    - Bem... parece estranho, mas é verdade. Semana passada, aqueles dois bárbaros andantes, Ajax e Sven, chegaram a Northport. Comprar aquela cerveja, como sempre fazem. Mas o problema é que, na noite passada, um viajante riu dos trapos que eles gostam de usar. O que o venoriano não notou é que, atrás dos trapos, havia um belo machado de dois gumes, nas costas de cada um deles. Bárbaros ligam muito pra honra, você sabe. Quando Ajax sacou a arma e o convidou para um duelo até a morte, o venoriano, em vez de se desculpar e sair correndo, riu novamente, chamando-os de tolos e pedindo que eles fossem usar uma roupa decente. Bem, foi a última risada na vida do pobre infeliz. O machado de Ajax veio rápido e firme. - Tobias suspirou outra vez - Ajax não resistiu à prisão. Ele está numa cela, pequena mas confortável, com barras de ferro tão frágeis que o grandalhão poderia facilmente quebra-las com as mãos. Sven está revoltado, mas não tentou nada até agora. Sabe que não pode ferir um guarda da Coroa sem ter uma legião atrás deles. Eles clamam por um julgamento justo, mas a população vai se revoltar se ele for considerado inocente. Nunca gostaram muito deles, embora eles jamais tenham feito mal a alguém. Eles só acertaram o estrangeiro por ele ser um babaca. Não posso culpa-los... nem impedir que Sven perca a paciência e vingue o irmão executado. Não temos efetivo para derrotar um guerreiro bárbaro como ele. Isso se Ajax concordar com a sentença do magistrado.
    - O que quer que eu faça?
    - Que os convença a irem embora, e não voltarem mais aqui. Ab'Dendriel também tem ótimas cervejas! O povo de Northport sempre os viu como selvagens engraçados, mas agora estão com medo. Lembraram que os machados não são parte de uma fantasia, e que o código de dignidade dos que vivem como nômades é estrito quanto a crimes de honra. Preciso que me ajude!
    - Farei o meu melhor. Sven é intratavel, mas Ajax é um homem mais compreensivo. Conversarei com ele hoje mesmo. - disse Elofor, pensativo.
    - Te agradeço muitissimo! - Tobias apertou sua mão, piscou para os jovens e voltou a acompanhar o descarregamento de caixas.

    - Enriador, Rudolfo, para a taverna. Reservem um quarto para mim, e outro pra vocês dois, duplo. Tomem aqui trinta coroas. Espero que sejam moedas suficientes. O velho Barn gosta de aumentar os preços da pousada no verão. Encontro-os de noite! - e Elofor partiu apressado para o centro da vila, sem dizer mais nada, capa esvoaçando ao vento.
    - É amigo, acho que é isso. Parece que nossa estada vai ser mais interessante do que parece! Vamos lá! - disse Rudolfo, animado.

    Enriador ouviu as palavras de seu amigo, seguindo-o para o Salmão Voador, imerso em pensamentos. Enquanto perambulavam pelas vielas da cidadezinha, Enriandor não parava de se perguntar: que boas surpresas a tranquila e pacata Northport poderia oferecer?

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  8. #38
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    Daqui a sete anos sai o capítulo quatro. Ritmo de escrita nível George R. R. Martin.

    Altos figurões das antigas comentando. Depois leio e edito aqui, parece ser uma boa história.
    Última edição por Gabriellk~; 17-07-2014 às 11:00.

  9. #39
    Avatar de Carlitos Zebra
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    heheheh! Não é vdd? kk

    Bem Enriador, espero que desta vez, o ritmo seja mais fluente que da ultima vez kkk.

    Li o início de sua história, e a continuação agora! Não desanime com críticas como da última vez, pois elas servem para que você aprimore mais a sua escrita.

    Parece que vai ser uma boa história. Estou animado com a possibilidade da seção estar tendo alguns sintomas de ressureição kkkkkk!

    Go go go postar mais amigo!

    Vou acompanhar e em breve, estarei lançando minha história, na qual já estou trabalhando!!!

    Abraços Enriador! E não demore a postar o próximo cap. kkkk

    =)

  10. #40
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    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk', tenho que concordar com vocês... por mais que seja fã de George R.R. Martin, vou tentar acelerar o ritmo! rs', aproveito pra destacar que o estilo da história irá mudar radicalmente, visto que hoje (17/07) completo 19 anos, e quando escrevi os primeiros três capitulos tinha 12. Minha visão de mundo e conhecimento literário mudaram radicalmente, como vocês podem imaginar! Bem, vou prosseguir com o quarto capítulo! Espero que gostem! ^^

    - - - Atualizado - - -

    Capítulo 4: Fogo e Fúria, Parte Um

    Northport dormia. O dia havia sido prazeroso, e extremamente divertido. Elofor estava fora, enquanto Enriador e Rudolfo aproveitavam o doce vinho do Salmão Voador. Estavam sozinhos na taverna, junto com Barn, o estalajadeiro, dono do local. Um grande salmão empalhado, com asas de pena de galinha colados, adornava a parede do local, que era particularmente quente e aconchegante. Não eram muitos os estrangeiros que estavam em Northport, pois o local era usado apenas como ponto de parada entre Ab'Dendriel e Svargrond, no extremo Norte, ou Carlin, no Sul. Barn cochilava em sua cadeira por trás do balcão, enquanto Enriador e Rudolfo riam, se recordando das piadas do velho pescador Jobsor, morador de Northport havia cinquenta longos anos.

    - Não é ótimo vir aqui, Enriador? - disse Rudolfo, já um pouco animado demais devido ao vinho - Calmo e pacato, cheio de gente honesta e divertida. O povo de Carlin pode chama-los de caipiras, mas digo, este é um lugar adorável, sem toda a correria da cidade grande. - Rudolfo tomou outro gole de seu vinho, enquanto Enriador anuia e bebia também. - Precisamos dar essa parada mais vezes. Você é um feiticeiro, e eu um druida, logo nossos serviços serão requisitados pela nobre Rainha para defendermos a Coroa. Sabe-se lá quando seremos recrutados para entrar no Exército Real de Sua Majestade... e quando teremos outra oportunidade de virmos aqui?

    - Tem razão, amigo. Precisamos curtir o tempo que nos resta... não tenho nada contra o exército, mas saber que é proibido a admissão de homens como alto oficial do Reino, me irrita. Esse feminismo exacerbado tem seus motivos históricos, claro. Thais é um reino grande, poderoso, rico e totalmente machista. A independência foi conquistada com sangue, não tratados. Ainda assim, é irritante. Deveria haver um equilíbrio entre os gêneros, tal como em Ab'Dendriel. - afirmou Enriador.
    - Nunca confie em um elfo, minha mãe sempre me diz. Um povo arisco e estranho, que se ofende facilmente. E eles nem possuem um monarca, pra começar! São estranhos demais. Jamais porei meus pés na cidade deles. Dizem - Rudolfo agora sussurrava, como se estivesse pra contar um grande segredo - que eles comem a carne de seus mortos!
    - Para de besteira, Rudolfo! Eles são ótimas pessoas. Esse papo de canibalismo é preconceito. Pergunte só a Elofor. Ele viveu na cidade dos elfos por muitos anos. Alguns dos melhores druidas do mundo, caro Rudolfo, são os nascidos de Ab'Dendriel.
    - Bem, talvez sejam rumores mesmo... mas não adianta, confiar nesses carinhas de orelhas pontudas não é - Rudolfo foi interrompido pelo rangido da porta principal da taverna. Uma sombra enorme adentrou a taverna mal iluminada. Com o coração palpitando, Enriador percebeu quem havia entrado no Salmão Voador.

    Sven, o Açougueiro de Nibelor.

    O bárbaro olhou para os dois jovens magos rapidamente, antes de voltar sua atenção para Barn - que aparentemente havia acabado de acordar.

    - Hidromel. - resmungou Sven com uma voz grave e dura - pra hoje.

    O pobre estalajadeiro correu para atender seu pedido. Depois de encher uma caneca enorme, a entregou para o gigante, que bebeu tudo de um gole só.

    - Mais! - disse Sven, as muitas cicatrizes em seu rosto se movendo a medida em que falava.

    Depois de outras duas rodadas, Sven depositou seis coroas no balcão, e foi se sentar nos fundos da taverna, em meio às trevas. Enriador e Rudolfo não ousaram olhar em sua direção, limitando-se a conversar em voz baixa.

    - O que esse maluco está fazendo aqui?! - disse Rudolfo, sussurrando, visivelmente assustado.
    - Ele não mora aqui. Obviamente está instalado aqui no Salmão Voador. - Enriador deu uma olhada de esguelha para o guerreiro nórdico, que parecia estar lixando as unhas com seu enorme machado de guerra - pelo menos ele pagou por sua bebida. Do contrário, seria nossa obrigação moral enfrenta-lo.
    - Está louco, Enriador? Não me venha com essa. Seria suicídio. O cara tem um machado gigantesco! Nossos encantamentos não seriam capazes de para-lo.
    - Bem, ele pagou, isso é o que importa. Vamos terminar nossas bebidas e cair o fora daqui atrás do Elofor. Sven não ousaria se indispor contra um mestre druida do cacife do Elofor.

    De repente, Sven se ergueu de sua cadeira, e foi na direção dos magos. Com sua voz poderosa, disse:

    - Posso me sentar convosco? Ou são os jovenzinhos da cidade das saias sofisticados demais para sentarem-se com um filho de Svargrond?

    - Hã, que isso, pode se sentar sim - balbuciou Enriador.
    - Obrigado, senhores - disse Sven, seus lábios denunciando um meio sorriso. - então, onde está o velho druida?

    Enriador e Rudolfo se entreolharam antes de responderem em uníssono: - Ele não está muito longe. Certamente estará de volta daqui a pouco.
    Sven deu uma gargalhada tão poderosa, que eles puderem sentir o lustre de lata no teto balançar.
    - Garotos - disse Sven, ainda lutando contra o riso - não precisam temer. Elofor é um velho conhecido. Um amigo. Jamais passaria por minha cabeça decepa-los. Os amigos de mestre Elofor são meus amigos também. - Sven deu um sorriso macabro, vários dentes faltando, e outros tantos lascados. - Digam-me, para onde vão?

    - Só viemos a passeio, mesmo. Comprar salmões e frutas frescas. - disse Enriador.
    - Salmões... nas Ilhas de Gelo, nossos salmões são feitos de gelo, com dentes afiados. Pescar um é prova de habilidade e coragem. Já vi exímios guerreiros perderem alguns dedos. Mas, é claro, não estamos nas Ilhas de Gelo, mas nas terras verdes e tranquilas do Sul. Que saudades das Ilhas!

    - Porque não volta pra lá? - perguntou Rudolfo - É sempre bom voltar pra casa.

    O rosto do selvagem, antes amigável, se fechou numa raiva gelada. Disse, com fúria: - Não ouse sugerir aonde Sven Quebra-Ursos deve ir ou deixar de ir, rapazinho.

    Rudolfo gelou no lugar. Enriador observava o bárbaro com atenção, antes de responder: - Tenho certeza que ele não quis ofender, mestre Sven.

    Sven virou-se para encara-lo, mas antes de dizer alguma coisa, a porta da taverna se abriu, e para seu alívio, era Elofor.

    - Mestre Elofor, que bom ve-lo! Como está a situação de meu irmão?
    - Ótima, mestre Sven. Ele sairá amanhã, livre para ir onde quiser - disse Elofor, com um sorriso cansado. - Está frio lá fora. Não me lembro de um tempo assim aqui em Northport. Bem, naturalmente, devo recomendar a vocês que não voltem a Northport por um tempo. O povo está com medo - e com razão.

    - Bá, bando de medrosos. Mas muito bem, Mestre Barba Branca. Ficaremos longe da cidade dos peixes.

    - A paz de Northport agradece, Sven. Sugiro que todos tenhamos uma boa noite de sono. Amanhã vocês devem partir, e eu e os meninos vamos preparar nossas coisas para a longa viagem de volta pelos Feudos.

    -Tenha cuidado na estrada, mestre Elofor. Orcs foram vistos a oeste do rio Anürno. Faz décadas que os malditos não vão tão para Oeste. São os elfos dormindo na guarda. Não se confia em elfos! - Rudolfo fez um gesto positivo com a cabeça, concordando com a opinião de Sven.

    - Duvido que algum orc tente a sorte contra Northport. Eles tem doze homens e vinte mulheres muito bem armados. Nenhum quinteto orc ousaria vir aqui. Provavelmente atacarão viajantes, até que algum aventureiro os extermine. Se eles vierem contra nós... bem - Elofor deu uma piscadela pros magos - eles não saberão o que os espera!

    - Espero que esteja certo, mago. Irei dormir agora. Ajax e eu temos um longo caminho pela frente.

    Elofor, Enriador e Rudolfo desejaram-lhe boa noite, e Sven subiu para seu quarto.

    - Só espero que ele esteja num quarto bem longe do nosso - disse Enriador. - Mestre Elofor, porque ele não está nas Ilhas de Gelo?

    Elofor suspirou - é um assunto delicado. Jamais comente isso na presença dele ou de seu irmão, se quiser viver mais do que aquele venoriano infeliz. Resumindo, eles foram expulsos pelo líder de Svargrond, Halvar, por ousarem desobedecer ao seu comando de exterminar uma colônia de ursos polares. Coisa boba, mais questão de orgulho do que por alguma desavença ideológico mais grave. Bem, eles fugiram para Northport, e andam pela região desde então. Eles possuem outro irmão, Brom, mas este se recusou a seguir seus irmãos rebeldes em seu desafio. Nunca o mencione!

    Enriador e Rudolfo concordaram. O trio finalmente foi para seu respectivo quarto, descansar para os novos sete dias de viagem na volta para Carlin.

    Naquela noite, Enriador teve outro estranho sonho.

    Ele voava rapidamente em meios aos barcos, explosões em todo lugar. O cheiro de sangue, mar e pólvora o enjoava, mas sabia que não tinha muito tempo. Precisava chegar naquele navio antes que fosse tarde demais...
    Enriador acordou. Tudo estava escuro. Rudolfo dormia profundamente, roncando como sempre. Estava com muito sono, então deitou-se novamente para dormir. Deitado, não conseguia fechar os olhos, mas nem mante-los totalmente abertos. Vagava entre o dormir e o despertar, mal distinguindo as coisas ao seu redor.

    "A vela já apagou há horas" - pensou. "Está tudo tão escuro, a cama está tão quente. Porque não consigo dormir?". Notou, então, que uma pequena fresta da janela deixava entrar uma luz dourada no quarto.

    Levantando-se, viu como a luz era estranha. "A lua é branca, não amarela." - disse, em pensamento. Se espreguiçou, e voltou a se deitar. Seus olhos se fechavam, e ele sentiu o sono chegando, como um cobertor quentinho a lhe envolver...

    Cinco minutos depois, Enriador acordou. Algo estava errado. Em silêncio, ouviu sons estranhos na noite. Em meio aos roncos de Rudolfo, distinguiu vozes... seriam risos? Sem dúvida, um bando de bêbados... rindo da lua amarela...

    As vozes ficaram mais altas. Alguém gritava. Já não pareciam risos, mas vozes de angústia. "O que é isso?" - se perguntou o jovem mago.

    Em silêncio, tentando aguçar sua audição de sua cama segura e confortável, conseguiu ouvir melhor. Definitivamente, não eram risos. Alguém chorava, e havia berros no meio da noite. Nas vozes estranhas que ouviu, sentiu um tom que era universalmente perceptível a todas as línguas do mundo.

    Ódio.

    Enriador se levantou, sobressaltado. Ouviu sons que ouvia desde criança, observando as amazonas de Carlin treinarem. Sons de luta, aço contra aço. "Mas que diabos está havendo?" Foi até a janela, abrindo-a. Para seu desespero, não era a lua que emitia aquele brilho dourado.

    Era Northport. Estava queimando.

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    Última edição por Enriador; 18-07-2014 às 02:17.

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