Índice
Capítulo I - Nesse post mesmo
Capítulo II
Capítulo III
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Acompanhem agora meu mais novo delírio
Pelo visto largaram minha outra história, não tão mais comentando lá
Nota: Eu pesquisei um pouco para ver se já tinha uma história com esse título e achei um filme, Ghost-Do outro lado da vida o.O"
Ok, ficou parecido, e agora eu lembrei que já tinha visto esse filme, na seção da tarde =)
Do outro lado - Capítulo I
Surpresas
Esta não é uma história sobre as clássicas princesas medievais, que estão em perigo em um castelo sob as garras de um maléfico dragão. Esta princesa tampouco tem um herói que irá salvá-la.Tudo que ela tinha, naquele momento, era sono. E com sono levantou-se de cama para preparar o café da manhã.A cozinha era larga, espaçosa, toda branca e com móveis brancos e tinha um pequeno bar ao lado. Começou a passar a manteiga no pão, até que tomou um susto ao ver um rosto estranho e tão sonolento quanto o dela na sua frente.
- Jack! – ela exclamou. De fato o rosto era de Jack, que estava abrindo a sua geladeira e tomando um gole do que restava do suco de laranja – Eu não dormi com você...Dormi? – perguntou, espantada.
- Não princesa, você não dormiu comigo – ele respondeu, guardando o suco e fechando a porta da geladeira – Eu não sou esse tipo de homem, e acho que você já deveria saber disso depois desses três anos... – Jack era homossexual, mas não do tipo “Ui, loca, você está de arrasar” e sim de um tipo mais enrustido.Quem não o conhecia acharia que era um hetero, mas não é o caso.
- Sim...Claro... – continuou ela, passando a manteiga no mesmo lugar que antes – Mas o que diabos você está fazendo aqui?
- Eu estou respirando e tomando café da manhã, algo de mais nisso? – Jack estava sem camisa, e tinha um excelente físico.”Ah!Se ele fosse Homem...” comentava a princesa com suas amigas.
- Não...Mas por que você não está na sua casa? – perguntou ela, ainda passando a manteiga exatamente no mesmo lugar do pão.
- Princesa...Posso te falar uma coisa?
- Fala.
- Você está passando a manteiga nesse lugar do pão há uma hora
- An...É verdade... – disse ela, de um jeito estabanado, colocando a faca em cima de mesa e começando a morder o pão do jeito que ele estava. – Mas por que diabos você não está na sua casa?
- Princesa...Você bebeu ontem à noite?
- Se eu tiver mesmo bebido não vou me lembrar.
- Minha mulher me expulsou de casa. – Jack podia até ser homossexual, mas era casado e tinha uma filha pequena, de dois anos ainda. Sua mulher não sabia de sua orientação sexual. Não ainda. – Ela descobriu. – ele disse, rapidamente.
Jack não era o tipo de marido que sai aos fins de semana para ir beber com os amigos, ou assistir algum jogo de futebol. Certo, ele saia sim em alguns fins de semana com amigos, mas não era exatamente para beber.
Ontem ele chegou em casa e se deparou com sua mulher aos prantos, sem entender o que estava acontecendo. Até que viu uma certa carta nas mãos dela, e sabia exatamente que carta era aquela. Seria mandada para Marcos no dia seguinte se não fosse queimada pela mulher de Jack. E com esta várias outras correspondências dele com outros homens foram descobertas, e conseqüentemente queimadas. Foi talvez como se ela tivesse descoberto uma coleção de vídeos pornôs, mas cerca de três vezes pior, e a velha e clássica cena de uma mulher jogando as roupas de seu marido pela janela, e ele lá embaixo suplicando por perdão, se repetiu mais uma vez no mundo.
- M...Mas Jack, como isso foi acontecer?E o que você fará agora?
- Você já me perguntou isso ontem à noite, mas pelo visto realmente bebeu depois que eu fui dormir...
- Ela simplesmente descobriu o lugar onde eu guardava minhas correspondências com outros homens. E eu não sei o que vou fazer, mas acho que precisamos ir trabalhar.
- Sim...Claro.
A princesa, como já era de se esperar, tinha um nome. Agatha Olsen, um bonito nome, mas que fora apagado pela “princesa”. Ela foi ao banheiro e se olhou no espelho antes de tomar banho. Tinha lisos cabelos castanho, e olhos verdes de um tom amarelado, era magra, não tão alta e bastante atraente.Depois do banho ela olhou para o relógio. Sete e dez da manha.Ela tinha vinte minutos para chegar ao trabalho.
- Jack! Como você vai? – A princesa tinha cabelos longos, e nesse momento estavam com rabo de cavalo. Ela usava um largo óculos escuro, uma blusa de manga comprida de um tecido fino, com bordados indianos, e um curto short jeans. Calçava uma havaiana verde escura.
- Não se preocupe comigo, princesa, eu vou de táxi. – Em contrapartida, Jack estava muito bem arrumado, seus curtos e negros cabelos estavam muito bem penteados, e usava terno e gravata pretos, com uma blusa social branca.
- Ok. Vamos saindo. – a princesa trancou a porta e os dois desceram de elevador, que era bem antigo, mas ainda funcionava. Ela sempre tivera medo de ficar presa naquele elevador, mas estava atrasada e não queria descer seis lances de escada.
- Não quer ir de táxi comigo?Eu pago. – perguntou Jack.
- Não, brigada. Eu vou do meu jeito de sempre. Até o trabalho. – ela disse, ao chegarem ao térreo.Ele saiu pela porta da frente, dizendo um “Adeus.”. Ela desceu um último lance de escada, até a garagem. Foi lá para o canto da garagem até ver sua paixão, uma pequena motoca amarela.
“Não sei o que eu seria sem você” – pensou, enquanto subia a rampa de seu prédio. Não havia nada de diferente no trânsito, estava até calmo para uma segunda-feira. Em menos de vinte minutos chegou no escritório não tão distante da sua casa, parecia ter chegado em cima da hora.
- Bom dia. – disse “o cara do elevador”, quando ela entrou neste. Boatos diziam que seu nome era Joe, mas tudo não passava de boatos, e provavelmente nem mesmo o dono do jornal sabia o nome deste indivíduo. Sim, no prédio todo as pessoas trabalhavam no “Diário Expresso”, um jornal que, como todos os outros, era dedicado em entreter o leitor, e acima de tudo vender.
A princesa entrou no elevador com mais umas dez pessoas, e esperou roendo as unhas até chegar ao sétimo andar. A segunda-feira não era exatamente o dia da semana que os jornalistas mais gostavam, especialmente uma pessoa que não trabalha aos fins de semana, como era seu caso. Ela sempre ficava ansiosa nesse dia, e, curiosamente, estava mais ansiosa hoje do que em qualquer outra segunda-feira.
- Bom dia. – disse outra voz, dessa vez um colega seu, quando ela chegou ao nono andar. Ouviam-se telefones tocando, pessoas resmungando, chefes dando bronca, e cada cubículo de trabalho estava preenchido por seu respectivo funcionário, exceto dois. O da princesa e o de Jack. Ela, por sua vez, se dirigiu até o seu, e ficou olhando em volta para ver se não achava Jack. "É por isso que prefiro motos”, pensou, enquanto arrumava sua área de trabalho.
- Pelo visto todos estão aqui – desta vez era uma voz incerta, firme, e de alguém velho.Estava anunciando para todos daquele escritório. A princesa parou de fazer tudo que estava fazendo e teve sua atenção voltada para ele. O coronel. Já era bastante velho mesmo, principalmente para organizar todo um setor, mas ainda se sentia disposto a trabalhar. Ela estava realmente ansiosa agora, alisando a pedra branca de seu anel.
- Tenho uma notícia muito ruim para todos vocês que aqui trabalham – começou, e era difícil saber se estava falando ou tossindo aquelas palavras. Estavam todos prestando atenção nele, quietos. – Ontem, domingo, dia vinte e três de setembro, faleceu um de nossos mais queridos funcionários. Jack Murren morreu de AIDS, e façamos agora um minuto de silêncio em respeito à sua alma.
A princesa, como já era de se esperar, ficou paralisada, sem saber o que fazer. Não somente pelas palavras do coronel, mas também porque estava vendo Jack nesse exato momento ao seu lado.
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