Demorei e demorei, mas enfim postei.
Estou sim revivendo este tópico, e peço que este não seja fechado. Ou serei obrigado a criar outro.
Capítulo IX
Atrás da Parede
Venâncio correu por entre a mata fechada, empurrando os galhos maiores que chicoteavam sua face contra eles mesmos, desacelerando vez ou outra na tentativa de conter-se e não descer tal depressão rolando. Vez ou outra seus cascos colidiam com pedras espalhadas pelo terreno, lhe causando leve dor, mas atrasando seu retorno para a clareira onde deixara sheng refletindo sobre sua mágica.
Passados alguns minutos, Venâncio parou de correr quando enfim pode discernir a orla da clareira banhada pela sombra da enorme montanha. Virou sua face para a direção de onde viera, na tentativa de perceber qualquer movimento brusco, como se esperasse que aqueles que vira momentos antes pulassem da mata e o enforcassem a qualquer momento.
Passada a paranóia, o Mago puxou seu cajado de madeira e abriu caminho por entre as enorme árvores da orla. Os grande galhos impediam sua passagem, o que obrigava o Mago a rastejar por debaixo deles. Já havia se esquecido por completo de seus choramingos por um passado de glória e um presente mal-aproveitado. A única coisa que ousava esgueirar pela sua mente era a cena que presenciara. Certamente ela iria pôr fim aos anos que Venâncio entregara para ocultar o segredo. Mas certamente seria muito benéfico aquele ato de seus inimigos. Os minotauros ainda poderiam usufruir da situação.
Após brigar furiosamente com a mata fechada, Venâncio chegou à clareira onde deixara Sheng. Esperava vê-lo tentando adestrar aquele ser horrendo que conjurou, mas não. Sheng estava em pé, triunfante, ao lado de uma criatura que aparentemente ele havia conjurado. Venâncio ficou boquiaberto e caiu sentado ao presenciar ser tão magnífico. Ele estava perante um dragão verde e escamoso.
***
- Isso é loucura! – Objetou Crossfox ao ser informado do final do plano bolado por Tiher e Ulizin – As chances de uma falha são enormes!
- Sabemos perfeitamente disso – Tiher respondeu calmamente, ajeitando distraidamente seu chapéu negro com a pena azul na cabeça – Mas temos que arriscar!
- Arriscar para que? – Crossfox quase gritou. Ele parou de caminhar e bateu o pé no chão, assustando um pombo que pousara sobre uma pedra ao seu lado.
- Ai que está – Disse Clair, sentando-se na pedra onde o pombo estivera momentos antes – Não sabemos. Mas segundo Seymour, o tal do agente pode estar atrás da chave. E ele disse que esse tal zumbi esquisito sabe onde ela está.
- Isso é ridículo – Crossfox falou, cruzando os braços e fechando a cara – Não vamos falar com um zumbi!
- Vocês não – Disse Ulizin desprendendo uma corda de seu cinto e escorando uma pá em um tronco podre coberto de limo – Mas eu sim. Cross, você e o Tiher descem me escoltar. A Clair e o Ferumbras ficam de vigia. E o Adso... Bem..
Crossfox olhou para os lados buscando Adso, mas não viu nem vestígios dele. Foi aí que se deu conta que Adso não havia os seguido até ali.
- Adso foi tentar encontrar as botas de andar na água – Clair disse arrumando seu cabelo.
Ulizin pegou sua pá e caminhou até um montinho de pedras próximo. Tiher e Cross o acompanharam.
- Certeza que pode agüentar o que vem por aí? – Ulizin perguntou enfiando a pá nas pedras.
- Não – Tiher respondeu rindo. Mal sabia ele que deveria agüentar. E muito.
***
A descida foi lenta. Em meio a dominante escuridão que envolvia em um caloroso abraço as paredes e nichos ocultos da misteriosa caverna, os únicos sussurros que mal podia ser captados eram os de vestes roçando nas pedras presas ao espesso barro que cobria as paredes do lugar. Qualquer ser que ousasse andar desavisado por tal área seria surpreendido por três seres altos que emergiam das sombras, quase indigentes na área tenebrosa.
A respiração de Ulizin ia ficando cada vez mais lenta a medida que ele e seus amigos avançavam pelas trevas absolutas. Tiher achara melhor não optar por carregar algumas tochas, pelo simples fato de ocuparem uma mão, o que tornava impossível o uso de arma ou escudo, e isso certamente provocaria perdas lastimáveis. A falta de tochas também impedia que uma luminosidade incomoda viesse a estragar o descanso das enormes minhocas que habitavam o lugar. Afinal, na sala da Katana, todo cuidado é pouco.
Decorridos verdadeiros dias – pelo menos foi o que se pensou no meio da caminhada – o grupo chegou a um lugar quase imperceptível em meio as sombras. Sem qualquer iluminação, o que podia ser discernido era apenas as formas monstruosas de pilares de mármore branco, que certamente reluziam em meio a luz abundante. Também dava para se perceber formas retangulares que se erguiam no horizonte. Certamente as paredes que ocultavam a sala.
Pelo incômodo cheiro podre que pairava no ar, Ulizin pode imaginar verdadeiras corredeiras de musgos caindo por entre os tijolos das paredes da sala. E também pelo odor ele pode deduzir que as minhocas haviam jantado não a muito: Havia cheiro de sangue no ar. Ulizin tateou pelas sombras um lugar no qual pudesse buscar apoio, e o encontrou na forma de parede. Na tentativa de avançar para o pilar de mármore, tropeçou em algo que jazia quieto no chão e acabou por cair.
Uma nuvem de poeira ergue-se no breu e provocou um curto ataque de alergia em Crossfox, que tapou seu nariz com manga de seu casaco amarelo-ovo afim de respirar melhor. Tiher ignorou seu amigo e fez uma careta ao ouvir o baque que o corpo de Ulizin fez ao tocar o solo batido. Seu coração acelerou-se repentinamente, e ele rapidamente buscou com o olhar qualquer coisa que pudesse ter sido despertada pelo som. Nada. Aparentemente as paredes de tijolos bloquearam o som.
Ulizin cuspiu pouca terra que acidentalmente ingeriu e tentou erguer-se. Sua tentativa fora frustrada pelo simples fato daquilo que provocara sua queda estar sobre suas pernas: Um corpo mutilado. Um arrepio percorreu sua espinha e um verdadeira ânsia de vômito tomou conta de seu estômago. Seus pêlos se arrepiaram e seus olhos arregalaram-se perante a expressão nos restos da faze da vítima. Ulizin tentou falar algo, mas sua voz teimava em não sair. Ele puxou sua perna debaixo do morto e torceu a faze ao ver as enormes manchas de sangue em sua calça azul. Ele rolou o corpo para o lado com os pés, e este veio a colidir com algo em meio ao nada, provocando outro baque surdo. Ulizin sorriu ao perceber que o corpo colidira com o pilar de mármore.
Ele correu com os braços estendidos até ele, e logo localizou uma alavanca de metal oculta por sua forma colossal. Socou levemente o pilar três vezes, para transmitir o sinal. Uma vez captado, Crossfox e Tiher tatearam em busca de uma construção com diferente das paredes: a porta. Logo que a localizaram, puseram-se a postos ao seu lado e fizeram outro sinal sonoro. Ulizin puxou a alavanca e recuou alguns poucos passos.
A porta de madeira saltou para trás e dobrou-se em certo ponto, criando uma abertura no breu. Já acostumado com a pouca luz, Ulizin intrepidamente esgueirou-se para dentre da sala, com o máximo de cuidado possível. Teve a impressão de chutar alguma ossada, mas não se deteve nisso. Crossfox e Tiher o seguiram, tentando localizar as minhocas antes que acordassem. Crossfox logo localizou uma, recostada a parede. Adormecida. Puxou sua cabeça viscosa para trás e empunhou uma adaga, com a qual cortou o pescoço do ser hediondo. Viu um líquido avermelhado jorrar nas paredes, mas virou os olhos para Tiher, que já havia feito a mesma operação com as demais.
Ulizin aguardou outro sinal sonoro para cravar uma estrutura simples de madeira no chão de terra e a acender: uma tocha. A sala encheu-se de luz, revelando suas formas e cores. Havia realmente musgo nas paredes e ossadas no chão, bem como Ulizin havia previsto. Não se deteve em imaginar o que as vítimas da traiçoeira sala passaram até morrer horrendamente. Preferiu voltar-se para a enorme parede de tijolos – incrivelmente sem musgos – que imponentemente se erguia em sua frente.
Ulizin sabia perfeitamente o que existia atrás da parede. Uma forma de “vida” nojenta, horrorosa e temível, mas eu mesmo tempo admirada e objeto de curiosidade alheia: o famoso zumbi de Rookgaard. Ou Chatterbone, para os íntimos. Ulizin ainda não acreditava que estava perante os portões que o separavam das respostas para grandes perguntas que ele se fizera durante toda sua existência.
Ulizin tateou pelo muro, sentindo os musgos ressecados presos as paredes roçarem em sua epiderme, tingindo-a em um morto verde-oliva. Desviou a face da parede para evitar náuseas, mas seu intestino já havia se embrulhado por completo. Era uma sensação estranha, que nunca havia pousado em seu corpo. Era como se um dragão rugisse dentro de suas tripas. Meio relutante, ele encostou seu ouvido na parede suja.
Esfregou-se pela barreira, tentando encontra um mínimo ponto onde pudesse enxergar o que havia por trás dela. Seu ouvido captava sons do outro lado. Sons abafados, impossíveis de se definir. O coração de Ulizin se acelerou e passou a bombear quantias absurdas de sangue, suas extremidades se aqueceram e sua respiração acelerou. Concentrado em procurar um mínimo buraco cavado na parede, ele nem viu o corpo de uma das minhocas mortas por Tiher e chutou sua cabeça viscosa, que explodiu ao colidir com a muralha.
A massa encefálica da minhoca espalhou-se pelo chão, junto com poças de sangue. Ulizin fechou os olhos, e pode projetar a imagem de Tiher vomitando num cantinho da sala em sua mente. A embaraçosa situação não passaria de mito, se o som do crânio esmagando-se não produzisse um baque que pôde, certamente ser ouvido do outro lado do muro.
Uma voz fraca cortou o ar e chegou aos tímpanos de Ulizin como um trovão. Uma sensação de pânico o invadiu ao ouvir o som, quase um sussurro.
- Quem estás ai? – A voz disse. Essa frase ecoou diversas vezes pela mente de Ulizin, até ele se dar conta de que era com ele.
- Eu que pergunto! – Ele disse. Sua voz ecoou por poucos segundos. Minutos depois, veio a resposta.
- Quem crês estar atrás dessa maldita parede? Sua vó? – A voz voltou a falar, dessa vez em um tom desconfiado e ligeiramente mais baixo.
- Chatterbone? – Tiher perguntou, do fundo da sala. Crossfox fez um gesto obsceno para Tiher e Ulizin começou a suar frio.
Houve uma movimentação incomum do outro lado.
- Quem está ai? – Dessa vez a voz parecia estar desesperada, talvez pela mera menção do nome de seu dono – Como sabes quem eu sou?
Ulizin ficou sem resposta. Provavelmente o zumbi recusar-se-ia a responder se soubesse quem o visitava. Tiher saiu da sala e Crossfox o seguiu. Ulizin passou a mão pelos negros cabelos e fitou a parede.
- És da tropa minotaurea? – Chatterbone perguntou. Um turbilhão de perguntas invadiram a mente de Ulizin, mas ele procurou ignorá-las, tentando obter a concentração necessária para conversas com um zumbi.
- Não – Ele disse. Procurou as palavras certas e retrucou – Sou um humano.
- Humano? – Chatterbone soltou uma gargalhada abafada – Já fui um antes da maldita invasão dos minotauros! Ai aquele filho da mãe me matou!
- Quem?
- Não interessa-te!
- Se não me interessasse eu não questionaria!
- Entendeste o que eu quis dizer Sr. Fulaninho – chatterbone ironizou a situação e chutou a parede – Vá em bora daqui! Deixe esse pobre coitado descansar em paz!
- Na verdade caro Chatterbone – Ulizin tentou ser o mais cordial possível, para talvez fazer o velho zumbi falar – Poderia, por obséquio, responder-me algumas coisas?
- Não.
Ulizin irritou-se e começou a berrar.
- ANDA SEU PEDAÇO DE CARNE PODRE, SIRVA PRA ALGUMA COISA! – Ele bufou e socou a parede. O tijolo atingido levemente deslocou-se para trás, e um turbilhão de poeira e musgo caiu no chão. Seguiu-se um longo silêncio. Ulizin procurou se acalmar, enquanto andava em círculos pela caverna.
- Que queres de mim? – Chatterbone falou com a voz fraca, quase escassa. Ele não conseguia entender porque um ser mortal sairia de seu divino reino superior para visitá-lo nas profundezas do próprio inferno. Certamente deveria ser algo de extrema importância para se cometer tal suicídio momentâneo.
- Respostas – Ele ouviu o ser do outro lado falar. Pelo tom da voz e o explosivo comportamento, Chatterbone imaginou um jovem despreocupado e revoltado com o mundo.
- Respostas são amplas demais! – Ele respondeu energético, tentando disfarçar as especulações que faria. Ele precisava testar o garoto – Procure ser mais específico.
Ulizin fez uma careta e chutou uma pedrinha contra o muro.
- Preciso saber coisas sobre... – Ulizin engoliu em seco e procurou palavras leves – Sobre uma certa chave.
- Chave? – Chatterbone buscou nos vestígios de seu cérebro algo relativo a chaves. Com um pouco de imaginação pode deduzir a que chave o garoto se referia, mas preferiu contradizê-lo – Mas que chave? Não conheço muitas chaves!
- Sério Chatterbone. Sei que sabe do que estou falando. A ilha corre perigo!
- Desde quando não corre? – O zumbi soltou uma gargalhada infame. Um baque surdo foi ouvido. Momento depois, Chatterbone voltou a falar – Desculpe. Me empolguei tanto que minha perna caiu.
Ulizin torceu a face e baixou o rosto. Imaginou uma perna podrificada fugindo de um zumbi capenga, e quase riu. Mas ao mesmo tempo, quase vomitou.
- Ótimo – Ulizin disse se virando – Vou deixar o Culto agir. Adeus Chatterbone.
Ele caminhou até a porta da sala quando ouviu um grito.
- Espere.
Ulizin sorriu e se voltou para a parede. Caminhou lentamente até ela e parou.
- O que o Culto tem a ver com a chave?
- Pensei que não conhecesse a chave...
- Conheço. Muito bem.
- Podia me contar a história da chave? – Ulizin arriscou.
- Não – Chatterbone respondeu. Um longo silêncio segui-se, até ele voltar a falar – Não posso. Não devo...
- Porque não?
- Todos que conheceram a história da chave se aproximaram muito de segredos antigos e terríveis. E ficaram cara-a-cara com a morte.
Um arrepio percorreu a espinha de Ulizin novamente. Seu coração acelerou e sua testa encheu-se de suor frio.
- Eu preciso saber!
- Não! Vai acabar como eu. Aqui, preso. Condenado a vagar por este espaço limitado até o julgamento de Toth! Não queira desvendar esse segredo jamais!
- Mas o destino de todos nós está em jogo. Eu não sei o que esse tal culto pretende, mas preciso dessa chave!
Chatterbone tentou suspirar, mas sem a capacidade respiratória, teve de desistir. Ele fitou seus braços enegrecidos e abriu a boca pra falar.
- Tudo começou tempos atrás. Antes da colonização dessa ilha. Eu era um cavaleiro da corte de Thais, um dos melhores. Mas eu era apaixonado por explorações e missões de colonização. Por exemplo, eu fui junto na expedição Carlin, Recordo-me muito bem da construção da cidade. Bem, eu tinha um colega explorador. Um homem muito dedicado e esperto, mas muito orgulhoso. Seu nome era Athrad Shalkfire. Ele era também muito ganancioso, e foi justamente isso que nos levou ao declínio. Não me recordo bem a data, mas o rei Tibianus II disse que a Sociedade Exploradora havia localizado uma ilha próxima ao litoral de Thais. Ele decidiu enviar tropas para explorar e colonizar a área, afinal ele queria que o domínio thaiense se estendesse por todo o continente. Eu e Shalkfire entramos no time que partiu para a ilha. Nosso batalhão a batizou de Rookgaard em homenagem ao nosso capitão, Al Rookgaard.
- Logo erguemos uma vila ali. Mas nossa nostalgia não durou muito. Shalkfire viajou para Thais para ajudar a controlar um grupo de fora-da-lei que tentava saquear Greenshore. Ele ajudou a escoltar o líder do movimento até aquele vilarejo que eles construíram, perto das Planícies do Caos. Lá, Shalkfire encontrou um templo enorme, que parecia transpirar malevolência. Atiçado pela curiosidade, Shalkfire penetrou no templo, e não demorou a encontrar um homem estranho. Parecia ser o líder de um grupo de feiticeiros que morava ali. Shalkfire foi seduzido por promessas de fortuna e fama se conseguisse infiltrar membros daquele culto em Rookgaard.
- E foi o que ele fez. Quando retornou, trouxe consigo um grupinho de adeptos àquele culto estranho. Eles ergueram uma base, que logo foi tombada pela nossa equipe. Em vingança, eles usaram uma varinha mágica estranha para conjurar um enorme dragão verde, que dizimou boa parte de meu exército. Rezamos para os deuses nos salvarem, e parece-me que nos ouviram, pois um cavaleiro iluminado apareceu com sua espada furiosa para matar o dragão. Aquele cavaleiro era Banor, e a espada...
- A Espada da Fúria! – Disse Ulizin boquiaberto.
- Sim. Mas as surpresas só estavam começando. Banor nos entregou a espada para usarmos contra o Culto, mas algo aconteceu. Durante a noite, um grupo de minotauros que vivia nas profundezas da ilha atacou a vila e saqueou a espada. O líder deles percebeu o poder da arma e a exilou em uma ilhota próxima a Rookgaard. O Culto também percebeu o poder da espada, e logo quis pôr as mãos nela para estudá-la e usufruir de sua magia.
- Mas nós derrotamos o Culto e o mandamos de volta para seu templo. Tentamos recuperar a espada, mas o líder dos minotauros trancou o caminho para a ilhota em uma salinha. A chave se perdeu. O mais surpreendente de tudo, foi que Shalkfire retornou a Rookgaard, roubou a chave e desapareceu. Creio que tenha morrido por aqui. Eu morri pouco tempo depois do roubo da espada. Fui enterrado aqui, mas logo me dei conta de que estava consciente. Creiom que o Culto tenha me amaldiçoado.
- Mas onde está a chave? – Pediu Ulizin, ainda boquiaberto. Ele tinha que localizar a dita chave – Não está com você?
- Infelizmente não – Chatterbone disse, cabisbaixo.
- Então quem está com ela?
Chatterbone riu.
- Shalkfire.
- E onde estão seus descendentes?
- A sete palmos do chão – Chatterbone disse, lentamente – Sabe garoto, tem uma parte dessa história que não revelei a você. Se prepare.