Capítulo I
Essa história se passa á muito tempo atrás, num tempo antigo que se perdeu nos livros do Ocidente. Ela conta quando um mundo descobriu o outro, quando ambos eram tão desconhecidos em sua imensidão. Tudo começou nas Vilas Ocidentais do Sul, no tempo em que a escuridão dominava aquele lugar. A escuridão atraia seres nada convenientes, o que fazia daquelas vilas um lugar difícil de se viver. Eram seres podres que vivam debaixo da terra, que foram atraídos pela ausência da luz que pairava sobre o reino dos homens e lhes era tão agradável.
Os humanos, ainda primitivos em sua ciência e magia, estavam quase desprotegidos contra estas ameaças. Eles sabiam que, mesmo que aquelas criaturas lhes parecessem repugnantes e estúpidas, estavam á milhares de anos nas terras desconhecidas ao norte. Estavam começando á triunfar em seus planos de ocupação.
Em uma dessas infindáveis batalhas entre os povos e as hordas de mortos vivos, surgia do céu algo inédito: algo que parecia com um bote, mais muito maior e com asas de fogo que incendiavam como o sol que aquele mundo havia perdido. Alguns disseram, mais tarde, de que era feito realmente de partes do sol. O casco parecia ser feito com uma semente de uma das últimas árvores gigantes, que há muito tempo tinham sido extintas do mundo humano pela falta de luz. Nele havia uma mulher nua e o que parecia ser um ser desconhecido naquelas terras, mas que de fato parecia com um homem. Eles estavam bem alto, acima das nuvens e do céu, onde ainda podia se ver o sol amarelado brilhando em um entardecer que nunca acabava.
"Eles estavam bem alto[...]num entardecer que nunca acabava
O barco parecia ter espantado os seres escuros que ali estavam, e os homens embaixo gritavam no campo aberto ao ver aquela coisa tão desconhecida. Mal abriram a boca, e ela já tinha caído á frente deles. Dela saíram aqueles mesmos dois seres peculiares, e mais dez humanos, que eram bem pequenos para serem chamados assim. Os humanos de verdade, porém, nem notaram: estavam fascinados com o brilho daquela embarcação.
- Saudações, humanos.- disse um dos pequenos seres.
O humano que estava de frente á ele ficou sem voz, com a magnitude daquela cena. Quando percebeu que aquela “criaturinha” falava, se pôs a correr e gritar “Eles falam! Eles falam!” para que toda a vila ouvisse.
- Certo, todos aqui já entendemos. Agora, poderia dizer seu nome?
- Sim, meu nome é Banor, senhor... devo lhe chamar de senhor?
- Acho que sim, acho que sou duzentos anos mais velho que você. Eu me chamo Durin. Venho de uma terra distante, bem distante, que fica acima das nuvens. Ela é que roubou o sol de seu povo... mas isso não é nossa culpa, pois viemos aqui justamente para resolver isto.
- Seja lá de onde vem, não podem ir estacionando esse...isso... esse barco voador aqui em minhas terras!- disse Banor, agora com um certo medo.- Sou Banor, o rei dessa vila, e exijo respeito.
- O que você queria, que mandássemos um cavalo alado com uma carta gentilmente pedindo licença para aterrissar uma pequena nave voadora feita de semente de árvores ancestrais? Me perdoe, mas acho que ele seria devorado pelos demônios...como vejo que sua terra está cheia- disse, dessa vez, o ser que pilotava o barco.
- Certo, estão perdoados por suas boas intenções. Podem entrar, e se situar pelas...
Não é preciso dizer que os anões já estavam montando uma casa improvisada com os materiais que tinham trazido no barco, assim como estavam descarregando naquele lugar toda a imensa bagagem que haviam trazido. Aquele ia ser, definitivamente, um longo dia entre os dias em que não se pode medir a noite.
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