- Ano de 124
General Thorium marchava com seus soldados na direção de uma pacata vila nas redondezas de Panto, conhecida por diversos rumores sombrios. Casas queimadas e detelhioradas pelo tempo, árvores mortas faziam parte do cenário e o céu sempre, acredite, sempre cinza finalizava a fama de fantasma.
A cada passo de aproximação em meio aquela neve, os pelos de cada soldado da tropa se ouriçava, e a cada grito horripilante que se ouvia de uma vila, supostamente fantasma, um gemido de horror sucumbia no interior de cada guerreiro.
Denominada O primeiro encontro esta missão não foi apenas um ataque ao equilibrio, mas também, uma declaração de guerra.
Familias choravam pelas perdas, antes mesmo de serem confirmadas.
"Quem foi nunca voltou"
Frase aterradora que assolava a mente de cada um dos filhos de Rao, rei de Tantaro. Assim era chamado o exército real.
Deixe-me me apresentar, caro leitor;
Elus, assim podes me chamar. Eu era um dos soldados que lá estava, diante da morte, tremendo com o frio, sofrendo com o cheiro de carniça podre e embalado pelo mesmo ideal.
Nosso 'pai' nos enviou à vila com o objetivo de descobrir porque tantos sumiços de comerciantes em torna daquela região. Escolha nada mais justa do que um combatente veterano, e sobrevivente de 3 combates massivos, entre elas de dominações de territórios que julgavamos impossíveis; General Thorium não era apenas uma espada e um escudo mas também era uma lenda. Bardos cantarolavam seus feitos e soldados rezavam por sua companhia.
Não sei dizer ao certo oque aconteceu naquela sala enorme e redonda onde se encontravam-se os conselheiros do rei, a familia real e o general, mas da porta de onde eu estava de guarda pude ouvir palavras que nenhuma pessoa gostaria de ouvir do seu líder.
Com cara de poucos amigos nosso general saiu da sala sem olhar para ninguém, pensativo e aborrecido. Com os cantos dos olhos tentei observar oque se passava na sala, mas tudo oque consegui ver foi o rei sentado com os cotovelos sobre a mesa com o rosto tampado pelas suas mãos; Sua filha e sua esposa chorando sem emitir sons, conselheiros de cabeças baixas. Aquilo com certeza, não foi um bom presságio.
-- Acampamento
Logo após escoltar a familia real para seus aposentos, Frost Keeper e eu fomos convocados para comparecer ao acampamento fora do reino, montado para servir de aposento para os soldados vindo de missões de reconhecimento ou missões inacabadas.
Chegando perto do portão já pude notar que o reino estava em euforia, devido a grande quantidade de soldados se movimentando na mesma direção. Eu não diria nosso exército, pois ali deveria ter, creio eu, no máximo, 200 homens. Perto do nosso exército de 50mil homens esta quantia não é nada, mas pra região onde estavamos aquilo realmente impressionou.
Todos devidamente alinhados ao lado do acampamento, em direção ao norte, pelo jeito dos soldados, eles esperavam algum discurso de motivação ou novidades, que era feito uma vez na semana para motivar nossos homens, pois viver em tempos de guerra não é nada fácil.
Me senti mal sabendo que aquela euforia por novidades seria banhada com água gélida como um coração de [CRIATURA]Ice Golem[/CRIATURA].
General Thorium se posicionou na bancada previamente montada para discursar, e com atenção todos se calaram.
Dava de notar que aquele silêncio deixou um homem de idade mediana e expêriencia inigualável com a tensão de um adolescente de frente a sua primeira noitada.
"Não sei como dizer isto à vocês, meus irmãos.
Não sei como explicar, reagir, e aconselhar vocês.
Estamos em tempos de guerras, e em tempos de guerras todos perdemos quem amamos, e todos sofremos com isso. Mas vocês se perguntam.
Oque motiva um homem seguir enquanto seus amados morrem e sofrem diante da escuridão?
Me respondam vocês.."
E então a voz dele começou a se animar.
"..Pois só em vocês vejo a ferocidade, a determinação de um verdadeiro soldado!
Só em vocês senti o calor da batalha lado a lado comigo!
Foram vocês que me tornaram GUERREIRO!"
Aquelas palavras entraram nas nossas cabeças como flexas incendiárias e instantaneamente arrancaram nossos gritos do peito...
"URRRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!"
Houve uma pausa depois da euforia.. Não longa, nem curta.
"Nosso Rei me pediu uma missão árdua companheiros.
Uma missão que ultrapassa nossas crenças e medos..."
Neste momento a tensão baixou novamente sobre nossas cabeças, e só ali percebi que a noticia viria..
"Fui designado à destruir totalmente o vilarejo dos mortos de Panto!"
Não sei dizer os outros soldados, mas meu corpo ficou paralizado, olhos esbugalhadas, com medo de qualquer outra palavra que o general pudesse dizer..
"E escolhi vocês, meus companheiro fiéis, para me liderar nesta batalha.."
O termo me liderar nesta batalha nos animou, não é comum ver um general 'se rebaixando' aos seus comandados.
"Vão para suas casas, brinquem com seus filhos, façam amor com suas mulheres..
Pois amanhã, lutaremos no inferno."
Era impressionante a capacidade que ele tinha de nos animar e nos amedrontar em poucos segundos.
E ali ele terminou seu discurso, desceu da bancada, olhou para seu escudeiro, olhou para o céu, e entrou na sua tenda.
Frost olhou pra mim com aquela cara de espanto, eu não menos assustado não sabia oque dizer à ele.. Apenas fiz um sinal positivo com a cabeça e me retirei daquela, onde seria uma das ultimas lembranças da minha terra.
[...]
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