E se abrem os portões para uma nova justa literária. Entrem, peguem seus ingressos e vote nessa batalha! De um lado se encontra o punk de Curitiba, Mr Utopia! De outro, se encontra a recém-chegada de Petrópolis, Bela~!
Competindo sob o tema Parque de Diversões, vamos aos contos.
Bela~:
Mr Utopia:Renascer
Meus dias têm-se tornado cada vez mais monótonos. Vejo, do interior de minha morada, o sol nascer por trás da estrutura metálica que faz ziguezagues e despenca do alto em trilhos barulhentos. Seu apelido é “Minhoquinha”. Meus colegas e eu estávamos deliciosamente irônicos quando pensamos na alcunha.
Com o arrastar das horas, fazemo-nos testemunhas de tediosa encenação, cujas falas já temos decoradas:
- Papai, papai! Olha, vem cá! - vêm saltitando, acompanhados de perto por pais e mães descabelados de tanto correr atrás de seus pequenos pelo parque inteiro - Olha que bonito, é tão grande!
- É, mas já gastamos muito. Vamos pra casa, está anoitecendo.
Nem bem os adultos terminam de proferir sua resposta, as crianças assumem semblante desolado. Não, mais do que isso. Desoladíssimo. Olhinhos marejados, balbuciam algum argumento próprio da idade.
- Mas eu quero...
Vencidos, os pais sempre vasculham algum resto de dinheiro e entregam ao chefe. Ah, o chefe. Esse merece maiores descrições.
Um velho caquético que passa as manhãs, tardes e iniciozinhos de noite conosco. Vão me desculpar as palavras, mas é desprezível. Fascinado por qualquer riqueza material, é ele o empecilho para que eu não toque minha vida para frente. Basta ouvir o tilintar de moedas e ele já endireita seus óculos grossos sobre o nariz adunco.
- Tio, eu quero aquele grandão e roxo.
- Tudo bem, poderá tê-lo. Mas precisa girar esta roda e tirar o desenho da estrela. Vamos, não custa tentar!
Confiante, a criancinha gira a roleta com esforço. O movimento começa e a sorte oscila. Coração, dinamite, carinha triste, carinha feliz – opa! – estrela. Nova rotação, a roda perde velocidade. Coração, dinamite – vai, mexe mais um pouco! – nada. O ponteiro do brinquedo sempre insiste em repousar sobre o rosto amarelo e triste.
- Pois é, garotinho, parece que não foi desta vez, hein? Toma, pega uma bala de cereja. Talvez da próxima você consiga levar pra casa nosso amigo sorridente.
O detalhe da artimanha do velhote é que, por baixo de sua roda, há uma estrutura responsável por parar o giro abruptamente quando acionada. Sem estrela, sem urso grande, gordo e roxo. Percebo que tenho ficado mais e mais empoeirado aqui nesta prateleira mofada.
Um dia, porém, o velho não apareceu. Nem no outro, nem no próximo. Acho que ficamos trancados em nosso quiosque por uma semana, mais ou menos. Quando, finalmente, a claridade matinal irrompeu por nossos olhinhos redondos, fiquei cego por alguns segundos.
-E aí, galerinha! Como é que vai – bocejou – essa força? - um sorriso bobo estampado no rosto, um rapazote magricela vinha nos tirar da escuridão.
Digo que nosso novo dono é bem melhor que o anterior – espero que este tenha ido mesmo embora. Emanuel cochila enquanto não se aproximam as crianças e, quando lhe estendem uma nota pela brincadeira, levanta-se da cadeira e vai buscar o pagamento em um ritmo gostoso e despreocupado. Nem sinal do fulgor ambicioso do outro. Aliás, nem sinal de uso do mecanismo sob a roda da sorte. Estávamos livres.
- Moço, posso girar?
Afirmativo, Emanuel pôs-se a observar a menina baixinha impulsionar o círculo. Ah, a menina. Rostinho angelical e puro, ficou atenta ao resultado do jogo enquanto fazia cachinhos nos próprios cabelos negros, ansiosa. Após meio minuto, o veredicto: saiu estrela. O Gato azul e o Cachorro vermelho, impressionados, olharam para mim. Igualmente perplexo, fitei o ponteiro, que realmente marcava a figura prateada com cinco pontas. Deu-se uma rápida e silenciosa comemoração entre mim e meus companheiros de barraca. Fizeram-me recomendações e desejaram-me boa sorte. Era chegada a hora.
Emanuel retirou-me do lugar e me deu tapinhas pelo corpo para tirar o pó. Logo depois, entregou-me à garotinha triunfante. Esta me apertou e acariciou minhas orelhas por um longo e inesquecível instante:
- Vou te chamar de Toti, ursinho!
As votações serão permitidas até dia 07/08, próximo domingo. Eu, como Arausto, não votarei a menos que dê empate.Meus pequenos parques de diversões
A garotinha olhava, chorando por detrás da mordaça, não entendia o desejo sujo daquele ser vestido de palhaço, não entendia a sua dor interna , o sangramento, tudo era novo e lhe dava muito medo.Já para ele era normal, 3 anos fazendo isso até ser pego, dilacerando almas humanas , puras e ingênuas. Via seu dedo com aquele tom escarlate fresco , motivo de orgulho e prazer, uma “cicatriz de guerra”. Enquanto contemplava seu feito “heroico” , a “ninfetinha” , como ele chamava, se debatia e chorava com soluços intercalados e com um olhar banhado de medo e raiva.
Medo e raiva, duas palavras que ele amava, principalmente encravado nos olhos alheios, “... ahh! olhos alheios...” como ele gostava dessa expressão. Via estes dois sentimentos em várias de suas ninfetinhas, até no seu gerente via os supostos. Não é de menos, com a nova política do parque de reintegrar ex-detentos na sociedade, o mesmo ficou mal falado , desconfiava-se de todos , até mesmo entre os ex-detentos empregados existia uma certa desconfiança, talvez por saberem que o condutor do carrossel era piromaniaco , saberem também que o palhaço , ele mesmo , era um pedófilo inveterado, o traficante cuidava da montanha russa e alguns ladrões que cuidavam dos caixas de uma rede famosa de lanches rápidos. A desconfiança pairava como uma gaivota procurando uma sardinha.
Cada olhar de desconfiança, que por trás era medo e raiva, o desafiavam-no à procura um novo “armozinho”, subjugá-lo à procura de desvirginar mocinhos e mocinhas dentro do banheiro dos funcionários era o que os olhares falavam.
O expediente já estava no fim , assim como seu plano, teria que dar um fim na ninfetinha que se debatia cada vez mais, tinha que ser rápido e com dor para ouvir os pequenos gemidos um pouco mais. Seu plano já estava maquinado desde o começo da transação, efetuação e despacho. Sua bolsa em forma de cilindro, de onde se guardava pertences e suas roupas normais, estava ali juntamente com um cutelo enferrujado perto da privada. Como um açougueiro a menininha viu o palhaço, que agora já não tinha mais nada de engraçado, cortar seu corpo pouco a pouco. Aquilo era uma delicia para ele, começara pelos dedos dos pés , enquanto a ninfetinha gemia fortemente fazendo-o regozijar de prazer, depois passara para os dedos das mãos , as mãos , os pés , braços , pernas , orelha , cada corte era um gemido mais fraco e fino que o fazia explodir dentro da calça , “estava definitivamente apaixonado pela menina de 7 anos de idade”. A menina jazia somente com a cabeça e seu dorso “inteiros”. Deixou o cutelo de lado e contemplou a sua obra e viu que seu “amorzinho” não faria mais gemidos prazerosos, aquilo bastava para perder o encanto, sem vida não lhe saciava mais, era só uma corpo dentre os vários que mutilara , um peso morto do qual teria que dar fim. Pegou sua bolsa cilíndrica, daquelas de academia, e colocou parte por parte , até só sobrar o sexo da menina , que deixou por último para um “afago” de despedida. Reparou em alguns dedos que teve que despejar cano abaixo da privada, reparou no sangue, pensou e viu que não era problema, pois havia muitos chuveiros no banheiro que “dariam conta do recado”, ligou-os e finalizou o serviço.
Destrancou a porta, pegou sua mochila, “ela nem é tão pesada” pensou. Reparou que estava anoitecendo, o parque praticamente vazio com algumas pessoas nos refeitórios, alguns empregados limpando a sujeira das famílias, “família?” pensou “Aonde estaria a mãe da ninfetinha, para deixar-la sozinha??...” , “... e eu que sou bandido...”, deixou escapar uma risada tímida sobre esse pensamento do qual nem chamou a atenção de algum espectador curioso que passasse ali. Atravessou quase toda a extensão do parque na maior naturalidade, sobre alguns “Até amanhã...”, “té mais...” de funcionários da manutenção e senhoras da limpeza que o conheciam “só de vista”.Passou pelo carrossel do piromaniaco , atravessou a frente da roda-gigante do falsário , até chegar na montanha-russa do traficante, da qual existia um lago abaixo dela; “caso de segurança” dissera o gerente quando lhe perguntou do por que um lago abaixo de uma montanha-russa; parou bem em frente ao lago, olhou o horizonte e com um só fôlego arremessou a bolsa , da qual fez um baque forte na água , borbulhou e afundou. Bateu uma mão na outra e satisfeito virou-se e retornou seu caminho para a saída, pensando “...até amanhã... meus amores...”.
Abraços, peguem seus cobertores e se divirtam!
(sinto que fiz algum erro por aí, qualquer coisa me avisem)
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