Sobre os Campos de Platina
Algum lugar entre Telo e Varalas - Dia 17 do oitavo mês do ano 348
Hector suspirou e olhou para fora de sua barraca. Os corvos estavam voando em círculos ao redor de toda a planície procurando os restos mortais daqueles que lutaram na batalha do dia anterior. Era tantos pássaros que partes do céu ficavam negras como a noite.
Ele saiu da barraca e vários homens trajados em armaduras, manchadas de sangue, vieram o receber. Acreditavam que o pior daqueles dias já havia passado, mas com um olhar pesaroso Hector apenas colocou uma capa sobre o corpo e se encaminhou até uma tenda a poucos metros dali.
Hector não tinha mais que vinte e oito anos. Cabelos negros bem cuidados caíam-lhe pelas costas indo até perto do cotovelo. O seu rosto jovial era marcado por uma cicatriz na face direita que há muito havia parado de sangrar. Tinha um porte austero e nobre que inspirava seus subordinados. De fato, Hector era um dos comandantes do maior e mais importante reino do Oeste. Telo.
Os soldados na entrada da tenda descruzaram seus piques e deixaram que
Hector adentrasse o local. Era bem parecida com a sua, um pequeno colchonete no chão forrado com algodão e palha ocupava a parte central, onde também havia algumas almofadas e um castiçal dourado de onde saia a única iluminação naquele escuro ambiente.
Sobre o colchonete estava um homem de aparência cansada, nos seus setenta e poucos anos. Seus olhos pesados, destacados por olheiras que havia adquirido de noites mal-dormidas, fitavam, em devaneio, uma bainha adornada de safiras e esmeraldas.
- Majestade? – Chamou Hector.
Ele levantou a cabeça e com um sorriso bondoso pediu para que Hector se sentasse numa das almofadas.
- O mensageiro já está pronto? – perguntou ele.
- Sim, o seu cavalo já está alimentado e descansado. Está só esperando a sua ordem.
O homem deu um sorriso satisfeito. Tirou das vestes um saco de couro e o entregou à Hector.
- Peça que ele leve isso também. Diga para entregar para Balor, somente para ele e ninguém mais.
Hector meditou por alguns segundos e disse num tom muito compassivo:
- Os batedores informaram que as tropas de Lezur acamparam ao pé da floresta. Estão construindo engenhos estranhos com serras e lâminas. E também estão lançando uma espécie de pó sobre o rio. O senhor não acha que é hora de contar a verdade para os homens?
O rei sorriu bondosamente e se recostou sobre uma das almofadas de cetim.
- Realmente não há mais nada que possa ser feito. Lezur é um comandante como há muito tempo não se via. Inteligente. Muito inteligente. E traçoeiro também – disse o rei que agora acabava de adquirir um semblante mais sério -Conte aos homens, que ao entardecer do segundo dia, eles não enfrentarão a sua última batalha, mas a mais gloriosa. Com aquilo que nos resta protegeremos até as nossas últimas forças nossas mulheres e crianças.
Hector assentiu e fez menção de sair da tenda para entregar a mensagem do seu senhor aos outros homens, quando foi interrompido pelo rei.
- Espere. Deixe que eu mesmo fale.
Os dois saíram da tenda deixando-a abandonada às luzes pálidas do castiçal dourado. Sobre a almofada onde o rei estava sentado, jazia agora um pedaço de pergaminho velho. Abandonado e esquecido como um brinquedo que é deixado de lado, por uma criança. Ficou lá até o rei voltar e pedir para que o mensageiro também o levasse consigo.
Reino de Telo - Dia 22 do oitavo mês de 348
Com lágrimas nos olhos, Balor largou o pergaminho sobre a mesa de cabeceira e refletiu por alguns segundos sobre o conteúdo da mensagem
À Balor, meu fiel amigo de muitos anos.
Tudo o que vivemos juntos passou tão rápido quanto o desabrochar de uma flor na primavera ou o vôo dos pássaros no outono. Foram momentos agradáveis que poderiam ter se estendido por mais alguns verões, não fosse a loucura insaciável de Vanor.
Aqui estamos mais uma vez em lados opostos da vida, só que de um jeito bem diferente. Mas esqueçamos essas lamentações, e vamos discutir o que realmente interessa. Sobre meu filho, Ivan. Esse pedaço de papel contém todas as instruções sobre como você deverá proceder.
E você terá que fazer tudo o que estiver escrito. Você me deve. E sabe disso.
(...)
Edgar – Último rei de Telo.
____________________________________
Eae pessoal! Estou escrevendo essa nova história porque decidi começar uma nova. Os Oito não estava me agradando muito, e estava meio que com bloqueio de criatividade para continuar a escrever aquela história, não estava conseguindo desenvolver bem os personagens também. Por esses motivos a história estará suspensa temporariamente, e essa será a minha história atual na sessão.
Espero que leiam e que compreendam que eu não estava me sentindo à vontade para continuar a escrever Os Oito por enquanto. Isso não significa que Os Oito esteja cancelado, ele está apenas suspenso temporariamente. Por sinal eu até havia começado a escrever a segunda parte do capítulo 4.
Bom... É isso aí, leiam e comentem se puderem!![]()
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 


Responder com Citação



