Bom, como todos aqui estão fazendo deixarei o conto para que possam comentar também. Possivelmente meu irmão estará respondendo caso haja alguns comentários.
Valeu!
Júlia é uma garota legal. Sempre aberta para o mundo e para as minhas maluquices. Sempre aberta, que beleza, garota disposta. Nossa atividade é tomar vinho. Beber vinho pelas praças e ruas de Curita é o que fazemos quando nos vemos e isso acontece invariavelmente todos os dias. O vinho nos alimenta, depois vamos para a sua casa na Cândido Hartmann terminar a noite. Ficar encharcado de vinho é inerente ao meu espírito BEBUM e ao de Júlia, pelo que parece, também. Bom, ela não reclama, e vinho é o que há de mais barato, é aquilo que rola pagar.
Marcamos encontro na Osório. Mas antes, é claro, passei no Mercadorama para comprar nosso sagrado vinho diário – isso deve ter algo de celebração! – o famoso e abominável, V.C.L., para os não iniciados, VINHO CAMPO LARGO. Aí então, fui em direção ao local de nosso encontro, quiosque sentido Alameda Cabral. Júlia já estava lá, linda, sorrindo, aguardando ao seu querido Duda. Claro flertava com um ou outro cara, enquanto eu me aproximava e ela ainda não me via.
- E aí, gata? – sorrindo como uma hiena.
- E aí desgraçado. Já está alto? Esse sorriso perdido não engana. – com cara de poucos amigos. Apesar de estar sorrindo à toa segundos antes.
- Pô, princesa, nenhum beijinho, antes de me esculachar? – fazendo beicinho pra receber os lábios doces de Júlia.
E ela correspondeu. Essa é minha garota sempre disposta a mudar de humor de uma hora pra outra. Raiva e em um segundinho depois, um beijo quente-molhado, delicioso. Só de pensar já fico excitado.
Sei lá, às vezes acho que Júlia sofra de algum distúrbio bi-polar. Ou talvez fique pensando minutos antes de eu chegar, porque afinal, mantém relações com um inútil. Uma coisa que vocês não sabem: Julia é burguesinha. E eu sou o pesadelo de seus pais, amigos, irmãos, etc,. Um perfeito VAGABUNDO. Apesar de gostar de me definir como um MARGINAL – acho mais digno!
- Boa gatinha. Que beijo! – hoje ela não vai me chutar, pensei.
- Comprou vinho? – com uma voz irônica.
- Claro, gata, não pode faltar! Está aqui na mochila. – feliz como um otário.
- Óbvio que você comprou vinho! – irritadíssima.
- Ora, mas o que você queria? Uma VODCA?! UÍSQUE?! – completamente surpreso.
- Não, não quero nada. Vamos começar tomando aqui ou em outro lugar?!
- Sei lá! O que você quer?
- Queria ir a algum lugar. Curtir uma música. Falar com pessoas. – seu belo sorriso aflorou novamente.
- Então vamos para a casa do Rod, está sempre cheia de gente maluca, e é só chegar com algo para beber que somos sempre bem recebidos! – disse isso tudo como se acabasse de inventar alguma teoria da relatividade.
- Porra Duda, não quero ir a merda de Rod coisíssima nenhuma, quero ir pra algum bar, ver um show, sei lá! –vermelha de raiva. (Esta é minha pequena.)
- Ah, claro, e vou pagar como isso? – irritado, mas mantendo o sorriso pra disfarçar.
- Você não precisa pagar nada, meu querido. – achando que tinha me ganhado.
- Sim, claro, você irá pagar tudo? E por favor, não me chame de querido, soa muito falso! – retirando um cigarro do bolso.
- Tá, Duda, não te chamo mais de querido. Vou te chamar de meu amorzinho. Meu amorzinho vamos para a porra de algum lugar decente? – mais brava que... sei lá!
- Sim, vamos minha linda. Mas antes vamos tomar nosso V.C.L. pelas ruas, ir para uma praça ou sentar em algum maio-fio. Ver os neon’s que adoramos dessa cidade desvairada, desviando dos buracos nas calçadas, conversando e dando nossas risadas. – acendo o cigarro com cara de malandro que vai levar sua garota pra cama.
- Claro, dar uma de flauner, ir por aí sem rumo, e acabar com você dentro de mim em minha cama? – com uma risada no rosto que insinuava um te peguei otário, sei seus macetes.
- E o que mal a nisso? – disse em tom de ingênuo.
- Nada! Mas aí não vamos a lugar algum. Somente vagar pelas ruas. Aí vamos parar em minha casa encharcados de vinho, transar ou dar uma trepada como você diz, e lá pelas tantas depois de dormirmos um pouco, vamos os dois para a cozinha ver algo para comer, mas antes vamos vomitar feito porcos possuídos no banheiro. Perfeito isso, não?!
- Também acho! – com um sorriso de canto.
- Ahhhhhhh!
- Quer vinho? – abrindo a primeira garrafa da noite.
- Me de logo essa merda.
- É ISSO AE! Vamos aprontar. Curtir. Dar risadas. – estava com cara de quem planeja algo.
Sugeri para sairmos da Osório, os guardinhas da lei já estavam nos olhando de modo estranho. Passando pelo Stauart, o barzinho dos advogados da City, com sua fachada cinza e suas placas vermelhas, tive uma idéia bizarra, o Bar estava lotado, um conversê dos infernos, era doutor prá lá doutora prá cá, doutor fulano de tal, doutora do escambaú... esses papos cheios de enfado de gente metida a importante. Haha. Pensei, bem sei que Júlia gostaria que eu estivesse cursando Direito, trabalhando de estagiário no escritório de seu pai, ou em alguma dessas merdas arranjadas, fazendo um social e contando vantagem. Mas eu o anti-herói não me rendia. Nada dessa história de viver de joelhos. Afinal pra que grana? Estava bem. Se estava em queda livre ou já no fundo do poço não me importava. Foi aí que tive uma idéia, afinal, havia prometido a Júlia que iria aprontar. E como Prometeu iria colocar fogo no circo.
- Ei, Júlia? – com uma cara de diabo louco.
- Humm? – sem demonstrar interesse.
- O que acha de entrarmos no Stuart? – sem demonstrar que pensava em algo bizarro.
- Ahhh! No Stuart? Não, aquilo é um saco. – mostrou seus olhinhos de interrogação.
- Poxa, mas você queria ir a algum lugar, podemos tomar um choppezinho, e daí voltamos pra rua, bebemos nosso vinho e vamos pra onde você quiser. Que acha? – pensando na insistência e que ela poderia estar desconfiada.
- Não sei! Você está tramando algo seu canalha? – intrigada. Me olhando no fundo dos olhos
- Imagina. Você não confia em mim, minha princesa? – falso como uma nota de 3 pilas. Sem desviar o olhar.
- Certo. Vamos! – dando meia volta e me olhando de rabo de olho.
- Essa é minha gata. Sempre sorrindo e querendo se divertir. – ela não estava sorrindo.
Mal entramos no Stuart e pedimos o chopp, Júlia demonstrou enfado e se arrepiou toda, vi bolhinhas em seus braços. Isso era problema, ela era sensitiva de mais. Perguntou o que eu estava tramando. Eu sem arriscar que ela me arrancasse dali o mais rápido possível, disse que só estava sendo menos orgulhoso e aceitando suas propostas de diversão. Acho que ela não acreditou. Mas amansei a fera momentaneamente. Começamos a beber aquele chopp Brahma. Não lembro se era Brahma, e isso não importa, pois só foi o tempo de darmos o primeiro trago. Trepei na mesa. Isso mesmo, eu, Duda, subi na mesa de madeira do Stuart e comecei a fazer um discurso. Berrar mesmo. O silêncio se fez. Cabeças giravam em corpos imóveis. E Júlia, primeiro ficou vermelha, depois começou a sorrir de forma doentia como quem quer ver o desfecho. Depois de dois pedidos de atenção, acendi um cigarro, numa classe como se fosse uma estrela de um filme B.
- Ei, pessoal, ATENÇÃO! – para garantir o silêncio e como se fosse declarar a independência do Staurt-Bar.
Comecei a escutar burburinhos.
- Quem é esse louco doutor?
- Doutora ligue pra polícia, vai que está armado!
- Não, senhoras e senhores, não sou louco, nem estou armado. – quase um Robespierre em algum boteco da França.
- Ahhhhhhh! – foi o grito geral.
- Eu só gostaria de fazer um pergunta. – com um sorrisinho para Júlia.
- E precisa subir a mesa, seu otário? – um rapaz com cara de metido a esperto.
- É ISSO AE DOUTOR! – reverberou a claque espontânea.
- Tal qual a você, meu amigo, mas você de fato é um doutor? Onde fez doutorado? Quantos doutores e doutoras têm neste recinto? Dois, três? Talvez nem isso! – com cara de quem jogou merda no ventilador.
- Isso não é de sua conta! – gritou um senhor com cara de “não sou doutor”.
- Você pelo jeito não! – com uma piscadinha para Júlia.
Júlia estava orgulhosa, sorria, mandava sinais de que eu estava me saindo muito bem. Quase senti uma leve estremecer em sua face, e uma atitude de subir a mesa e continuar o meu discurso. Mas ela ficou sentada. Já havia bebido o seu chopp e metade do meu. Isso em menos de 2 minutos. E se preparava para matar a caneca de 600 ml.
- Desce daí, por favor, garoto. – um garçom com um sorriso de “boa garoto!”.
- Sim. Já fiz o meu show. – olhando pra Júlia procurando respaldo.
O Bar todo estremeceu. Pessoas saiam. Não sei se acabei com a noite destas pessoas, mas as coloquei em questão. Eu e Júlia saímos do Stuart. Júlia parecia meio desorientada. Saiu em direção ao Edifício ASA me puxando o braço. Eu a segui. Taxistas estavam parados do outro lado da rua, fumando, conversando, nenhum sabia o que havia ocorrido no Bar. Parei. Júlia estacou também. Retirei o vinho da mochila e enchi primeiro um copo pra ela e antes que enchesse o meu Júlia já pedia mais um.
- Eita garota beberrona. – disse sorrindo.
- EDUARDO, VOCÊ É UM FILHO-DA-PUTA! – com uma carranca que eu sabia que ia ter trabalho pra retirar.
- Está brava? Achei que estivesse curtindo! – passando meu copo a ela.
- CURTINDO? CURTINDO... COMO? – vi lágrimas vermelhas.
- Linda, se acalme, não houve morte, foi só uma piada. – recomeçamos a andar.
- Me deixa. Vou pegar um taxi e sumir daqui. – saiu desvairada em direção a rua Voluntários da Pátria.
- Ei, onde você está indo? Têm taxis bem aqui. Está perdida? – apontando em direção aos taxis e quase caído na gargalhada.
- Vem, vamos andando, seu canalha. – seus dentes apareceram. Era admirável. Que boca maravilhosa!
- Gostou né?
- Foi demais. Mas não faça mais isso! – quase uma ordem.
- Sim. Não fiz isso para te magoar! Era pra você sorrir.
Caímos na risada.
Seguimos rindo em direção a Carlos de Carvalho. Trocando perspectivas sobre a cara das pessoas. Falando sobre a atitude dela de beber o chopp das canecas em segundos. De como eu subi a mesa. Dos garçons rindo meio ressabiados. Júlia estava mais alta do que eu, ria à toa e eu seguia a onda. Tropeçou em um buraco na calçada e riu. Paramos em frente a um restaurante de massas com janelas gigantescas e fachadas envelhecidas. Falei que ia zoar, mas Júlia me conteve. Continuamos devagar subindo a Carlos de Carvalho em direção a Praça da Espanha. Falando muita merda. E a cada parada para reabastecer nossos copinhos descartáveis com vinho, cometemos graves crimes de ataque ao pudor e ao BOM COSTUME. Mas a polícia não vinha. E eu e Julia no amasso. Beijos. Língua. Mordidas. Mãos pousando em diferentes partes do corpo. Cochas. Bunda. Seios. Caralho. Buceta. Cabelo. Nuca. Costas. Mãos. E assim continuamos caminhando e parando e bebendo. E para esquentar, o amasso.
- Vamos já pra sua casa?
- Ainda não. Vamos dar um tempo na praça!
Espíritos ébrios isso é o que somos. Júlia e eu. Dois bebacos. Um poste. Um suporte. Uma brisa. Algo nos molhava. Ahhhh! O chafariz da Praça da Espanha. Nada como aquela água saltadora pra relaxar nossas mentes chafurdadas em vinho. Retirei a mochila. Peguei o vinho dosando nos copos. Sentamos nos banquinhos de madeira. Nossos queridos banquinhos de madeira. Quantos momentos. Descansar ali era fatal depois de longas caminhadas. A bibliotecazinha com seus livros que nunca vamos ler. É sempre noite quando estamos na praça. Eu e Júlia gostamos desta praça. E dos cachorros-quente que comemos ali.
- Julia, está com fome? – sabendo da resposta.
- Não!
- Sério? Você sempre está com fome quando chegamos aqui. – meio surpreso.
- Não, só não estou a fim de vomitar agora. – toda séria.
- Nossa, belezura, está passando mal? Quer uma água? – atencioso e prestativo como um cão.
- Não. Não quero água! Estou com vontade mesmo é de te chupar. – incisiva e bela.
- Haha. Você está falando sério? Vamos pra sua casa, já. – meio surpreso.
- Não. Quero te chupar aqui e agora, neste banquinho. – colocou a mão dentro de minha calça pegando meu pau.
- Ohhh! Gatinha me beija. – seguido de um entrelaçar de línguas e eu colocando minha mão por entre suas pernas.
O beijo rolou algum tempo. Talvez o tempo de Júlia abrir o zíper de minha calça. Continuei a beijá-la enquanto abria um olho pra vasculhar a praça. Problemas. Isso estava procurando problemas a evitar ou a criar. Dei por satisfeito, avistei somente uma velhota e seu poodle e ela era o problema que iria acontecer. Júlia começou a descer lentamente sua cabeça em direção ao meu pau. Uma mão sua escorregava pelo meu rosto e peito. Depois esta mão estava dentro de minha blusa acariciando meu tórax. Júlia adorava fazer isso. Eu de cima olhando a sua cabeleira e os movimentos de sobe e desce, sentindo seus lábios e sua língua no meu pênis, os movimentos circulares de sua língua na cabeça de meu pau. A sucção. Que beleza. Que cena. Olhava a velhota à distância com seu cão cagão com aquela coleira vermelha ridícula. A rua de paralelepípedo. Sentia uma brisa. Dizia pra Júlia continuar. Acho que ela nem escutava, estava na função. Ai, ai. Os cabelos lisos e negros de Julia caindo sobre sua face. E ela com a delicadeza de uma deusa retirando esse belo cabelo e enroscando-o atrás de sua orelha, revelando a mim novamente seu rosto, seu belo rosto, ela sabia que eu gostava de ver sua boca engolindo meu pau. A vida é bela, pensava. Sua boca esticando com os movimentos. A cabeça de meu pau fazendo relevo em suas bochechas. Os barulhos. Delícia. E a velhota com o cão branco se aproximando. MINHA VONTADE ERA BERRAR PR’ AQUELA VELHOTA FILHA-DA-PUTA VAZAR. Mas não conseguia reagir. Qualquer som que soltasse seria uma denúncia do meu estado de gozo. Júlia não parava. Os passos da velhota eram audíveis. O cão latiu. E Júlia não me deixando escolha, a não ser a de que ela continuasse.
- O que vocês estão fazendo? – berrou a velhota do cão.
O cão assustado latiu mostrando os dentes. Júlia continuou por alguns segundos me chupando. Logo em seguida levantou a cabeça passando a manga de sua blusa por seus lábios. Olhou pra velhota e seu cão. Enquanto isso eu arrumava um jeito de abotoar a minha calça. Na maior calma Júlia olhou pra mim, eu também não estava nervoso. Sabia que isso ia acontecer. Então retornou o olhar para a velhota.
- O que senhora, vai dizer que nunca deu uma chupada em alguém? – disse Júlia com uma calma de gata mimada.
- Não. Não na rua, em um lugar público. Isso é um descalabro! E meu marido está morto. Mais respeito! – vermelha de indignação.
- Senhora, você é uma velhota hipócrita. – mantinha a postura de deusa.
- Eu vou chamar a polícia. É isso que eu vou fazer. – andando e repetindo a frase.
Júlia começou a dar uma arrumada no cabelo. Eu procurei um cigarro na mochila. Júlia fez que queria um com a cabeça. Acendi um cigarro pra Júlia e a passei. Acendi outro pra mim. Pensava no que faria. Tive uma idéia. Bebemos mais um pouco de vinho. Meio-noite e levar um cão pra cagar, isso iria colar. O plano. Estava matutando. Júlia veio me beijar. Correspondi. Gostinho de vinho. Que garota! Pensava: isso sim é uma mina moderna, que sabe o que quer. Vi um taxi vindo em nossa direção. Assoviei. O taxi parou. Pedi que Júlia entrasse e fosse pra sua casa. Ela relutou. Queria que eu fosse com ela. Disse que já a encontraria. Ela queria saber o que eu estava tramando. Disse que depois lhe contaria. Ela me beijou calorosamente. Pediu mais vinho. Derramei vinho em seu corpo. Ela me xingou. Pedi desculpa. Ela sorriu e entrou no carro. O taxi saiu. Eu retornei ao banquinho com meu cigarro e meu vinho. Minutos depois a velhota chegou com a polícia.
- É ele, policiais, que estava aqui com sua namorada ou uma vagabunda praticando felação! – toda afetada.
Os policias deram uma risada. Deviam pensar na velhota nesta situação.
- E aí, garoto, gosta de exibicionismo? – com ar de autoridade.
- Bem, até gosto. Mas não sei do que esta senhora está falando. – com a maior cara-de-pau.
- Ela está o acusando de pratica de sexo oral em local público? – quase riam.
- Olha senhores da autoridade, vocês estão vendo outra pessoa aqui, além de mim? – que cinismo, pensei.
- O que você faz aqui?
- Estou dando um tempo seu guarda. Fumando um cigarro e bebendo um vinhozinho. Vai aí?
- Não. Estamos de serviço.
- Ei, prendam logo esse vadio! – intrometeu-se a velhota na conversa mais civilizada que tive com policiais.
- Calma senhora! – disse o policial que só sorria até o momento.
- Pensem amigos da lei, eu não sou tão flexível e meu pau não é tão grande pra que eu possa praticar sexo oral em mim mesmo. Mas se querem saber, essa velhota aí é que é estranha, e está me acusando de algo só porque eu não quis dar um trato nela. – armei o jogo.
- Como assim? – em uníssono os policiais.
- É. Como assim, seu infeliz? – a velhota assustada.
- Olha senhora, você sabe, eu estava aqui sentado tomando meu vinho e você veio com o seu poodle de merda me oferecer um troco para eu ir até a sua casa para dar uma. Eu recusei falando que não era um puto. E você saiu desbaratada com uma louca... – fui interrompido e quase agredido.
- Ahhhhhhhh! Seu pequeno canalha. Vou te matar. – a velhota desvairou.
- Acalme-se senhora! – intervieram os guardinhas.
- Guardas! Quem sai à meia-noite com um cão para rua? Isso é ou não é pretexto? – com ar de surpresa.
- É senhora. Você educou mal o seu cão ou o quê? – indagou um dos guardas.
- Malditos! – a velhota saiu, perdeu o combate.
Ficamos ali, eu e os dois guardas observando a velhota tropeçar nos calcanhares. Rir. Isso. Rir era o mais interessante que podia ser feito. Diversão. Uma sacaneada aqui outra acolá. Nada que faça mal ou bem, só algo que enriquece a paisagem, altera as situações. Os policiais até pediram vinho. Peguei os copinhos reservas na mochila. Beberam. Eu bebi.
- Que enrascada garoto! Quanto ela te ofereceu? Não valia a pena? – gargalhava o polícia.
- Não ofereceu nada. Não dei espaço! – só pensando no que Júlia riria quando lhe contasse.
- Tá indo pra onde garoto? – falou o guarda sorridente.
- Qual o seu nome? – disse o inquiridor.
- Duda. Eduardo, seu guarda. Pô, estou indo pra Praça da Ucrânia, pegar meu bus-madruguerio. – ganhei uma carona, pensei.
- Hummm! – chamada no rádio do carro. Tentativa de assalto.
- Ihhhhhhh! Problema, né? – perdi a carona.
- Pois é. Falou garoto. E cuidado com as tiazocas! – rindo.
- Pode deixar! Falou. – ri também
O carro policial disparou descendo a Saldanha Marinho. Fiquei só observando o giroflex. Despejei mais vinho no copinho. Acendi outro cigarret’s. Coloquei a mochila nas costas e comecei a subir a Fernado Simas. Estava indo ao encontro de minha deusa Júlia. Ela vai rachar de rir. Será que ela já está dormindo? Vou ter que acordá-la. Fantástico. Parei na banca de cachorros-quente ao lado da Vídeo 1 e pedi dois dog’s completos. Pensei no poodle fedorento. Haha. Noite boa. Pago o hot-dogueiro. O cara me passa a sacolinha com os dog’s. Uma garoazinha começa. 1:30 (uma e meia) da matina no meu relógio. Uma chuva forte irrompe. Coloco meu capote e meus fones de ouvido. Toca Rain Fall Down dos Stones.
A noite ainda promete...
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